sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

NOTÍCIA: CHUVA DE PRATA NO CÉU DO JAPÃO - PÂMELA CARBONARI - COM GABARITO

 Notícia: Chuva de prata no céu do Japão

      

  A abertura das Olimpíadas de 2020, em Tóquio, promete ser brilhante. Uma empresa japonesa, a Star-ALE, quer colorir o céu da capital japonesa com uma chuva artificial de meteoros. A ideia é lançar um satélite que chegue a até 80 km de altitude. Lá em cima, mil bolinhas coloridas de madeira serão liberadas e, ao entrarem na atmosfera, vão queimar e produzir luzes iguais à de meteoros naturais. Aqui debaixo, o brilho dessas partículas, que deve ser maior que o de Sirius, a estrela mais luminosa do céu, poderá ser visto a até 100 km de Tóquio por 30 milhões de pessoas. Mas o satélite não vagará para sempre na órbita terrestre. Em 25 anos, ele entrará novamente na atmosfera e deve virar uma estrela luminosa. [...]

Efeitos espaciais. CARBONARI, Pâmela. Superinteressante. São Paulo: Abril, p. 11, jul. 2016. (Fragmento).

Fonte: Linguagens e suas tecnologias – Volume I – 1° ano – SEDUC – Thelma de Carvalho Guimarães – p. 10.

Entendendo a notícia:

01 – O adjetivo brilhante, empregado na primeira frase do texto, foi usado com sentido literal ou figurado? Explique.

      Podemos dizer que o adjetivo foi usado com os dois sentidos, literal e figurado: Literal porque o efeito produzido pelos meteoros artificiais realmente será brilhante, luminoso; e figurado porque o espetáculo promete ser admirável, notável – um dos significados conotativos de brilhante.

02 – Identifique o trecho em que a jornalista usou expressões de valor semântico oposto (antônimas) para criar coesão no texto e explique como isso foi feito.

      O trecho é este: “Lá em cima, mil bolinhas coloridas de madeira serão liberadas [...]. Aqui debaixo, o brilho dessas partículas [...]” Ao usar as expressões Lá em cima e Aqui debaixo em duas frases sequenciais, a jornalista criou um paralelo entre essas frases, o que ajuda o leitor a acompanhar o desenvolvimento do raciocínio. Na primeira frase, descreve-se como a empresa japonesa produzirá a “chuva de prata” e, na segunda, como o espetáculo vai se revelar aos olhos dos espectadores em terra.

03 – O substantivo próprio Tóquio é retomado adiante por uma expressão sinônima, o que também contribui para a coesão. Identifique essa expressão.

      “... colorir o céu da capital japonesa”.

04 – Proponha sinônimos que poderiam substituir os termos ideia, liberadas, entrarem, vagará e virar, sem prejuízo para o sentido geral das frases.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestões:

·        Ideia – proposta.

·        Liberadas – lançadas, soltas.

·        Entrarem – ingressarem.

·        Vagará – flutuará.

·        Virar – converter-se em, transformar-se em.

CARTUM: IDADE DA PEDRA - POLISSÊMIA - COM GABARITO

 Cartum: Idade da Pedra


Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgwGxmTvr8_3tscX6e-EqYI640N5fpvXksgijFepssArOHOnq75l30PBRFDG_6ZXa7ThNxRk3luyCygRQh6TxLv3pL2HHORYgQI0jveV7HfcMgl5xzRbSKNv8NXC0C5sgt_kW4c5VAHC5CbWT5QqP2JaLv50SpXN1AG5IQyYsy8V6BIAV-spEQeP_lr=s277  

Fonte: Linguagens e suas tecnologias – Volume I – 1° ano – SEDUC – Thelma de Carvalho Guimarães – p. 08.

Entendendo o cartum:

01 – Qual a expressão polissêmica aparece no cartum? Explique como o jogo entre o sentido literal e o figurado dessa expressão foi usado para produzir humor.

