segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

CRÔNICA: A CASA DAS ILUSÕES PERDIDAS - MOACYR SCLIAR - COM GABARITO

Crônica: A casa das ilusões perdidas
                                           
 MOACYR SCLIAR

        Quando ela anunciou que estava grávida, a primeira reação dele foi de desagrado, logo seguida de franca irritação. Que coisa, disse, você não podia tomar cuidado, engravidar logo agora que estou desempregado, numa pior, você não tem cabeça mesmo, não sei o que vi em você, já deveria ter trocado de mulher havia muito tempo. Ela, naturalmente, chorou, chorou muito. Disse que ele tinha razão, que aquilo fora uma irresponsabilidade, mas mesmo assim queria ter o filho. Sempre sonhara com isso, com a maternidade -e agora que o sonho estava prestes a se realizar, não deixaria que ele se desfizesse.
        --Por favor, suplicou. --Eu faço tudo que você quiser, eu dou um jeito de arranjar trabalho, eu sustento o nenê, mas, por favor, me deixe ser mãe.
        Ele disse que ia pensar. Ao fim de três dias daria a resposta. E sumiu.
        Voltou, não ao cabo de três dias, mas de três meses. Àquela altura ela já estava com uma barriga avantajada que tornava impossível o aborto; ao vê-lo, esqueceu a desconsideração, esqueceu tudo - estava certo de que ele vinha com a mensagem que tanto esperava, você pode ter o nenê, eu ajudo você a criá-lo.
        Estava errada. Ele vinha, sim, dizer-lhe que podia dar à luz a criança; mas não para ficar com ela. Já tinha feito o negócio: trocariam o recém-nascido por uma casa. A casa que não tinham e que agora seria o lar deles, o lar onde – agora ele prometia – ficariam para sempre.
        Ela ficou desesperada. De novo caiu em prantos, de novo implorou. Ele se mostrou irredutível. E ela, como sempre, cedeu.
        Entregue a criança, foram visitar a casa. Era uma modesta construção num bairro popular. Mas era o lar prometido e ela ficou extasiada. Ali mesmo, contudo, fez uma declaração:
        -- Nós vamos encher esta casa de crianças. Quatro ou cinco, no mínimo.
        Ele não disse nada, mas ficou pensando. Quatro ou cinco casas, aquilo era um bom começo.
                                      Moacyr Scliar. Folha de São Paulo, 14/6/1999.

Entendendo a crônica:
01 – No texto, a ideia de ilusões perdidas diz respeito à:
a)   Realização da maternidade que, na verdade, não atinge a sua plenitude.
b)   Desolação da jovem mãe ao ver que a casa recebida não era luxuosa como concebera.
c)   Alegria da mãe com a casa e à superação da tristeza pela doação da criança.
d)   Melancolia da mãe por programar todas as crianças que teria para trocar por casas.
e)   Certeza do homem de que a mulher não formará com ele um lar na casa nova.

02 – O texto pertence ao gênero:
a)   Notícia.
b)   Crônica.
c)   Poema.
d)   Conto.

03 – Em “Quando ela anunciou que estava grávida” [...], a palavra grifada na frase estabelece relação de:
a)   Causa.
b)   Tempo.
c)   Oposição.
d)   Adição.

04 – O casal age de modo contrário aos sentimentos comuns de justiça e dignidade. No contexto da narrativa, tais comportamentos explicam-se:
a)   Pela falta de amor que há entre a mulher e o companheiro, fazendo com que tudo que os rodeia se torne um negócio vantajoso.
b)   Pelo ódio exagerado que a mulher sente do companheiro e pela forma displicente e pouco amável como ele a vê.
c)   Pelo amor exagerado que a mulher sente e pela confusão de sentimentos que o companheiro vive na descoberta desse amor.
d)   Pela submissão exagerada da mulher ao companheiro e pela forma mesquinha e interesseira como ele resolve as coisas.

05 – As duas frases finais do texto deixam evidente que ter mais filhos:
a)   É uma possibilidade pouco atraente para o casal que, por hora, já conquistou algo à custo de sofrimento.
b)   Será para o casal uma forma de alcançar a felicidade, já que a mulher e seu companheiro poderão ter a casa cheia de crianças.
c)   Pode tornar-lucrativo na ótica do companheiro, embora a mulher ainda veja isso com olhos sonhadores.
d)   Se torna uma forma de compensar o episódio pouco feliz da doação do primeiro filho do casal.



