sexta-feira, 8 de setembro de 2017

EMPREGO DOS PORQUÊS - ATIVIDADES COM GABARITO


EMPREGO DOS PORQUÊS

Por que – normalmente usado no início de frases interrogativas.
Pode ser substituído por pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, por que (qual) motivo.
      Ex.:
      Por que você não fez a lição? = (Por qual motivo você não fez a lição)?  Interrogativa direta.
      Não sei por que não fez a lição. Interrogativa indireta.
Por quê – no fim de frases.
      Ex.:
      Você não fez a lição. Por quê?
Porque – em respostas, para explicação ou causa. Pode ser substituído por, pois.
      Ex.:
      Não reclames, porque é pior. Explicação.
      Ele não fez a lição porque não a entendeu. Causa.
Porquê – sempre que houver o artigo o antes dele. Pode ser substituído por motivo, razão.
      Ex.:
      Não sei o porquê desta bagunça.



1 – Preencha as lacunas em branco do texto com:

Por que, porque, por quê ou porquê???

     Gabriela tem quatro anos e está naquela fase dos porquês. Seu Otávio estava na sala lendo jornal quando...
     - Papai, por que você lê jornal?
     - Porque preciso saber das notícias. Respondeu o pai
     Gabi continuou:
     - Saber das notícias Por quê?
     - Porque preciso ficar bem informado. O pai respondeu, ainda paciente.
     - Por que você quer ficar bem informado? Questionou novamente.
     Já cansado, o pai retrucou:
     - Ah, filha! Seus porquês estão me deixando enrolado...

Então...

2 – Complete as frases com porque, porquê, por que ou por quê.
a)  Você não saiu? Por quê?
b)  Porque ela perdeu, fiquei triste.
c)  A estrada por que andei não tinha fim.
d)  Não entendi o porquê de tanta reclamação.
e)  Não sei por que fui mal na prova.

 3 -     Agora, marque X na coluna que devemos usar para completar as das frases abaixo:


Por que
Porque
Por quê
Porquê
Marina chorou.     ?
X
Eu sei o     dessa situação.
X
     Há fome no mundo?
X
Vou ao parque     gosto de lá.
X
Você nos chamou      ?
X
Eu vou dizer o    da minha alegria.
X
Não sei      ele ainda não chegou aqui.
X
     Eu preciso estudar?
X
 A professora explicou o    do eclipse lunar.
X
     Eles vivem brigando?
X
Volte cedo,    é perigoso viajar a noite.
X
Soube que não gostou do livro.
    ?
X
Deve ter chovido,    o chão está molhado.
X


quinta-feira, 7 de setembro de 2017

MÚSICA: MESTIÇAGEM- ANTONIO NOBREGA - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

 MÚSICA:  MESTIÇAGEM

 

Uma negra com um branco
Vi casar na camarinha,
Um branco com uma índia
Vi casar lá na matinha,
Um negro com uma índia
Vi casar na capelinha.

Um negro com uma negra
Vi casar atrás do muro,
Um branco com uma branca
Vi casar lá no escuro,
Um índio com uma índia
Casaram em Porto Seguro.

Eu vi nascer um mulato
Do casal da camarinha,
Vi nascer um mameluco
Do casal lá da matinha,
Eu vi nascer um cafuzo
Do casal da capelinha.

Eu vi nascer um crioulo
Do casal de atrás do muro,
Eu vi nascer um mazombo
Do casal lá do escuro,
Eu vi nascer outro índio
Do casal Porto Seguro.

Uma mulata moleca
Vi casar com um Japonês,
Uma catita cafuza
Com um sírio-libanês,
Crioulo com alemão
Vejo casar todo mês.
Me casei com uma mestiça
Eu mestiço por inteiro,
Tivemos muitos mestiços
Cada vez mais verdadeiros,
Cada vez mais misturados,
Cada vez mais brasileiros.

                              Composição de Wilson Freire e Antônio Nóbrega.
                                        In: Antônio Nóbrega. O marco do meio-dia.
                                                                                       Trama, 2000.

1 – Você sabe o que são mulatos, mamelucos e cafuzos?
      São nomes dados aos filhos nascidos da mistura de branco com negro (mulato), branco dom índio (mameluco) e negro com índio (cafuzo).