      A expressão “vou pegar um bronze”. A mulher a utiliza em sentido figurado: sua ideia é ficar com a pele da cor do bronze, ao ser exposta ao sol. Já o homem entende a expressão em sentido literal: como eles estavam na Idade da Pedra, seria impossível “pegar um bronze”, já que essa liga metálica ainda não havia sido desenvolvida.

02 – Explique como a linguagem visual desfaz a possível ambiguidade na fala da mulher.

      Como ela está olhando para o sol, fica claro que está se referindo ao sentido conotativo da expressão.

03 – Como é usual em crianças humorísticas, o cartum apresenta situações absurdas, ilógicas. Identifique dois exemplos disso, um na linguagem verbal e outro na linguagem visual.

      Na linguagem verbal: obviamente, pessoas da Idade da Pedra não sabiam que estavam na Idade da Pedra, portanto não faria sentido o homem dar essa informação à mulher, muito menos prever que, no futuro, ainda viria a Idade do Bronze.

      Na linguagem visual: seres humanos não conviveram com dinossauros, portanto desenhar um animal desses, perto do casal, contribui para o tom absurdo e humorístico do cartum.



CRÔNICA: MEU IRMÃO - MARIA CARVALHO - COM GABARITO

 CRÔNICA: Meu irmão

           Maria Carvalho

        Hoje, quando voltávamos da escola, eu percebi que o meu irmão estava chateado. Não fez as brincadeiras bobas de sempre, não ligou o som do carro e praticamente não abriu a boca, a não ser pra cumprimentar a mamãe com um beijo e um oi.

        Quando estávamos chegando, minha mãe perguntou:

        -- Aconteceu alguma coisa, filho?

        O Bruno nem respondeu, só abaixou a cabeça e se desligou. Na hora do almoço, ela insistiu e o Bruno resolveu contar:

        -- Mãe, hoje eu fiz uma grande besteira na escola.

        -- O que foi?

        -- Eu sempre achei demais a turma do Beto. Mas, eu estudando no 6° ano e eles no 8°, deixava um...

        -- Um espaço grande entre vocês? É isso que você quer dizer?

        -- É, mãe, é isso. Só que, por eu ser alto e já estar no time de vôlei, acabei me aproximando deles e eles me tratam de igual pra igual.

        -- Então, qual é o problema?

        Eu já estava curiosa, com vontade de pedir que ele contasse tudo de uma vez. Não sei como mamãe conseguia ficar ali, parada, calma. Mas eu me segurei, senão o Bruno já ia me mandar ficar quieta ou dizer que eu era muito pequena pra ouvir o que ele tinha pra contar. Revirei a comida no prato e fiz de conta que não estava interessada na conversa.

        Ele continuou:

        -- Sabe aquele menino que eu te contei que começou a estudar na minha sala, que usa óculos fundo de garrafa e o uniforme fica grande como se não fosse dele? Pois é, o Roni.

        Quase todo mundo fica gozando dele na hora do recreio e ele fica sempre sozinho, como se tivesse vergonha de estar ali.

        Minha mãe não disse nada, ela e o Bruno já não comiam, tinham largado os talheres, ele, falando com a cabeça baixa; ela, encostada na cadeira, olhando firme pra ele. Acho até que esqueceram que eu também estava ali.

        -- Hoje, no recreio, o Beto falou pra turma que a gente ia se divertir um pouquinho. Todo mundo se animou e ai aconteceu: quando o Roni estava passando, o Beto colocou o pé e o menino caiu. Os óculos dele foram parar longe e a Ana pegou. O Roni se ajoelhou, procurando os óculos, meio assustado. Nós rimos muito e os óculos eram passados de um pro outro. Então, ele pediu:

        -- Meus óculos, por favor, eu não consigo ver quase nada sem eles.