SONETO: ENQUANTO QUIS FORTUNA QUE TIVESSE - LUIZ VAZ DE CAMÕES - COM GABARITO


Soneto: ENQUANTO QUIS FORTUNA QUE TIVESSE
                                     Luiz Vaz de Camões


Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus efeitos escrevesse.

Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho co tormento,
Pera que seus enganos não dissesse.

Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,

Verdades puras são e não defeitos;
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos.
                              Luís de Camões. Lírica Completa – II Lisboa: IN-CM, 1994. p. 12

Entendendo o poema:
01 – De que fala o soneto?
      Faz uma reflexão sobre os efeitos avassaladores do Amor.

02 – Nos dois quartetos do soneto acima, duas divindades são contrapostas por exercerem um poder sobre o eu lírico. Identifique as duas divindades e explique o poder que elas exercem sobre a experiência amorosa do eu lírico.
      As divindades são Fortuna e Amor. Tais entes modulam a apreensão amorosa no poema. Por um lado, enquanto Fortuna permitiu, o eu lírico pôde ter “esperança de algum contentamento”. Por outro lado, Amor “escureceu-me o engenho com tormento”. Dessa forma, essas alusões mitológicas geram o conflito entre forças opostas no qual o eu lírico está imerso.

03 – Um soneto é uma composição poética composta de 14 versos. Sua forma é fixa e seus últimos versos encerram o núcleo temático ou a ideia principal do poema. Qual é a ideia formulada nos dois últimos versos desse soneto de Camões, levando-se em consideração o conjunto do poema?
      A ideia contida nos dois últimos versos é a de experiência comum entre eu lírico e o leitor, já que, depois de o leitor experimentar o amor, ele poderia compreender melhor os conflitos amorosos do eu lírico.

04 – Nos sonetos de Camões, inclusive no soneto apresentado acima, é frequente que substantivos que, em circunstâncias normais da língua, são reconhecidos como substantivos comuns apareçam nos poemas como substantivos próprios. No soneto acima, as palavras “Fortuna” e “Amor” aparecem como substantivos próprios, e esse fato é importante para a interpretação do texto. Assinale a alternativa correta, que leva esse fato em consideração:
a)   A “Fortuna” e o “Amor” são representados como força que agem desde fora do sujeito, influindo-lhe atitudes contraditórias e limitando o domínio total de sua própria liberdade individual.
b)   A “Fortuna” e o “Amor” são representados como personagens de ficção, participando da ação dramática de modo dinâmico por meio de falas entre si.
c)   No poema de Camões, apesar de “Fortuna” e “Amor” aparecerem como substantivos próprios, isso não tem nenhuma consequência drástica para a interpretação do texto. Ao escrever substantivos como iniciais maiúsculas, o objetivo do autor é apenas realçar sua importância na economia do texto.
d)   No poema de Camões, a “Fortune” e o “Amor” são representados como estados psicológicos do eu lírico, que se sucedem no desenrolar do poema para lhe incutir sentimentos diferentes diante da mesma experiência.

05 – Podemos dizer que o poema põe em evidência:
a)   Apenas o amor a as armadilhas que este cria para o sujeito.
b)   Somente a inocência daqueles que amam cegamente.
c)   Principalmente a ausência de amor, que faz com que não se compreenda o que o poeta diz.
d)   A arte literária que estabelece um vínculo entre o escritor e o leitor por meio das experiências de ambos.
e)   A ambiguidade da mulher que, representada pelo Amor, é vista como um ser que engana.

06 – Descreva a Fortuna na 1ª estrofe.
      Ela é destino ou entidade mística e espera que o poeta escreva os efeitos dela: a “esperança de algum contentamento” e “o gosto de um suave pensamento”.

07 – Já na 2ª estrofe, o que a voz poética introduz?
      Outra entidade mística: o Amor.

08 – O Amor busca impedir o eu lírico de quê?
      De advertir aqueles que não amam, sobre os perigos desse sentimento.

09 – De que forma é mostrada a força do Amor nas 3ª e 4ª estrofes?
      Do Amor que submete os amantes a seu domínio. E quando os amantes lerem sobre casos de amor, entenderão os versos do eu poemático de acordo com o tipo de amor a que estão submetidos.
                    


POEMA: CADA UM É DE UM JEITO (FRAGMENTO) - COM GABARITO

Poema: Cada um é de um jeito (fragmento)

[...]

