segunda-feira, 6 de novembro de 2017

POEMA: AINDA ASSIM, EU ME LEVANTO - MAYA ANGELOU - (PRECONCEITO RACIAL) -COM GABARITO

Poema: Ainda assim, eu me levanto

   Este poema, um dos mais famosos de Maya Angelou, aborda a questão do preconceito racial.

Você pode me riscar da História
Com mentiras lançadas ao ar.
Pode me jogar contra o chão de terra,
Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar.
[...]


Pode me atirar palavras afiadas,
Dilacerar-me com seu olhar,
Você pode me matar em nome do ódio,
Mas ainda assim, como o ar, eu vou me levantar.
[...]

Da favela, da humilhação imposta pela cor
Eu me levanto
De um passado enraizado na dor
Eu me levanto
Sou um oceano negro, profundo na fé,
Crescendo e expandindo-se como a maré.

Deixando para trás noites de terror e atrocidade
Eu me levanto
Em direção a um novo dia de intensa claridade
Eu me levanto
Trazendo comigo o dom de meus antepassados,
Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado.
E assim, eu me levanto
Eu me levanto
Eu me levanto.
                 Angelou, Maya. Still I rise. Tradução de Mauro Catopodis.
                                                               (Fragmento). Disponível em:      <http://www.palavrarte.com/Poesia_Mundo_Trad/poepelomun_eua_maya_poemas.htm>. Acesso em: 22 set. 2009.
Interpretação do texto:
1 – Transcreva em seu caderno os versos em que o tema do poema esteja explicitado. Como o eu lírico aborda esse tema? Justifique com versos do poemas.
      Os versos que, explicitamente, tratam do preconceito racial são: “Da favela, da humilhação imposta pela cor”; “Sou um oceano negro, profundo na fé”; “Trazendo comigo o dom de meus antepassados, / Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado”.
      O eu lírico manifesta, no poema, o seu “canto” de resistência.

2 – Como o eu lírico reage ao preconceito? Que qualidades podem ser identificadas em seu comportamento? Em seu caderno, associe as qualidades que você identificou a alguma(s) passagem(ns) do texto.
      O eu lírico enfrenta o preconceito sem jamais se deixar derrotar. Podemos associar o seu comportamento a uma série de qualidades positivas: força, resistência, perseverança. Na última estrofe, surgem duas outras marcas do seu comportamento: o orgulho por pertencer à raça negra e a esperança de alcançar “um novo dia de intensa claridade”. Resposta pessoal do aluno.

3 – É possível, a partir da leitura do poema, construir uma imagem do eu lírico. Que experiências pode ter tido alguém que diz coisas como essas? Explique como você formou tal imagem.
      Possibilidade: alguém que faça as afirmações e acusações que aparecem no poema deve ter sofrido discriminação racial, ou seja, deve ser o negro que foi humilhado, que teve seus antepassados escravizados e que carrega, hoje, o “sonho e a esperança” de sua raça. Resposta pessoal do aluno.

4 – Explique os recursos de linguagem presentes no poema que marcam a resistência do eu lírico diante de seu interlocutor.
      Podemos perceber, no poema, um recurso mais evidente: a repetição da expressão “eu me levanto” para marcar a resistência do eu lírico diante dos preconceitos. Além disso, é importante perceber que essa expressão é utilizada depois de uma sequência de ações desse interlocutor para “quebrar” a força do negro.

5 – Releia:

                “Sou um oceano negro, profundo na fé,
                Crescendo e expandindo-se como a maré.
                Deixando para trás noites de terror e atrocidade
                Eu me levanto
                Em direção a um novo dia de intensa claridade”.

Explique por que esses versos podem ser interpretados como um manifesto de orgulho pela própria raça e de esperança no futuro.
      As ideias de fé e de expansão que podem ser reconhecidas em “Sou um oceano negro, profundo na fé, / Crescendo e expandindo-se como a maré” reafirmam a crença do eu lírico na força de seu povo. Essa ideia é ainda mais reforçada nos outros versos em que “dia de intensa claridade” se opõe a “noites de terror e atrocidade”, revelando o otimismo do eu lírico quanto a seu futuro pessoal e o de seu povo.


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