terça-feira, 18 de julho de 2017

SIMULADO DE PORTUGUÊS PARA O ENSINO MÉDIO – COM GABARITO

SIMULADO DE PORTUGUÊS PARA O ENSINO MÉDIO – COM GABARITO

Leia o texto para as questões de 1 a 5.

                    Vivemos mais uma grave crise, repetitiva dentro do ciclo de graves crises que ocupa a energia desta nação. A frustração cresce e a desesperança não cede. Empresários empurrados à condição de liderança oficial se reúnem em eventos como este, para lamentar o estado de coisas. O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pungente ou a auto absolvição? É da história do mundo que as elites nunca introduziram mudanças que favorecessem a sociedade como um todo. Estaríamos nos enganando se achássemos que estas lideranças empresariais aqui reunidas teriam a motivação para fazer a distribuição de poderes e rendas que uma nação equilibrada precisa ter. Aliás, é ingenuidade imaginar que a vontade de distribuir renda passe pelo empobrecimento da elite. É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos riqueza suficiente para distribuir. Faço sempre, para meu desânimo, a soma do faturamento das nossas mil maiores e melhores empresas, e chego a um número menor do que o faturamento de apenas duas empresas japonesas. Digamos, a Mitsubishi e mais um pouquinho. Sejamos francos. Em termos mundiais somos irrelevantes como potência econômica, mas ao mesmo tempo extremamente representativos como população”.

01)   Dentre os períodos transcritos do texto, um é composto por coordenação e contém uma oração coordenada sindética adversativa.

Assinalar a alternativa correspondente a este período.
a) A frustração cresce e a desesperança não cede.
b) O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pungente ou a auto-absolvição?
c) É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos riqueza suficiente para distribuir.
d) Sejamos francos.
e) Em termos mundiais somos irrelevantes como potência econômica, mas ao mesmo tempo extremamente representativos como população.

02) Considere as seguintes afirmações sobre a palavra EMPOBRECIMENTO .
I) Nela ocorre o mesmo prefixo que existe na palavra EMAGRECER .
II) O sufixo que nela ocorre forma SUBSTANTIVOS a partir de verbos.
III) Ela é formada por DERIVAÇÃO SUFIXAL. Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

03) “(...) as elites nunca introduziram mudanças que favorecessem a sociedade como um todo.” O pronome relativo em destaque na frase desempenha papel sintático de:
       a) objeto direto.
       b) sujeito.
       c) complemento nominal.
       d) Objeto indireto.
       e) predicativo.

04) “Aliás, é ingenuidade imaginar que a vontade de distribuir renda passe pelo empobrecimento da elite. É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos riqueza suficiente para distribuir.” A oração em destaque no período acima é:
       a) coordenada sindética.      
       b) principal.
       c) subordinada adjetiva restritiva.
       d) Subordinada substantiva objetiva direta.
       e) subordinada adverbial consecutiva.

05) Assinale a alternativa incorreta quanto à classificação da oração subordinada substantiva em destaque.
       a) “Mas que dizer do poeta numa prova escolar? 
           Que ele é meio pateta (objetiva direta) 
           e não sabe rimar?”
       b) “Mas ele desconhecia 
            Esse fato extraordinário:
           Que o operário faz a coisa (apositiva) 
           E a coisa faz o operário.”
       c) “[Tinha] medo que lhe dissessem alguma coisa, que a olhassem muito.” (Completiva nominal)
       d) “...com esses cabelos brancos parece que não vou morrer...” (predicativa).
       e) É preciso que se coma frutas e legumes. (Subjetiva)

06) Em qual dos exemplos abaixo está presente um caso de derivação parassintética?
       a) Lá vem ele, vitorioso do combate.
       b) Ora, vá plantar batatas!
       c) Começou o ataque.
       d) Assustado, continuou a se distanciar do animal.
       e) Não vou mais me entristecer, vou é cantar.


07) "Conheci Madalena que era boa em demasia... A culpa foi desta vida que me deu uma alma agreste. Procuro recordar o que dizíamos. Terá realmente piado a coruja? Será a mesma que piava há dois anos?” 

(Graciliano Ramos, São Bernardo)

Em relação às orações subordinadas em destaque no trecho acima, tem-se que:
       a) todas são substantivas. d) três são adjetivas.
       b) duas são adverbiais.
       c) todas são adjetivas.
       d) três são adjetivas.
       e) duas são substantivas

08) Qual das palavras retiradas do texto é formada pelo processo de derivação sufixal?
       a) desesperança
       b) desânimo.
       c) irrelevantes.
       d) faturamento.
       e) ciclo.

09) Nos trechos:
       “...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes do major” e
       “...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja” encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:
       a) prosopopeia e hipérbole;
       b) hipérbole e metonímia;
       c) perífrase e hipérbole;
       d) catacrese e eufemismo.
       e) metonímia e prosopopeia.

10) Leia:
      A cidade de Aparecida, onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora, à qual são atribuídos muitos milagres, fica intransitável na festa da Padroeira do Brasil, que ocorre no dia doze de outubro.