        -- Nessa hora, eu comecei a sentir uma coisa estranha, eu não tava gostando da brincadeira. Não, eu tava achando tudo muito feio, me senti mal. Mas quando uma das meninas pediu pro Beto parar com aquilo, ele disse pra ela cair fora, que no grupo dele só tinha gente forte, de bom-humor, que gostava de brincar. E eu fiquei com vergonha de dizer o que tava pensando e continuei na brincadeira até que ele...

        -- Bruno, mas a mamãe sempre ensinou pra gente que é preciso respeitar os outros, como você pode ser tão mau?

        Pronto, eu não aguentei ouvir aquilo e tive de abrir a minha boca. Mas eu não acreditava que os grandes do 8° pudessem fazer uma coisa dessas e o meu irmão junto. Fiquei até com vontade de chorar.

        -- Dá pra ficar quieta? Não vê que eu tô arrependido? Você é muito pequena pra entender isso, ouviu bem?

        -- Vamos acalmar? Bruno, não desconte na sua irmã. A Flávia é pequena, mas já entende muito bem o que aconteceu e ela tem razão. É difícil entender que você tenha participado de um ato tão... tão...

        -- Tão covarde!

        Ai, escapou. Foi sem querer mesmo. Cheguei a me abaixar na cadeira quando o Bruno e a mamãe me olharam daquele jeito.

        -- Mãe, essa menina...

        -- Flávia, por favor, vamos deixar que seu irmão termine de contar o que aconteceu?

        Fiquei muda, disse pra mim mesma que só ia abrir a boca pra colocar a comida lá dentro. E só!

        -- Mãe, o Roni chorou e a menina que tinha pedido pro Beto parar tomou os óculos da minha mão e entregou pro Roni. Ainda bem que bateu o sinal naquela hora e eu pude ir pra sala, porque eu tava sentindo um aperto por dentro. Na sala, eu não conseguia nem olhar pros lados, parecia que todo mundo sabia o que tinha acontecido e eu tava morrendo de vergonha. Quando bateu o sinal pra saída, eu corri pra porta, apressado, e nem vi a mochila do Márcio, que estava na frente da carteira.

        Acabei tropeçando e fiquei caído no chão. A turma toda riu, menos o Roni. Eu fiquei olhando pra ele e ele vindo na minha direção. Eu imaginei que ele fosse rir, que fosse dizer benfeito ou coisa parecida. Mas ele chegou bem perto, estendeu a mão pra mim e disse:

        -- Não liga, isso também aconteceu comigo hoje.

        -- Mãe, eu morri de vergonha. É claro que ele sabia que eu estava lá na hora do recreio. Levantei com a ajuda dele e nem consegui falar nada, saí correndo.

        -- Filho, eu acho que você não precisa de repreensão pelo que fez. Você mesmo já percebeu que houve muitos erros nessa história e eu tenho certeza de que você vai saber fazer os consertos.

        A minha mãe levantou e abraçou o meu irmão, que estava chorando. Eu fiquei meio engasgada, a comida tinha ficado parada na boca e não sabia direito o que fazia com ela. O que eu sabia é que nós ainda íamos voltar a falar sobre esse assunto, a minha mãe só estava dando um tempo, mas, é claro, era muito importante pra que ficasse assim.

        -- Não vamos falar sobre isso por enquanto. Mas tarde, quando você ficar mais tranquilo, nós voltamos a conversar, está bem?

        Eu não disse?

CARVALHO, Maria. Meu irmão. Texto não publicado, Curitiba, 2000.

                Fonte: Língua Portuguesa – Coleção Mais Cores – 5° ano – 1ª ed. Curitiba 2012 – Ed. Positivo p. 155-161.

Entendendo a história:

01 – Quem narra essa história?

      A Flávia.

02 – Quem a escreveu?

      Maria Carvalho.

03 – Com base no seu entendimento do texto, responda à questão. Como Flávia percebeu que seu irmão estava chateado na volta da escola?

      Porque ele não havia feito as brincadeiras bobas de sempre, não ligou o som do carro e praticamente não abril a boca.

