sábado, 7 de abril de 2018

TEXTO: TRABALHO INFANTIL NAS CIDADES É MAIS PREJUDICIAL DO QUE NO CAMPO - O ESTADO DE S.PAULO - COM GABARITO


TEXTO: TRABALHO INFANTIL NAS CIDADES É MAIS PREJUDICIAL DO QUE NO CAMPO


       Estudo mostra que crianças empregadas como domésticas ou vendedoras nas ruas têm mais problemas de saúde

        O trabalho infantil nas zonas urbanas pode causar mais impactos à saúde do que o trabalho infantil rural. A constatação é do pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós (Esalq-USP), Alexandre Nicolella, que analisou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD), de 1998 e 2003, do IBGE. Fraturas, problemas respiratórios, queimaduras, cortes e dores musculares são algumas das consequências relatadas. 
         Nicolella não imaginava chegar a essa conclusão. "É surpreendente, pois esperava encontrar os maiores impactos no trabalho rural", diz. O pesquisador analisou os dados de 144 mil pessoas de 5 a 20 anos e a evolução deles em cinco anos (período que separa os dois levantamentos do IBGE), para concluir que o trabalho realizado na zona urbana oferece maiores riscos à saúde das crianças. 
        O setor de comércio e serviços é o maior empregador de menores nas cidades. Eles aparecem como vendedores ambulantes e também como empregados domésticos. De acordo com a PNAD de 2004, o Brasil tem 1.113.756 meninas entre 5 e 17 anos, trabalhando como empregadas domésticas. Muitas sem salário, longe da família e da escola. 

 PROBLEMA INVISÍVEL

         Nessa conta, entra Regina Maria Semião. Aos 8 anos, ela se separou da família no interior de Minas Gerais para trabalhar como doméstica em Campinas. Até os 16 anos fez todos os trabalhos da casa, sem salário, aguentando humilhações e preconceito racial da família que a "adotou". "Minha mágoa é ter deixado minha família e ter perdido minha infância", lamenta. 
      Enquanto o Ministério do Trabalho tornou a fiscalização constante nas áreas rurais, a exploração da mão de obra infantil nas cidades em serviços domésticos é mais difícil de coibir por não ser tão visível.
         [...] 

NO CAMPO, MAL MENOR

         Chama a atenção na pesquisa a ausência de resultados piores no meio rural. Nicolella explica que isso se deve ao fato de a maioria das crianças empregadas em atividades agrícolas trabalhar ao lado dos pais, como nas pequenas propriedades de agricultura familiar no Rio Grande do Sul.
      "Isso não quer dizer que trabalhos de extremo risco, como no corte de cana-de-açúcar e no sisal, não influenciam a saúde", diz. "Esse tipo de trabalho não é bom nem para o adulto, imagine para uma criança."
        Mas como essas atividades são cada vez mais combatidas e o número de crianças nessas condições é pequeno em relação ao total, seu impacto extremamente negativo se dilui na média dos resultados. 
      Para o procurador do Ministério Público do Trabalho de Campinas, Ricardo Garcia, ainda assim, a situação do trabalho infantil no campo não deve ser subestimada. Ele admite que, desde o final da década de 1990 os números melhoraram bastante, principalmente nas grandes lavouras, mas relata que ainda existe abuso e perigo para os menores em regiões do Estado de São Paulo. "Quanto menor a cultura, mais desorganizada e mais distante dos centros urbanos, maior o número de crianças trabalhando", avalia. 
    O procurador cita o trabalho nas culturas de algodão e laranja como exemplos de atividade econômica onde a presença de crianças trabalhando nas lavouras é frequente. "Esse tipo de trabalho expõe as crianças ao sol, à chuva e a agentes químicos que podem trazer danos à saúde", diz.

                                                   (O Estado de S. Paulo, 10/06/2006).

A partir da leitura do Texto, faça as questões propostas.

01 – Sobre o texto lido é incorreto afirmar que:
A – O trabalho infantil, nas cidades, tem sido mais numeroso que no campo.
B – Nas zonas urbanas, o trabalho infantil oferece menos danos físicos às crianças do que trabalho na zona rural.
C – O pesquisador Alexandre Nicolella, imaginava que houvesse mais crianças trabalhadoras nas áreas rurais que nas áreas urbanas.
D – No Rio Grande do Sul, existem crianças que trabalham com os pais em atividades agrícolas.
E – Há mais fiscalização para inibir o trabalho infantil nas áreas rurais que nas urbanas.

02 – “...é mais difícil de coibir por não ser tão visível.” 
Pelo contexto em que foi empregada, a palavra coibir tem o significado de:
A – reprimir.
B – permitir.
C – existir.
D – divulgar.
 E – difundir.  

03 – “O setor de comércio e serviços é o maior empregador de menores nas cidades.” 
O adjetivo destacado encontra-se flexionado no grau:
A – comparativo de superioridade.
B – superlativo relativo de inferioridade.
C – superlativo relativo de superioridade.
D – superlativo absoluto analítico.
E – comparativo de igualdade.

04 – Identifique a opção onde há erro quanto à regência verbal:
A – Os fiscais foram à propriedade rural verificar se havia crianças trabalhando.
B – Regina Maria ajudava os patrões nas tarefas domésticas.
C – As crianças preferem brincar a trabalhar.
D – Os pequenos trabalhadores aspiravam ao ar poluído das grandes cidades.
E – Na casa dos patrões, a menina não podia assistir à televisão.





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