Não é
porque eu sou branco que todo mundo é branco
Não é
porque eu sou índio que todo mundo é índio
Né
porque, nem porque, né porque
Por
preconceito de cor morrem todo dia mil
A fome,
a violência, descaso e impaciência
Há ódio
a cada segundo, se afunda mais esse mundo
Se acha
superior, magoa a mãe que é santa
Bate na
cara que é minha, homem maltrata criança
Pecado
de pecador, é preconceito de cor
Não é
porque eu sou preto que todo mundo é preto
Não é
porque eu sou branco que todo mundo é branco
Não é
porque eu sou índio que todo mundo é índio
Né
porque, nem porque, né porque
Por
preconceito de cor, se é pobre já é ladrão
Mas o
doutor que roubou nunca vai para prisão
Policial
matador tem preconceito de cor
Por
preconceito de cor se espalha a ignorância
Não se
oferece ajuda, outros perderam esperança
É tanto
tempo perdido e um Deus Pai esquecido
Não é
porque eu sou preto que vou me esconder
Não é
porque eu sou branco que detesto você
Não é
porque eu sou índio que vão me extinguir
Né
porque, nem porque, né porque
Desperta
MENEZES,
Margareth. Desperta (preconceito de cor).
Em:
MENEZES, Margareth Afropopbrasileiro.
Salvador: Estrada do Mar, 2001. Faixa 3.
a 1)Essa
canção trata de um tema social ainda frequente no Brasil. Você conhece alguém
ou já viveu experiências relacionadas ao problema apresentado na canção?
Converse com os colegas e com o professor a esse respeito.
Resposta
pessoal.
2)Considere
as leituras e as discussões feitas durante este capítulo O que você gostaria de
esclarecer ou explicar para aqueles que têm “preconceito de cor”?
Resposta
pessoal. 3) O título merece destaque por possuir que significado importante? O despertar contra o preconceito. 4) A canção faz referência a que aspectos da sociedade preconceituosa? Principalmente o preconceito racial. 5) De que trata a canção? Da violência, descaso e também da classe social.
a 1)De que
trata esse texto? Qual é a relação do título com seu conteúdo?
O calibre
indica o diâmetro do cano de uma arma de fogo. Na canção, esse termo foi usado
para indicar o tamanho, a gravidade do perigo que se vive nas ruas A música
trata da violência.
2)O que
significa viver entrincheirado? A partir de que palavra esse termo parece ter
se originado?
Viver
entrincheirado é viver escondido, protegido do inimigo, da violência que pode
vir de todos os lados. O termo tem sua origem na palavra trincheira.
c 3)Você se
sente ou já se sentiu vivendo entrincheirado? Por quê?
Resposta
pessoal.
4)Releia
este verso: “No caos ninguém é cidadão”. Como você entende essa afirmação?
Justifique.
Todo
cidadão tem direitos e deveres. Em uma situação caótica, os cidadãos deixam de
ter seus direitos, e muitos deixam também de cumprir seus deveres. A segunda
parte da resposta é pessoal.
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar
Devia ter complicado menos, trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos com problemas
[pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabem alegrias e a tristeza que vier
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar.
BRITTO,
Sérgio.Epitáfio. Em: TITÃS. A melhor banda de todos os tempos da última semana.
São Paulo: Abril Music, 2001. Faixa 6
1 1) Consulte
no dicionário o significado da palavra epitáfio. Em seguida, observe a
fotografia ao lado. Que relação se estabelece entre o título e o conteúdo da
letra dessa canção?
Resposta: Epitáfio significa “sobre
o túmulo”, vem do grego epitáfios. Este termo se refere às
frases que são escritas, geralmente em placas de mármore ou de metal e
colocadas sobre o túmulo, ou mausoléus nos cemitérios, com o fim de homenagear
seus mortos sepultados naquele local. Estas placas são chamadas de lápides.´
2) Você
considera esse título adequado ao conteúdo da canção? Por quê?
Resposta
pessoal.
3) O que o eu lírico lamenta? Ter vivido tão pouco, porque estava bitolado e alienado pelo sistema ou modus vivendi que o empobreceu ou vulgarizou seu viver. 4) Que reflexão esta canção nos leva a fazer? É uma reflexão em tons tristes de que vidas se perdem quando não permitem viver intensamente a vida e o presente. 4) O gênero da canção evoca uma letra cujo sentido e filosofia de vida está olhando para que questões? De que o homem deve dar sentido ao seu fim e saber viver
5)O tema principal da letra da música é :
a)A importância
do amor para resolver os problemas da
vida.
b)O arrependimento por não ter aproveitado mais a vida.
c)O sentimento
de não ter se preocupado com pequenos problemas.
d)O sentimento
de morte que perpassa as diferentes situações da vida.
e)A preocupação
por não saber as complicações da vida.