04 – Observe a palavra destacada e explique o que ela significa nesta frase.

        “O Bruno nem respondeu, só abaixou a cabeça e se desligou.”

      Quer dizer que ele não iria mais prestar atenção em nada.

05 – Agora, responda as questões abaixo de acordo com as informações do texto.

a)   Local onde ocorreu o incidente com Bruno.

Na escola.

b)   Nome do líder do grupo do qual Bruno fazia parte.

Beto.

c)   Nome da irmã de Bruno.

Flávia.

d)   Esporte praticado por Bruno e seu grupo.

Vôlei.

e)   Adjetivo encontrado por Flávia para a atitude de Bruno na escola.

Covarde.

f)    Nome do dono do objeto em que Bruno tropeçou.

Marcio.

g)   Sentimento que Bruno sentiu após ter participado da brincadeira.

Vergonha.

h)   Nome do menino que foi humilhado pela turma de Bruno.

Roni.

i)     Sobrenome da autora do texto.

Carvalho.

06 – Observe o que a mãe de Bruno lhe disse:

        “-- Filho, eu acho que você não precisa de repreensão pelo que fez. Você mesmo já percebeu que houve muitos erros nessa história e eu tenho certeza de que você vai saber fazer os consertos.”

a)   Você concorda com a mãe de Bruno de que ele não precisa de repreensão? Por quê?

Sim. Porque ele já tinha se arrependido pelo que fez.

b)   Quais foram os erros dessa história e quais consertos Bruno deve fazer?

Derrubaram o Roni; esconderam o óculos e deram muita rizada. Reconhecer que fez mal e ir pedir desculpas.

07 – Releia estes trechos retirados do texto.

        “-- Hoje, no recreio, o Beto falou pra turma que a gente ia se divertir um pouquinho. [...]”.

        “-- Nessa hora, eu comecei a sentir uma coisa estranha, eu não tava gostando da brincadeira. Não, eu tava achando tudo muito feio, me senti mal. [...]”.

a)   Esses trechos representam a fala de Bruno, por isso alguns termos foram usados na linguagem informal. Identifique-os.

Tava e pra.

b)   Agora, reescreva-os de acordo com a norma-padrão.

Tava = estava; Pra = para.

c)   Discuta com seu professor e colegas as situações em que o uso da linguagem informal é adequado e os momentos em que ela deve ser evitada.

Resposta pessoal do aluno.

 

CRÔNICA: O VALOR DO VERDADEIRO E DO FALSO AMIGO - ILKA BRUNHILDE LAURITO - COM GABARITO

 CRÔNICA: O valor do verdadeiro e do falso amigo

                   Ilka Brunhilde Laurito

        Meus primos haviam ganho do pai um burrico muito engraçadinho, com o qual passeavam para baixo e para cima das ladeiras, fazendo inveja às outras crianças. Passear para baixo e para cima era fácil na Saracena, já que a aldeia, toda rodeada dos antigos muros das fortificações antigas, tinha uma parte alta, que terminava ao pé das montanhas e onde se viam ainda as ruínas do velho castelo dos príncipes que haviam sido os donos da terra em tempos passados.

        Um dia, meus primos me convidaram para passear de burrico com eles e com a prima Rina. Fiquei felicíssima e pedi licença para vovó Catarina, que me recomendou muito cuidado.

        Como era ainda pequena e não sabia montar sozinha, os primos me puseram na garupa, atrás de Rina. Nós duas começamos a andar gloriosamente ruma às ladeiras que iam das na estradinha que ficava fora dos muros da aldeia e se dirigia ao convento dos padres.

        Os meninos nos acompanhavam a pé, fazendo a maior algazarra e judiando do burrico, que chicoteavam sem a menor necessidade. Com justa razão, numa certa hora o bicho protestou, esperneando. E Rina caiu. Por milagre, que não sei explicar até hoje, fiquei agarrada ao lombo do animal como um carrapato. Para quê... Foi o bastante para que meus primos gritassem furiosamente comigo, acusando-me de ter empurrado Rina para baixo da garupa.

