quarta-feira, 26 de setembro de 2018

CRÔNICA: POLICIAIS PAULISTANOS - WALCYR CARRASCO - COM GABARITO


CRÔNICA: Policiais paulistanos
                Walcyr Carrasco

        Sempre fui fã de romances policiais. Conheço pessoas para quem a leitura só pode ser séria, para quebrar a cabeça. Penso o contrário. Um bom livro também ajuda a relaxar. Até agora fãs de mistérios como eu eram obrigados a deglutir penhascos ingleses ou correrias por Los Angeles e Nova York. Há algum tempo surgiu uma safra de romances policiais cujo cenário é São Paulo, com seus bairros e tipos humanos. O último é Morte nos Búzios, de Reginaldo Prandi. Não nego. Conheço o Reginaldo há uns... puxa, trinta anos! (É nessas horas que vejo como o tempo passa.) Para mim, sempre foi o tipo acabado do intelectual. Professor titular de sociologia da USP, passou anos estudando as religiões afro-brasileiras. Fez teses. Há uns meses, encontrei-me com ele em um evento literário.
        – Vou lançar um policial! – contou-me.
        Estranhei. Intelectuais em geral não confessam sequer que leem histórias de detetives. Quanto mais escrever! Assim que saiu, enviou para minha casa. Não nego, sou exigente. Adolescente, já era fã de Sherlock Holmes. Mas adorei Morte nos Búzios. Reginaldo misturou seus conhecimentos sobre as religiões afras com a imaginação. Os crimes acontecem a partir das previsões de uma mãe-de-santo da Freguesia do Ó. Aos poucos, o delegado Tiago Paixão começa a descobrir suspeitos entre os frequentadores do terreiro.

                                   Walcir Carrasco. Veja São Paulo, 20.09.2006.
Entendendo o texto:
01 – Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal.
(A) Há algum tempo surgiu vários romances policiais cujo cenário é São Paulo.
(B) Já fazem uns trinta anos que conheço o Reginaldo!
(C) É nessas horas que vejo com que rapidez passa os dias.
(D) Até agora, obrigavam-se fãs de mistérios a deglutir penhascos ingleses.
(E) Conheço pessoas para quem a leitura têm de ser séria.

02 – Quanto ao emprego de pronome, segundo a norma culta, a frase – ... encontrei-me com ele em um evento literário. – pode ser reescrita da seguinte forma:
(A) ...encontrei-no em um evento literário.
(B) ...encontrei ele em um evento literário.
(C) ...encontrei-o em um evento literário.
(D) ...encontrei-lhe em um evento literário.
(E) ...encontrei-lo em um evento literário.

03 – Assinale a alternativa em que o termo em destaque tem a mesma função sintática que a expressão destacada na frase: – Vou lançar UM POLICIAL!
(A) Penso o contrário.
(B) ... contou-me.
(C) Sempre fui fã de romances policiais.
(D) ... surgiu uma safra de romances policiais.
(E) Um bom livro também ajuda a relaxar.

04 – Articulando as duas orações do período – Não nego, sou exigente. – obtém-se, sem perda do significado:
(A) Não nego, mas sou exigente.
(B) Não nego que sou exigente.
(C) Não nego em que sou exigente.
(D) Não nego de que sou exigente.
(E) Não nego qual sou exigente.

05 – Analise os períodos.
I. É nessas horas que vejo como o tempo passa.
II. Assim que saiu, enviou para minha casa.
A oração destacada em I exerce função sintática de ________; a destacada em II expressa circunstância de _______. Os espaços devem ser preenchidos, respectivamente, com:
(A) sujeito ... consequência
(B) complemento nominal ... conformidade
(C) aposto ... causa
(D) predicativo ... condição
(E) objeto direto ... tempo.

06 – Analise as afirmações.
I – O substantivo fã tem o mesmo emprego que o substantivo vítima na forma masculina e na feminina.
II. Está correta, quanto à grafia, a frase: Um bom livro também ajuda a relaxar, mas se fosse um mal livro, isso não aconteceria.
III. O plural de mãe-de-santo é mães-de-santo. Está correto o que se afirma apenas em.
(A) I.        (B) II.       (C) III.       (D) I e II.       (E) II e III.

07 – Intelectuais em geral não confessam sequer que leem histórias de detetives. Quanto mais escrever!
        Assinale a alternativa em que a frase, reescrita numa linguagem formal, mantém os sentidos propostos no texto.
(A) Intelectuais em geral não confessam sequer que leem histórias de detetives, tanto que não lhes escrevem.
(B) Intelectuais em geral não confessam sequer que leem histórias de detetives, mas que não as escrevem.
(C) Intelectuais em geral não confessam sequer que leem histórias de detetives, embora que não lhes escrevem.
(D) Intelectuais em geral não confessam sequer que leem histórias de detetives, porque não as escrevem.
(E) Intelectuais em geral não confessam sequer que leem histórias de detetives, muito menos que as escrevem.

08 – “... passou anos estudando as religiões afro-brasileiras”. Os termos que fazem o plural da mesma forma que religião (religiões) são:
(A) capitão e mamão.
(B) cirurgião e negação.
(C) limão e pão.
(D) mão e pão.
(E) mamão e cidadão.

09 – Assinale a frase correta quanto ao uso do sinal indicativo da crase.
(A) Reginaldo associou seus conhecimentos sobre as religiões afras à imaginação.
(B) Tão logo o livro foi publicado, chegou à mim.
(C) Pouco à pouco, o delegado Tiago Paixão descobriu suspeitos entre os frequentadores do terreiro.
(D) Não acreditei que Reginaldo se dedicasse à um livro policial.
(E) À vida passa rápido, já conheço Reginaldo há uns trinta anos.

10 – Assinale a alternativa correta quanto à regência verbal.
(A) Não sabia que Reginaldo aspirava por uma carreira de escritor de policiais.
(B) Ansiava a ler logo o policial de Reginaldo.
(C) Pensei que Reginaldo preferisse mais temas acadêmicos do que histórias de detetive.
(D) Não residimos a lugares do exterior para que os policiais os tenham como ambiente.
(E) Assistia ao delegado Tiago Paixão o direito de investigar os frequentadores suspeitos do terreiro.

















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