      Em relação aos pronomes relativos em destaque, é correto afirmar que:

       a) onde está empregado incorretamente, pois ele não pode representar um lugar, espaço físico.
       b) que está corretamente empregado e representa o antecedente “festa da Padroeira do Brasil”.
       c) a preposição em deveria preceder o que, por isso há erro no emprego desse pronome.
       d) à qual está corretamente empregado e representa o antecedente “A cidade de Aparecida”.
       e) que poderia ser substituído por “cuja”.

11) Assinale a alternativa em que a conjunção subordinada adverbial destacada exprime ideia de condição.

       a) “Quando chegou a hora, tive vontade de desanimar.”
       b) “Para que eu seja um bom escritor é preciso que descreva Glória com precisão.”
       c) “Mas minha mãe diz que prefere [meu casamento], contanto que eu fique com o nome limpo.”
       d) “Há vários dias ansiava por ele, como um jovem adolescente espera o dia de ir ao cinema com a namoradinha.”
       e) “Ainda que eu falasse a língua dos homens, sem amor, eu nada seria”.

12) Observe:
       I) Eu posso reclamar, estou na minha razão.
       II) Houve avanços na negociação entre trabalhadores e empresários, a situação ainda não foi resolvida.
       III) Apiedei-me da borboleta caída no chão, tomei-a na palma da mão fui depô-la no peitoril da janela.
       IV) Não desista de seus sonhos, eles são plenamente realizáveis.  

       Assinale a alternativa com os tipos de conjunções coordenativas que preenchem correta e respectivamente as lacunas das frases acima.
       a) explicativa, adversativa, aditiva, explicativa.
       b) aditiva, explicativa, adversativa, adversativa.
       c) adversativa, adversativa, aditiva, explicativa.
       d) explicativa, aditiva, explicativa, adversativa.
       e) aditiva, explicativa, adversativa, adversativa.

13) Todas as orações reduzidas destacadas são subordinadas adverbiais concessivas, exceto uma.
Assinale-a:
       a) Não conseguiu realizar uma boa prova, mesmo sabendo toda a matéria.
       b) Ocupado com tantos afazeres, não tenho tido muito tempo para o lazer.
       c) Ela chegou rapidamente ao local da festa sem conhecer direito o caminho.
       d) Apesar de estar bastante ansiosa, a professora fez uma louvável apresentação.
       e) Mesmo fazendo de tudo, não consegui convencê-la a voltar.




Leia:
       Criança periférica rejeitada...
Teu mundo é um submundo.
 Mão nenhuma te valeu na derrapada. 

Ao acaso das ruas – nosso encontro. És tão pequeno... eu tenho medo. Medo de você crescer, ser homem. Medo da espada de teus olhos...

 (Cora Coralina, Menor abandonado).

 14) Quais são as figuras de linguagem presentes nos termos destacados?
       a) eufemismo e metáfora
       b) metonímia e metáfora
       c) eufemismo e antítese
       d) antítese e metonímia
       e) metáfora e catacrese.

15) Observe:
I) “Enquanto eu invento e desinvento “moda”. (Caetano Veloso).
II) “Esse alguém me diria: “Desiste, essa busca é inútil”. (Paulo Vanzolini).
III) “E que essa vida entre assim (...) Desvirginando a madrugada”. (Gonzaguinha).
IV) “Você se chama grã-fino e eu afino tanto quanto desafino do seu tom”. (Caetano Veloso).

Quanto ao processo de formação das palavras em negrito, assinale a alternativa incorreta.
       a) “Desinvento”, item I, é formada por “prefixação”.
       b) “Desiste”, item II, é formada por prefixação.
       c) “Inútil” item II, é formada por prefixação.
       d) “Desvirginando”, item III, é formada por prefixação e sufixação.
       e) “Desafino” item IV, é formada por prefixação.


16) Após a leitura dos excertos abaixo e de suas comparações, podemos concluir que:

EXCERTO I 
Esta [língua tupi] é mui branda, a qualquer nação fácil de tomar (...): carece de três letras, convém saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei e desta maneira vivem desordenadamente sem terem, além disto, conta nem peso, nem medida.
        Pero de Magalhães Gândavo – cronista português do séc. XVI. História da Província de Santa Cruz a que Vulgarmente Chamamos Brasil.  

EXCERTO II
Ora sabereis que a sua riqueza de expressão intelectual é tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra. (...) Nas conversas utilizam-se os paulistanos dum linguajar bárbaro e multifário, crasso de feição e impuro no vernáculo, mas não deixa de ter o seu sabor e força nas apóstrofes, e também nas vozes do brincar. (...) Mas se de tal desprezível língua se utilizam na conversação os naturais desta terra, logo que tomam da pena, se despojam de tanta asperidade, e surge o Homem Latino, de Lineu exprimindo-se numa outra linguagem (...), que, com imperecível galhardia, se intitula: língua de Camões!

