domingo, 29 de abril de 2018

POEMA: PRIMEIRA SOMBRA - MARIETA - CASTRO ALVES - COM GABARITO

Poema: PRIMEIRA SOMBRA
              Castro Alves      

                                           Marieta
Como o gênio da noite, que desata
O véu de rendas sobre a espádua nua,
Ela solta os cabelos... Bate a lua
Nas alvas dobras de um lençol de prata.

O seio virginal, que a mão recata,
Embalde o prende a mão... cresce, flutua...
Sonha a moça ao relento... Além na rua

Preludia um violão na serenata! ...
... Furtivos passos morrem no lajedo...
Resvala a escada do balcão discreta...
Matam lábios os beijos em segredo...

Afoga-me os suspiros, Marieta!
Ó surpresa! Ó palor! Ó pranto! Ó medo!
Ai! Noites de Romeu e Julieta! ...
                                                                                                      
                                                                      CASTRO ALVES. 

ESPÁDUA: ombro.
ALVO: branco, claro.
RECATAR: encobrir, ocultar.
EMBALDE: em vão, inutilmente, debalde.
PRELUDIR: iniciar, ensaiar antes de começar a cantar ou a tocar.
FURTIVO: oculto, disfarçado, escondido.
PALOR: palidez.

Entendendo o poema:
01 – A linguagem figurada é recurso estilístico que caracteriza um texto literário.
      A alternativa em que se nomeou INDEVIDAMENTE a figura semântica, partindo-se de passagens do texto I, é:
     a)  “Como o gênio da noite... Ela solta os cabelos...” (comparação)
     b)  “Sonha a moça ao relento...” (metáfora)
     c)  “Afoga-me os suspiros, Marieta!” (hipérbole).
     d)  “... Furtivos passos morrem no lajedo...” (personificação).

02 – Analisando o conteúdo do texto I, é possível observar que o eu lírico:
     a)  Pratica a poética mórbida e doentia da morte.
     b)  Nega a concepção da mais conhecida história de amor de todos os tempos.
     c)  Projeta a figura da mulher impossível de ser atingida amorosamente;
     d) Põe em destaque a mulher sensual, erótica.


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