POEMA: ALMA ERRADA
Mário Quintana
assistir novelas de TV
ouvir música Pop
um filme apenas de corridas de automóvel
uma corrida de automóvel num filme
um livro de páginas ligadas
porque, sendo bom,
a gente abre sofregamente a dedo:
espátulas não há…
e quem é que hoje faz questão de virgindades…
E quando minha alma estraçalhada a todo instante pelos telefones
fugir desesperada
me deixará aqui,
ouvindo o que todos ouvem,
bebendo o que todos bebem,
comendo o que todos comem.
A estes, a falta de alma não incomoda.
(Desconfio até que minha pobre alma fora destinada ao
habitante de outro mundo).
E ligarei o rádio a todo o volume,
gritarei como um possesso nas partidas de futebol,
seguirei, irresistivelmente, o desfilar das grandes paradas do Exército.
E apenas sentirei, uma vez que outra,
a vaga nostalgia de não sei que mundo perdido…
ENTENDENDO O POEMA
1) Há coisas que a alma do eu lírico já não admite. Quais são?
Assistir novelas de TV
ouvir música Pop
um filme apenas de corridas de
automóvel
uma corrida de automóvel num
filme
um livro de páginas ligadas.
2) Em que versos o eu lírico nos mostra sua alma angustiada, despedaçada?
“... pelos telefones fugir desesperada
me deixará aqui, ouvindo o que
todos
bebendo o que todos bebem,
ouvem,
comendo o que todos comem.”
3) O título do poema motiva a leitura?
Sim, chama a atenção do
leitor, desperta a curiosidade de saber do que se trata.
4) De que se trata o poema?
O eu lírico fala da angústia
de sua alma que já não admite muitas coisas.
5) O eu lírico conta algo que:
a) Está acontecendo no presente.
b) Aconteceu
em um passado bem próximo.
c) Aconteceu
num passado distante.
d) Acontecerá num futuro bem próximo.
6) Encontre no poema um verso que confirme sua resposta da pergunta número cinco.
“Há coisas que a minha alma,
já mortificada não admite...”
7) É possível fazer um reflexão com a leitura do poema? Explique.
Sim, o eu lírico diz que sua
alma já não admite muitas coisas, com certeza ele é uma pessoa mais madura,
idosa.
8) Do que o eu lírico diz que sentirá saudade?
Uma vaga nostalgia de não sei
que mundo perdido.
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