sábado, 23 de março de 2019

TEXTO: O ALHO BENTO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: O ALHO BENTO

        Mané Frajola não tinha um centavo. Jurou que ia dar jeito na vida. E deu. Catou uma réstia de alho e saiu pro mundo, apregoando:
        -- Alho bento! Olha o alho bento!
        Parou uma velha.
        -- Alho bento? Serve pra que?
        -- Isso aqui tira quebranto, olho gordo, aza de 7 anos. É só mordê, comê metade e passá a outra metade em cima do coração!
        A velha levou um dentinho, a peso de ouro. Depois veio um velho. Repetiu a pergunta, ouviu a mesma resposta. Levou! De crédulo em crédulo, Mané Frajola vendeu a réstia toda, até o final da manhã. Estava com os cobres. Mas aí veio o Conde Drácula, chegado da Transilvânia e não gostou da história. Aquela cidade toda cheirava a alho. Resultado: Mané Frajola foi contratado como copeiro do Conde para ganhar dinheiro e parar de vender alho bento. Milagre só acontece quando a prosa do contador de causo padece!
                                                                          http://eptv.globo.com/caipira/
Entendendo o texto:

01 – O modo como falam indica que os personagens dessa história são pessoas que:
a) Vivem no campo.
b) Vivem em outro país.
c) Falam trocando letras.
d) Falam gírias de jovens. 
e) Falam jargões.

02 – Quem é o personagem principal do texto?
      Mané Frajola.

03 – O que o Mané Frajola fez para dar jeito na vida dele?
      Catou uma réstia de alho e saiu pro mundo.

04 – O que ele fez com o alho?
      Ele oferecia as pessoas como sendo o alho bento, que fazia cura.

05 – Quem não gostou da história do alho bento?
      Foi o Conde Drácula, que tinha chegado da Transilvânia.

06 – Para que o Mané Frajola foi contratado?
      Ele foi contratado como copeiro, para ganhar dinheiro e parar de vender O Alho Bento.

07 – O que você entendeu na última frase do texto?
      Resposta pessoal do aluno.

quinta-feira, 21 de março de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): 175 NADA ESPECIAL - GABRIEL O PENSADOR - COM GABARITO