2 – Você conhece a palavra mestiçagem? O que ela significa?
      A palavra significa mistura.

3 – Por que você acha que a música tem esse nome?
      A música tem esse nome porque fala da mistura de etnias do povo brasileiro.

4 – Releia o trecho a seguir:
               “Me casei com uma mestiça
               Eu mestiço por inteiro,
               Tivemos muitos mestiços
               Cada vez mais verdadeiros,
               Cada vez mais misturados,
               Cada vez mais brasileiros.”

Agora responda: o que o autor quis dizer sobre o povo brasileiro?
      Que os brasileiros são um povo formado por misturas; são mestiços, portanto, quanto mais misturados, mais verdadeiros, mais brasileiros.

5 – Além de mudanças biológicas (aparência, tipo físico) o que mais pode surgir da mistura e convivência de povos com costumes, línguas e crenças tão diferentes?
      Resposta pessoal do aluno. Mas, podem surgir novos hábitos e costumes, novas culturas.

  


MÚSICA(ATIVIDADES): REBENTO- GILBERTO GIL - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES): REBENTO
                    Gilberto gil


REBENTO, SUBSTANTIVO ABSTRATO,
O ato, a criação, o seu momento,
Como uma estrela nova e seu barato
Que só Deus sabe lá, no firmamento.

Rebento, tudo que nasce é rebento,
Tudo que brota, que vinga, que medra,
Rebento raro como flor na pedra,
Rebento farto como trigo ao vento.

Outras vezes rebento simplesmente
No presente do indicativo,
Como a corrente de um cão furioso,
Como as mãos de um lavrador ativo.
Às vezes, mesmo perigosamente,
Como acidente em forno radioativo,
Às vezes, só porque fico nervoso,
Rebento,
Às vezes somente porque estou vivo.
Rebento, a reação imediata
A cada sensação de abatimento.
Rebento, o coração dizendo “bata”,
A cada bofetão do sofrimento.
Rebento, esse trovão dentro da mata
E a imensidão do som desse momento.

                                          GIL, Gilberto. In: GÓES, Fred. De (Org). Gilberto Gil.
                                                                São Paulo, Abril Educação, 1982. p. 65.
                                                                                         (Literatura Comentada).
1 – Em quais sentidos a palavra rebento é utilizada no texto?
a        a)    Como sinônimo de ato de criação;
         b)    Como sinônimo de broto;
c      c)   Como flexão do verbo rebentar.

2 – Qual desses sentidos predomina nas três últimas vezes em que aparece no texto?
     Parece predominar nessas três últimas vezes o sentido de ato de criação, ainda que impregnado pelos dois outros sentidos.

3 – Com o que se relaciona o conteúdo do texto?
     O texto se refere basicamente à atividade criadora do artista, cujo rebento (ato criador) rebenta (forma verbal) como rebento (broto) em diversas ocasiões: seja por nervosismo, seja por fúria, seja por atividade laboriosa.

4 – Há, na segunda estrofe, uma série de sinônimos. Aponte-os e procure indicar as sutis diferenças de significado que apresentam. Se necessário, consulte um dicionário apropriado.
     Os sinônimos são os verbos rebentar, brotar, vingar e medrar. Importante discutir com os alunos a relatividade do conceito de sinônimo.

5 – Releia em voz alta os dois últimos versos da segunda estrofe. Há alguma coisa especial quanto à sonoridade desse trecho? Comente.
     O aluno deve perceber o trabalho sonoro desenvolvido com as consoantes R e r.

6 – Boa parte da riqueza das imagens do texto provém das comparações. Faça um levantamento das várias comparações empregadas e comente a impressão causada por elas.
     Comparações: o ato da criação e o surgimento de uma nova estrela; rebento raro como flor na pedra; rebento farto como trigo ao vento; rebento como a corrente de um cão furioso, como as mãos de um lavrador ativo, como um acidente em forno radioativo; há ainda a relação entre o rebento e o trovão dentro da mata. O aluno deve observar a riqueza dessas imagens comparativas, todas de força expressiva profunda; particularmente, a imagem do trovão dentro da mata é de profundo vigor e beleza.