                         Mário de Andrade. Macunaíma, cap. IX — “Carta pras Icamiabas”, 1928.

       a) o comentário do cronista sobre a língua e a cultura indígena contém uma ironia carregada de preconceito. Ao contrário disso, não há ironia cultural, só linguística, no que Macunaíma diz da Língua Portuguesa.
       b) o cronista colonial observa a ausência de três letras na Língua Indígena, F, L e R, para concluir daí, sem nenhuma ironia, o estado de desordem em que viviam os aborígines. Também não há ironia no que Macunaíma diz da Língua Portuguesa.
       c) a visão do colonizador português, contida no excerto I, é idêntica à do colonizado, expressa no excerto II. Ambos se igualam na compreensão que revelam das diferenças linguísticas e culturais.
       d) a ironia do colonizador (excerto I) desmerece a língua e a cultura indígena. A ironia do índio Macunaíma (excerto II) ridiculariza a colonização cultural dos brasileiros, quando escrevem numa suposta "língua de Camões", latinizada e pomposa, que o próprio Macunaíma parodia em sua carta.
       e) o texto de Gândavo mostra uma compreensão da cultura indígena incomum para a sua época, ao tratá-la com respeito e seriedade, sem nenhum traço de ironia. O mesmo não se pode dizer do texto de Macunaíma: carregada de humor e de deboche, sua carta não permite nenhum conhecimento acerca da cultura brasileira.

17) Com relação aos gêneros literários, é INCORRETO afirmar que, no gênero:
          a) narrativo, o narrador pode ser externo ou interno.
          b) lírico, o artista retrata criticamente a realidade.
          c) épico, o autor se apega à objetividade e à impessoalidade.
      d) lírico, a tendência do escritor é revelar as emoções que o mundo causou nele.
     e) dramático, há ausência de narrador, apresentando-se um conflito através do discurso direto.

18) O termo (ou expressão) destacado que está empregado em seu sentido próprio, denotativo ocorre em:
       a) “(...)
           É de laço e de nó
           De gibeira o jiló
           Dessa vida, cumprida a sol (...)”

 (Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. Setembro de 1992.)

       b) “Protegendo os inocentes
            é que Deus, sábio demais,
            põe cenários diferentes
            nas impressões digitais." 
(Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s. n. b.)

       c) “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas." 

(Maria T. Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28),2743, 1974 Supl.)

       d)

 (O Globo. O menino maluquinho. Agosto de 2002.)

     e) "Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas espécies de humorismo: o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer."

       (Leon Eliachar. www.mercadolivre.com.br. Acessado em julho de 2005). 
LXXVIII (CAMÕES, 1525-1580).

       Leda serenidade deleitosa,
       Que representa em terra um paraíso;
       Entre rubis e perlas doce riso; 
       Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;
       Presença moderada e graciosa, 
      Onde ensinando estão despejo e siso 
      Que se pode por arte e por aviso, 
      Como por natureza, ser formosa; 
      Fala de quem a morte e a vida pende, 
      Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
      Repouso nela alegre e comedido:
      Estas as armas são com que me rende
      E me cativa Amor; mas não que possa
      Despojar-me da glória de rendido.

                                     CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro:
                                   Nova Aguilar, 2008.





 SANZIO, R. (1483-1520).

     
   A mulher com o unicórnio. Roma, Galeria Borghese. Disponível em: www.arquipelagos.pt. Acesso em: 29 fev. 2012.

19) A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos:



       a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados no poema.
       b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de atitudes da mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema.
       c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema.
       d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, evidenciado pelos adjetivos usados no poema.
       e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.


LABAREDAS NAS TREVAS
 FRAGMENTOS DO DIÁRIO SECRETO DE
 TEODOR KONRAD NALECZ KORZENIOWSKI

        20 DE JULHO [1912] 
      Peter Sumerville pede-me que escreva um artigo sobre Crane. Envio-lhe uma carta: “Acredite-me, prezado senhor, nenhum jornal ou revista se interessaria por qualquer coisa que eu, ou outra pessoa, escrevesse sobre Stephen Crane. Ririam da sugestão. [...] Dificilmente encontro alguém, agora, que saiba quem é Stephen Crane ou lembre-se de algo dele. Para os jovens escritores que estão surgindo ele simplesmente não existe." 

     20 DE DEZEMBRO [1919]
     Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal. Sou reconhecido como o maior escritor vivo da língua inglesa. Já se passaram dezenove anos desde que Crane morreu, mas eu não o esqueço. E parece que outros também não. The London Mercury resolveu celebrar os vinte e cinco anos de publicação de um livro que, segundo eles, foi "um fenômeno hoje esquecido” e me pediram um artigo.
 FONSECA, R. Romance negro e outras histórias. São Paulo:
 Companhia das Letras, 1992 (fragmento).

20) Na construção de textos literários, os autores recorrem com frequência a expressões metafóricas. Ao empregar o enunciado metafórico "Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal", pretendeu-se estabelecer, entre os dois fragmentos do texto em questão, uma relação semântica de:

       a) causalidade, segundo a qual se relacionam as partes de um texto, em que uma contém a causa e a outra, a consequência.
       b) temporalidade, segundo a qual se articulam as partes de um texto, situando no tempo o que é relatado nas partes em questão.
       c) condicionalidade, segundo a qual se combinam duas partes de um texto, em que uma resulta ou depende de circunstâncias apresentadas na outra.
       d) adversidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta uma orientação argumentativa distinta e oposta à outra.
       e) finalidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta o meio, por exemplo, para uma ação e a outra, o desfecho da mesma.

SONETO DE SEPARAÇÃO
De repente do riso fez-se o pranto 
Silencioso e branco como a bruma.
E das bocas unidas fez-se a espuma. 
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. 

De repente da calma fez-se o vento.
Que dos olhos desfez a última chama.
E da paixão fez-se o pressentimento. 
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente.
Fez-se de triste o que se fez amante.
E de sozinho o que se fez contente.