Música(Atividades): 175 Nada Especial

                     Gabriel O Pensador

Mais um dia mais um ônibus que eu peguei no rio
Um ônibus tranquilo Estava vazio
E a cidade engarrafada como não podia deixar de ser
Viagem demorada O que fazer?
Sem nenhuma mulher por perto pra bater um papo esperto
Resolvi escrever um rap a mais, Mas não estou bem certo
Sobre o que eu vou rimar - Diz aí trocador - (Ah sei lá)
Então eu vou no instinto pego um papel e vamos vê o quê que dá
Foi nesse instante em que eu olhei pela janela
E que susto eu levei Era ela A inflação estampada na vitrine
Atingiu meu coração E deu vontade de partir pro crime
Porque o que eu quero comprar já não dá mais
A não ser que eu faça como fez o Ferrabrás (Quem?)
Então eu tento esquecer Continuar a rimar
Mas o que eu vejo do outro lado é duro de acreditar
Mas é real E a realidade dói demais
São dois mendigosse matando pelos restos mortais
De um cachorro qualquer que foi atropelado
E vai virar rango e se der Talvez seja assado
(Hmmesses nojentos gostam disso?) - Não arrombado
Aquilo é um ser humano que chamaram de descamisado
- Um desesperado Um brasileiro como eu
Que deve sempre perguntar (Será que existe mesmo Deus?)
Não é o pensador que vai tentar responder
Eu continuo rimando tentando esquecer
Porque esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu peguei na central
E de repente o ônibus começou a encher
Entrou mais gente Houve um tumulto Alguém gritou e eu olhei pra ver
(Quê que é isso? Quê que tá pegando? Quê que tá havendo?)
(É um assalto malandro! Será que você ainda não tá percebendo?)
O desespero do trabalhador começou E eu também tentava esconder meu dinheiro quando alguém falou(Libera esse aí que é o Pensador mané!)
Mas eles eram meus fãs Então levaram meu boné
(Autografado né Pensador se liga!)
Alguns acharam que eu era cúmplice Quase deu briga
Mas a viagem prosseguiu e os ladrões desceram
E aí a raiva que subiu na cabeça dos passageiros
E o mais injuriado era um bigodudo
Que tinha ganhado o salário (Eles levaram tudo)
Entraram dois PMs pelaCporta da frente
Estufando o peito e olhando pra gente Impondo respeito
Mas os ladrões já tavam longe Num tinha mais jeito
Pra priorar levaram o bigodudo como suspeito - Ele era preto -
Coisas desse tipo é difícil esquecer
Mas eu vou continuar porque eu já disse a você que
Esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu peguei na central
Agora estamos passando pela praia de Copacabana
Travestis e prostitutas se acabando por grana
E os gringos vão achando aquilo tudo bacana
(O Brasil é um paraíso! As mulheres são boas de cama)
Ô gringo não força Deixa de ser imbecil
Você que vem lá de fora quer entender do Brasil
(Ha ..."O Brasil é um paraíso! – É mole? – E o inferno é onde?!)
-- (Peraí Pensador)
E por falar em paraíso Olha que loucura
Subiu no coletivo uma estranhíssima figura
Com uma bíblia na mão e uma cara de débil mental
Pregando a enganação da Igreja Universal
(Ou será que era alguma outra igreja dessas? Ah num faz mal Igreja de enganar otário é tudo igual)
E o coitado foi soltando aquele papo de crente
Eu rezando: Deus me dê paciência!
Mas o pentelho desceu pra alegria da gente
E na saída do ônibus Sofreu um acidente
Se distraiu e foi atropelado pelo caminhão
Morreu esmagado com a bíblia na mão
(É morreu? Melhor do que viver nessa ilusão. Num queria Deus? Foi pro céu Então) - (Num sei não)
Enquanto todos se benziam com pena do crente
Eu fui rimando Bola pra frente
Porque esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu peguei na central
E eu percebi que o trocador ficou fazendo careta
Prum coroa que passou por debaixo da roleta
Era um senhor de óculos, barba branca ...
Ei Peraí (Ei professor O quê que o senhor tá fazendo aqui? Quê que houve? Foi assaltado? Perdeu o dinheiro?)
-(Não ... É ... sabe o quê que é ... Eu já gastei o salário inteiro)
Hm Hm mudei de assunto ele já tava encabulado
No meio do mês o salário dele já tinha acabado
Era o meu ex-professor da escola(Coitado)
Tá fudido e mal pago Daqui a pouco tá pedindo esmola
Ele é um mestre Um baú de sabedoria
Esse num é o valor que um professor merecia
Profissional de primeira importância pro nosso futuro
Ninguém mais quer ser professor pra num viver duro
E ele desceu em outra escola pra dar mais aula
(É que eu trabalho nos três turnos Chego em casa e ainda corrijo prova) - Tchau professor - (Tchau Pensador)
Desceu mais um trabalhador que tá numa de horror
Mas esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu pegueina central
E nós agora estamos passando pelo bairro de São Conrado
E como o tempo tá fechando eu tô ficando preocupado Ih! Choveu!
Pronto tudo alagado
Uns vão nadando Outros morrendo afogados
E enquanto na favela tem barraco caindo
Não é que passa o Prefeito sorrindo
E se o nosso ex-presidente estivesse aqui
Ele estaria certamente num belíssimo jet-ski
Mas como nós não temos embarcação pra todo mundo
Essa triste situação tá parecendo o Fim do mundo
Pra quem tá de carro Pra quem tá de ônibus
Nessa Rio-Babilônia No Brasil do abandono
E enquanto os governantes vão boiando sorridentes
Vamos remando Bola pra frente
Porque esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu peguei na central
E o pior de tudo é que nessa grande viagem
Nada disso do que aconteceu foi novidade
E as autoridades estão defecando
Pro que acontece ao cidadão brasileiro no seu cotidiano
Porque pra eles isso não é nada especial
No dos outros é refresco Num faz mal
E fecham os olhos pro que até cego já viu:
O revoltante retrato da vida urbana no Brasil!
E eu não me refiro ao 175 ou qualquer linha da central
Eu tô falando do dia a dia a qualquer hora em qualquer local
Porque esse rap não é sobre nada especial...