07 – Com base na leitura do texto, assinale a alternativa correta.
a)   A palavra rebento recebe várias definições no texto, considerando seu valor como substantivo e como verbo.
b)   O autor analisa a palavra rebento observando apenas o seu sentido denotativo.
c)   O autor analisa a palavra rebento observando apenas o seu sentido conotativo.
d)   A palavra rebento é analisada apenas como um substantivo.

08 – Em qual dos versos abaixo a palavra rebento foi empregada no sentido de “reagir, tomar uma atitude”?
a)   Tudo o que nasce é rebento.
b)   Rebento raro como flor na pedra.
c)   Rebento farto como trigo ao vento.
d)   Rebento, o coração dizendo: Bata! A cada bofetão do sofrimento.

 09 – Relacione os versos abaixo enumerados aos que se colocam à disposição logo a seguir, considerando a correspondência de sentido entre eles. Depois, assinale a alternativa correta.

1 – “Rebento, tudo que nasce é rebento,”
2 – “Tudo (...)  que medra, “
3 – “(Rebento) como acidente em forno radioativo”,
4 – “...rebento simplesmente / No presente do indicativo”,

2  ) “Rebento farto como trigo ao vento.”
1  ) “(Rebento) Como uma estrela nova e seu barato.”
3  ) “(Rebento) Ás vezes, mesmo perigosamente”,
( 4   ) “(Rebento) Ás vezes somente porque estou vivo”.
a)   2, 1, 3, 4
b)   1, 4, 3, 2
c)   3, 1, 4, 2
d)   2, 3, 4, 1

10 – Com relação ao texto, é incorreto afirmar que:
a)   desenvolve, em sua totalidade, ideia de ciclo entre vida e morte, como bem ilustra o verso “Tudo que brota, que vinga, que medra,”.
b)   torna-se rico em imagens poéticas devido à possibilidade de se explorar morfológica e sintaticamente o termo rebento.
c)   predominam em suas construções a ideia de superação, força, coragem, como confirma o verso “Rebento raro como flor na pedra”.

d)   representa circunstâncias da vida humana, das mais comuns às mais raras, os momentos de nascimento, explosão, superação, evolução, sofrimento, transformação.

MÚSICA(ATIVIDADES): ALEGRIA, ALEGRIA - CAETANO VELOSO - COM ANÁLISE E GABARITO

MÚSICA(Atividades):Alegria, Alegria

                                               Caetano Veloso                                     
Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou

O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot

O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não

Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento
Eu vou

Eu tomo uma Coca-Cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou

Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil

Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou

Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou

Por que não, por que não?
Por que não, por que não?
Por que não, por que não?
                                              Caetano Veloso.

ANÁLISE:

        A música Alegria, Alegria de Caetano Veloso é uma das canções que se cristalizam no imaginário público como se fosse sem autor definido: de domínio público e, por isso mesmo, eleva o seu compositor à categoria dos grandes autores da música brasileira e, a própria música, à categoria dos clássicos.
        Esta letra em questão funciona como um dos pontos de partida e até síntese do movimento tropicalista ocorrido principalmente na nossa música durante as décadas de 60 e 70, do século passado.
        O tropicalismo, movimento sócio cultural iniciado a partir de 1967, surgiu principalmente na música, mas acabou influência toda a cultura nacional, pois retomava basicamente elementos da Antropofagia, do Modernismo Brasileiro, e outros elementos da contra cultura, da ironia, rebeldia, anarquismo e humor ou terror anárquico.
        A paródia, a crítica à esquerda intelectualizada, a não aceitação de qualquer forma de censura, a sedução dos meios de comunicação de massa o retrato da realidade urbana e industrial, a exploração do ser humano, tudo isso, todos esses elementos montado com uma colagem de fragmentos do dia-a-dia nas grandes cidades do país, eram, de fato, os princípios norteadores da arte tropicalista.

        A MÚSICA E SUA INTENÇÃO

        Escrita, musicada e interpretada pelo cantor e compositor Caetano Veloso, em novembro de 1967, “Alegria, Alegria” ajustou a criar o estilo hoje intitulado de MPB e deslocou a expressão artística musical brasileira para o cenário da crítica social, em um ativismo político sem precedentes na história de outro tipo de arte no mundo. Graças a isso, Caetano Veloso teve grande parte de sua obra censurada pelo regime militar. Chegou a ser preso, junto com seu parceiro musical e amigo, Gilberto Passos Moreira, o Gilberto Gil, também cantor e compositor baiano.
        Os dois artistas ficaram exilados em Londres por quase dois anos. Caetano era classificado para o governo no Brasil como “persona nom grata”, uma expressão latina que corresponderia a mal-agradecido e, por isso, mal vindo de volta à pátria. Até 1972, quando ambos, volta do exílio.