 Fez-se do amigo próximo o distante.
 Fez-se da vida uma aventura errante.
 De repente, não mais que de repente.
                                                                            (Vinícius de Morais).

21) Releia com atenção a última estrofe:
      “Fez-se de amigo próximo o distante
       Fez-se da vida uma aventura errante 
       De repente, não mais que de repente.” 

Tomemos a palavra amigo. Todos conhecem o sentido com que esta forma linguística é usualmente empregada no falar atual. Contudo, na Idade Média, como se observa nas cantigas medievais, a palavra amigo significou:
       a) colega d) simpático
       b) companheiro
       c) namorado
       d) simpático.
       e) acolhedor.

22) Assinale a alternativa incorreta a respeito das cantigas de amor.
       a) O ambiente é rural ou familiar.
       b) O trovador assume o eu lírico masculino: é o homem quem fala.
       c) Têm origem provençal.
       d) Expressam o desejo amoroso do trovador por uma dama inacessível.
       e) A mulher é um ser superior, normalmente pertencente a uma categoria social mais elevada que a do trovador.

23) Sobre a poesia trovadoresca em Portugal, é incorreto afirmar que:
       a) refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo, o feudalismo e valores altamente moralistas.
       b) representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade.
       c) pode ser dividida em lírica e satírica.
       d) em boa parte de sua realização, teve influência provençal.
       e) as cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores, expressam o eu lírico feminino. 

“Ai dona fea! Foste-vos queixar
 porque vos nuca louv’em meu trobar 
 mais ora quero fazer um cantar
 em que vos loarei toda via 
 e vedes como vos quero loar: 
 dona fea, velha e sandia!”.

24) Assinale a afirmação correta a respeito do trecho de João Garcia de Guilhade.
       a) É cantiga satírica.
       b) Foi o primeiro documento escrito em língua portuguesa (1189-1198).
       c) Trata-se de cantiga de amigo.
       d) Foi escrita durante o Humanismo (1418-1527).
       e) Faz parte do Auto da Feira.

25) Sobre Leonardo da Vinci, é verdadeira afirmar que:
       a) Foi o mais importante escultor e poeta do Renascimento Italiano.
       b) Foi um importante pintor, escultor, cientista, engenheiro, escritor e físico do Renascimento.
       c) Foi um importante governante italiano que patrocinou vários artistas e cientistas do período renascentista.
       d) Foi um importante escultor e pintor italiano do Renascimento, cuja principal obra é Pietá.
       e) Foi um importante cronista e poeta das Grandes Navegações.

26) Qual dos países abaixo é considerado o berço do Renascimento?
       a) França.
       b) Itália.
       c) Espanha.
       d) Holanda.
       e) Portugal.

TEXTO I:
       Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
                                  CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha.
                                              Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).


TEXTO II:



       O DESCOBRIMENTO DO BRASIL de Cândido Portinari

27) Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que:
       a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
       b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
        c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
        d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a mesma função social e artística.
        e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo momento histórico, retratando a colonização.

28) Com base na Carta do Achamento, de Pero Vaz de Caminha, considere as seguintes afirmações.
I) Na Carta, o escrivão Caminha descreve o descobrimento de uma nova terra, chamando a atenção para a beleza natural, a fertilidade, a cordialidade dos índios e as riquezas.
II) No texto, é possível perceber um dos objetivos da expansão marítima de Portugal: catequização dos gentios para a ampliação do mundo cristão.
III) A Carta, um dos relatos que fazem parte da literatura informativa sobre o Brasil, é considerada mais um documento histórico do que uma obra literária.
Das afirmativas acima, pode-se dizer que:
       a) apenas I está correta      
       b) apenas III está correta
       c) apenas I e II estão corretas
       d) apenas II e III estão corretas.   
       e) I, II e III estão corretas.

     

  CABELUDINHO

       Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha avó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disilimei ninguém. Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia a nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me escreve / que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro.
                                 BARROS, M. Memórias inventadas: a infância.
                                                                  São Paulo: Planeta, 2003.

29) No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades de uso da língua e sobre os sentidos que esses usos podem produzir, a exemplo das expressões “voltou de ateu”, “desilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa reflexão, o autor destaca:
      a) os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do texto.
      b) a importância de certos fenômenos gramaticais para o conhecimento da língua portuguesa.
      c) a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas.
      d) o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante as suas férias.
      e) a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais da linguagem.


30) Leia.
    

  O SENHOR

      Carta a uma jovem que, estando em uma roda em que dava aos presentes o tratamento de você, se dirigiu ao autor chamando-o “o senhor”: Senhora: Aquele a quem chamastes senhor aqui está, de peito magoado e cara triste, para vos dizer que senhor ele não é, de nada, nem de ninguém. Bem o sabeis, por certo, que a única nobreza do plebeu está em não querer esconder sua condição, e esta nobreza tenho eu. Assim, se entre tantos senhores ricos e nobres a quem chamáveis você escolhestes a mim para tratar de senhor, e bem de ver que só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa e na prata de meus cabelos. Senhor de muitos anos, eis aí; o território onde eu mando é no país do tempo que foi. Essa palavra “senhor”, no meio de uma frase, ergueu entre nós um muro frio e triste. Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que me acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira.
                                                       BRAGA, R. A borboleta amarela.
                                                            Rio de Janeiro: Record, 1991.