6)As figuras de linguagem são comumente
encontradas nos textos literários, bem como em charges, tirinhas e músicas. Uma
música bem popular, na qual NÃO se
nota quase a presença da figura de linguagem é chamada “Epitáfio” cantada pela banda
Titãs. Nesta música, encontra-se:
a) Apenas hipérbole no verso “ter morrido de amor”, pois há um absurdo ou
exagero.
b) Há metáfora
em boa parte dos versos, pois há muitas comparações de caráter subjetivo, sem utilizar
conectivos comparativos.
c)O paradoxo
ao empregar duas palavras que, mesmo opostas, se fundem em uma ideia, como “problemas
e pequenos”
d) Há antítese, pois são utilizadas duas teses contrárias, antônimas, como
contradição de ideia em “Devia ter amado mais” e “Ter chorado mais”. 7) Na música o poeta faz reflexões sobre a vida, do que ele se arrepende? De não ter amado mais, ter chorado mais, de ter visto o sol nascer e se pôr, enfim, de ter feito o queria fazer. 8) Qual é a estrofe em que o poeta fala sobre como é difícil aceitar e entender o outro? Na 2ª estrofe. 9) É preciso entender que:"A cada um cabe as alegrias e a tristeza que vier...". O poeta afirma que queria ter aceitado a vida como ela é, explique o que ele quis dizer com este verso. O poeta diz que muitas vezes acreditamos que podemos mudar as coisas e as pessoas não aceitando que aquilo que tivermos que passar ninguém vai passar por nós. 10) Retire da música 3 substantivos abstratos. dor - alegria - tristeza 11) Existem pessoas que com problemas pequenos sofrem, ficam tristes, guardam rancores, mágoas e passam a não viver a vida com alegria. É preciso se colocar no lugar de pessoas que realmente enfrentam dificuldades, problemas como a morte, uma doença incurável, a falta de fé e amor é que podem abalar o ser humano Enquanto houver fé, haverá esperança e assim será possível enfrentar os problemas e solucioná-los, alcançando a vitória. Como você reage as dificuldades da vida? Resposta Pessoal.
12) Cite as figuras de
linguagem encontradas nos seguintes versos:
a) Devia ter amado – mais –
Ter chorado – mais –
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado - mais –
E até errado – mais –
R- Anáfora – (repetição da mesma palavra).
b) No verso: “Ter morrido de
amor” .
R- Hipérbole – (exagero
numa ideia expressa).
c) No verso: “A cada um cabe
– alegrias – e a – tristeza – que vier”.
R- Antítese – (exposição
de ideias opostas).
d) “(Devia) ter visto o sol
se pôr”.
R- Zeugma – (omissão
de um termo já mencionado antes na frase).
NASCIMENTO, Milton e BRANT, Fernando. Travessia. Em:NASCIMENTO,
Milton.Travessia. Rio de Janeiro: Ritmos-Codil, 1967 Faixa 4.
1 1) Qual
é o tema principal dessa canção?
Resposta: A
canção fala da partida do ser amado, mencionada no primeiro verso, e da difícil
decisão de seguir a vida, enfrentando a dor da perda amorosa.
2) Você
conhece outras músicas escritas por Milton Nascimento e Fernando Brant? Quais?
Sabe conta-las? Elas lhe trazem alguma recordação?
Resposta
Pessoal.
3) Por
que os autores deram o título de “Travessia” à canção? Você acha que ele é
adequado ao conteúdo da canção? Por quê?
Resposta: O
título refere-se à decisão de continuar a viver e não sofrer mais, fazendo a
“travessia” entre o sofrimento vivido e a vida que ainda há pela frente.
OBS.: Em
relação à adequação do título, a resposta é PESSOAL
4) No
verso “minha casa não é minha”, qual é a relação entre a casa e o restante da
letra da canção?
Resposta: A
casa, nesse contexto, representa o mundo interior do compositor, ela era
habitada pelo ser amado e representava a fusão entre os dois; com o rompimento,
esse lugar já não existe.
