Texto: O olhar também precisa aprender a enxergar
Há uma historinha adorável, contada por
Eduardo Galeano, escritor uruguaio, que diz que um pai, morador lá do interior
do país, levou seu filho até a beira do mar. O menino nunca tinha visto aquela
massa de água infinita. Os dois pararam sobre um morro. O menino, segurando a
mão do pai, disse a ele: "Pai, me ajuda a olhar". Pode parecer uma
espécie de fantasia, mas deve ser a exata verdade, representando a sensação de
faltarem não só palavras mas também capacidade para entender o que é que estava
se passando ali.
Agora imagine o que se passa quando
qualquer um de nós pára diante de uma grande obra de arte visual: como olhar
para aquilo e construir seu sentido na nossa percepção? Só com auxílio mesmo.
Não quer dizer que a gente não se emocione apenas por ser exposto a um clássico
absoluto, um Picasso ou um Niemeyer ou um Caravaggio. Quer dizer apenas que a
gente pode ver melhor se entender a lógica da criação.
Então, aí vai a sugestão: as belas e
instrutivas páginas de "Os Segredos da Arte", de Elizabeth Newbery.
Dividindo os assuntos em oito seções, que vão da cor até a perspectiva, o livro
faz um belo serviço pela educação visual.
Luís Augusto Fischer, Folha de São Paulo.
Entendendo o texto:
01 – Relacionando a história
contada pelo escritor uruguaio com “O que se passa quando qualquer um de nós
para diante de uma grande obra de arte”, o autor do texto defende a ideia de
que:
a) O belo natural e o belo artístico provocam distintas reações de nossa percepção.
b) A educação do olhar leva a uma percepção compreensiva das coisas belas.
c) O belo artístico é tanto mais intenso quanto mais espelhe o belo natural.
d) A lógica da criação artística é a mesma que rege o funcionamento da natureza.
e) A educação do olhar devolve ao adulto a espontaneidade da percepção das crianças.
02 – Analisando-se a
construção do texto, verifica-se que:
a) Há paralelismo de ideias entre os dois parágrafos, como por exemplo, o que ocorre entre a frase do menino e a frase “Só com auxílio mesmo”.
b) A expressão “espécie de fantasia”, no primeiro parágrafo, é retomada e traduzida em “lógica da criação”, no segundo parágrafo.
c) A expressão “Agora imagine” tem como função assinalar a inteira independência do segundo parágrafo em relação ao primeiro.
d) A afirmação contida no título restringe-se aos casos dos artistas mencionados no final do texto.
e) As ocorrências da expressão “a gente” constituem traços da impessoalidade e da objetividade que marcam a linguagem do texto.
03 – A frase “Não quer dizer
que a gente não se emocione apenas por ser exposto a um clássico absoluto” é
pouco clara.
Mantendo-se a coerência com a linha de argumentação do texto, uma frase mais clara seria: “Não quer dizer que
a) Algum de nós se emocione pelo simples fato de estar diante de uma obra clássica”.
b) A primeira aparição de um clássico absoluto venha logo a nos emocionar”.
c) Nos emocionemos já na primeira reação diante de um clássico indiscutível”.
a) O simples contato com um clássico absoluto não possa nos emocionar”.
b) Tão somente em nossa relação com um clássico absoluto deixemos de nos emocionar”.
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