Crônica: Um
gênio chamado Marílson
Diz o ditado que “chegar é fácil;
passar é que são elas!”. Pois, lá, no final do Elevado, ele chegou junto ao
líder daquele instante, ultrapassou e saiu iniciando um show de resistência, em
passadas vigorosas e perfeitas no seu balé de viver para correr e correr para
viver. Atuação linda de se ver a sua contínua busca da vantagem, a partir da
metade do percurso, alargando a cada quilômetro, uma superioridade
impressionante.
Marílson Gomes dos Santos voltou para
encantar. Cinco anos depois de ter sido bi, retornou para ser, mais que um
ganhador, um tricampeão único entre os brasileiros, numa deliciosa emoção
esportiva que encerra com pompa o ano de 2010. Pisou de novo o asfalto
paulistano no momento em que sentiu que estava pronto para deslumbrar.
Subiu de novo ao degrau mais alto
daquele pódio que lhe é tão familiar, lugar exato que ocupou em 2005. Foi como
se o topo reservado ao melhor entre os melhores estivesse esperando por ele
durante esse tempo todo em que não disputou.
Campeão de tantas e tantas provas,
recordista da série completa de corridas de fundo sul-americanas, o homem que
deixou, por duas vezes, os norte-americanos fascinados ao voar baixo pelas ruas
de New York chegou à Avenida Paulista com o plano pronto para maravilhar todo
este país. Ele sabia (porque ele sempre sabe que vai levantar o troféu de
vencedor) que nos daria um Feliz Ano Novo saído do fundo de seu coração.
O mundo testemunhou pelas imagens de
televisão, ao vivo, um novo registro espetacular desse brasileiro brasiliense,
um fenômeno que sabe vencer na hora que quer, na competição que escolhe para,
como na maioria absoluta das vezes, passear isolado, lá na frente, deixando
atrás de si uma esteira de coadjuvantes que o seguem com admiração e respeito.
Esse talento inigualável vai legar às
gerações futuras muitas lições de sua arte. E como vai! De hoje em diante,
garotos e meninas desta terra terão muitos motivos para se dedicar à prática
esportiva. Quem viver verá quantos competidores surgirão com a mesma ânsia de
chegar primeiro e experimentar como é delicioso viver para correr e correr para
viver. Tomara que com a mesma simplicidade desse verdadeiro gênio.
Fernando
Soléra: www.gazetaesportiva.net
Entendendo a crônica:
01 – Levando em
consideração que o jornalista Fernando Soléra se refere à Corrida Internacional
de São Silvestre, indique, com base nos dados fornecidos pela própria crônica,
o número de provas dessa tradicional corrida que Marílson Gomes dos Santos não
disputou depois do ano em que foi bicampeão:
(A) 2.
(B) 3.
(C) 4.
(D) 5.
(E) 6.
02 – “... ultrapassou e
saiu iniciando um show de resistência, em passadas vigorosas e perfeitas...”
A palavra da língua inglesa show
apresenta, na passagem acima, o sentido de:
(A) escândalo.
(B) exibição.
(C) diálogo.
(D) protesto.
(E) filme.
03 – “... deixou, por
duas vezes, os norte-americanos fascinados ao voar baixo pelas ruas de New
York...”
Com esta frase, o cronista esportivo
quer significar que Marílson:
(A)fez voos rasantes nas ruas de Nova Iorque em algum
tipo de exibição aviatória.
(B) participou de corridas de automóvel nos Estados
Unidos.
(C) venceu duas corridas em Nova Iorque.
(D) empregou aviões para avaliar os trajetos das
corridas.
(E) também participa de competições de ultraleves.
04 – Na crônica de
Fernando Soléra, é informado ao leitor que:
(A) a genialidade de
Marílson desestimula os jovens atletas a competir.
(B) vencer uma corrida é sempre obra do acaso.
(C) Marílson é vencedor da Maratona de Londres.
(D) o vencedor da São
Silvestre usa a dança como uma das técnicas de treinamento.
(E) Marílson é
recordista da série completa de corridas de fundo sul-americanas.
05 – Considere as seguintes frases do texto:
I. ... em passadas vigorosas e perfeitas no seu balé de
viver para correr e correr para viver.
II. ... vai legar às gerações futuras muitas lições de
sua arte.
III. ... quantos competidores surgirão com a mesma ânsia
de chegar primeiro...
IV. ... sabe vencer na hora que quer, na competição que
escolhe...
As frases em que o esporte da corrida é
associado à ideia de outra atividade são apenas:
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) II, III e IV.
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