Filme(ATIVIDADES): MEMÓRIAS
DO CÁRCERE
GRACILIANO RAMOS
Data de lançamento: 20 de junho de
1984 (2h 53min)
Direção: Nelson Pereira dos Santos
Elenco: Carlos
Vereza, Glória
Pires, José
Dumont mais
Gênero: Drama
Nacionalidade: Brasil
SINOPSE
E DETALHES
Na década de 1930, o escritor
Graciliano Ramos (Carlos Vereza) é preso acusado de ligações com o Partido
Comunista. Capturado em Alagoas, onde era servidor público e levava uma pacata
vida, ele dá entrada no presídio de Ilha Grande, no Rio de Janeiro, em 3 de
março de 1936, sem sequer passar por um julgamento. Em meio a atritos de ordem
política e pessoal, crueldade, insalubridade, fome e os mais diversos tipos de
criminosos - de ladrões de galinha a guerrilheiros -, ele escreve.
Memórias do Cárcere é um
filme brasileiro de 1984, do gênero drama biográfico,
roteirizado e dirigido por Nelson Pereira dos Santos.
O roteiro é uma adaptação do livro
homônimo de Graciliano Ramos. É contada a fase em que o escritor,
autor de Vidas Secas, esteve preso sob ordens da polícia do Estado
Novo no Brasil. A música-tema é "Marcha Solene Brasileira",
variação do Hino Nacional do Brasil, de Louis Moreau Gottschalk para
a Orquestra Sinfônica de Berlim com regência de Samuel
Adler. A restauração do filme foi patrocinada pela Petrobras Em
novembro de 2015 o filme entrou na lista feita pela Associação Brasileira
de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de
todos os tempos.
Em 1935, o Governo de Getúlio
Vargas esmagou a revolta militar da Aliança Nacional Libertadora,
conhecida como Intentona Comunista, e aplicou medidas que suspendiam as
garantias das liberdades individuais de todos os brasileiros. Graciliano Ramos,
escritor afamado e dirigente público de Ensino
em Alagoas simpatizante comunista que trabalhava no Palácio
do Governo, acabou sendo preso em março de 1936 sem haver um processo formal de
acusação. Depois de um tempo nos quartéis, cárceres públicos onde presenciou a
ordem de deportação de Olga Benário Prestes e Elisa, e num hospital
em que podia receber as visitas de advogado e da esposa Heloísa, ele foi
enviado à remota Colônia Penal da Ilha Grande. Ali, apesar de muito doente
devido a uma úlcera mal curada, continuou a escrever e consegue
sobreviver aos 10 meses de confinamento em condições precárias e sofrendo
crueldades, com a ajuda de alguns funcionários e dos demais prisioneiros de sua
seção, ladrões e revoltosos políticos, e que esperavam serem retratados nos
livros do escritor.
Entendendo o filme:
01 – De que se trata esta
filme?
É o testemunho da
realidade nua e crua de quem, sem saber por quê, viveu em porões imundos,
sofreu com torturas e privações provocadas por um regime ditatorial chamado de
Estado Novo.
02 – Que motivo levou o
escritor e jornalista a ser preso?
Sua prisão aconteceu durante o Estado
Novo, foi meio ao pânico político que o Partido Comunista gerou, mas nunca
houve uma acusação formal, ou um julgamento.
03 - O filme por consequência são divididos em
quatro partes. Quais?
Viagens, Pavilhão
dos Primários, Colônia Correcional e Casa da Correção.
Estas divisões correspondem as fases da
prisão do escritor. Onde pode-se facilmente encontrar a crítica e a denúncia,
fazendo referência direta ao sistema governamental vigente na época.