Cada um dança como quer.
Cada qual é de um jeito diferente.
Uns são vermelhos, outros brancos.
Pretos ou amarelos.
Uns são jovens, outros velhos.
Bebês e adultos.
São todos retratos de gente.
[...]
             Katia Canton. O trem da história – Uma viagem pelo mundo da arte.
               São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2003.
Entendendo o poema:
01 – De acordo com o texto, você acha que as pessoas são mesmo diferentes?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Qual é o título do poema?
      Cada um é de um jeito.

03 – Este poema possui quantos versos?
      Possui 07 versos.

04 – Quem é a autora do poema?
      Katia Canton.





TEXTO: HISTÓRIA DO SORVETE - GAZETA DO POVO - COM GABARITO

Texto: História do Sorvete

     A ideia de misturar frutas com gelo começou com os egípcios e árabes, mas foi na China, há três mil anos, que o sorvete foi realmente criado. A nobreza oriental preparava uma pasta feita de leite, arroz e frutas que era colocada na neve para solidificar. O principal problema era armazenar neve para o verão em rudimentares, câmaras frigoríficas, subterrâneas com grossas paredes de pedra.
        Na Idade Média, Marco Polo, o explorador veneziano, levou o sorvete para a Itália. Dali, os famosos sucos de frutas congelados alcançaram a França e viraram mania em outros países.
        No Século 16, o italiano Bernardo Buontalenti inventou o sorvete a base de leite, mais macio e nutritivo. No século seguinte, um outro italiano, Procópio Colteli, criou a máquina de fazer sorvete.
        Hoje essa já é uma delícia mundial! De acordo com a Associação Brasileira de Indústrias de Sorvete, só em 2004, no Brasil, foram consumidos 493 milhões de litros dessa gostosura, o que significa o consumo de 2,75 litros por habitante, em média.

                                       Gazeta do Povo. 7 jan. 2006. Caderno Gazetinha, p. 6.
Entendendo o texto:
01 – Você conhece alguém que não goste de sorvete?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Quais os sabores de sorvete que você mais gosta?
      Resposta pessoal do aluno.

03 – Qual das maneiras antigas de preparar o sorvete se parece mais com o “geladinho” ou “raspadinha” que existe hoje?
      A ideia de sucos de frutas congelados.

04 – Os fatos apresentados na reportagem são:
(   ) Do mundo da imaginação.
(X) Do mundo real.

05 – Qual é a ideia principal de cada parágrafo do texto?
    Primeiro parágrafo: como, quando e onde surgiu o sorvete; primeiros ingredientes e dificuldades de armazenamento.
      Segundo parágrafo: Marco Polo levou o sorvete para a Europa.
     Terceiro parágrafo: A criação do sorvete à base de leite e, posteriormente, da máquina de fazer sorvete.
      Último parágrafo: O sorvete é conhecido em todo o mundo e, no Brasil, a média anual de consumo é de 2,75 litros por pessoa.

06 – O que significa a expressão “nobreza oriental”? Pesquise quem são os povos chamados orientais.
      Nobreza oriental é uma referência aos imperadores da China.
     Os povos orientais são: China, Tailândia, Coreia, Taiwan, Indonésia, Filipinas, etc.

07 – Por que o termo “rudimentar” foi empregado para se referir às câmaras frigoríficas? Se necessário, procure essa palavra no dicionário.
        Porque as câmaras frigoríficas da época eram bem primitivas.

08 – Qual era o procedimento realizado para solidificar o sorvete no verão?
      Armazenava-se neve em rudimentares câmaras frigoríficas subterrâneas com grossas paredes de pedra.

09 – É possível saber, pelo texto, por que se diz, hoje, tomar sorvete e não comer sorvete?
      Porque o sorvete é, de início, líquido, e se solidifica ao ser congelado. Assim, vendem-se litros de sorvete e não quilos de sorvete.

10 – Em 2004, no Brasil, as pessoas tomaram, em média, 2,75 litros de sorvete. Isso significa que:
(   ) Somando todos  os sorvetes consumidos no ano, cada brasileiro tomou quase 3 litros de sorvete.
(X) Há pessoas que tomaram mais que 2,75 litros no ano e outras que tomam menos, por isso se diz “em média”.
(   ) O total de sorvete que cada brasileiro tomou, em 2004, foi exatamente igual.
       