                                                       CD Gabriel, o Pensador. Sony Music, 1993.

Entendendo a canção:
01 – Algumas questões sociais são mencionadas na letra dessa canção. A que problemas brasileiros se faz referência no texto e o que se comenta sobre eles?
      Uma das críticas se relaciona ao alto custo de vida em nosso país, já que vivemos atrelados a uma economia inflacionária. A pobreza embrutecida pela fome sugere um quadro de abandono e de descaso das autoridades.

02 – De acordo com o texto, o retrato da vida urbana no Brasil é revoltante. Exponha seu ponto de vista sobre essa afirmação.
      Resposta pessoal do aluno.

03 – Qual o objetivo do eu lírico ao procurar novas rimas?
      Por meio da criação de versos musicais, o eu lírico procura esquecer os problemas que vê da janela do ônibus (“Eu continuo rimando tentando esquecer”).

04 – Ele alcança seu objetivo? Por quê?
      Não, uma vez que a cada instante novos problemas surgem diante de seus olhos.

05 – Nos últimos versos, por que o eu lírico nega ter como base a linha 175 ou qualquer outra da central ao falar da vida urbana brasileira?
      Porque as coisas que ocorrem nessa linha e que são por ele comentadas podem acontecer também em outras cidades brasileiras (“A qualquer hora em qualquer local”).

06 – O eu lírico enfatiza também no título que seu rap não é sobre nada especial. Por quê?
      O eu lírico não aborda um problema específico, mas os problemas urbanos em geral. Pode-se entender também que o fato de ele afirmar não se referir a nada especial indica que os problemas mencionados estão presentes no dia-a-dia, fazem parte do cotidiano, são regra e não exceção.

07 – A palavra que aparece várias vezes no texto. Classifique-a, morfológica e sintaticamente, nos versos selecionados a seguir.
a)   “Mais um dia mais um ônibus que eu peguei no Rio”.
Pronome relativo e objeto direto.

b)   “Mas não estou bem certo sobre o que vou rimar.”
Pronome interrogativo e objeto direto.

c)   “Foi nesse instante que eu olhei pela janela / E que susto eu levei!”
Pronome relativo e adjunto adverbial de tempo; pronome adjetivo e adjunto adnominal.

POEMA: AS TIAS - ELIAS JOSÉ - COM GABARITO

Poema: As tias
              Elias José 

A tia Catarina
Cata a linha
A tia Teresa
Bota a mesa
A tia Ceição
Amassa o pão
A tia Lela
Espia a janela
A tia Dora
Só namora
A tia Cema
Teima que teima
A tia Maria
Dorme de dia
A tia Tininha
Faz rosquinha
A tia Marta
Corta batata
A tia Salima
Fecha a rima.
Elias José. Namorinho de portão.
São Paulo, Moderna, 1986. Coleção Girassol.
Entendendo o poema:

01 – Esse texto pertence ao gênero textual:
      Poema.

02 – Essa poesia faz parte do livro:
      Livro Namorinho de Portão.

03 – Quantos versos há nesse poema?
      20 versos.

04 – Observe as rimas para cada uma das tias e crie outras. Registre-as nas lacunas abaixo.
A tia Teresa: Resposta pessoal do aluno.
A tia Ceição: Resposta pessoal do aluno.
A tia Lela: Resposta pessoal do aluno.
A tia Maria: Resposta pessoal do aluno.
A tia Tininha: Resposta pessoal do aluno.
A tia Marta: Resposta pessoal do aluno.

