ARTIGO DE OPINIÃO: O custo da ignorância
Gilberto Dimenstein
Imagine que você esteja perdido em
Pequim, na China, onde é muito difícil encontrar alguém que fale outra língua
que não o chinês. Suponha que você esteja passando mal e precise ir a um
hospital. Quanto mais o tempo passa, mais a dor aumenta. E mais difícil se
torna a sua comunicação com as pessoas em volta. Você olha as placas, mas não
entende nada. Procura uma lista telefônica e entende menos ainda. Já pensou se
tivesse de trabalhar nesse lugar? Terrível, não?
Essa
sensação de insegurança ajuda a entender uma imensa parcela da população
brasileira. Um analfabeto ou semianalfabeto comporta-se, na prática, da mesma
forma como você se comportaria se estivesse perdido numa rua de Pequim. Esse
exemplo ajuda a entender mais sobre a mortalidade infantil e o círculo vicioso
da miséria.
Confuso? Afinal, o que o analfabetismo
tem a ver com a mortalidade infantil?
É simples. O nível de instrução da mãe
é um elemento vital para que a família perceba a necessidade de higiene e de
saneamento básico.
Números do Unicef mostram que a taxa de
mortalidade infantil chega ao seu ponto máximo nas famílias em que a mãe é
analfabeta. E vai baixando a instrução aumenta. A morte de
crianças pequenas entre filhos de mulheres que frequentam a escola por menos de
um ano é cerca de três vezes maior do que em famílias nas quais a mãe estudou
por mais de oito anos.
DIMENSTEIN, Gilberto.
“O cidadão de papel”. São Paulo: Ática, 2002.
Entendendo o texto:
01 – Sublinhe a conjunção
subordinativa que compõe esta passagem do texto:
“Quanto mais o tempo passa, mais a dor
aumenta.”
02 – A conjunção
subordinativa, identificada na questão anterior, exprime:
a) tempo
b) consequência
c) proporcionalidade
d) concessão.
03 – No período “Já pensou
se tivesse de trabalhar nesse lugar?”, a conjunção subordinativa “se” aponta para um fato:
a) certo
b) concluído
c) hipotético
d) previsível.
04 – No trecho “Um
analfabeto ou semianalfabeto comporta-se, na prática, da mesma forma como você
se comportaria [...]”, a conjunção subordinativa “como” introduz a ideia de:
a) conformidade
b) causa
c) exemplificação
d) comparação.
05 – O último período do
texto apresenta uma conjunção subordinativa que introduz a ideia assinalada
acima. Aponte-a:
A conjunção
subordinativa “do que”
introduz a ideia de comparação.
06 – No segmento “O nível de
instrução da mãe é um elemento vital para
que a família perceba a necessidade [...]”, conjunção subordinativa
grifada é:
a) condicional
b) final
c) integrante
d) causal.
07 – A lacuna indicada no
texto deve ser preenchida a conjunção subordinativa: “E vai baixando à medida que a instrução aumenta.”
a) à medida que
b) à medida em que
c) na medida que
d) na medida em que.
08 – Na frase “Estudou tão
pouco que mal sabia ler...”, a conjunção subordinativa “que” estabelece uma relação de:
a) causa
b) condição
c) consequência
d) tempo.
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