CRÔNICA: Policiais
paulistanos
Walcyr Carrasco
Sempre fui fã de romances policiais.
Conheço pessoas para quem a leitura só pode ser séria, para quebrar a
cabeça. Penso o contrário. Um bom livro também ajuda a relaxar. Até agora
fãs de mistérios como eu eram obrigados a deglutir penhascos
ingleses ou correrias por Los Angeles e Nova York. Há algum tempo
surgiu uma safra de romances policiais cujo cenário é São Paulo,
com seus bairros e tipos humanos. O último é Morte nos Búzios,
de Reginaldo Prandi. Não nego. Conheço o Reginaldo há uns...
puxa, trinta anos! (É nessas horas que vejo como o tempo passa.)
Para mim, sempre foi o tipo acabado do intelectual. Professor
titular de sociologia da USP, passou anos estudando as religiões afro-brasileiras. Fez
teses. Há uns meses, encontrei-me com ele em um evento literário.
– Vou
lançar um policial! – contou-me.
Estranhei. Intelectuais em geral não
confessam sequer que leem histórias de detetives. Quanto mais escrever!
Assim que saiu, enviou para minha casa. Não nego, sou exigente.
Adolescente, já era fã de Sherlock Holmes. Mas adorei Morte nos Búzios.
Reginaldo misturou seus conhecimentos sobre as religiões afras com a
imaginação. Os crimes acontecem a partir das previsões de uma mãe-de-santo
da Freguesia do Ó. Aos poucos, o delegado Tiago Paixão começa a descobrir
suspeitos entre os frequentadores do terreiro.
Walcir Carrasco.
Veja São Paulo, 20.09.2006.
Entendendo o texto:
01 – Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal.
01 – Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal.
(A) Há algum tempo surgiu
vários romances policiais cujo cenário é São Paulo.
(B) Já fazem uns trinta anos que conheço o Reginaldo!
(C) É nessas horas que vejo com que rapidez passa os
dias.
(D) Até agora,
obrigavam-se fãs de mistérios a deglutir penhascos ingleses.
(E) Conheço pessoas para quem a leitura têm de ser séria.
02 – Quanto ao emprego de
pronome, segundo a norma culta, a frase – ... encontrei-me com ele em um
evento literário. – pode ser reescrita da seguinte forma:
(A) ...encontrei-no em um
evento literário.
(B) ...encontrei ele em um
evento literário.
(C) ...encontrei-o
em um evento literário.
(D) ...encontrei-lhe em um
evento literário.
(E) ...encontrei-lo em um
evento literário.
03 – Assinale a alternativa
em que o termo em destaque tem a mesma função sintática que a expressão
destacada na frase: – Vou lançar UM POLICIAL!
(A) Penso o
contrário.
(B) ... contou-me.
(C) Sempre fui fã de
romances policiais.
(D) ... surgiu uma safra de
romances policiais.
(E) Um bom livro também
ajuda a relaxar.
04 – Articulando as duas
orações do período – Não nego, sou
exigente. – obtém-se, sem perda do significado:
(A) Não nego, mas sou
exigente.
(B) Não nego que
sou exigente.
(C) Não nego em que sou
exigente.
(D) Não nego de que sou
exigente.
(E) Não nego qual sou
exigente.
05 – Analise os períodos.
I. É nessas horas que vejo
como o tempo passa.
II. Assim que saiu, enviou
para minha casa.
A oração destacada em I
exerce função sintática de ________; a destacada em II expressa
circunstância de _______. Os espaços devem ser preenchidos,
respectivamente, com:
(A) sujeito ... consequência
(B) complemento nominal ...
conformidade
(C) aposto ... causa
(D) predicativo ... condição
(E) objeto direto
... tempo.
06 – Analise as afirmações.
I – O substantivo fã tem o
mesmo emprego que o substantivo vítima na forma masculina e na feminina.
II. Está correta, quanto à
grafia, a frase: Um bom livro também ajuda a relaxar, mas se fosse um mal
livro, isso não aconteceria.
III. O plural de
mãe-de-santo é mães-de-santo. Está correto o que se afirma apenas em.
(A) I. (B) II. (C) III.
(D) I e II. (E) II e III.
07 – Intelectuais em geral
não confessam sequer que leem histórias de detetives. Quanto mais
escrever!
Assinale a alternativa em que a frase,
reescrita numa linguagem formal, mantém os sentidos propostos no texto.
(A) Intelectuais em geral
não confessam sequer que leem histórias de detetives, tanto que não lhes
escrevem.
(B) Intelectuais em geral
não confessam sequer que leem histórias de detetives, mas que não as
escrevem.
(C) Intelectuais em geral
não confessam sequer que leem histórias de detetives, embora que não lhes
escrevem.
(D) Intelectuais em geral
não confessam sequer que leem histórias de detetives, porque não as
escrevem.
(E) Intelectuais
em geral não confessam sequer que leem histórias de detetives, muito menos
que as escrevem.
08 – “... passou anos
estudando as religiões afro-brasileiras”. Os termos que fazem o plural da
mesma forma que religião (religiões) são:
(A) capitão e mamão.
(B) cirurgião e
negação.
(C) limão e pão.
(D) mão e pão.
(E) mamão e cidadão.
09 – Assinale a frase
correta quanto ao uso do sinal indicativo da crase.
(A) Reginaldo
associou seus conhecimentos sobre as religiões afras à imaginação.
(B) Tão logo o livro foi
publicado, chegou à mim.
(C) Pouco à pouco, o
delegado Tiago Paixão descobriu suspeitos entre os frequentadores do
terreiro.
(D) Não acreditei que
Reginaldo se dedicasse à um livro policial.
(E) À vida passa rápido, já
conheço Reginaldo há uns trinta anos.
10 – Assinale a alternativa
correta quanto à regência verbal.
(A) Não sabia que Reginaldo
aspirava por uma carreira de escritor de policiais.
(B) Ansiava a ler logo o
policial de Reginaldo.
(C) Pensei que Reginaldo
preferisse mais temas acadêmicos do que histórias de detetive.
(D) Não residimos a lugares
do exterior para que os policiais os tenham como ambiente.
(E) Assistia ao
delegado Tiago Paixão o direito de investigar os frequentadores suspeitos
do terreiro.
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