quarta-feira, 24 de outubro de 2018

CRÔNICA: DOIS VELHINHOS - DALTON TREVISAN - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: Dois velhinhos
                     
Fonte da image - https://www.blogger.com/blog/post/edit/7220443075447643666/8246254213500826162#
                
Dalton Trevisan


        Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo.
        Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora.
        Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:
        — Um cachorro ergue a perninha no poste.
        Mais tarde:
        — Uma menina de vestido branco pulando corda.
        Ou ainda:
        — Agora é um enterro de luxo.
        Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.
        Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo.
        Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.

Texto extraído do livro “Mistérios de Curitiba”,
Editora Record Rio de Janeiro, 1979, pág. 110.
Entendendo a crônica:
01 – (CEFET-RN) O narrador em questão pode ser classificado como:
a) excluído.                                                 
b) onisciente.
c) personagem.                                           
d) observador.

02 – (CEFET-RN) Conforme os atributos relacionados às personagens centrais do conto, pode-se afirmar que há uma caracterização:
a) minuciosa.                                             
b) psicológica detalhada.
c) parcial.                                                  
d) social detalhada.

03 – Do ponto de vista dos gêneros textuais, podemos classificar o texto como:
a) uma crônica.          
b) um artigo de opinião.               
c) um conto.               
d) uma reportagem.

04 – Enquanto um olhava para a rua, o que o outro via?
      Via uma parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz.

05 – Quais foram os acontecimentos que o velho que estava na janela relatou?
·        Um cachorro ergue a perninha no poste.
·        Uma menina de vestido branco pulando corda.
·        Agora é um enterro de luxo.

06 – Após a morte do mais velho, o outro velhinho foi até a janela. O que ele viu?
      Entre os muros em ruína, ali no beco, ele só viu um monte de lixo.

07 – Quem é o autor? De onde foi extraído o texto?
      Dalton Trevisan. Do Livro “Mistérios de Curitiba”.



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