Fábula: O MORCEGO
              Willian Bennett
     Era uma vez uma guerra entre pássaros e
feras. O morcego estava do lado dos pássaros. Mas na primeira batalha os
pássaros foram severamente espancados. Ao constatar que as coisas estavam indo
contra ele, o morcego saiu de fininho e se escondeu debaixo de uma tora, e lá
ficou até terminar a briga.
  Quando as vitoriosas bestas estavam
indo para casa, ele se meteu no meio delas. Após terem caminhado por um tempo,
as feras notaram sua presença e disseram:
        -- Espere um minuto. Você não é um dos
que lutou contra nós?
        O morcego respondeu:
        -- Oh, não! Eu sou um de vocês. Não
pertenço ao grupo dos pássaros. Vocês não estão vendo minhas orelhas e garras?
E olhem os meus dentes. Vocês já viram algum pássaro com caninos como os meus?
Claro que não. Não, eu faço parte do grupo das bestas.
        Elas nada disseram e deixaram o morcego
ficar.
        Logo depois houve uma nova batalha, e
desta vez os pássaros venceram. Assim que percebeu a derrota do seu lado, o morcego
saiu de fininho e se escondeu debaixo de uma tora. Quando a batalha terminou e
os pássaros foram para casa, o morcego foi com eles.
        Ao notarem sua presença, os pássaros
disseram:
        -- Você é nosso inimigo. Nós o vimos
lutando contra nós.
        E o morcego respondeu:
        -- Oh, não. Eu pertenço ao seu grupo e
não ao outro. Você já viu alguma besta com asas?
        Eles nada disseram e o deixaram ficar.
        Então o morcego ficou indo de um lado
para o outro enquanto durou a guerra.
        Mas, finalmente, cansados de lutar, os
pássaros e feras decidiram fazer as pazes. Organizaram um conselho para decidir
o que fazer com o morcego.
        -- Você lutou com os pássaros, então vá
viver entre eles – exclamaram as bestas.
        -- Nós não o queremos! – gritaram os
pássaros. – Você lutou com as bestas. Vá viver entre elas.
        Ficou decidido que eles o excluiriam, e
disseram-lhe:
        -- De agora em diante, você voará
sozinho à noite e não terá amigos dentre os que voam ou os que andam.
        Por isso agora o morcego se esconde no
escuro e vive nas cavernas sem luz. Ele voa como os pássaros, mas nunca pousa
no topo das árvores. Ninguém procura saber que tipo de criatura ele é.
        Moral da história: O oportunista nem
sempre se dá bem.
BENNETT, Willian
J. O livro das virtudes II – O compasso moral. 
Rio de Janeiro, Nova
Fronteira, 1995. p. 559-60.
Entendendo o conto:
01 – O texto lido é uma
fábula. Que características apresenta esse tipo de narrativa?
      O diálogo falado
entre animais.
02 – “... o morcego
saiu de fininho e se escondeu debaixo de uma tora.” Essa atitude
revela covardia. Por quê?
      Sim. Porque na
hora que precisavam da tua ajuda, ele abandonou-o.
03 – Essa fábula trata
principalmente de uma atitude humana. Qual?
      Sim. A covardia,
a falta de companheirismo.
04 – A frase final do texto
– “Ninguém procura sabe que tipo de criatura ele é.” – é verdadeira? Justifique
sua resposta.
      Sim. Porque é uma
criatura em que não se pode confiar.
05 – Indivíduo responsável
é aquele que responde pelos seus atos. O morcego da história foi responsável?
Explique.
      Não. Porque ele
não assumiu as decisões que ele tomou.
06 – Na sua opinião,
a lealdade deve existir apenas entre companheiros ou vai além disso?
Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal
do aluno.
07 – Que animal é
considerado como símbolo da lealdade?
      É o cachorro.
08 – Na frase: “Quando as
vitoriosas bestas estavam
indo para casa, ele se meteu no meio delas.” Qual é, nesse texto, o significado
do termo destacado?
      São as mulas, ou
seja, as fêmeas do burro.
09 – Você concorda com a
moral da história? Caso não crie uma nova moral.
      Resposta pessoal do aluno.
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