Texto: Metamorfose
Um homem
que costumava achar toda
gente estúpida (menos ele próprio).
Acordou certa
manhã transformado em burro.
Ficou muito triste e durante três dias não comeu coisa alguma.
Não achava mais gosto em comida de gente e tinha vergonha de comer comida de burro.
Mas a fome o acabou forçando
a experimentar capim que ele achou estranhamente saboroso.
Alguns dias mais tarde já zurrava alegremente.
Passado um mês
puxava a carroça pela rua
como a
coisa mais natural do mundo.
E quando, muito tempo
depois,
ele acordou de novo
transformado em gente,
ficou muito triste e se achou estúpido.
José Paulo Paes.
Entendendo o texto:
01 – Que mensagem podemos
extrair da leitura desse texto?
Que toda mudança
implica em se desfazer de laços e aprender a se adaptar e desapegar. A vida é
feita de mudanças.
02 – Indique 5 adjetivos que
caracterizem o protagonista da história:
Estúpida – gente.
Triste – burro.
Saboroso – capim.
Alegremente – burro.
Natural – burro.
03 – Justifique o título do
texto:
O título tem
relação com o conteúdo, pois metamorfose significa mudança, é a transformação
de um ser em outro.
04 – Que outro título você
daria a esse texto?
Resposta pessoal
do aluno. Sugestão: Ser humano infeliz.
05 – Classifique as classes
gramaticais das palavras destacadas no texto:
Homem –
substantivo.
Estúpida – adjetivo.
Ele – pronome.
Acordou – verbo.
Em burro – locução.
Muito – advérbio.
E – conjunção.
Três – numeral.
Não – advérbio.
Mais – advérbio.
Comida – substantivo.
De – preposição.
Mas – conjunção.
O – artigo.
Forçando – verbo.
A – artigo.
Experimentar – verbo.
Capim –
substantivo.
Estranhamente – advérbio.
Já – advérbio.
Alegremente – advérbio.
Mês – substantivo.
A – artigo.
Pela – preposição.
Como – advérbio / preposição.
Natural – adjetivo.
Se – pronome.
06 – "Me responda você,
que parece sabichão: / se lagarta vira borboleta, por que trem não vira
avião"?!? O uso do padrão do pronome “me” contribui para tornar a
linguagem do poema:
a)
Científica.
b)
Coloquial.
c)
Engraçada.
d)
Pedante.
Sendo a norma
padrão, não podemos iniciar a frase com pronome oblíquo. Assim, ao iniciar o
poema com “me”, o poeta descumpre uma regra gramatical, aproximando-se do modo
como as pessoas falam no dia-a-dia. Ou seja, da linguagem coloquial.
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