sábado, 7 de novembro de 2020

CRÔNICA: E SE NÃO PASSAR? MARTHA MEDEIROS - COM GABARITO

 CRÔNICA: E SE NÃO PASSAR?

                    (Martha Medeiros)

          Estamos há quase quatro meses mergulhados numa pandemia que mudou nossos hábitos, nos impôs restrições, nos distanciou fisicamente e nos colocou frente a frente com nossas fragilidades. Vai ficar por isso mesmo? Quando iniciou, parecia apenas uma onda gigante e repentina. Se soubéssemos nos manter à tona, boiando sobre ela, obedientes e respeitosos diante do seu tamanho, nada de muito ruim iria nos acontecer e logo reencontraríamos a calmaria.

          É o que vem acontecendo nos países europeus, que estão retomando as atividades cotidianas, dando um passo de cada vez. O Brasil, caótico por natureza, vai levar mais tempo, nenhuma novidade. Três, seis, dez meses? Quando teremos nossa vida de volta?

        Talvez nunca, não como era antes. É provável que tenhamos que assimilar que a nossa atual precariedade determinará novos modelos de conduta daqui para frente.

         Lavar as mãos, usar máscara e evitar aglomerações: já estamos nos acostumando. Poderíamos nos acostumar agora com o desprestígio da ostentação e do consumismo delirante. Continuaremos comprando comida, roupas e remédios, precisaremos de um bom teto como sempre precisamos, mas nossos luxos talvez mudem – tomara que mudem. Hora de privilegiar as questões humanas, se soubermos aproveitar a oportunidade.

         Não chego a falar de um renascimento espiritual, que soaria pomposo, mas acredito, sim, que a tendência é reavaliarmos nosso estilo de vida. As grandes metrópoles se tornaram zonas de contágio, e um êxodo urbano não seria má ideia: sair em busca de desintoxicação, mais atividades ao ar livre, cidades menores, menos concentração populacional.

         A arte também se beneficiará desta pandemia. Não só por sua valorização evidente (o que teria sido de nós sem livros, música e filmes nesse longo confinamento?), mas também pelo surgimento de talentos até então desconhecidos: as pessoas foram obrigadas a descobrir em si algum dom - artes manuais, gastronomia, desenho digital, colagens, fotografia, vá saber quantos outros. A expressão artística poderá ser nossa grande contribuição à humanidade: não voltaremos a ser apenas consumidores de cultura, mas fornecedores também.

         Não é se apegando a símbolos de status que prestaremos homenagem à nossa sobrevivência, e sim expandindo nossa criatividade, encontrando os amigos, bebendo e comendo com eles, namorando, celebrando as sensações, não as aquisições. Utilidades práticas seguirão bem-vindas, mas as utilidades emocionais é que definirão nosso bem estar: meditação para dormir melhor, leitura para mais autoconhecimento, empatia para reduzir desigualdades. Já que esta crise é inevitável, que a gente ao menos transforme nosso espanto em sabedoria.

 

Atividades

1. De que  assunto  trata a crônica?

    Refere-se a Pandemia por causa do Coronavírus COVID 19, faz uma reflexão se ela não passar, como vai ser?

 

2. Por que, em sua opinião, o título apresenta um questionamento?

    Resposta pessoal.

 

3. No início do texto, com o que a autora compara a pandemia?

    Parecia apenas uma onda gigante e repentina.

 

4. O que a expressão “calmaria” (primeiro parágrafo) representa quando relacionada à pandemia de COVID-19?

     Que voltaríamos a ter a mesma vida de antes, que tudo voltaria ao normal.

 

5. A autora parece concordar com a forma como o Brasil enfrenta a pandemia?

Transcreva um trecho do texto que justifique a sua resposta.

         Estamos há quase quatro meses mergulhados numa pandemia que mudou nossos hábitos, nos impôs restrições, nos distanciou fisicamente e nos colocou frente a frente com nossas fragilidades.

          O Brasil, caótico por natureza, vai levar mais tempo, nenhuma novidade.

 

6. Segundo a autora, quais são os novos modelos de conduta devemos adotar daqui para frente?

     Lavar as mãos, usar máscara e evitar aglomerações: já estamos nos acostumando.

 

 

2 comentários:

  1. Achei muito bom e verdadeiro o texto, muitas das coisas que vivemos hoje já mas será esquecida, e tenho certeza que muitas vão levar uma marca triste na suas vidas, nessa pandemia teve coisa boa e ruim, mas se fosse para escolher escolheríamos fica sem a pandemia, mas devemos ver todos nós, aprendemos muito com esse isolamento social,com da valor às coisas simples que temos é coisa que estão na nossa frente e não damos o devido valo. E é isso que fica difícil o ser humano é hipocrita e egocêntrico,só pensa em si mesmo. MAIS tenho certeza que aprendemos muito nessa pandemia...

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  2. Eu gostei muito do texto q fala sobre o período pandêmico, e fala sobre várias questões relacionadas ao período q ficamos segregados e onde essa pandemia nos ensinou muita coisa, agora se aprendemos alguma coisa com ela, isso depende de nós, porque nesse novo normal provavelmente possa ser q seja diferente pra muitos, por que essa pandemia n só acrescentou mas também tirou muitas vidas e deixou o espaço pra tristeza ao invés de outros estarem bem, e estarem lendo, aperfeiçoando suas habilidades com a culinária e outros tendo aulas e etc. Mais tudo isso foi um treino pras batalhas q estão por vim. Agradeco a Deus por esta pandemia, por mais q pra ums tenha sido um terror, mais saiba q tudo q acontece em nossas vidas acrescenta la na frente uma estratégia de escape pro q estar por vim. Então é isso vlw.

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