05 – Localize no texto os nomes das tias que preparam a alimentação e escreva-os abaixo:
      Tia Ceição. Tia Tininha. Tia Marta.

06 – Qual a tia que põe a mesa?
      Tia Teresa.

07 – Escolha o nome de uma de suas tias e tente fazer uma estrofe como as de Elias José.
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Pense em uma “tia” e registre como deve ser as qualidades dela para você:
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Por que os nomes das tias do texto estão escritos com as iniciais em letras maiúsculas?
      Porque são nomes próprios.


TEXTO: VIVER A VIDA - DR. EVALDO ROCHA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Viver a vida

        O rico industrial ficou horrorizado ao encontrar um pescador deitado indolentemente ao lado do seu barco, fumando um cachimbo.
        — Mas, por que você não está pescando?
        — Porque já peguei peixe suficiente para hoje.
        — E por que você não sai para pegar mais peixes?
        — O que eu faria com eles?
        — Ora, você poderia ganhar dinheiro vendendo-os – explicou o industrial. – Com o dinheiro, poderia consertar o motor do barco, ir a águas mais profundas e pescar ainda mais peixe. Teria então dinheiro para comprar redes de nylon. O que lhe traria ainda mais peixes e mais dinheiro. Logo teria dinheiro para possuir dois barcos... talvez uma frota de barcos. E seria um homem rico como eu.
        — E o que eu faria então?
        — Ora, você poderia então realmente gozar a vida.
        — E o que você acha que eu estou fazendo agora?

                                                         Postado por Dr. Evaldo Rocha
Entendendo o texto:

01 – A finalidade desse texto é:
a) Relatar um acontecimento importante.
b) contar uma história engraçada.
c) ensinar a ser um empresário.
d) comparar os dois personagens.
e) descrever os personagens.

02 – Conforme o pensamento do pescador, não se deve pescar:
a) utilizando redes de nylon.
b) utilizando barcos potentes.
c) durante o dia pois e necessário descansar.
d) mais do que o necessário para o sustento e venda.
e) apenas para vender e guardar o dinheiro.

03 – A palavra “indolentemente” na frase “O rico industrial ficou horrorizado ao encontrar um pescador deitado indolentemente ao lado do seu barco, fumando um cachimbo significa
a) assustado.
b) preguiçosamente.
c) insatisfeito.
d) feliz.
e) acordado.

04 – No trecho “Ora, você poderia então realmente gozar a vida.”, a palavra destacada se refere:
a) ao industrial.
b) aos peixes.
c) aos barcos.
d) ao pescador.
e) às redes.

05 – A expressão “gozar a vida” na mesma frase significa:
a) trabalhar muito para ter privilégios.
b) pescar muito peixe.
c) viver sem preocupações.
d) ter muitos barcos.
e) fumar cachimbos.

06 – O texto é divertido pois:
a) há excesso de preocupação dos dois personagens com a vida.
b) o industrial fica irritado com o estilo de vida do pescador.
c) o industrial fica feliz com a atitude do pescador.
d) o pescador dá uma lição de vida no industrial.
e) o pescador fica furioso com o industrial.

07 – Apesar de não ser rico como o industrial, o pescador nos traz uma reflexão:
a) Não é necessário consumirmos a vida com exageros e preocupações.
b) Temos que pescar o suficiente para o nosso próprio sustento.
c) Pescar pode nos enriquecer e mudar nossa posição social.
d) Todos os trabalhadores merecem descansar o dia todo.
e) É preciso muito dinheiro e esforço para ser feliz.