Questões:
1 – Para dar exemplos dos desníveis sociais existentes no Brasil e as diferenças regionais, o autor se utiliza de comparações aparentemente desconexas e fazendo uso de metáforas. Cite alguns versos:
      “Eu tomo uma coca-cola/Ela pensa em casamento”; “Em caras de presidente/em grandes beijos de amor/em dentes, pernas, bandeiras, bomba e Brigitte Bardot”.

2 – A letra denuncia o abuso de poder de forma metafórica. Explique cada verso.
a        a)  “Caminhando contra o vento / sem lenço e sem documento”.
A violência praticada pelo regime militar.

        b)“Sem livros e sem fuzil / sem fome, sem telefone, no coração do Brasil”.
É a precariedade na educação brasileira proporcionada pela ditadura que queria pessoas alienadas.

     c)   “O sol nas bancas de revista / me enche de alegria e preguiça / quem lê tanta notícia”.
É o local onde, toda manhã, encontraria as notícias dos acontecimentos, e se manteria informado.

3 – Que elementos externos à cultura nacional é citado na música?
      Alguns símbolos impostos pelo cinema norte-americano que exportava / exporta seus ídolos como: Cardinale, Brigitte Bardot e a coca-cola, principal imposição comercial da mídia na época.

4 – Que outra canção dessa época de censura lembra esta música e elas iniciam com a palavra “Caminhando”?
      “Para não dizer que não falei das flores”, do cantor Geraldo Vandré.

5 – Caetano na música “Alegria, Alegria” já começa a poética desde o título, sendo uma característica dele, seja repetindo palavras ou juntando palavras com sons parecidos. Que figura de linguagem ele usa?
      Aliteração.




MÚSICA(ATIVIDADES): QUASE SEM QUERER - RENATO RUSSO - COM GABARITO

Música(Atividades): Quase sem querer 
                                    Renato Russo

Tenho andado distraído
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
Só que agora é diferente
Estou tão tranquilo
E tão contente
Quantas chances
desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém
Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo
Já não me preocupo
Se eu não sei por quê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você
Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você
estava chorando
E foi então que percebi
Como lhe quero tanto
Já não me preocupo
Se eu não sei porque
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.

INTERPRETAÇÃO DA MÚSICA
1 – Na primeira estrofe ele começa dizendo estar distraído, impaciente, indeciso e confuso porém está tranquilo e contente. É possível estar impaciente e tranquilo ao mesmo tempo?
     SIM. Ele fala sobre o conflito interno entre MENTE e CORAÇÃO.

2 – O que nos fala a segunda estrofe?
     Ele fala das chances que desperdiçou por ficar tanto tempo totalmente identificado com a sua mente barulhenta! Ele queria “provar”. Provar é algo matemático, lógico, científico.

3 – Nesse verso: “que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira”, o que ele quis dizer?
     Todos nós mentimos para nós mesmos inúmeras vezes, e pagamos o preço por isso.

4 – Em quais versos fala sobre não ser tão criança.
     Mas não sou mais tão criança a ponto de saber tudo.

5 – “Quase sem querer” é uma das mais poéticas, de estrutura simples, ritmo e letra alegre e nos dá que noções?
     Noções perfeitos de um amor e dúvidas adolescentes, de uma frequência de conflitos internos.

6 – Qual a análise do verso “me fiz em mil pedaços, pra você juntar, e queria sempre achar explicação pro que eu sentia?
     Ele diz em outras palavras, que se partiu em partes pra terceira pessoa juntar, e que ela, por ser como ele, soube procurar e achar cada pedaço.

7 – De que “infinito” fala Renato?
     Esse infinito é a liberdade em seus atos.

8 – Em: “me disseram que você estava chorando e foi então que eu percebi como lhe quero tanto,” o que ele percebe?
     Percebe o quão grande é o seu afeto pela outra pessoa quando descobre que a terceira pessoa estava chorando.