A escolha do tratamento que se queira atribuir a alguém geralmente considera as situações específicas de uso social. A violação desse princípio causou um mal-estar no autor da carta. O trecho que descreve essa violação é:
       a) “Essa palavra, ‘senhor’, no meio de uma frase ergueu entre nós um muro frio e triste”.
     b) “A única nobreza do plebeu está em não querer esconder a sua condição”.
         c) “Só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa”.
        d) “O território onde eu mando é no país do tempo que foi”.

       e) “Não é de muito, eu juro, que acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira”.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

SIMULADO DE PORTUGUÊS PARA ENSINO FUNDAMENTAL – COM GABARITO

SIMULADO DE PORTUGUÊS PARA ENSINO FUNDAMENTAL – COM GABARITO

TEXTO I:  A VOZ

 A história de Peter Pan, que dona Benta contara aos meninos certo dia, tinha-os deixado de cabeça virada. Narizinho só pensava em Wendy; Pedrinho só pensava em Peter Pan, “o menino que nunca quis crescer”. Pedrinho também não queria crescer, mas estava crescendo. Cada vez que apareciam visitas, era certo lhe dizerem, como se fosse um grande cumprimento: “Como está crescido!” e isso o mortificava. Um dia, em que estava no pomar trepado numa goiabeira, comendo as goiabas boas e jogando as bichadas para Rabicó, entrou pela centésima vez a pensar naquilo.
— Que maçada! — murmurou de si para si.
—Tenho de crescer, ficar do tamanho do tio Antônio, com aquele mesmo bigode, feito um bicho cabeludo, embaixo do nariz e, quem sabe, aquela mesma verruga barbada no queixo. Se houvesse um meio de ficar menino sempre…
— Há coisa ainda superior — respondeu atrás dele uma voz desconhecida. Pedrinho levou um grande susto. Olhou para todos os lados e nada viu. Não havia ninguém por ali.
— Quem está falando? — murmurou com voz trêmula. A mesma voz respondeu: As crianças são criaturinhas maravilhosas, com uma alma pura, cheias de inocência e imaginação! Neste simulado, vocês vão passear pelas doçuras da infância: a criatividade que as faz viver aventuras inimagináveis, as brincadeiras... Preparados? Então vamos nessa!!!
— Eu!
 — Eu, quem? Eu nunca foi nome de gente. Pedrinho, que andava com Peter Pan na cabeça, pensou imediatamente nele. Só Peter Pan, no mundo inteiro, teria a ideia de vir pregar-lhe aquela peça. Para certificar-se, perguntou:
— Que altura você tem?
— A sua, mais ou menos.
 — E que idade tem?
 — Mais ou menos a sua. Se tinha a altura e a idade dele, era um menino como ele, e se era um menino como ele, quem mais se não Peter Pan? Pedrinho sentiu uma grande alegria. O endiabrado Peter Pan ia aparecer outra vez. Para certificar-se ainda mais, perguntou: — Que veio fazer aqui?
— Ensinar a todos daqui um grande segredo. Não podia haver dúvida. Era Peter que tinha vindo mesmo ensinar o segredo de não crescer. A alegria de Pedrinho aumentou de um palmo. — Você não me engana! — gritou, piscando o olho.
— Você é Peter Pan, que está escondido não sei onde. A voz se fez de desentendida.
— Peter Pan? Quem é? Nunca o vi mais gordo e nem de nome conheço tal freguês. Pedrinho desnorteou. Aquela resposta veio atrapalhar todos os seus cálculos. Mesmo assim, não se deu por vencido.
— É, sim — afirmou de novo — porque só Peter Pan sabe o segredo de não crescer e o segredo que você veio ensinar não pode ser outro. A voz deu uma risada.
— Você quer ser espertinho, mas não passa dum bobo. O segredo que vim ensinar é muito mais importante. Sei o jeito de tornar uma pessoa invisível como eu. Tal impressão causaram no menino aquelas palavras que ele perdeu o pé, escorregou da árvore e veio de ponta-cabeça ao chão. Felizmente, era goiabeira baixa e não se machucou. Pedrinho ergueu se, deu uns tapas nas folhas secas que lhe pegaram na roupa e indagou: — Voz duma figa, onde é que você está?
 — Aqui, ali e acolá — respondeu a voz.
 A pior coisa do mundo é falar com criaturas invisíveis. A gente não sabe para onde virar-se. Assim estava Pedrinho e, para mais atrapalhá-lo, a voz ora vinha da direita, ora da esquerda.
 — Deve ser muito bom ser invisível — disse Pedrinho.
 — Quantas vezes conversamos sobre isso eu e Narizinho!…
— Quem é ela?
 — Minha prima Lúcia, a menina do nariz arrebitado. Narizinho também quer ficar invisível. Você lhe ensina o jeito?
 — Ensino aos dois, se merecerem.
 — E que temos de fazer para merecer?
— Viajar comigo pelo mundo das maravilhas. É lá que se tira a prova de quem merece ou não merece receber este dom das fadas. O primeiro menino invisível que apareceu no mundo fui eu, mas me sinto muito só. Preciso de companheiros. Por isso vim.
 — Obrigado pela lembrança. Mas onde é esse mundo das maravilhas?
— Em toda parte. Olhe, tenho aqui o mapa — disse a voz tirando do bolso um papel dobrado. Pedrinho achou muita graça de ver o mapa dobrado abrir-se no ar, como se se abrisse por si mesmo. Espichou a mão, pegou-o e examinou-o.
— Que bonito! — exclamou depois de ler os nomes de todas as terras e mares.
— Até o sítio da vovó está marcado, com o chiqueirinho de Rabicó bem visível. Como obteve este mapa?
— Viajando de lápis na mão. O mundo das maravilhas é velhinho. Começou a existir quando nasceu a primeira criança e há de existir enquanto houver um velho sobre a Terra.
— É fácil ir lá?
— Facílimo ou impossível. Depende. Para quem possui imaginação, é facílimo. Pedrinho não entendeu muito bem. A voz dizia, às vezes, coisas sem propósitos — talvez para atrapalhar. — Muitos viajantes têm visitado esse mundo — continuou a voz.
 — Entre eles, os dois irmãos Grimm, os quais estiveram lá muito tempo, viram tudo e contaram tudo direitinho como viram. Foram os Grimm os que primeiro contaram a história de Cinderela exatinha como foi. Antes deles, já essa história corria mundo, mas errada, cheia de mentiras.
 — Bem me estava parecendo — murmurou Pedrinho.
— Tenho um livro de capa muito feia que conta o caso de Cinderela diferente do de Grimm. — Bote fora esse livro. Grimm é que está certo.
— Mas, e o mapa? — interrogou Pedrinho.
— Pode ficar comigo?
— Pode. Sei de cor todas as terras. Mas não o perca, que é o único que existe. — Fique descansado — disse o menino, guardando o mapa no bolso.
— Resta, agora, saber qual o meio de lá ir.
— Não se preocupe com isso. Tenho jeitos para tudo. Guiarei você.
— E quando?
— Quando quiser. Amanhã, por exemplo.
— Pois muito bem — concluiu Pedrinho.
— Partiremos amanhã. Pela madrugada, estarei neste ponto com a minha prima Lúcia. Está combinado?
— Cócóricócó! — foi a resposta da misteriosa voz, que dali por diante emudeceu — sinal de que o dono dela se retirara. Pedrinho ficou no mesmo lugar ainda algum tempo, pensando, pensando. Lembrou-se de que Peter Pan tinha aquela mesma mania de cantar como galo. Suas dúvidas voltaram. Seria Peter Pan?
(In LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. 48 ed. São Paulo: Brasiliense, 1993)

