Mensagem: O FILHO PRÓDIGO
– Vamos, filho. Acharam o seu irmão!
Com essa frase, cheia de alegria e
esperança, Hamilton chama o seu filho mais velho, Luiz Eduardo, para partirem
para a capital do estado, em busca de Tiago, o filho mais novo, desaparecido há
2 anos.
Tiago, aos 17 anos, foi estudar
Administração numa faculdade na capital. Em virtude da distância, tal como
aconteceu com Luiz Eduardo, Tiago foi morar sozinho num apartamento próximo à
instituição de ensino. Aluguel, alimentação, livros e todos os demais gastos
que Tiago tinha, eram supridos pelo dinheiro que o pai, Hamilton, depositava
todos os meses na conta do filho.
Porém, com 1 ano de curso, Tiago
desaparece.
O pai, sempre acompanhado do filho mais
velho, põe-se a procurar pelo filho mais novo. Nos primeiros meses, quase que
diariamente, sempre com o coração angustiado, acompanha os trabalhos das
autoridades policiais. Tempos depois, atendendo aos regulamentos que regem o
trabalho da polícia, Tiago é dado como morto.
Mas, Hamilton nunca deixou de
procura-lo, conciliando a sua busca com a administração da fazenda de gado
leiteiro e de corte que, com muito suor honesto, construiu. Ao seu lado, sempre
estava Luiz Eduardo.
Até que num dia, um dos empregados da
fazenda, em viagem de entrega na mesma capital onde Tiago estudava, encontra-o
sujo, maltrapilho e vitimado pelo uso de crack. Estava desmaiado aos pés de um
muro próximo ao local onde o citado empregado iria fazer as entregas.
Reconhecendo o filho do patrão, o
empregado não teve dúvidas: chamou uma ambulância e tratou de socorrer o jovem
moribundo.
Uma vez no hospital, após certificar-se
do atendimento ao rapaz, o empregado telefona ao patrão e dá a notícia.
Chegando ao hospital, que era da rede
pública, Hamilton tratou da transferência do filho para estabelecimento
particular, com melhores recursos, conseguindo salvar a sua vida.
Agora, mais calmo e com o coração cheio
de alegria, Hamilton percebe tristeza no olhar de Luiz Eduardo. Hamilton, pai
devotado que era, sempre disposto ao auxílio dos herdeiros, pergunta ao filho
mais velho o que estava havendo. Afinal, o seu irmão havia sido encontrado,
após dois longos anos.
Luiz, então, explica:
– Perdoe-me, pai, pelo que vou dizer.
Tudo bem que o senhor não deixe o Tiago à própria sorte. Inclusive estou
contente de tê-lo encontrado. Mas, a sua alegria me entristece, pois sempre fui
seguidor dos seus conselhos e lições, nunca te dei aborrecimentos e honrei o
seu esforço para criar-me. Sempre te dei tranquilidade e jamais deixei de estar
ao seu lado, dividindo as tarefas da fazenda e trabalhando para fazê-la crescer
ainda mais. Como bem sabes, fiz Zootecnia por coração e por carinho ao que o
senhor construiu e que tanto serviu e serve ao nosso sustento. Porém, nunca
testemunhei tamanho gesto de alegria para comigo. Ao contrário, sempre tivesses
maior predileção ao Tiago.
Hamilton, longe de ficar chateado com
as alegações do primogênito, senta-se ao lado dele e, segurando as suas mãos
lhe diz:
– Filho querido. Não digas isso. Sempre
quis a bem estar de vocês dois. Se fosse possível, colocava-os em redomas de
vidro a prova dos males do mundo. Você sempre foi o filho que me deu
tranquilidade, como você mesmo disse. Em relação a ti, sempre tive a certeza de
que poderia desencarnar com tranquilidade, pois você sempre soube caminhar nas
trilhas da retidão moral e da responsabilidade. Mas, o seu irmão, não. Sempre
tive medo dos caminhos que Tiago escolheria. Não que ele seja uma má pessoa,
mas, sim, pelo fato dele possuir fraquezas que você não tem. Reconheço que esse
dois anos não foram mais pesados graças a sua presença. Mas, como pai, quero o
bem de ambos. Não há predileção alguma. Há, sim, maior preocupação por aquele
que sempre soube que tropeçaria nos caminhos do mundo. Tenha certeza meu filho:
te amo tanto quanto ao Tiago.