5) Você
já viveu a perda de um grande amor? Como foi? Sua reação foi semelhante à que o
autor descreve nessa letra de canção? Comente.
RODRIX,
Zé e TAVITO. Casa no campo. Em: REGINA, Elis.
Elis.
São Paulo: CBD-Philips, 1972. Faixa 11.
1)Agora, leia o texto em voz alta para o colega ao lado e escute a
leitura dele. Preste atenção aos sons das palavras e dos versos. O que você
percebe?
Resposta pessoal.
2)Qual é o significado da expressão amigos do peito?
Amigo íntimo, verdadeiro.
3)Como você compreende o verso “eu quero o silêncio das línguas
cansadas”?
Resposta pessoal.
4)Esse texto foi produzido no início da década de 1970. Na época,
era comum o desejo de escapar da realidade em busca de paz e de simplicidade.
Você acha que hoje as pessoas ainda buscam esse ideal?
Resposta pessoal.
5)Quando estudamos os poemas, vimos que muito comum o uso de rimas.
Isso também ocorre com o texto anterior. Encontre nele dois versos em que há
rimas.
“Onde eu possa compor muitos rocks rurais”
/ “Dois amigos do peito e nada mais” / “Onde eu possa ficar do
tamanho da paz” e “Meu filho de cuca legal” / “A
pimenta e o sal”.
06 – Confirmando o aspecto
cíclico das tendências literárias, na música contemporânea reaparecem vários
temas. A canção acima, embora moderna, apresenta características do:
LOS
PERICOS; VIANNA, Herbert. Lourinha Bombril. Em:
PARALAMAS DO SUCESSO. Nove luas Rio de Janeiro: EMI Music, 1996. Faixa 1.
a 1)Como é a mulher retratada na canção? Em sua opinião, ela é uma
mulher típica do Brasil? Por quê?
A música apresenta uma mistura que é
bastante característica do povo brasileiro. Espera-se que os alunos façam essa
relação entre a canção e a mulher brasileira.
2)Como você vê a identidade do povo brasileiro? Ela é única?
Explique sua opinião aos colegas e ouça a opinião deles.
(Cazuza,
George Israel e Nilo Romero,LP Vale Tudo, Som Livre, 1988)
Não
me convidaram
Pra
essa festa pobre
Que
os homens armaram
Pra
me convencer
A
pagar sem ver
Toda
essa droga
Que
já vem malhada
Antes
d’eu nascer
Não
me ofereceram
Nem
um cigarro
Fiquei
na porta
Estacionando
os carros
Não
me elegeram
chefe
de nada
o
meu cartão é uma navalha
Brasil
Mostra
a tua cara
Quero
ver quem paga
Pra
gente ficar assim
Brasil
Qual
é o teu negócio
O
nome do teu sócio
Confia
em mim
Não
me sortearam
A
garota do fantástico
Não
me subornaram
Será
que é meu fim?
Ver
tv a cores
Na
taba de seu índio
Programada
pra só dizer sim
Grande
pátria desimportante
Em
nenhum instante
Eu
vou te trair
Estudo do Texto
1. Qual o significado das palavras abaixo de acordo com o texto
da poesia?
a)armaram
- planejaram, organizaram
b)
malhada - que tem manchas
c)
subornaram - induziram ou levaram alguém, mediante recompensas ou promessas, a
não cumprir o dever ou a praticar ações ilegais ou injustas. No texto, o poeta
constata que não foi subornado e que por causa disso acha que será o seu fim
como cidadão.
2. Segundo a visão dos autores e considerando o conteúdo geral da
letra, quem estaria reclamando de não ter sido convidado para a festa?
O povo que
vive no Brasil, ou seja, os brasileiros.
3. A que festa o poeta se refere quando afirma: “Não me convidaram
pra essa festa pobre…”?
Refere-se à
festa da democracia, ou melhor à eleição que aconteceu com o povo pedindo
“Diretas já!”. O que aconteceu foi a eleição de Tancredo Neves pelo Congresso
Nacional, sem a participação do povo como é feito atualmente. Fala em festa
pobre porque o poeta considera que não houve participação popular nessa
escolha.
4. A que homens o poeta se refere quando afirma: “…os homens
armaram…”?
O poeta
considera que não havendo participação popular na escolha do Presidente da
República, essa decisão, definida por um pequeno grupo de pessoas (Congresso
Nacional) era uma farsa planejada com o intuito de esconder algo do povo.
