terça-feira, 16 de outubro de 2018

TEXTO: A DOENÇA DE CHAGAS AINDA EXISTE, MAS TRANSMISSÃO QUASE SUMIU


Texto: A doença de Chagas ainda existe, mas transmissão quase sumiu

        Mais de 100 mil crianças de até cinco anos foram submetidas a exames de sangue para a doença de Chagas, de 2001 a 2008, em todo o Brasil.
        Esse levantamento nacional foi coordenado pelo professor Aluízio Prata, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em Uberaba (MG), com a colaboração de pesquisadores especializados em doenças tropicais.
        Os resultados, publicados no último número da "Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical", mostram a inexistência virtual, nos últimos anos, da transmissão do agente da doença (o parasita Trypanosoma cruzi) pelo inseto hematófago Triatoma infestans, popularmente conhecido como "barbeiro".
        Alejandro L. Ostermayer e colaboradores mostram que o principal achado do inquérito foi a raridade da infecção chagásica em crianças, o que indica a virtual inexistência da transmissão da doença pelo T. infestans no Brasil.
        Os poucos casos positivos detectados (20 casos) sugerem transmissão congênita, pela presença do parasita na mãe; e apenas 11 casos, em relação às mais de 100 mil crianças examinadas, foram considerados de provável transmissão pelo inseto.
        Para os autores, essa impressionante redução está relacionada não apenas aos programas de combate ao inseto mas também à acelerada urbanização observada nos últimos 40 anos e à melhora das condições de vida.
        O desafio para manter sob controle o avanço é também analisado pelo ex-diretor da Divisão Nacional de Doença de Chagas do Ministério da Saúde, Antônio Carlos Silveira. Ele lembra que a interrupção da transmissão domiciliar pelo "barbeiro" criou a falsa crença do problema resolvido. E isso compromete a vigilância da doença.
        Afinal, continua a transmissão extradomiciliar por vetores silvestres, o raríssimo sangue contaminado em uma transfusão transmissão oral, como a ocorrida no consumo de açaí ou de caldo de cana no Pará e no Sudeste, respectivamente.
                                   
      ABRAMCZYK, Júlio. A doença de Chagas ainda existe, mas transmissão quase sumiu. Folha de São Paulo. São Paulo, 14 ago. 2011. Saúde.

Entendendo o texto:

01 – Por que a melhoria das condições de vida reduz casos da doença de Chagas?
      Espera-se que os alunos citem a diminuição do número de casas de pau a pique, que propiciam o aumento da quantidade de barbeiros próximo aos locais habitados por seres humanos. Além disso é possível considerar que a melhoria nas condições de vida inclua a difusão de informações à população sobre os meios de prevenir-se contra a doença.

02 – Por que a urbanização colabora para a redução de casos de doença de Chagas?
      Porque o barbeiro procura frestas para esconder-se durante o dia. Essas frestas, comuns em casas de pau a pique e bambus, são escassas em casas de alvenaria.

03 – De acordo com o Ministério da Saúde, existem cerca de 3 milhões de brasileiros com a doença de Chagas. Desse total, apenas cerca de mil casos surgiram entre 2000 e 2010. Esses dados confirmam o título do texto que você leu? Explique sua resposta.
      Sim, porque ambos apontam para uma diminuição do número de pessoas que contraem doença de Chagas.


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