Agora, entendendo as razões do pai,
Luiz Eduardo o abraça e pede desculpas pelo mal juízo feito.
Que Jesus continue nos abençoando.
Mensagens
Espírita: O livro dos Espíritos
ALLAN KARDEC –
Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas
e respostas
Capítulo
IV – PRINCÍPIO VITAL
A
VIDA E A MORTE
68 – Qual é a causa da morte
nos seres orgânicos?
-- Esgotamento dos órgãos.
68 a) Seria possível
comparar a morte ao cessar do movimento numa máquina desordenada?
-- Sim, se a máquina encontra-se mal
montada, a engrenagem se parte; se o corpo estiver doente, a vida se dissipa.
69 – Por que uma lesão do
coração, mais do que a de outros órgãos, causa a morte?
-- O coração é uma máquina de vida; mas
não é o único órgão cuja lesão ocasiona a morte. O coração é apenas uma das
engrenagens essenciais.
70 – No que se transformam a
matéria e o princípio vital dos seres orgânicos após a morte?
-- A matéria inerte se decompões e forma
novos organismos; o princípio vital retorna à massa.
Com a morte do ser orgânico, os elementos
que o formavam submetem-se a novas combinações, constituindo novos seres. Estes
retiram da fonte universal o princípio da vida e da atividade, absorvendo-o e
assimilando-o para devolvê-lo a essa fonte, quando deixarem de existir.
Os órgãos estão, por assim dizer,
impregnados de fluido vital. Esse fluido dá a todas as partes do organismo uma
atividade que lhes permite uma comunicação mútua, no caso de determinadas
lesões, e restabelece funções momentaneamente suspensas. Mas quando os
elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos são destruídos, ou
profundamente alterados, o fluido vital é incapaz de transmitir-lhes o
movimento da vida, e o ser morre.
Os órgãos reagem mais ou menos
necessariamente uns sobre os outros; é da harmonia de seu conjunto que resulta
sua ação recíproca. Quando uma causa qualquer destrói essa harmonia, as funções
dos órgãos cessam, como o movimento de um mecanismo cujas engrenagens
essenciais encontram-se desordenadas. Tal qual um relógio que se gasta com o
tempo ou se desmonta por acidente, e que a força motriz não tem como pôr em
funcionamento.
Num aparelho
elétrico, temos uma imagem mais exata da vida e da morte. Como todos os corpos
da natureza, esse aparelho encerra a eletricidade em estado latente. Os
fenômenos elétricos só se manifestam quando o fluido é posto em atividade por
uma causa especial: então se pode dizer que o aparelho está vivo. Ao cessar a causa
da atividade, o fenômeno cessa: o aparelho retorna ao estado de inércia. Os
corpos orgânicos seriam, assim, uma espécie de pilha ou aparelho elétrico nos
quais a atividade do fluido produz o fenômeno da vida: o cessar dessa atividade
ocasiona a morte.
A quantidade de fluido vital não é
absoluta em todos os seres orgânicos; varia de acordo com as espécies, e não é
constante num mesmo indivíduo nem em
indivíduos da mesma espécie. Há os que estão, por assim dizer, saturados de
fluido vital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. Eis
por que alguns têm uma vida mais ativa, mais tenaz, e, de certa forma,
superabundante.
A quantidade de fluido vital se esgota,
podendo tornar-se insuficiente para a manutenção da vida, se não for renovada
pela absorção e a assimilação de substâncias que o contêm.
O fluido vital se transmite de um
indivíduo a outro. Aquele que tem fluido vital a mais pode doar àquele que tem
menos e, em certos casos, prolongar uma vida prestes a extinguir-se.
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