04 – A primeira parte de
Memórias de Cárcere, de Graciliano Ramos, intitula-se “Viagens” porque, neste
trecho de suas memórias, o escritor:
a)
Expõe aproveitamento que fazia, em seus
romances, das experiências adquiridas em viagens.
b)
Narra as viagens que fez para revisar, em
solidão, o romance que escrevia na época.
c)
Registra os vários deslocamentos a
que foi submetido após sua prisão.
d)
Relata sua fuga, durante a qual passa por
diversos lugares.
e)
Viaja por vários lugares, obtendo subsídios
para a produção de sua narrativa de memórias.
05 – Leia atentamente esta
passagem de Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos. “Esforço-me por alinhavar está prosa lenta, sairá daí algum lucro,
embora escasso – e este lucro fortalecerá pessoas que tentam oprimir-me. É o
que me atormenta. Não é o fato de ser oprimido: é saber que a opressão se
erigiu em sistema.”
Todas as alternativas
apresentam inferências possíveis a partir da leitura desse trecho e da obra
como um todo, EXCETO:
a)
O autor crítica, com seu texto, o sistema que
o oprime.
b)
O autor é um atormentado pelas injustiças do
sistema capitalista.
c)
O escritor se sente oprimido
indiretamente porque vê a opressão sobre os outros
d)
O lucro derivado do trabalho do escritor
contribui para a manutenção da opressão.
e)
O sistema editorial brasileiro participa do
mecanismo da opressão.
06 – Em Memórias do Cárcere,
o autor conta as desventuras enquanto foi preso político no Presídio da Ilha
Grande, em 1936.
Apesar de ser um livro /
filme autobiográfico, o autor expõe, logo na abertura, as dificuldades de
reconstrução da memória.
A consciência de Graciliano
Ramos em relação ao caráter parcialmente ficcional das suas memórias está
evidenciada no seguinte trecho:
a)
Resolvo-me a contar, depois de muita
hesitação.
b)
Também me afligiu a ideia de jogar no papel
criaturas vivas.
c)
Outros devem possuir lembranças diversas.
d)
Conjugam-se, completam-me e me dão
hoje impressão de realidade.
07 – Graciliano Ramos busca
dar uma explicação mais objetiva ao leitor sobre os motivos que justificam seu
relato.
Entretanto, já nesta
explicação, o autor lança mão de recursos da linguagem figurada, frequentes no
discurso literário.
O fragmento do texto que
melhor exemplifica o uso de linguagem figurada é:
a)
Dar-lhes pseudônimo, fazer do livro/filme uma
espécie de romance.
b)
Outros permanecem junto a mim, ou vão
reaparecendo.
c)
Quantas demoradas tristezas se
aqueciam ao sol pálido.
d)
Às vezes necessitamos confirmação, apelamos
para reminiscências alheias.
08 – No trecho: “Não resguardei os apontamentos obtidos em
longos dias e meses de observação: num momento de aperto fui obrigado a
atirá-los na água.”
O fragmento acima poderia
ser reescrito com a inserção de um conectivo no início do trecho sublinhado.
Esse conectivo, que
garantiria o mesmo sentido básico do fragmento, está indicado em:
a)
Porque.
b)
Embora.
c)
Contudo.
d)
Portanto.
09 – Em sua reflexão acerca
das possibilidades de recompor a memória para escrever o livro, o narrador
utiliza um procedimento de construção textual que contribui para a expressão de
suas inquietudes.
Tal procedimento pode ser
identificado como:
a)
Encadeamento de fatos passados.
b)
Extensão de parágrafos narrativos.
c)
Sequência de frases interrogativas.
d)
Construção de diálogos presumidos.
10 – Nesta reconstituição de
fatos velhos, neste esmiuçamento, expondo o que notei, o que julgo ter notado.
O uso do verbo “julgar”, no
fragmento acima, promove uma correção do que estava dito imediatamente antes.
Essa correção é importante
para o sentido geral do texto porque:
a)
Questiona a validade de romancear fatos.
b)
Minimiza o problema de narrar a memória.
c)
Valoriza a necessidade de resgatar a
história.
d)
Enfatiza a dificuldade de
reproduzir a realidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário