Música(Atividades): O POETA DA ROÇA
Patativa do Assaré
Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de páia de mío.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que véve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
Meu verso rastéro, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso so entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida pesada, das roça e dos eito.
E às vez, recordando a feliz mocidade,
Canto uma sodade que mora em meu peito.
Eu canto o cabôco com suas caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando as visage chamada caipora.
Eu canto o vaquêro vestido de côro,
Brigando com o tôro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo novio,
Ganhando lugio do dono do gado.
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.
E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do Norte.
ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá:
Filosofia de um trovador nordestino. 2. Ed. Petrópolis: Vozes, 1978.
1 - O que mais chamou a sua atenção nessa canção?
Resposta pessoal.
2 - Qual é o ambiente inspirador do poeta?
A roça.
3 - Há diversas palavras no texto associadas ao universo da
roça, do sertão. Cite algumas.
“mata”, “cigarro de páia”, “paioça”, “eito”, “vaquêro”, “toro”, “novio”, etc.
4 - O nome do poema é “O poeta da roça”. O eu poético do
texto é alguém que fala da vida na roça ou é alguém que faz parte dela?
Comprove sua resposta com versos do poema.
É alguém que faz parte dela. “sou fio das mata, cantô da mão grossa, / Trabáio
na roça, de inverno e de estio”.
5 - Qual é a atividade profissional desse eu poético?
Ele é lavrador, roceiro, trabalhador rural.
6 - O eu poético define a sua pessoa, o seu jeito de ser
poeta, com estas expressões: “Sou fio da mata, cantô da mão grossa”, “Sou poeta
das brenha”. Copie no caderno a afirmativa que traduz o que o poeta expressa
com esses versos.
a) Ele
é um homem simples que não sabe cantar.
b) Ele
é apenas um trabalhador rural.
c) Ele
é um poeta simples, do campo, da roça.
7 - O poema retrata a roça como um lugar com dificuldades
próprias. Localize e transcreva em seu caderno um verso que comprove essa
afirmação.
“[...] o buliço da vida apertada, / Da lida pesada, [...]”
8 - Há uma estrofe em que o poeta fala de seres maravilhosos
e encantatórios, próprios da crendice popular. Copie-a em seu caderno.
“Eu canto o caboco com suas caçada, / Nas noite assombrada que tudo apavora, /
Por dentro da mata, com tanta coragem / Topando as visage chamada caipora”.
9 - O eu poético só “canta” coisas belas,
corajosas, heroicas? Comprove sua resposta.
Não. Ele também fala da miséria e da fome, como nos versos: “Eu canto o mendigo
de sujo farrapo, / Coberto de trapo e mochila na mão, / Que chora pedindo o
socorro dos home, / E tomba de fome, sem casa e sem pão”.
10- O eu poético está feliz no lugar onde vive?
Sim, na última estrofe ele diz que vive “contente e feliz com a sorte”.
11- Quem fala, no poema, diz-se um poeta conhecido além da
roça e do sertão? Em seu caderno, copie os versos que justificam a sua
resposta.
Não. Ele diz: “Meu verso só entra no campo e na roça / Nas pobre paioça,
da serra ao sertão.”
12 - Analisando os versos:
Meu verso rastéro, singelo e sem graça
Não entra na praça,no rico salão
[...] só entra no campo e na roça.
Percebemos
que são versos simples, mas seguem a mesma métrica e fazem pouco uso de figuras
de linguagem, o que facilita o entendimento do interlocutor, pois não tem
vocabulário rebuscado, ele é genuinamente caipira o que facilita a compreensão
no campo e na roça. Por isso, ele não entra na praça, no rico salão, é um
estilo simples, porém poético.
OBS.: Patativa do Assaré era analfabeto(sua filha é quem escrevia o que
ele ditava), sua obra atravessou o oceano e se tornou conhecida na Europa.
Gostei muito desse poema de cordel, O poeta da roça, o autor mesmo sendo analfabeto com seu vocabulário caipira, tem pensamentos que reflete na vida de muitos agricultores rurais, no cotidiano da vida que os cerca.
ResponderExcluirTbm gostei
ExcluirEu tmbm.
ExcluirEu amei muito esse poema de cordel😍❤
ExcluirEu tmbm
ExcluirMe ajudou muito com as questões
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirEu tbm gostei
ExcluirOBG
ResponderExcluirObgd!
ResponderExcluirMuuuuiiito obrigado que Deus abençoe
ResponderExcluirObrigada😁
ResponderExcluirVcs me ajudaram muito obrigada 😘
ResponderExcluirMto obgda me ajudou bastante 😘
ResponderExcluirMto obrigada me ajudou bastante 😘
ResponderExcluirObrigadooooo msm consegui termina oq tinha pra fazer😍
ResponderExcluirAmeii mim ajudou muito🙏❤
ResponderExcluirMuito obgd ajudou muito ...
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