5. O que pode significar os versos: “…a pagar sem ver / toda essa
droga / que já vem malhada / antes d’eu nascer…”?
Toda festa
requer gastos, sejam financeiros, sejam materiais, sejam pessoais (esforço
físico, psicológico, mental). Alguém tem que pagar por isso. O poeta reclama
que o pagamento por uma festa com defeito (com manchas) foi feito pelo povo e
seus descendentes.
6. Apesar do poeta não ter sido convidado para a festa, ele ficou
nos arredores do local estacionando os carros. Explique o significado dos
versos: “…não me ofereceram / nem um cigarro / fiquei na porta / estacionando
os carros…”
A festa foi
feita, mas o povo não participou dela. Apenas ficou como espectador,
trabalhando para manter o país organizado.
7. Explique o significado dos seguintes versos: “o meu cartão de
crédito / é uma navalha”.
Na década
de 80, o Brasil enfrentou uma inflação profunda na economia. O dinheiro
brasileiro perdia seu valor diariamente: era como uma navalha que feria o poder
de compra do consumidor. Por isso o poeta usa a expressão: “o meu cartão de
crédito é uma navalha…”. Cada vez que alguém ia às compras sentia no bolso o
corte do valor do dinheiro.
8. Observando a segunda estrofe, o que significa o apelo feito no último
verso: “confia em mim”?
Pede que a
nação constituída e organizada confie em seu povo para resolver os
problemas.
9. Nos três últimos versos da 3a. estrofe, há uma crítica à
televisão. Que crítica é esta? “ver tv a cores / na taba de seu índio /
programada pra só dizer sim”
A
influência da televisão na cultura e opinião das pessoas através dos programas
que, às vezes, não eram isentos, isto é, mostrava apenas um lado do fato, da
notícia.
10. Explique o paradoxo: “Grande pátria desimportante”
Pátria
grande em tamanho territorial, mas sem importância política diante do mundo ou
mesmo diante de alguns brasileiros.
11. As letras de música aproximam-se de poemas. Cada estrofe do poema lido corresponde a uma parte, em que o tom do eu-lírico se modifica. Em qual delas se faz uma invocação? Na segunda estrofe 12. Até o verso 14, o eu-lírico narra ocorrências das quais foi excluído. a) Qual o primeiro desses acontecimentos? A festa pobre. b) Os agentes desse acontecimento aparecem através de um substantivo que os torna vagos, indeterminados. Qual? Os homens. c) Que objetivo tinham esses agentes? Convencer o eu-lírico a "pagar alguma coisa sem ver", ou seja, a se deixar enganar. 13. Qual a consequência, para o eu-lírico, de ter ficado "fora de festa"? Restou ficar "na porta estacionando os carros". 14. Na segunda estrofe o eu-lírico dirige-se ao país, fazendo um pedido, duas perguntas e uma súplica. Identifique essas três manifestações do eu-lírico. Pedido: que o país mostre a cara. Perguntas: deseja descobrir quem paga para o povo ficar daquela maneira. Súplica: pede ao país que confie nele. 15. A última estrofe, na sua quase totalidade, retoma o mesmo tom da primeira. a) Nos seis primeiros versos desta estrofe o eu-lírico enumera outras coisas das quais foi excluído. Cite-as. Não foi premiado com a garota do Fantástico e sequer foi subornado. b) Que pergunta o eu-lírico se faz diante disso? O eu-lírico questiona se o seu destino é ver TV em cores na taba de um índio. 16. O tom dos três últimos versos dessa estrofe aproxima-se do tom da segunda estrofe: o eu-lírico faz uma invocação e uma proposta. Que proposta é essa? A de não trair a grande pátria em nenhum instante. 17. O poeta empresta sua voz para se expressar como um eu-lírico pertencente a uma classe social. Qual? A classe dos privilegiados. 18. Que expressão da primeira estrofe revela que a miséria é uma "herança" social para o eu-lírico? "toda essa droga / que já vem malhada antes de eu nascer". 19. No terceiro verso do poema, a palavra "homens" esconde a identidade: a) de todas as pessoas b) da classe dirigente c) dos pobres d) dos guardadores de carros
20. "Brasil, mostra a tua cara". A palavra em destaque metaforiza: a) rosto "o meu cartão de crédito é uma navalha" Metáfora b) verdadeira identidade "Brasil / mostra tua cara" / Personificação / metáfora.