segunda-feira, 15 de outubro de 2018

TEXTO: O QUE REALMENTE SIGNIFICA TER DEPRESSÃO - COM QUESTÕES GABARITADAS


Texto: O Que REALMENTE Significa Ter Depressão

        Existe um estereótipo de que a pessoa com depressão é aquela que não consegue sair da cama, que perdeu a vontade de viver. Mas, na verdade, a pessoa que vive uma rotina normal de vida e trabalho e até aparenta estar feliz também pode ser depressiva, ainda que ninguém perceba.
        Trata-se de uma doença sorrateira, que se agrava aos poucos e, se não identificada, pode chegar ao ponto de incapacitar completamente o indivíduo e até matar.
        A tristeza é um sentimento normal e primitivo do ser humano. Assim como a alegria ou a raiva. Mas o sinal de alerta deve apitar quando o mal-estar emocional não passa.
        Acordar, passar o dia e dormir triste. Quem tem depressão enxerga a vida a partir de uma ótica diferente. Tudo o que acontece é encarado de uma maneira triste.
        Se esse sentimento se manifesta durante quase todo o dia, todos os dias da semana e por um período mínimo de duas semanas, pode ser indício de quadro depressivo.

        São 6 os tipos de depressão mais observados:

        01 – Depressão Endógena (orgânica). Pode ser decorrente do psíquico que afeta as sinapses, há algumas hipóteses sobre o efeito da depressão na função dos hormônios e no funcionamento do cérebro. Há especialistas que apontam para a queda da serotonina no órgão como a causadora da doença, que é o hormônio que regula o sono, o apetite, o humor. Ou ainda, como resposta aos efeitos de remédios que afetam a produção de serotonina no organismo: remédios para emagrecer, calmantes, ansiolíticos…

        02 – Depressão Aguda (situacional), decorrente da perda momentânea de provisão narcísica (segurança e reconhecimento), comum na vida de qualquer indivíduo diante de situações pontuais desagradáveis, como separação, morte de entes queridos, perda de emprego etc.
        Está intimamente ligada à perda de objetos que foram eleitos, pelo indivíduo, como supridores de segurança e reconhecimento. Nestas situações, há um empobrecimento nas relações do indivíduo, seja com ele mesmo ou na relação com mundo que o cerca, é como se, momentaneamente, ele se tornasse vulnerável, frágil, parcialmente menos capaz, decorrente da perda do objeto eleito para fazê-lo feliz.

        03 – Depressão Crônica (cultivada há anos), a causa deste tipo de depressão está fortemente associada ao alto nível de recalcamento que, para ser mantido no inconsciente, necessita de constantes contra-investimentos, roubando libido e energia para a vida de relação (queda da auto-estima).
        Ou seja, a pessoa tem um conflito psíquico que tá lá no inconsciente mas que como em todo conflito, a mente se esforça para resolver, mas o ego não quer saber de ouvir falar sobre esse conflito, então se esforça demais, gasta muita energia, para manter esse conflito guardadinho lá no inconsciente.
        A apatia é um traço marcante neste tipo de depressão: falta vontade para quase tudo. Depressão de cura mais trabalhosa.

        04 – Depressão Crônica, presente em quase todas as neuroses. A necessidade de contra-investimento (aquela briga pra manter o conflito lá no inconsciente e longe do consciente) torna-se tão intensa que parte do núcleo patológico consegue escapar e avança sobre o pré-consciente, por que o ego já está mais fraquinho, tamanho esforço, forçando o Superego (o nosso censor, que censura nossas atitudes, também já foi dada aula sobre esse assunto) a deformar estes conteúdos, com o intuito de proteger o ego, ocorrendo a formação de sintoma.
        Os efeitos desta depressão são mais intensos e prolongados, marcados por sentimentos de inferioridade, rejeição e auto-piedade. Em grau mais elevado é, de todos os sintomas, o mais terrível, no tormentoso estado da melancolia, no qual o indivíduo se nega a se relacionar com o mundo (falar, comer, tomar banho, fazer sexo, trabalhar etc.).

        05 – Depressão Crônica, presente nos estados borderline, quando não há energia suficiente para manter o conteúdo patológico, ainda que deformado, levando o ego a momentos de desligamento da realidade, aceitando as sugestões do id. Em função de medicamentos hoje disponíveis, o indivíduo consegue sair da total alienação, permanecendo ora psicótico (alienado da realidade), ora neurótico. É neste estado neurótico que podemos observar a depressão instalada e, pelo tratamento da neurose, tratar a depressão.

        06 – Ausência de Depressão, decorrente do quadro psicótico, quando o ego se desconecta da realidade e passa a viver alienado do mundo externo, seguindo apenas sua realidade psíquica. Após este desligamento, pode-se dizer que já não existe depressão, pois o ego “encontrou uma solução para seu problema” e não tem mais nenhuma necessidade de provisão externa.

