Poema: Infância
Carlos Drummond de Andrade
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
Lia a história de Robinson Crusóe,
Comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
A ninar nos longes da senzala -- e nunca se esqueceu
Chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
Café gostoso
Café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
Olhando pra mim:
-- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
No mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
Era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
Carlos Drummond de Andrade.
Entendendo o poema:
01 – No poema ocorre uma narração. O que o poeta narra?
O poeta narra episódios de sua infância.
02 – Além da narração,
ocorre a confissão de um estado de espírito atual do poeta, que é uma espécie
de lamentação. O que ele lamenta?
O poeta lamenta
não ter percebido, a tempo, que sua infância era bonita.
03 – Robinson Crusoé
adquiriu para o eu poético, na infância, um significado simbólico. Qual?
Simboliza uma
vida cheia de aventuras.
04 – Agora, na perspectiva
do homem adulto, Robinson Crusoé também aparece como um símbolo, um elemento de
comparação. Nessa comparação, quem sai “ganhando”?
O eu poético,
pois ele descobre que sua infância tinha sido muito bonita.
05 – Qual a única rima
presente em todo o poema? Ela proporcionou mais musicalidade ao texto?
Explique:
Aprendeu / esqueceu.
06 – Na segunda estrofe, há uma comparação. Qual?
Explique-a:
A comparação do café preto que nem a preta velha.
Hoje sabemos que é uma negra e não preta.
07 – O que o poeta, agora
adulto, lamenta? Comprove sua resposta.
Lamenta que não
sabia que a sua história (infância) era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
08 – Leia as afirmações
feitas a seguir.
I – No poema, o poeta
rememora episódios de sua infância.
II – A infância do poeta
caracteriza-se pela repetição dos mesmos pequenos acontecimentos de uma pacata
vida doméstica.
III – O menino foge da
monotonia, da solidão, lendo as histórias de Robinson Crusoé.
IV – Desde criança, o poeta
já percebia que a vida tinha mais beleza que a de Robinson Crusoé.
Estão corretas as afirmações
feitas em:
a)
I e II, apenas.
b)
I, II e III, apenas.
c)
II, III e IV, apenas.
d)
I, II, III e IV.
e)
II e III, apenas.
09 – O menino lê as
aventuras de Robinson Crusoé. Enquanto sua vida é pacata, a do aventureiro é
movimentada. No entanto, o menino identifica-se com o personagem porque ambos:
a)
São crianças.
b)
Estiveram perdidos por um longo período num
lugar deserto, de difícil acesso.
c)
São solitários.
d)
Moravam em fazendas durante a infância.
e)
Se tornaram escritores quando adultos.
10 – Em que estrofe ou
estrofes do poema “Infância”, a lembrança do passado é sugerida por meio de
sentidos como a visão, o olfato, o paladar e a audição.
a)
Apenas na 1ª estrofe.
b)
Estrofes 02 e 03.
c)
Estrofes 04 e 05.
d)
Apenas na 2ª estrofe.
11 – No texto, há uma
predominância do uso das formas verbais no pretérito imperfeito do indicativo.
Isso se justifica pela seguinte afirmativa:
a)
Por se tratar de ação já concluída.
b)
Porque as ações foram realizadas antes de uma
ação também ocorrida no passado.
c)
Porque o verbo indica uma ação
passada que se repetia habitualmente.
d)
Por expressar uma incerteza a respeito de
fatos ocorridos.
12 – Qual é a finalidade do
uso do travessão na terceira estrofe do poema “Infância”, de Carlos Drummond de
Andrade?
a)
Separar uma enumeração.
b)
Explicar algo já dito anteriormente.
c)
Colocar em destaque uma ideia.
d)
Introduzir o discurso direto.
13 – Marque a alternativa em
que há adjetivo empregado no mesmo grau que bonita no verso “Era mais bonita
que a de Robinson Crusoé” (Verso 21).
a)
Meu irmão era menor que eu.
b)
O meu pai era o mais velho da fazenda.
c)
Minha mãe suspirava mais do que eu.
d)
A fazenda do meu pai era maior do
que as dos vizinhos.
14 – Assinale a alternativa
que substitui corretamente as palavras destacadas nos versos, se necessário,
consulte um dicionário:
a)
“Minha mãe ficava sentada cosendo”.
( ) Cozinhando.
( ) Conversando.
(X)
Costurando.
( ) Cuidando do filho pequeno.
b)
“... uma vez que aprendeu a ninar nos longes da senzala...”.
(X) Fazer
adormecer, embalar.
( ) Chamar alguém de longe.
( ) Cantar músicas infantis.
( ) Acordar os bebês com doçura.
c)
“Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda”. É correto afirmar que
o pai;
( ) Retirava o mato que crescia ao redor da
fazenda.
(X) Andava
a cavalo pelo campo à procura de gado.
( ) Trabalhava como guardador de cavalos.
( ) Retornava de seu trabalho na fazenda.
eu acho que voce esqueceu de responder uma
ResponderExcluiradorei me ajudo muito obrigada
ResponderExcluirObrigada ajudou muito
ResponderExcluirAmei
ResponderExcluirobrigado
ResponderExcluirGostaria de uma análise da segunda estrofe, por favor!
ResponderExcluirMuito obrigado...
ResponderExcluirMe ajudou muito 😊
De quem é a voz que apresenta os fatos ao longo do poema?
ResponderExcluirI) No texto, o eu poético
ResponderExcluira) descreve os lugares em que viveu durante a infância.
b) narra as ações costumeiras daqueles com quem viveu durante a infância.
c) questiona os laços afetivos firmados durante a infância.
d) declara seu desprezo pelo ato da leitura durante a infância.
II) Na frase: “─ Psiu... Não acorde o menino”, usa-se o travessão
a) para isolar uma opinião do eu poético.
b) para destacar uma intenção do eu poético.
c) para indicar uma fala da personagem conhecida por “preta velha”.
d) para indicar uma fala da mãe.
III) “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu”
“Lá longe meu pai campeava”
As expressões sublinhadas indicam, respectivamente, circunstâncias de
a) lugar e modo.
b) lugar e tempo.
c) tempo e lugar.
d) modo e tempo
Vc pode me ajudar
ExcluirQuestão 2
ExcluirObrigado ajudou muito mesmo!!!
ResponderExcluirÓtimas atividades. Parabéns!
ResponderExcluirObg ajudou muito🥰
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