        Eu quis me defender, dizer que era tudo mentira e que, se fosse verdade, eu confessaria. Mas não adiantou nada. Eles não acreditaram em mim, me fizeram apear, berrando nos meus ouvidos como se também me chicoteassem:

        -- Foi você, Fortunatella! Foi você!

        Comecei a chorar, olhando para o burrico, que sacudia continuamente as orelhas, como se estivesse dizendo para os meninos, com pena de mim: “Não foi ela, não, fui eu...”.

        Mas meus primos nem deram atenção ao burrico. E, para se vingarem, resolveram impor-me um castigo:

        -- Para pagar a sua culpa, você tem de ir comprar um caderno no armazém do seu Alfonso.

        Embora não fosse culpada, achei o castigo fácil, e resolvi obedecer para continuar a brincar de montaria. Meus primos me deram uma moedinha, e eu fui, sem desconfiar de nada.

        Entrei no armazém e disse:

        -- Seu Alfonso, eu quero um caderno bem bonito.

        E estendi a moeda. O velho Alfonso, muito desconfiado, porque minha avó nunca me mandava fazer compras, pegou a moeda, virou-a e revirou-a na palma da mão e sumiu nos fundos do armazém, sem dizer uma única palavra.

        “Vai ver ele está procurando o caderno mais bonito que tem”, pensei eu muito orgulhosa, achando que os primos iam ficar satisfeitos com meu serviço.

        E o burrico, meu amigo, muito mais ainda. Enquanto esperava, porém, ouvi um barulho muito forte lá dentro, assim como as batidas do ferreiro, que, todas as manhãs e todas as tardes, arrumava a ferradura dos cascos dos cavalos.

        A aldeia era como uma família só. E, naquele dia, acho que seu Alfonso, muito amigo do vovô Vincenzo, resolveu me dar uma lição. Quando voltou ao salão da frente do armazém, jogou a moeda em minha mão. Apanhei-a e soltei um grito de dor! Era uma placa de latão que, achatada pelas marteladas que levara, ardia como ferro em brasa. Na minha mão nascia uma bolha, enquanto eu, de rosto vermelho de espanto, ouvia seu Alfonso:

        -- Fortunatella, nunca mais engane ninguém, que é muito feio! Vou contar ao seu avô que você quis me passar a perna me dando uma moeda falsa...

        Saí chorando do armazém e fui ao encontro dos meus primos, que riam. Foi então que compreendi.

        Eles haviam se vingado de mim por causa do tombo da Rina. Ou teria sido por causa do ciúme e da inveja que sempre haviam sentido do amor que vovô Vincenzo e vovó Catarina me davam?... Só sei que, naquele momento, olhando para aquela latinha redonda e amassada, ali no chão, e olhando para o bicho pensativo, que olhava para mim com um ar que parecia de piedade, eu estava começando a compreender que não há moeda mais falsa no mundo do que uma falsa amizade.

      Nunca mais fui brincar com meus primos desleais. Pena foi ter perdido a companhia leal do burrico...

LAURITO, Ilka Brunhilde. A menina que fez a América. São Paulo: FTD, 1995. p. 43-6.

                   Fonte: Língua Portuguesa – Coleção Mais Cores – 5° ano – 1ª ed. Curitiba 2012 – Ed. Positivo p. 135-141.

Entendendo o texto:

01 – Quem narra essa história criada por Ilka Brunhilde Laurito?

        Fortunatella.

02 – Onde se passa essa história?

      Saracena.

03 – Fortunatella e seus primos saíram para passear de burrico.

a)   Que incidente aconteceu para que os primos ficassem tão furiosos?

Seus primos achavam que ela tinha derrubado a Rina do burrico.

b)   Qual foi a causa desse incidente?

Foi um protesto do burrico, que esperneando derrubou a Rina.

