quarta-feira, 19 de setembro de 2018

MENSAGENS ESPÍRITAS - O BEM É INCANSÁVEL - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - ESPÍRITO E MATÉRIA - PARA REFLEXÃO


O bem é incansável

        “E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem.” – Paulo. (2ª Epístola aos Tessalonicenses, 3:13.)

        É muito comum encontrarmos pessoas que se declaram cansadas de praticar o bem. Estejamos, contudo, convictos de que semelhantes alegações não procedem de fonte pura.
        Somente aqueles que visam determinadas vantagens aos interesses particularistas, na zona do imediatismo, adquirem o tédio vizinho da desesperação, quando não podem atender a propósitos egoísticos.
        É indispensável muita prudência quando essa ou aquela circunstância nos induz a refletir nos males que nos assaltam, depois do bem que julgamos haver semeado ou nutrido.
        O aprendiz sincero não ignora que Jesus exerce o seu ministério de amor sem exaurir-se, desde o princípio da organização planetária. Relativamente aos nossos casos pessoais, muita vez terá o Mestre sentido o espinho de nossa ingratidão, identificando-nos o recuo aos trabalhos da nossa própria iluminação; todavia, nem mesmo verificando-nos os desvios voluntários e criminosos, jamais se esgotou a paciência do Cristo que nos corrige, amando, e tolera, edificando, abrindo-nos misericordiosos braços para a atividade renovadora.
        Se Ele nos tem suportado e esperado através de tantos séculos, por que não poderemos experimentar de ânimo firme algumas pequenas decepções durante alguns dias?
        A observação de Paulo aos tessalonicenses, portanto, é muito justa. Se nos entediarmos na prática do bem, semelhante desastre expressará em verdade que ainda nos não foi possível a emersão do mal de nós mesmos.
Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos

ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas e respostas

ESPÍRITO E MATÉRIA
21 – Será que, assim como Deus, a matéria existe desde toda a eternidade, ou ela foi, em algum momento, criada por ele?
      Só Deus o sabe. Entretanto, há uma coisa que vossa razão vos deve mostrar: é que Deus, modelo de amor e caridade, nunca esteve inativo. Por mais distante que imagineis o início da ação de Deus, podereis compreendê-lo um segundo na ociosidade?

22 – Define-se geralmente a matéria como aquilo que tem extensão, que pode causar impressão aos nossos sentidos e que é impenetrável. Essas definições são exatas?
      São exatas do vosso ponto de vista, porque só falais a partir do que conheceis. Mas a matéria existe em estados que vos são desconhecidos; ela pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil a ponto de não causar nenhuma impressão aos sentidos. No entanto, é sempre matéria, embora não o seja para vós.

22.a) Que definição podeis dar da matéria?
      A matéria é o laço que prende o espírito; é o instrumento que ele usa e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ação.
      De acordo com esse ponto de vista, pode-se dizer que a matéria é o agente, o intermediário com ajuda do qual e sobre o qual o Espírito atua.

23 – O que é espírito?
      O princípio inteligente do Universo.

23.a) Qual é a natureza íntima do espírito?
      Não é fácil analisar o Espírito por meio da vossa linguagem. Para vós, ele não é nada, porque não é uma coisa palpável; mas para nós é alguma coisa. Sabei que o nada é um vazio, e o vazio não existe.

24 – O espírito é sinônimo de inteligência?
      A inteligência é um atributo essencial do espírito, mas ambos se confundem em um princípio comum, de maneira que, para vós, trata-se de uma mesma coisa.

25 – O espírito é independente da matéria ou é apenas uma propriedade dela, como as cores são propriedades da luz e o som uma propriedade do ar?
      Ambos são distintos; mas é preciso a união do espírito e da matéria para que esta se torne inteligente.

25.a) Essa união é igualmente necessária para a manifestação do espírito? (Aqui, entendemos por espírito o princípio de inteligência, deixando de lado as individualidades designadas com esse nome).
      É necessária para vós, porque não sois providos de órgãos para perceber o espírito sem a matéria; vossos sentidos não são apropriados para isso.

26 – Pode-se conceber o espírito sem a matéria e a matéria sem o espírito?
      Sim, sem dúvida, através do pensamento.

27 – Haveria, assim, dois elementos gerais no Universo: a matéria e o espírito?
      Sim, e acima de tudo isso, Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas. Essas três coisas são o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas é preciso acrescentar, ao elemento material, o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, esta muito rudimentar para que o espírito possa agir sobre ela. Embora possamos, sob um determinado ponto de vista, classificar o fluido universal como elemento material, ele se distingue por propriedades especiais. Se fosse precisamente matéria, não haveria razão para que o espírito também não o fosse. Ele encontra-se entre o espírito e a matéria; é fluido, assim como a matéria é matéria. Pelas inúmeras combinações que estabelece com ela, e sob a ação do espírito, o fluido universal é suscetível de produzir uma infinita variedade de coisas das quais conheces apenas uma pequena parte. Por ser o agente empregado pelo espírito, esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, é o princípio sem o qual a matéria permaneceria em perpétuo estado de divisão, e nunca adquiriria as propriedades que lhe dá a gravidade.

27.a) Seria esse fluido aquilo que chamamos de eletricidade?
      Dissemos que ele é suscetível a inúmeras combinações. O que chamais de fluido elétrico, fluido magnético, são modificações do fluido universal, que é, precisamente, apenas uma matéria mais perfeita, mais sutil, que se pode considerar como independente.

28 – Já que o próprio espírito consiste em alguma coisa, não seria mais exato, e menos controverso, designar esses dois elementos gerais pelos termos matéria inerte e matéria inteligente?
      As palavras pouco nos importam. Cabe a vós formular a linguagem de maneira a vos entenderdes. Vossas controvérsias advêm quase sempre do fato de não vos entenderdes quanto às palavras, porque a vossa linguagem é incompleta para exprimir o que não vos toca os sentidos.
      Um fato incontestável domina todas as hipóteses; vemos matéria que não é inteligente; vemos um princípio inteligente independente da matéria. A origem e a conexão dessas duas coisas não são desconhecidas. Que elas tenham ou não uma origem comum, pontos de contato necessários; que a inteligência tenha existência própria, ou que ela seja uma propriedade, um efeito; que seja, até mesmo, segundo a opinião de alguns, uma emanação da Divindade – é o que ignoramos: elas nos aparecem distintas, e é por isso que as admitimos formando dois princípios constituintes do Universo. Vemos, acima de tudo isso, uma inteligência que domina todas as outras, que governa todas elas, e que elas se distingue por atributos essenciais: é a essa inteligência suprema que chamamos Deus.





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