08 – A principal diferença entre o pescador e o industrial era a:
a) vontade de acumular bens para guardar.
b) sabedoria para desfrutar bons momentos.
c) preocupação exagerada dos dois.
d) grande fortuna de ambos.
e) a pobreza de espírito.




quarta-feira, 20 de março de 2019

CONTO: O PATINHO BONITO - MARCELO COELHO - COM QUESTÕES GABARITADAS

CONTO: O PATINHO BONITO        

                Marcelo Coelho

        Era uma vez um pato chamado Milton. Sei que Milton não é nome de pato. Mas esse se chamava assim, e você vai logo saber por quê. Quando ele nasceu, todos tiveram a maior surpresa. Aliás, não foi quando ele nasceu, foi quando viram que o ovo dele - quer dizer, o ovo que depois seria ele.
        Não era um ovo de pato comum. Era meio azulado e brilhante, quase como um ovo de Páscoa. Mas ovos de Páscoa são embrulhados. Esse ovo não era; a casca é que era meio azul. Os pais de Milton, quando viram o ovo no ninho, foram logo perguntando:
        -- Mas que é que este ovo está fazendo aí?
        -- Isso não é ovo de pato.
        -- Acho que é ovo de galinha.
        -- Não seja bobo! Galinhas têm ovos brancos!
        -- Brancos nada! Já vi uns que são meio amarelos, meio beges. Se ovos de galinha podem ser amarelos, por que é que não podem também ser azuis?
        -- Bom, então pode ser que seja um ovo de pato. Vai ver que também existem ovos de pato que são azuis.
        Acharam melhor esperar para ver o que acontecia.
        Um dia, a casca azulada do ovo começou a se quebrar e de lá saiu um lindo patinho. Era azul? Não, não era. Era um patinho normal. Só que muito mais bonito que os outros. Não sei bem como é que um pato normal pode ser mais bonito que os outros; mas os patos sabem. Acharam ele tão bonito que resolveram logo uma coisa. Não era justo dar para ele um nome qualquer. Ele era diferente. Era mais bonito. Como é que poderia tem um nome comum, como "Quém quém?".
        -- Esse nome é para patos comuns, disse a mãe dele.
        -- Então vamos chamá-lo de Quá-quá, disse a madrinha dele.
         -- Isto também é para patos comuns, sua boba! – respondeu a mãe. Eu quero que ele se chame Milton.
        -- Ela gostava do nome Milton. Todos acharam meio estranho, mas acabaram concordando que um patinho tão bonito merecia um nome especial.
        O tempo foi passando, e Milton era o patinho mais bonito da escola. Todos olhavam para ele e diziam: "Como ele é bonito!" Ele se olhava no espelho e dizia: "Como eu sou bonito!" E ficava pensando: "Sou tão bonito que talvez eu nem seja um pato de verdade. Tenho até nome diferente. Meu ovo era azul. Eu me chamo Milton. Quem sabe eu sou gente?
        E Milton começou a ficar meio besta. Diziam: "Milton, vem nadar!" Ele respondia: "Eu não. Pensam que eu sou pato como vocês?" Todos os outros patos começaram a achar o Milton meio chato. Ele foi ficando sozinho. E dizia: "Não faz mal. Sou mais bonito. Vou terminar na televisão. Vou ser o maior galã".
        Uma noite Milton resolveu fugir de casa. Foi até a cidade para tentar entrar na televisão. Quando chegou na porta da estação de TV, foi logo dizendo: "Eu me chamo Milton. Além de bonito, acho que eu tenho muito talento artístico". Ele tinha jeito para ser ator de novela. Juntou gente em volta.
        -- "Ih, não enche", disse alguém. "
        Todo dia alguém arranja uma fantasia de bicho e vem aqui procurar lugar na televisão".
        -- Mas você não vê que eu não estou fantasiado? Perguntou Milton. Se eu estivesse usando uma roupa de pato, se eu fosse uma pessoa com roupa de pato, eu seria da sua altura. Mas eu sou baixinho como um pato! Como um pato de verdade!
        -- Então como é que você sabe falar?
        -- Mas os patos falam!! disse Milton, quase chorando.
        -- Não vem com essa, ô malandro, disse um guarda que estava ali perto. Para mim você é um pato mecânico. Deve ser uma espécie de robô com um computador na cabeça!
        E o guarda foi logo agarrando o Milton para arrancar a cabeça dele e ver o que tinha dentro.
        -- Me larga! Me larga! Gritava Milton. "Eu sou um pato! Um pato de verdade! Sou um PATO! Um PATÔÔÔ..."!
        De repente Milton teve um estremeção. Abriu os olhos e viu que estava em casa. Ele tinha sonhado. Olhou para seus pais, ainda meio assustado, e disse:
        -- Eu sou um pato... eu sou um pato...
        E seus pais disseram:
        -- Puxa, ainda bem que você se convenceu!
        -- É mesmo, já estava na hora de você achar que era um pato mesmo!
        -- É, todo mundo estava cheio dessa história de achar que não era um pato, que era diferente...
        Milton ouviu tudo aquilo e ficou pensando: "Puxa, ainda bem que eu sou um pato, um patinho como todos os outros! Ainda bem!".
        E daí por diante não havia pato mais contente, que tivesse mais vontade de nadar na lagoa, do que o Milton. De vez em quando ele ainda dizia: "Sou um pato! Um pato mesmo!". E dava um suspiro de alívio.