04 – Os primos de Fortunatella lhe impuseram um castigo.

a)   Qual foi esse castigo?

Que ela fosse ao armazém do seu Alfonso comprar um caderno.

b)   Por que Fortunatella recebeu tal castigo?

Porque todos achavam que tinha derrubado a Rina de propósito.

c)   Você acha que o castigo imposto a Fortunatella foi uma atitude justa? Por quê?

Não. Porque eles não tinham certeza de que foi Fortunatella que tinha empurrado a Rina.

d)   Como você agiria, se estivesse no lugar de Fortunatella?

Eu tentaria ao máximo fazer que eles acreditassem em mim.

05 – Leia o que seu Alfonso disse a Fortunatella.

        “-- Fortunatella, nunca mais engane ninguém, que é muito feio! Vou contar ao seu avô que você quis me passar a perna me dando uma moeda falsa...”.

a)   O que significa a expressão destacada acima?

Enganar, trapacear.

b)   Qual foi o motivo do choro de Fortunatella enquanto seu Alfonso falava com ela?

Que ela não tinha a intenção de enganar, mas foi enganada pelos primos.

06 – Observe as palavras destacadas nesta frases e depois resolva as questões.

        “— Seu Alfonso, eu quero um caderno bem bonito.”

        “Vou contar ao seu avô que você quis me passar a perna me dando uma moeda falsa...”

a)   O significado da palavra destacada é o mesmo nas duas frases? Justifique sua resposta.

Não. A palavra seu é uma forma de tratamento: Senhor. No segundo, a palavra indica posse, é um pronome possessivo.

b)   Agora, elabore duas frases usando a palavra seu, usando os significados descobertos por você.

- Olá Seu Lucas, como vai?

- Oi, seu carro é novo?

07 – Observe o uso de vírgula nas seguintes falas.

        “-- Foi você, Fortunatella! Foi você!”

        “-- Seu Alfonso, eu quero um caderno bem bonito.”

        “-- Fortunatella, nunca mais engane ninguém.”

a)   Com auxílio de seu professor, explique por que a vírgula foi usada nesses casos.

Para isolar o vocativo ou expressão usada para chamar alguém.

b)   Compare as falas a seguir.

“Quem é Francisco?

“Quem é, Francisco?

     O sentido das duas frases é o mesmo? Qual a diferença? Troque ideias com seu professor e colegas. Depois, registre nas linhas as conclusões a que vocês chegaram.

      Não. Na primeira fala está sendo feito uma pergunta, quem é a pessoa. E na segunda, pergunta a pessoa o que é.

 

 

 

CRÔNICA: NÃO DÊ COMIDA AOS ANIMAIS - GISELDA LAPORTA NICOLELIS - COM GABARITO

 Crônica: Não dê comida aos animais

               Giselda Laporta Nicolelis

    Adílson chegou ao zoológico, feliz da vida. Era uma linda tarde de sol e ele economizara a semana toda para ver os animais. Deixara até de andar de ônibus e fora a pé para a escola! Agora, com certeza, ia se divertir pra valer.

        O zoo estava cheio de gente. Famílias inteiras sentadas nos bancos ou passeando pelas alamedas, num clima de muita festa.

        Animado, jogou o resto das pipocas dentro da jaula do leão, que olhou com indiferença para as pipocas e com arrogância para o menino.

        Foi então que viu, lá embaixo, no fundo de um fosso, uns animais engraçados que pareciam lontras, com caudas grandes e achatadas. Eram seis, semienrolados uns nos outros, no seu habitat predileto: água!

        Curioso, leu a tabuleta:

        ARIRANHAS: carnívoros da família dos mustelídeos (Pterunura brasiliensis). Habitam os grandes rios do Brasil.

        NOME VULGAR: “onça-d’água”.

        Na sua frente, uma grade alta separava os visitantes dos animais. Por que seria? Uns bichinhos tão inofensivos tomando sol... Por certo só comiam peixes.

