quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

MENSAGEM ESPÍRITA: O FILHO PRÓDIGO - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - CAP.IV - A VIDA E A MORTE - PARA REFLEXÃO

Mensagem: O FILHO PRÓDIGO
   
 ANDRÉ LUIZ GADELHA

        – Vamos, filho. Acharam o seu irmão!
        Com essa frase, cheia de alegria e esperança, Hamilton chama o seu filho mais velho, Luiz Eduardo, para partirem para a capital do estado, em busca de Tiago, o filho mais novo, desaparecido há 2 anos.
        Tiago, aos 17 anos, foi estudar Administração numa faculdade na capital. Em virtude da distância, tal como aconteceu com Luiz Eduardo, Tiago foi morar sozinho num apartamento próximo à instituição de ensino. Aluguel, alimentação, livros e todos os demais gastos que Tiago tinha, eram supridos pelo dinheiro que o pai, Hamilton, depositava todos os meses na conta do filho.
        Porém, com 1 ano de curso, Tiago desaparece.
        O pai, sempre acompanhado do filho mais velho, põe-se a procurar pelo filho mais novo. Nos primeiros meses, quase que diariamente, sempre com o coração angustiado, acompanha os trabalhos das autoridades policiais. Tempos depois, atendendo aos regulamentos que regem o trabalho da polícia, Tiago é dado como morto.
        Mas, Hamilton nunca deixou de procura-lo, conciliando a sua busca com a administração da fazenda de gado leiteiro e de corte que, com muito suor honesto, construiu. Ao seu lado, sempre estava Luiz Eduardo.
        Até que num dia, um dos empregados da fazenda, em viagem de entrega na mesma capital onde Tiago estudava, encontra-o sujo, maltrapilho e vitimado pelo uso de crack. Estava desmaiado aos pés de um muro próximo ao local onde o citado empregado iria fazer as entregas.
        Reconhecendo o filho do patrão, o empregado não teve dúvidas: chamou uma ambulância e tratou de socorrer o jovem moribundo.
        Uma vez no hospital, após certificar-se do atendimento ao rapaz, o empregado telefona ao patrão e dá a notícia.
        Chegando ao hospital, que era da rede pública, Hamilton tratou da transferência do filho para estabelecimento particular, com melhores recursos, conseguindo salvar a sua vida.
        Agora, mais calmo e com o coração cheio de alegria, Hamilton percebe tristeza no olhar de Luiz Eduardo. Hamilton, pai devotado que era, sempre disposto ao auxílio dos herdeiros, pergunta ao filho mais velho o que estava havendo. Afinal, o seu irmão havia sido encontrado, após dois longos anos.
        Luiz, então, explica:
        – Perdoe-me, pai, pelo que vou dizer. Tudo bem que o senhor não deixe o Tiago à própria sorte. Inclusive estou contente de tê-lo encontrado. Mas, a sua alegria me entristece, pois sempre fui seguidor dos seus conselhos e lições, nunca te dei aborrecimentos e honrei o seu esforço para criar-me. Sempre te dei tranquilidade e jamais deixei de estar ao seu lado, dividindo as tarefas da fazenda e trabalhando para fazê-la crescer ainda mais. Como bem sabes, fiz Zootecnia por coração e por carinho ao que o senhor construiu e que tanto serviu e serve ao nosso sustento. Porém, nunca testemunhei tamanho gesto de alegria para comigo. Ao contrário, sempre tivesses maior predileção ao Tiago.
        Hamilton, longe de ficar chateado com as alegações do primogênito, senta-se ao lado dele e, segurando as suas mãos lhe diz:
        – Filho querido. Não digas isso. Sempre quis a bem estar de vocês dois. Se fosse possível, colocava-os em redomas de vidro a prova dos males do mundo. Você sempre foi o filho que me deu tranquilidade, como você mesmo disse. Em relação a ti, sempre tive a certeza de que poderia desencarnar com tranquilidade, pois você sempre soube caminhar nas trilhas da retidão moral e da responsabilidade. Mas, o seu irmão, não. Sempre tive medo dos caminhos que Tiago escolheria. Não que ele seja uma má pessoa, mas, sim, pelo fato dele possuir fraquezas que você não tem. Reconheço que esse dois anos não foram mais pesados graças a sua presença. Mas, como pai, quero o bem de ambos. Não há predileção alguma. Há, sim, maior preocupação por aquele que sempre soube que tropeçaria nos caminhos do mundo. Tenha certeza meu filho: te amo tanto quanto ao Tiago.
        Agora, entendendo as razões do pai, Luiz Eduardo o abraça e pede desculpas pelo mal juízo feito.
        Que Jesus continue nos abençoando.

Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos

ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas e respostas
Capítulo IV – PRINCÍPIO VITAL

A VIDA E A MORTE

68 – Qual é a causa da morte nos seres orgânicos?
      -- Esgotamento dos órgãos.

68 a) Seria possível comparar a morte ao cessar do movimento numa máquina desordenada?
      -- Sim, se a máquina encontra-se mal montada, a engrenagem se parte; se o corpo estiver doente, a vida se dissipa.

69 – Por que uma lesão do coração, mais do que a de outros órgãos, causa a morte?
      -- O coração é uma máquina de vida; mas não é o único órgão cuja lesão ocasiona a morte. O coração é apenas uma das engrenagens essenciais.

70 – No que se transformam a matéria e o princípio vital dos seres orgânicos após a morte?
      -- A matéria inerte se decompões e forma novos organismos; o princípio vital retorna à massa.
      Com a morte do ser orgânico, os elementos que o formavam submetem-se a novas combinações, constituindo novos seres. Estes retiram da fonte universal o princípio da vida e da atividade, absorvendo-o e assimilando-o para devolvê-lo a essa fonte, quando deixarem de existir.
      Os órgãos estão, por assim dizer, impregnados de fluido vital. Esse fluido dá a todas as partes do organismo uma atividade que lhes permite uma comunicação mútua, no caso de determinadas lesões, e restabelece funções momentaneamente suspensas. Mas quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos são destruídos, ou profundamente alterados, o fluido vital é incapaz de transmitir-lhes o movimento da vida, e o ser morre.
      Os órgãos reagem mais ou menos necessariamente uns sobre os outros; é da harmonia de seu conjunto que resulta sua ação recíproca. Quando uma causa qualquer destrói essa harmonia, as funções dos órgãos cessam, como o movimento de um mecanismo cujas engrenagens essenciais encontram-se desordenadas. Tal qual um relógio que se gasta com o tempo ou se desmonta por acidente, e que a força motriz não tem como pôr em funcionamento.
      Num aparelho elétrico, temos uma imagem mais exata da vida e da morte. Como todos os corpos da natureza, esse aparelho encerra a eletricidade em estado latente. Os fenômenos elétricos só se manifestam quando o fluido é posto em atividade por uma causa especial: então se pode dizer que o aparelho está vivo. Ao cessar a causa da atividade, o fenômeno cessa: o aparelho retorna ao estado de inércia. Os corpos orgânicos seriam, assim, uma espécie de pilha ou aparelho elétrico nos quais a atividade do fluido produz o fenômeno da vida: o cessar dessa atividade ocasiona a morte.
      A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos; varia de acordo com as espécies, e não é constante num mesmo indivíduo nem em indivíduos da mesma espécie. Há os que estão, por assim dizer, saturados de fluido vital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. Eis por que alguns têm uma vida mais ativa, mais tenaz, e, de certa forma, superabundante.
      A quantidade de fluido vital se esgota, podendo tornar-se insuficiente para a manutenção da vida, se não for renovada pela absorção e a assimilação de substâncias que o contêm.
      O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que tem fluido vital a mais pode doar àquele que tem menos e, em certos casos, prolongar uma vida prestes a extinguir-se. 

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