 1ª QUESTÃO:
 De acordo com o texto, é correto afirmar que:
A - (   ) Pedrinho estava animado com a história de Peter Pan, mas não partilhava de sua vontade de ser sempre criança.
 B - (   ) o menino achava que a voz viera ensinar-lhe o segredo de ficar invisível.
C - (   ) a voz era, sem dúvidas, a de Peter Pan.
D - (   ) o fato de não ver de quem era a voz impossibilitou Pedrinho de confiar nela.
E - ( X ) Pedrinho não tinha certeza do dono da voz, mas identificou nela algumas características de Peter Pan.

 2ª QUESTÃO: Analise as seguintes afirmações relativas ao Texto I:
 I - O texto possui narrador-observador, que se vale da voz de Pedrinho para apresentar os acontecimentos ao leitor.
II - Na narrativa, o personagem Pedrinho exerce a função de protagonista.
 III - Há ocorrência de discurso direto e indireto.
IV - Foi escrito em forma de prosa.
V - Nele, há predomínio de linguagem informal.
 É correto o que se afirma apenas em:
A - (   ) I e II.
B - (   ) I, II e III.
C - ( X ) II, III e IV.
D - (   ) III, IV e V.
E - (   ) II e V.

3ª QUESTÃO: Sobre a expressão destacada em “... tinha-os deixado de cabeça virada.”, pode-se declarar que:
A - ( X ) foi empregada em sentido conotativo.
B - (   ) descreve uma característica física de Pedrinho.
C - (   ) foi empregada em sentido denotativo.
D - (   ) revela que a história contada não tinha impressionado Pedrinho e Narizinho.
E - (   ) representa o deboche de Pedrinho.

4ª QUESTÃO: No trecho “... entrou pela centésima vez a pensar naquilo.”, a expressão sublinhada expressa:
A - (   ) a opinião de Pedrinho com relação à história de Peter Pan.
B - (   ) a ausência de interesse do personagem.
C - (   ) a ordenação das vezes que o menino pensava em Peter Pan.
D - (   ) o desânimo diante da narrativa contada por D. Benta ao neto.
E - ( X ) o exagero do autor ao relatar a preocupação de Pedrinho.

5ª QUESTÃO: Indique a opção em que o vocábulo grifado não se refere à voz:
A - ( X ) “Você quer ser espertinho...”
B - (   ) “Você não me engana!”
C - (   ) “Que altura você tem?”
D - (   ) “...o segredo que você veio ensinar não pode ser outro.”
E - (   ) “Você lhe ensina o jeito?”