        Será que também gostavam de pipoca? Pena que tivesse gasto todo o saquinho com o leão lá da jaula. Dariam uns belos animais de estimação!

        E uma ideia se formava na sua cabeça... Por que não pular a grade (nem era tão alta assim pra um garoto como ele, acostumado a ser goleiro nas peladas do campinho) e ir lá embaixo, ver se elas eram mesmo tão pacatas quanto pareciam aqui de longe? Deviam ter umas pernas tão curtas e ser tão molengas que jamais alcançariam um moleque na corrida, mas nunca!...

        Olhou à sua volta: ninguém por perto. É a tua chance, Adílson! Sem pensar duas vezes, saltou rapidamente a grade e começou a descer o paredão que dava para o fosso. As ariranhas nem se mexeram, continuavam dormindo tranquilas.

        Ralou os joelhos na descida, nem ligou. Estava emocionante demais. Quando contasse pros colegas, eles nem iam acreditar! Um bando de frouxos... nunca que iam ter a coragem dele!

        Quando estava quase lá embaixo, uma das ariranhas o farejou e ergueu a cabeça. Mas logo mais dormia, aparentemente indiferente.

        Foi andando em direção aos bichos... bem de fininho. Eles continuavam dormindo... ou pareciam... Entrou pela água do fosso e foi chegando perto, determinado a encostar a mão naqueles dorsos peludos que brilhavam ao sol...

        A ariranha maior tornou a farejá-lo, erguendo novamente a cabeça. Só que dessa vez não voltou a dormir. Encarou-o. E ele sentiu a fúria no olhar do animal, mistura de medo e raiva ao mesmo tempo. Como num passe de mágica, a ariranha firmou o longo pescoço de lontra e emitiu um rugido que soou como alerta para as demais, que se desenrolaram uma das outras e puseram-se, num átimo, em posição de sentido! Ele agora tinha pela frente as ariranhas prontas para o ataque. Por trás, o paredão do fosso que o levaria à segurança e à liberdade...

        Um grito soou lá de cima, uma voz de mulher, apavorada:

        -- Deus, tem um menino no fosso, façam alguma coisa!

        Recobrando o próprio domínio sobre o espanto e o medo, o garoto tentou correr. Virou-se e preparou os músculos para escalar de uma só vez o paredão salvador. Mas as ariranhas foram mais rápidas. Certeiras, atiraram-se contra o menino, que tentava escapar. Adílson ainda gritou, transido de pavor:

        -- Socorro!

        João, que passeava com a família no zoo, abriu caminho:

        -- Sou policial, deixem-me passar!

        -- O menino caiu no fosso! – gritou a mulher, desesperada. – Ariranhas estão comendo ele vivo!

        João debruçou-se sobre a grade, um arrepio pelo corpo. O menino tinha o rosto virado para cima, pedindo socorro, enquanto tentava se livrar dos bichos... Era um garoto moreno, de olhos angustiados, que se debatia entre a vida e a morte... E alguma coisa precisava ser feita, urgentemente... Olhou ao seu redor.

        Os outros não faziam nada, impotentes.

        Chamar a segurança do zoo, quanto tempo levaria?... Minutos preciosos que poderiam significar a vida para o garoto lá embaixo... Poderia ser seu filho numa situação dessas... Todos olhando e ninguém fazendo nada!...

        Ainda ouviu o grito de sua mulher quando pulou a grade e começou a descer o paredão:

        -- Não, não vá!...

        Ele já descia, agarrando-se às pedras e a uma pequena árvore fincada ali quase por acaso. O garoto gritava, desesperado, ambos os braços nas bocas das ariranhas. João gritou:

        -- Aguente firme, estou indo! Vou te salvar, aguente firme!

        A mulher e os filhos, estáticos de pavor, olhavam tudo lá de cima do paredão.

        Os demais o animavam.

        -- Depressa, moço! Mais depressa, o garoto não aguenta mais!

