domingo, 26 de novembro de 2017

SONETO: QUANDO NA PASSAGEM DO TEMPO PERDIDO - WILLIAN SHAKESPEARE - COM GABARITO

Soneto: Quando na passagem do tempo perdido
               Willian Shakespeare


        No soneto abaixo, Shakespeare reflete sobre como a beleza é registrada pela literatura.

Quando na passagem do tempo perdido
Vejo descritos os belos ramos,
E a beleza emprestar seus dons à velha rima,
Ao elogiar as damas mortas e os belos cavaleiros,
Então, no brasão da melhor doçura da beleza,
Da mão, dos pés, dos lábios, dos olhos, da fonte,
Veja que sua antiga pluma teria expressado
Mesmo tal beleza como teu senhor agora.
Então, todos os elogios não são senão profecias
Deste nosso tempo, tudo que pressagias,
E, mesmo vendo com olhos de adivinho,
Não tinham talento suficiente para cantar os teus dons;
Pois nós, que hoje aqui estamos, e vemos,
Temos olhos para sonhar, mas não línguas para louvar.

               Shakespeare, William. 154 Sonetos. Tradução de Thereza
 Christina Rocque da Motta. Rio de Janeiro: Ibis Libris, 2009. p. 125.

 Interpretação do texto:

1 – Qual é o assunto do soneto?
      O eu lírico fala da impossibilidade de descrever a beleza de sua amada através das palavras. Sua beleza é tal que não há “línguas” que possam louvá-la.

2 – Qual é a imagem de mulher apresentada no poema?
      É a imagem de uma mulher perfeita, de beleza incomparável e indescritível. As mais belas imagens utilizadas para louvar a beleza feminina não estão à altura da amada do eu lírico.

      --- Essa imagem determina o sentimento do eu lírico em relação à sua amada? Por quê?
      Sim. Porque a beleza de sua amada e sua perfeição que não podem ser “louvadas” pelas palavras de que dispõem aqueles que a contemplam, inspirando, assim, a admiração do eu lírico.

3 – Como podem ser interpretados os versos “Vejo que sua antiga pluma teria expressado / Mesmo tal beleza como teu senhor agora”?
      O eu lírico se refere a outros poetas que, no passado, tentaram louvar uma beleza como a de sua amada, mas não conseguiram.

4 – Como poderia ser caracterizado o tipo de amor que essa mulher desperta no eu lírico?
      A mulher amada desperta no eu lírico a manifestação de um amor mais distanciado, idealizado, puro.

      --- De que forma a manifestação desse amor indica a filiação do soneto de Shakespeare ao Classicismo?
        A manifestação desse amos mais puro, idealizado, por uma mulher de beleza indescritível, a quem o eu lírico louva exaltando a perfeição, é um tema bastante típico do classicismo.

5 – Compare as informações referentes à produção artística apresentadas na linha do tempo deste capitulo com as da linha do tempo do capítulo anterior.
      Espera-se que os alunos, durante essa comparação, percebam o contraste evidente entre a produção artística da Idade Média e a do Renascimento.

      --- Discuta com seus colegas: o termo “Renascimento” traduz o processo de transformação ocorrido na Europa durante o século XV? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.


Nenhum comentário:

Postar um comentário