6ª QUESTÃO: Em relação ao mundo das maravilhas, só não se pode declarar que:
 A - (   ) muitos viajantes o visitam.
B - (   ) para chegar, é necessário ter imaginação.
C - ( X ) os irmão Grimm estiveram lá e inventaram muitas histórias sobre o lugar.
D - (   ) apesar de haver só um mapa, a voz conhece o caminho sem precisar dele.
E - (   ) o sítio de D. Benta faz parte dele.

7ª QUESTÃO: Indique a opção em que a palavra grifada não pode ser substituída pela palavra contida nos parênteses:
 A - (   ) “Há coisa ainda superior...” ( melhor )
 B - (   ) “...murmurou com voz trêmula.” (Sussurrou)
 C - (   ) “Fique descansado...” (sossegado)
 D - ( X ) “Suas dúvidas voltaram.” (Problemas)
 E - (   ) “Tenho um livro (...) que conta o caso de Cinderela diferente do de Grimm.” (Distinto)

 8ª QUESTÃO: A voz informa a Pedrinho que, para ensinar-lhe a ficar invisível, é necessário:
 A - (   ) conhecer todos os contos dos irmãos Grimm.
B - (   ) levar sua prima Narizinho ao seu encontro.
C - (   ) andar sempre com um lápis na mão.
D - (   ) encontrar as fadas.
E - ( X ) viajar com ela pelo mundo das maravilhas.

 9ª QUESTÃO: Assinale a opção em que o uso do diminutivo destacado exprime uma relação de tamanho:
 A - (   ) “... os quais estiveram lá muito tempo, viram tudo e contaram tudo direitinho como viram.”
 B - ( X ) “... com o chiqueirinho de Rabicó bem visível.”
C - (   ) “Foram os Grimm os que primeiro contaram a história de Cinderela exatinha como foi.” D - (   ) “O mundo das maravilhas é velhinho.”
E - (   ) “Você quer ser espertinho...”

 TEXTO II

 10ª QUESTÃO: A opção que não interpreta devidamente a tirinha é:
 A - ( X ) No primeiro quadrinho, Calvin tem um desejo que é prontamente atendido pelo pai.
B - (   ) A reação do pai de Calvin, no último quadrinho, revela que ele se sentia culpado por não brincar com o filho.
C - (   ) A repetição da palavra “logo”, no segundo quadrinho, tem a função de enfatizar a rapidez com que Calvin deixará de ser criança.
D - (   ) Podemos afirmar que Calvin foi convincente em seus argumentos.
E - (   ) No terceiro quadrinho, a expressão “carregar ele” viola a norma culta da língua. A infância passa muito rápido... Quando nos damos conta, já estamos crescidos! Mas também, não dizem que coisa boa passa depressa?

11ª QUESTÃO: A expressão facial e a fala de Calvin, no terceiro quadrinho, demonstram que ele é:
 A - (   ) grosseiro.
B - (   ) compreensivo.
C - (   ) áspero.
D - ( X ) persuasivo.
E - (   ) mal-educado.

12ª QUESTÃO: Em “... um dia, você vai acordar...”, a locução verbal poderia ser substituída, sem alteração de sentido por:
A - (   ) acordaria.
B - (   ) acordara.
C - (   ) acordou.
D -  (   ) acordava.
E - ( X ) acordará.

  
A criançada gosta mesmo é de brincar, não é verdade? Então, vamos aproveitar que a hora de crescer não chegou e brincar um pouco?


TEXTO II :  CONVITE
 Poesia
 é brincar com palavras
 como se brinca com
 bola, papagaio, pião.

 Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.

 As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.

Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
(In baudashistoriasepoemas.blogspot.com/.../poemas-de-jose-paulo-paes.htm...)

 13ª QUESTÃO: Podemos afirmar, após a leitura do poema acima, que:
A - (   ) para o eu-lírico, brincar com as palavras é exatamente igual a brincar com objetos.
B - (   ) o autor citou na poesia somente brincadeiras muito antigas, que ninguém mais brinca.
C - ( X ) o eu-lírico afirma que as palavras são uma fonte inesgotável de brincadeiras.
D - (   ) a pergunta do último verso é dirigida apenas aos leitores infantis.
E - (   ) a poesia mostra que qualquer brincadeira é mais divertida do que brincar com palavras.

14ª QUESTÃO: A partir do que você leu no texto, assinale a afirmativa errada:
A - (   ) As palavras papagaio e bola têm a mesma classificação quanto à tonicidade.
B - (   ) O vocábulo pião possui um ditongo decrescente nasal.
C - (   ) São monossílabos átonos as palavras que, com e de.
D - (   ) A palavra vamos possui o mesmo número de letras e fonemas.
E - ( X ) Os vocábulos sempre e gostam possuem dígrafo vocálico.