TEXTO: ILUSTRE INJUSTIÇADO - REVISTA NOSSO AMIGUINHO - COM GABARITO

Texto: Ilustre injustiçado


       O coitado do corvo tem sido uma vítima de fofocas. Na literatura, nos desenhos animados, em ilustrações, ele está sempre ligado a figuras sinistras: bruxas, magos e malfeitores. Quando não, é o faminto destruidor de milharais e o terror dos agricultores.
        Na verdade, o corvo se nutre de moluscos e larvas que prejudicam as lavouras. Como é uma ave muito esperta, está sempre atenta à aproximação de caçadores e aves de rapina e faz o maior barulho para alertar outras espécies. Quando um companheiro seu se fere, o nobre pássaro se detém a ajuda-lo, coisa rara entre os outros emplumados.
        Por outro lado, ele é um tremendo imitador. Pode reproduzir com perfeição o cacarejar da galinha, o cocoricar de um galo e mesmo imitar um gato ou um cão. Um artista, não acham?

    Revista nosso amiguinho. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, ano 56, n. 199, 1990.
Entendendo o texto:
01 – Quais invenções e fofocas o povo criou a respeito dos corvos?
      Que são amigos de bruxas e malfeitores, que destroem plantações de milho.

02 – Nesse texto, o autor procura mostrar que o corvo não é malvado ou coisa parecida. Quais palavras ele usou para mostrar que essa ave tem uma fama injusta?
     Ilustre injustiçado, coitado, vítima de fofocas, ave muito esperta, nobre pássaro, um artista.

03 – Certos corvos imitam vozes de animais. Que outras aves também fazem isso?
      O papagaio, a arara, entre outras.
      Na Índia, há uma ave (o mainá) que imita vozes humanas melhor que o papagaio.

04 – O texto que você leu, extraído de uma revista para crianças, traz fatos reais ou imaginados sobre o corvo?
      Fatos reais, que podem ser comprovados cientificamente.

05 – Considerando a resposta da pergunta anterior, pode-se classificar esse texto como:
(   ) Literário.
(X) Jornalístico.

06 – Complete o quadro com as informações do texto lido. Você terá um texto organizado em itens, como uma ficha.

Características do corvo:
·        Come insetos que estragam lavouras.
·        Avisa seus companheiros...

... quando um caçador ou ave de rapina se aproximam.
·        Ajuda...

... os companheiros, quando estão feridos.
·        Imita...

... gato, galinha, cão, galo.
·        Sua voz é chamada crocito.

07 – Proponha outro título para o texto.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Os Corvos; Uma ave injustiçada; etc.

08 – Que opinião você tinha sobre o corvo antes de ler esse texto? Mudou alguma coisa depois de lê-lo? O quê?
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Quando nos referimos a um, dizemos “corvo”, mas quando se fala dois ou mais, a pronúncia do primeiro o muda de fechado para aberto, como se tivesse um acento agudo: “c[ó]rvos”.
Coloque as palavras abaixo no plural e repare que isso também acontece com elas.
·        Corpo: corpos.
·        Osso: ossos.
·        Fogo: fogos.
·        Ovo: ovos.
·        Olho: olhos.
·        Porto: portos.


      

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

FILME(ATIVIDADES): SPARTACUS - BLOOD E SAND - COM SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): SPARTACUSBlood e Sand

2010 - 2013 / 42min / DramaGuerraHistórico
Criador(es): Steven S. DeKnight
Nacionalidade EUA

SINOPSE & INFO
1ª Temporada.
        "Spartacus: Blood and Sand" conta a história de Spartacus (Andy Whitfield), o escravo de guerra romano que se tornou um gladiador e liderou a mais famosa revolução da Roma Antiga. Quando é separado de sua esposa e os dois são colocados à venda, Spartacus é jogado em uma Arena para a diversão da plebe, mas surpreende a todos quando vence as quatro batalhas. E ele não irá parar enquanto não reencontrar sua esposa.
2ª Temporada.
        "Spartacus: Vengeance" continua após a fuga dos gladiadores da casa de Batiatus. Quando a revolução começa a colocar medo na população, Spartacus vê sua chance de concluir a vingança contra o homem que vendeu sua esposa, ou fazer mais sacrifícios para continuar a revolução. 
3ª Temporada.
        "Spartacus: War of the Damned" narra a batalha épica do exército dos ex-gladiadores contra o Exército Romano. 

Entendendo o filme:

01 – Quem se torna melhor amigo do Spartacus na primeira temporada?
      Foi o Varro.

02 – Quem foi morto por não ter cumprido um dever mandado por seu dono?
      Quem morreu foi Barca.

03 – Quem foi o responsável pela morte de Sura, esposa de Spartacus?
      Quem mandou matar, foi Batiatus.

04 – Qual mulher é morta por Ilithya na primeira temporada?
      A Licinia.

05 – Qual o nome da esposa de Varro?
      Sua esposa chamava-se Aurélia.

06 – Quem pensa ter matado Lucretia no final da primeira temporada?
      Foi o Crixus.

07 – Por que Spartacus se torna campeão de Cápua?
      Porque ele matou Theokoles.

08 – Com qual gladiador Lucretia tem um caso?
      Com o Crixus.

09 – Quem mata Varro?
      Spartacus foi obrigado a mata-lo, senão os dois seriam mortos.

10 – Quem Spartacus manda atrás da esposa de Varro?
      Ele manda a Mira.





MENSAGEM ESPÍRITA: O FILHO PRÓDIGO - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - CAP.IV - A VIDA E A MORTE - PARA REFLEXÃO

Mensagem: O FILHO PRÓDIGO
   
 ANDRÉ LUIZ GADELHA

        – Vamos, filho. Acharam o seu irmão!
        Com essa frase, cheia de alegria e esperança, Hamilton chama o seu filho mais velho, Luiz Eduardo, para partirem para a capital do estado, em busca de Tiago, o filho mais novo, desaparecido há 2 anos.
        Tiago, aos 17 anos, foi estudar Administração numa faculdade na capital. Em virtude da distância, tal como aconteceu com Luiz Eduardo, Tiago foi morar sozinho num apartamento próximo à instituição de ensino. Aluguel, alimentação, livros e todos os demais gastos que Tiago tinha, eram supridos pelo dinheiro que o pai, Hamilton, depositava todos os meses na conta do filho.
        Porém, com 1 ano de curso, Tiago desaparece.
        O pai, sempre acompanhado do filho mais velho, põe-se a procurar pelo filho mais novo. Nos primeiros meses, quase que diariamente, sempre com o coração angustiado, acompanha os trabalhos das autoridades policiais. Tempos depois, atendendo aos regulamentos que regem o trabalho da polícia, Tiago é dado como morto.
        Mas, Hamilton nunca deixou de procura-lo, conciliando a sua busca com a administração da fazenda de gado leiteiro e de corte que, com muito suor honesto, construiu. Ao seu lado, sempre estava Luiz Eduardo.
        Até que num dia, um dos empregados da fazenda, em viagem de entrega na mesma capital onde Tiago estudava, encontra-o sujo, maltrapilho e vitimado pelo uso de crack. Estava desmaiado aos pés de um muro próximo ao local onde o citado empregado iria fazer as entregas.
        Reconhecendo o filho do patrão, o empregado não teve dúvidas: chamou uma ambulância e tratou de socorrer o jovem moribundo.
        Uma vez no hospital, após certificar-se do atendimento ao rapaz, o empregado telefona ao patrão e dá a notícia.
        Chegando ao hospital, que era da rede pública, Hamilton tratou da transferência do filho para estabelecimento particular, com melhores recursos, conseguindo salvar a sua vida.
        Agora, mais calmo e com o coração cheio de alegria, Hamilton percebe tristeza no olhar de Luiz Eduardo. Hamilton, pai devotado que era, sempre disposto ao auxílio dos herdeiros, pergunta ao filho mais velho o que estava havendo. Afinal, o seu irmão havia sido encontrado, após dois longos anos.
        Luiz, então, explica:
        – Perdoe-me, pai, pelo que vou dizer. Tudo bem que o senhor não deixe o Tiago à própria sorte. Inclusive estou contente de tê-lo encontrado. Mas, a sua alegria me entristece, pois sempre fui seguidor dos seus conselhos e lições, nunca te dei aborrecimentos e honrei o seu esforço para criar-me. Sempre te dei tranquilidade e jamais deixei de estar ao seu lado, dividindo as tarefas da fazenda e trabalhando para fazê-la crescer ainda mais. Como bem sabes, fiz Zootecnia por coração e por carinho ao que o senhor construiu e que tanto serviu e serve ao nosso sustento. Porém, nunca testemunhei tamanho gesto de alegria para comigo. Ao contrário, sempre tivesses maior predileção ao Tiago.
        Hamilton, longe de ficar chateado com as alegações do primogênito, senta-se ao lado dele e, segurando as suas mãos lhe diz:
        – Filho querido. Não digas isso. Sempre quis a bem estar de vocês dois. Se fosse possível, colocava-os em redomas de vidro a prova dos males do mundo. Você sempre foi o filho que me deu tranquilidade, como você mesmo disse. Em relação a ti, sempre tive a certeza de que poderia desencarnar com tranquilidade, pois você sempre soube caminhar nas trilhas da retidão moral e da responsabilidade. Mas, o seu irmão, não. Sempre tive medo dos caminhos que Tiago escolheria. Não que ele seja uma má pessoa, mas, sim, pelo fato dele possuir fraquezas que você não tem. Reconheço que esse dois anos não foram mais pesados graças a sua presença. Mas, como pai, quero o bem de ambos. Não há predileção alguma. Há, sim, maior preocupação por aquele que sempre soube que tropeçaria nos caminhos do mundo. Tenha certeza meu filho: te amo tanto quanto ao Tiago.
        Agora, entendendo as razões do pai, Luiz Eduardo o abraça e pede desculpas pelo mal juízo feito.
        Que Jesus continue nos abençoando.

Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos

ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas e respostas
Capítulo IV – PRINCÍPIO VITAL

A VIDA E A MORTE

68 – Qual é a causa da morte nos seres orgânicos?
      -- Esgotamento dos órgãos.

68 a) Seria possível comparar a morte ao cessar do movimento numa máquina desordenada?
      -- Sim, se a máquina encontra-se mal montada, a engrenagem se parte; se o corpo estiver doente, a vida se dissipa.

69 – Por que uma lesão do coração, mais do que a de outros órgãos, causa a morte?
      -- O coração é uma máquina de vida; mas não é o único órgão cuja lesão ocasiona a morte. O coração é apenas uma das engrenagens essenciais.

70 – No que se transformam a matéria e o princípio vital dos seres orgânicos após a morte?
      -- A matéria inerte se decompões e forma novos organismos; o princípio vital retorna à massa.
      Com a morte do ser orgânico, os elementos que o formavam submetem-se a novas combinações, constituindo novos seres. Estes retiram da fonte universal o princípio da vida e da atividade, absorvendo-o e assimilando-o para devolvê-lo a essa fonte, quando deixarem de existir.
      Os órgãos estão, por assim dizer, impregnados de fluido vital. Esse fluido dá a todas as partes do organismo uma atividade que lhes permite uma comunicação mútua, no caso de determinadas lesões, e restabelece funções momentaneamente suspensas. Mas quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos são destruídos, ou profundamente alterados, o fluido vital é incapaz de transmitir-lhes o movimento da vida, e o ser morre.
      Os órgãos reagem mais ou menos necessariamente uns sobre os outros; é da harmonia de seu conjunto que resulta sua ação recíproca. Quando uma causa qualquer destrói essa harmonia, as funções dos órgãos cessam, como o movimento de um mecanismo cujas engrenagens essenciais encontram-se desordenadas. Tal qual um relógio que se gasta com o tempo ou se desmonta por acidente, e que a força motriz não tem como pôr em funcionamento.
      Num aparelho elétrico, temos uma imagem mais exata da vida e da morte. Como todos os corpos da natureza, esse aparelho encerra a eletricidade em estado latente. Os fenômenos elétricos só se manifestam quando o fluido é posto em atividade por uma causa especial: então se pode dizer que o aparelho está vivo. Ao cessar a causa da atividade, o fenômeno cessa: o aparelho retorna ao estado de inércia. Os corpos orgânicos seriam, assim, uma espécie de pilha ou aparelho elétrico nos quais a atividade do fluido produz o fenômeno da vida: o cessar dessa atividade ocasiona a morte.
      A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos; varia de acordo com as espécies, e não é constante num mesmo indivíduo nem em indivíduos da mesma espécie. Há os que estão, por assim dizer, saturados de fluido vital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. Eis por que alguns têm uma vida mais ativa, mais tenaz, e, de certa forma, superabundante.
      A quantidade de fluido vital se esgota, podendo tornar-se insuficiente para a manutenção da vida, se não for renovada pela absorção e a assimilação de substâncias que o contêm.
      O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que tem fluido vital a mais pode doar àquele que tem menos e, em certos casos, prolongar uma vida prestes a extinguir-se.