        Num último arranco deu conta do paredão. Atirou-se na água. As ariranhas viraram-se para encarar o novo inimigo, largando o menino por instantes.

        Foi sua chance. Agarrou o garoto e correu com ele para o paredão, gritando:

        -- Suba rápido, o mais rápido que você puder!

        O garoto tentou escalar o paredão, escorado em João. Caiu, rolou por terra.

        João ergueu-o, sacudiu-o:

        -- É nossa única chance! Vamos, temos de subir!

        Um homem pulou a grade do fosso, amparou-se na pequena árvore e gritou para João, lá embaixo:

        -- Dá aqui o garoto que eu puxo ele!

        João ergueu o garoto e, num supremo esforço, colocou-o sobre os ombros, enquanto o outro se esforçava para agarrar as mãos de Adílson.

        Começou a puxá-lo para cima e, quando o garoto finalmente firmou as pernas no paredão, João, com um suspiro de alívio, preparou-se para subir. Foi então que sentiu os focinhos molhados e as patas pegajosas nas suas costas, e uma força brutal arrastando-o pelas pedras, enquanto a mulher gritava desesperada:  

        -- Façam alguma coisa, elas pegaram meu marido!...

        -- Vou chamar ajuda – disse alguém e saiu correndo da multidão.

        A mulher continuo gritando:

        Façam alguma coisa, alguém atire nelas, peço amor de Deus! Elas estão matando o meu marido!

        Lá embaixo, João ainda resistia... Desarmado, seu corpo sob as ariranhas que, enfim, davam vazão a toda sua fúria. João lutou, gritou, se debateu e, finalmente, não reagiu mais.

NICOLELIS, Giselda Laporta. Histórias verdadeiras. São Paulo: Scipione, 1994, p. 27-32.

                     Fonte: Língua Portuguesa – Coleção Mais Cores – 5° ano – 1ª ed. Curitiba 2012 – Ed. Positivo p. 117-122.

Entendendo a crônica:

01 – Ao ler o texto, você percebeu, nas informações apresentadas na tabuleta, que os animais possuem nomes científicos (que é o seu registro na literatura científica) e vulgares (modo popular pelo qual são conhecidos).

·        Família a que pertencem: família dos mustelídeos.

·        Nome científico: Pterunura brasilienses.

·        Nome vulgar: Onça-d’água.

02 – Escolha três animais de sua preferência e pesquise as informações a seguir.

·        Família a que pertencem: Resposta pessoal do aluno.

·        Nome científico: Resposta pessoal do aluno.

·        Nome vulgar: Resposta pessoal do aluno.

03 – Discuta com seus colegas e professor as questões a seguir.

·        O que levou o policial a tentar salvar o menino? Em sua opinião, esse herói agiu de modo correto ao arriscar sua própria vida? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

·        Você conhece alguém que já colocou sua vida em risco para tentar socorrer alguém? Conte como isso aconteceu.

Resposta pessoal do aluno.

04 – Em todos os zoológicos, existem tabuletas afixadas, solicitando aos visitantes que não deem comida aos animais. Em sua opinião, por que há pessoas que não respeitam essa solicitação?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Por falta de instrução ou porque é um pessoa que não gosta de respeitar as regras.

05 – Agora, imagine que o diretor do zoológico precisa escrever nas tabuletas frases que levem os visitantes a perceber o perigo que os animais enjaulados apresentam. Ajude-o, elaborando três frases. Lembre-se de que você deve dar conselhos, como este: “Não dê comida aos animais”.

        Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não suba nas grades é perigoso; Não encoste nas grades, pode ser arriscado; Não tire fotos com flash, eles podem assustar; etc.

06 – O policial dessa história arriscou a própria vida para salvar a de um menino. Como ele, muitos outros profissionais arriscam-se diariamente para manter a segurança e a tranquilidade das pessoas. Em equipe, indiquem outros profissionais que arriscam sua vida em benefício das pessoas.

      Resposta pessoal do aluno.