        Sintomas para prestar atenção e procurar ajuda:
• A produtividade tem queda gradual que, com o passar do tempo, se torna significativa.
• O estímulo para levantar da cama e fazer tarefas cotidianas já não é o mesmo.
• Por mais que haja reconhecimento no trabalho, a sensação interna não é de gratificação.
• Familiares e amigos podem notar certo desânimo.
• Mudanças de humor consideráveis e instáveis.
• Queda no desejo sexual.
• Alteração de apetite, tanto para mais ou para menos.
• Qualidade do sono prejudicada. Mesmo dormindo muito ou pouco, a sensação de cansaço é constante.
• Dificuldade de concentração.
• Sentimentos constantes como tristeza, desamparo, desesperança.
• Raiva e irritabilidade constantes.
• Falta de interesse em atividades e hobbies que uma vez já foram emocionantes.
• Dificuldade de tomar decisões por longos períodos de tempo.
• Isolamento social dos amigos, da família e do parceiro(a).

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, quais são os tipos de depressão?
      São seis tipos: Depressão Endógena; Depressão Aguda; Depressão crônica; Depressão Crônica, presente em quase todas as neuroses; Depressão Crônica, presente nos estados borderline e ausência de Depressão.

02 – O que é depressão?
      A depressão é uma doença complexa que afeta corpo e mente e manifesta-se por sintomas emocionais e físicos. Conhecida também como Transtorno Depressivo Maior (TDM), é caracterizada por sinais que interferem na habilidade para trabalhar, estudar, comer, dormir e apreciar atividades antes agradáveis.

03 – Tristeza é sinônimo de depressão?
      Não. Tristeza isolada não é depressão, apenas um sentimento universal, assim com ansiedade. Logo, não é necessariamente patológico, fazendo parte da experiência psíquica normal.

04 – Quais são as causas da depressão?
      As causas da depressão ainda são desconhecidas. A teoria neuroquímica é a mais aceita e sugere que uma disfunção no sistema nervoso central é a responsável pela doença. A diminuição dos neurotransmissores serotonina e noradrenalina no sistema nervoso central são os responsáveis tanto pelo aparecimento dos sintomas emocionais quanto físicos da depressão.

05 – Quais são os principais sintomas?
      A depressão se manifesta por sintomas emocionais e físicos. Os principais são:
      Sintomas emocionais: tristeza, perda de interesse, ansiedade, angústia, desesperança, estresse, culpa, perda da libido, dificuldade de raciocínio, indecisão, baixa auto-estima, alterações no sono, ideação suicida, entre outros;
      Sintomas físicos: baixa energia, alterações no sono, dores inexplicáveis pelo corpo (sem causa clínica definida), dor de cabeça, alterações no apetite, alterações gastrintestinais, alterações psicomotoras, entre outras.

06 – Quais sinais comprovam um quadro de depressão?
      Para o indivíduo ser diagnosticado como deprimido, deve reunir pelo menos cinco dos sintomas acima, sendo que um deles tem que ser tristeza ou perda do interesse em atividades antes prazerosas, com duração mínima de duas semanas.

07 – Ao notar os sintomas, qual profissional de saúde devo procurar?
      Ao reconhecer ou desconfiar de um quadro depressivo é imprescindível procurar um médico psiquiatra, ele é o profissional mais indicado para diagnosticar e tratar a depressão.

08 – Todas as pessoas estão sujeitas a ter depressão?
      Sim, porque existem diferentes motivos que predispõem à doença: fator genético – história familiar de depressão; estresse crônico – situações repetidas de estresse; perdas parentais precoces – morte de um dos genitores na infância; história de qualquer tipo de abuso na infância; A depressão tem causas multifatoriais (fatores genéticos / biológicos e ambientais / psicossociais) que sempre se somam para a determinação de uma apresentação clínica final. Nas mulheres, os períodos pré-menstrual, pós-parto e menopausa são de maior risco para desenvolver a doença também. Cerca de 17,5% da população apresentará pelo menos um episódio depressivo ao longo da vida.

09 – Há uma faixa etária mais vulnerável à doença?
      Sim. A maioria dos casos de depressão acomete indivíduos entre 20 e 40 anos de idade. Mas é importante dizer que a doença pode se iniciar em qualquer faixa etária, da infância à terceira idade.

10 – Qual o melhor tratamento?
      A maioria (cerca de 2/3) dos pacientes com depressão apresenta dores persistentes combinadas com sintomas emocionais. Assim, a doença deve ser tratada através de psicoterapia e o uso de antidepressivo com dupla ação, como a duloxetina. Essa classe de medicamento age de forma equilibrada sobre a serotonina e a noradrenalina, combatendo os sintomas emocionais e físicos. É importante deixar claro que isso não é uma regra, portanto varia de acordo com o paciente e que a procura por ajuda médica é indispensável.

11 – A depressão tem cura?
      O objetivo central do tratamento da depressão é a remissão (melhora completa da sintomatologia depressiva). Como grande parte das doenças, há sempre um risco de, mesmo tratado corretamente, o paciente apresentar recaída no futuro (cerca de 80% das pessoas que apresentaram um episódio depressivo devem apresentar um ou mais episódios adicionais). A depressão, portanto, é, na maioria das vezes, uma doença crônica, assim como diabetes e hipertensão. Quando tratada adequadamente, o paciente leva uma vida absolutamente normal.


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