TEXTO IV: AMIGOS IMAGINÁRIOS

Vivemos tempos em que conversar com gente que nunca vemos não é nada incomum: perambulamos por chats, blogs e twitter e trocamos informações e segredos com pessoas com quem mantemos relacionamentos virtuais, às vezes, bastante íntimos. Mas, e quando uma criança “cria” um amigo imaginário – brinca, fala e até mora com ele, como se fosse real? Esse fenômeno, que surge principalmente entre 3 e 7 anos, não é tão raro. Quando pais e educadores percebem a existência desses companheiros invisíveis, quase sempre, ficam preocupados. Uma mãe escreve em um fórum on-line: “Nosso filho de 5 anos tem falado há três dias de ‘sua amiga Pia’. Ela só existe em sua imaginação, mas parece ser absolutamente real para ele. Ele se comporta como se pudesse vê-la! Nós não tivemos esse tipo de experiência com sua irmã três anos mais velha. A amizade com ‘Pia’ parece fazer bem ao nosso filho, mas nós nos preocupamos mesmo assim. Será que devemos deixá-lo com sua fantasia ou tentar convencê-lo a abandoná-la?”. A gente já viu que criança tem a imaginação fértil, né? Brincar sozinho pode até ser legal, mas ter a companhia de um amigo é sempre melhor...
 Mas os pais podem respirar aliviados, pois todos os estudos sobre esse fenômeno chegam ao mesmo resultado: não há motivo para preocupações! Os amiguinhos imaginários têm sido estudados de forma intensiva há muito tempo, nos últimos 100 anos, mas poucos psicólogos se dedicaram a esse tema. E há um ponto em comum: todos concordam que os amigos imaginários estimulam o desenvolvimento das crianças, podem suprir eventuais lacunas afetivas e ajudam na elaboração de questões psíquicas. Para os mais novos, o amigo “de mentirinha” é quase sempre um companheiro de brincadeiras que pode estar “presente” também à mesa na hora das refeições, ser chamado pelo nome, mas não acompanha a criança durante todo o dia. Alguns pesquisadores afirmam que praticamente todos nós temos um parceiro imaginário em um determinado estágio do desenvolvimento – porém, ele quase nunca é descoberto pelos adultos e a própria pessoa, normalmente, não se lembra disso mais tarde.
 Inge Seiffge-Krenke  ww2.uol.com.br/vivermente/reportagens/amigos_imaginarios.html

15ª QUESTÃO:
 O Texto IV revela que o fato de ter um amigo imaginário é positivo porque:
A - (   ) tendo uma companhia durante o dia todo, a criança será criada com maior segurança.
B - (   ) é uma maneira de os pais relaxarem quanto à educação dos filhos.
C - (   ) com ele, a criança come melhor.
D - (   ) brincar sozinho não faz bem ao desenvolvimento da criança.
E - ( X ) possibilita que a criança se desenvolva e pode ajudar em questões emocionais.

16ª QUESTÃO:
 Use (V) para verdadeiro e (F) para falso. Em seguida, marque a opção correta:
 ( F ) Os adultos sempre percebem se a criança tem ou não um amigo imaginário.
( V ) Os amigos invisíveis são muito comuns em crianças.
( F ) Quem já teve esse tipo de companheiro nunca se esquece dos laços afetivos.
( V ) Há muito tempo, essa relação da criança com um amigo imaginário vem sendo estudada por profissionais.
 A - (  ) V – F – V – V.
 B - (X) F – V – F – V.
 C - (  ) F – F – V – V.
 D - (  ) V – F – F – V.
 E - (  ) F – V – F – F.

 17ª QUESTÃO: A locução "de mentirinha", que aparece na l. 20 do texto IV entre aspas, tem como objetivo:
A - ( ) mostrar que as crianças mentem quanto à existência desse tipo de amizade.
B - ( ) criticar a imaginação infantil.
C - ( ) alertar aos pais sobre as possíveis consequências de se ter um amigo imaginário.
D - ( ) atrair a atenção dos leitores para o fato de que as crianças que possuem um amigo imaginário se tornarão mentirosas.
E - (X) orientar as pessoas de que o amigo imaginário realmente existe na cabeça da criança.

TEXTO V

WATTERSON, Bill. Yukon Ho! s/ed. São Paulo: Conrad Editorado Brasil, 2008)

 Quando pensamos em um personagem que tem um amigo imaginário, de quem lembramos?
Do Calvin, claro! Ele e seu amigo Haroldo, que é um tigre de pelúcia, vivem muitas aventuras e brincam bastante. Olha só...
18ª QUESTÃO: Sobre o Texto V, é correto afirmar que:
A - (   ) ao usar a expressão “É sério!”, no segundo quadrinho, Calvin tem a intenção de convencer seu pai de sua culpa.
B - (   ) o pai concorda com o comportamento do filho.
C - ( X ) no terceiro quadrinho, fica claro que o pai não acreditou na afirmação dada por Calvin no quadrinho anterior.
D - (   ) o personagem Calvin pode ser caracterizado como mentiroso.
E - (   ) o primeiro quadrinho demonstra que ainda estava cedo, por isso Calvin estava brincando.

19ª QUESTÃO: “É, mas era você quem tava tocando os pratos!” O vocábulo em negrito expressa ideia de:
 A - (   ) finalidade.
B - (   ) causa.
C - (   ) comparação.
D - ( X ) oposição.
E - (   ) consequência.

 20ª QUESTÃO: O último quadrinho revela que:
 A - (   ) ambos faziam o mesmo barulho.
B - (   ) Haroldo é quem estava fazendo barulho, enquanto Calvin apenas pulava na cama.
C - (   ) Calvin e Haroldo assumiram suas responsabilidades.
D - (   ) os dois brincavam em silêncio, logo o barulho foi imaginação do pai.

E - ( X ) Calvin não concorda com o fato de levar a culpa sozinho.