Entendendo o conto:

01 – “O Patinho Bonito” é um texto criado a partir de um conhecido conto maravilhoso.
a) Qual é esse conto?
      O patinho feio.

b) Se você conhece esse conto, conte para os colegas como é a história.
      Resposta pessoal do aluno.

02 – A expressão ERA UMA VEZ, que tradicionalmente inicia os contos maravilhosos, remete a um tempo passado, distante e indeterminado. No conto “O PATINHO FEIO” o tempo também é indeterminado? Justifique sua resposta.
      Sim. Resposta pessoal do aluno.

03 – Em “O PATINHO FEIO”, as diferenças entre o patinho e os outros patos também começam pelo ovo. Comparando as duas histórias, responda:
a) Como era o ovo que deu origem ao patinho feio?
      No conto não diz a respeito do ovo. Diz apenas que eram 05 ovos e que o último demorou a partir.

b) Como era o ovo que deu origem a Milton?
      O ovo era meio azulado e brilhante.

04 – Um dia a casca do ovo se quebrou e “de lá saiu um lindo patinho. Era azul? Não. Não era. Era um patinho normal”. Nessa situação o que o narrador quer dizer com a expressão “patinho normal”?
      Que ele era igual aos outros, porém mais bonito.  
   
05 – No conto “O PATINHO FEIO”, em nenhum momento o patinho desconfia de sua identidade. E com Milton, isso também ocorre?
      Não. Mas por ser mais bonito, foi ficando metido.

06 – Em “O PATINHO FEIO”, todos se afastam do patinho por causa de sua feiura. No conto “O PATINHO BONITO”, Milton não tem esse problema, mas também não se relaciona bem com os outros patos. Por que?
      Porque se considera muito lindo, portanto, melhor que os outros.

07 – No conto “O PATINHO BONITO”, há o momento em que uma história acontece dentro de outra. Qual é a história que há dentro da história de Milton? Onde ela começa e onde ela termina?
      Um galã de televisão. Começa no parágrafo 16 e vai até o parágrafo 25.

08 – No final do conto “O PATINHO FEIO”, o patinho descobre sua verdadeira identidade e, como cisne, encontra finalmente o seu grupo. 

Compare os dois contos e responda:
a) Milton também descobre uma nova identidade?
      Sim. Ele descobre que e um pato igual aos outros irmãos.

b) Ele também encontra o seu verdadeiro grupo?
      Sim. A partir do momento que ele acorda.

c) As duas histórias tem finais semelhantes? Por quê?
      Sim. Porque são conto, e os finais são inesperados, surpreendentes.

