SONETO: À
MESMA DONA ÂNGELA
Gregório de Matos
Anjo no
nome, Angélica na cara:
Isso é
ser flor, e Anjo juntamente:
Ser
Angélica Flor e Anjo florente,
Em quem,
senão em vós, se uniformara:
Quem vira
uma flor, que a não cortara,
Do verde
pé, da rama fluorescente;
E quem um
anjo vira tão luzente;
Que por
Deus a não idolatrara?
Se pois
como anjo sois dos meus altares,
Fôreis o
meu Custódio, e a minha guarda,
Livrar eu
de diabólicos azares
Mas vejo
que por bela e por galharda,
Posto que
os anjos nunca dão pesares,
Sois
anjo, que me tenta, e não me guarda.
Florente:
relativo a flor, que faz florescer.
Galharda:
vistosa.
Entendendo
o soneto:
01 – A
caracterização da mulher no texto se dá em dois planos. As palavras que
configuram essas duas perspectivas aparecem na opção:
a) Vida/morte.
b) Anjo/Deus.
c) Beleza/pureza.
d) Frieza/altivez.
02 –
“Sois anjo que me tenta, e não me guarda.”
Com esse
verso, o poeta do texto, numa atitude estrutural típica da poética do Barroco,
resume a visão que tem da personagem feminina.
A
alternativa que explica a imagem criada pelo verso transcrito é:
a) As influências religiosas da época
levam o escritor barroco a só ver os elementos sagrados.
b) A concepção filosófica leva o
escritor barroco a ver o mundo ordenadamente.
c) A postura contraditória e
paradoxal caracteriza os escritores do barroco.
d) O Renascimento levou ao Barroco a
ideologia antropocêntrica
03 –
Concebe-se o texto como representativo da poética do Barroco.
A
afirmativa que justifica o que foi dito é:
a) A concepção religiosa da salvação da
alma.
b) A utilização de uma linguagem
objetiva e simples.
c) A interpenetração de aspectos
materiais e espirituais.
d) A consciência da efemeridade da
vida.
04 – Em
que aspectos poéticos os textos se aproximam?
Apuro
formal; a tematização da admiração da mulher.
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