terça-feira, 21 de novembro de 2017

MÚSICA(ATIVIDADES): ÁGUAS DE MARÇO - TOM JOBIM - COM GABARITO

Música(Atividades): Águas de Março

                                            Tom Jobim
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto, o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

Au, edra, im, minho
Esto, oco, ouco, inho
Aco, idro, ida, ol, oite, orte, aço, zol
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.

                                      Tom Jobim: Composta em março de 1972.

Interpretação do texto:

01 – Leia o trecho da música Águas de março, de Tom Jobim, e marque a alternativa que corresponde à figura de linguagem que se destaca no trecho.
“É pau, é pedra, é o fim do caminho”.
a) Aliteração
b) Pleonasmo
c) Onomatopeia
d) Assonância
e) Sinestesia

02 – Em qual das alternativas há uma frase na qual predomina a figura de som onomatopeia?
a) O pé da cadeira quebrou de novo.
b) Nem acredito que encontrei o Totó, o meu melhor amigo.
c) A Tatá me ligou ontem para dizer que não viria.
d) Estava dormindo ainda quando ouvi: cocoricóóóóóó.
e) Minha irmã joga pingue-pongue na escola todos os dias.

03 – Marque a alternativa que contenha APENAS figuras de linguagem sonoras:
a) Aliteração – Onomatopeia
b) Assonância – Sinestesia;
c) Onomatopeia – Eufemismo;
d) Zeugma – Onomatopeia;
e) Zeugma – Anacoluto.

04 – Qual o título da letra? e quando foi composta?
      Águas de março, composta em 1972.

05 – Qual o significado das palavras: Caingá e Candeia?
      São suas árvores de grande porte.

06 – No trecho: “É pau, é pedra, é o fim do caminho”, a que se refere essas palavras?
      Refere-se a censura, a repressão e o fim da liberdade de expressão pelos militares.

07 – Na frase: “É a promessa de vida no seu coração”, o que nos mostra?
      Mostra uma promessa de liberdade e vida no coração dos brasileiros oprimidos.

08 – Retire cinco substantivos presente no texto.
      Pau, pedra, resto, sol, morte.

09 – Qual foi o modo de coesão e coerência que são construídas no texto?
      A coesão é construída pela repetição estrutural da expressão “é...”.
      A coerência se constrói pela descrição de cenas e situações que são unificadas pelo refrão.

10 – A que passagem do tempo, que o título da canção se refere?
      Refere-se ao fim do verão com as chuvas que caem em março. É como se tudo, natureza e civilização, fosse “lavado” e renovado com a mudança da estação.

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