09 – Durante séculos, os contos maravilhosos e as fábulas têm contribuído para a educação das crianças. Apesar de os contos nem sempre apresentarem uma moral no final da história, como ocorre nas fábulas, eles também transmite ensinamentos.
a) Que tipo de ensinamento o conto “O PATINHO FEIO” transmite?
      Que a aparência não importa, desde que esteja dentro da própria família.

b) E o conto “O PATINHO BONITO”?
      A humildade e a simplicidade é que traz a felicidade.



MENSAGEM ESPÍRITA: CONQUISTAS PESSOAIS - PARA REFLEXÃO

Mensagem: Conquistas pessoais

        Há algum tempo, a estagiária de uma empresa vinha observando sua companheira de trabalho. Tratava-se de pessoa de boa aparência, que se mostrava sempre solícita, delicada com todos e rodeada de amigos. Seu esposo era um rapaz honesto e digno, portador de bons valores morais.
        Em certa oportunidade, resolveu abordá-la e lhe disse: Eu a tenho observado. Você ocupa um bom cargo na empresa, nosso supervisor admira e reconhece seu trabalho, vive rodeada de amigos e tem um marido adorável. Você é uma pessoa de muita sorte!
        A moça silenciou por um instante, pensando intimamente quais palavras poderia escolher que melhor traduziriam o pensamento que lhe ocorria, sem que causasse má impressão.
        E, com a expressão meiga e o sorriso que sempre a acompanhava, respondeu: Não acredito que eu seja uma pessoa de sorte. Prefiro pensar que todas as coisas que mencionou, foram conquistadas.
*   *   *
        Todo trabalho que estamos executando, o cargo que exercemos, independente da área em que estejamos atuando, é fruto de disciplina e dedicação. Também de esforço pessoal, estudo e persistência em aprender algo novo e em nos aprimorarmos.
        A saúde que desfrutamos é resultado de uma alimentação equilibrada, tanto em qualidade como em quantidade. Consideração especial a não ingestão de alcoólicos e qualquer outra substância que nos intoxique o organismo.
        Somamos a isso a prática de exercícios selecionados, para que não ultrapasse nossos limites físicos, não ofereça riscos e, de preferência, que nos traga bem-estar e motivação para não abandoná-la.
        Importante mexer o corpo. Contamos também com as horas de sono respeitadas, o descanso merecido, sem exageros.
        É a nossa saúde conquistada e mantida através, ainda, do cultivo de pensamentos elevados, afastando a possibilidade de nos contaminarmos com os maus fluidos provenientes do negativismo, carregado de angústias, rancores, ansiedades, medos e culpas.
        Os amigos também são conquistas. Eles estão ao nosso lado porque sabemos alimentar esses relacionamentos.
        É o telefonema inesperado perguntando: Como vai você? É o e-mail enviado, só para dizer: Estou com saudades, apareça.
        É a atenção e preocupação demonstrada quando o amigo passa por alguma dificuldade pessoal. É o tempo compartilhado. É o sorriso e o abraço carregado de afeto.
        E os nossos amores? É por sorte que os temos ao nosso lado? Ou devemos considerar todas as renúncias, do tempo que doamos para o outro, do quanto cedemos e do quanto toleramos, sem reclamações e sem cobranças?
        E os pequenos cuidados diários com o outro? Quanta diferença fazem em nossas vidas!
        A paz e o sorriso que carregamos são o resultado do dever cumprido, da sensação de viver em consonância com a Lei de Deus.
        É viver seguindo as Leis Morais, que estão inscritas na nossa consciência, que nos dizem o que devemos ou não fazer, tanto a nós mesmos quanto ao nosso semelhante.
        Pensemos então, em não esperar sorte na vida. Trabalhemos com vontade e disposição interna para conquistar o que desejamos para nós: saúde, amor, emprego, bem-estar, paz de consciência.

                                 Redação do Momento Espírita. Em 03.03.2011.