Poema: Ainda assim, eu me levanto
Este poema, um dos mais famosos de Maya
Angelou, aborda a questão do preconceito racial.
Você pode me riscar da
História
Com mentiras lançadas ao ar.
Pode me jogar contra o chão
de terra,
Mas ainda assim, como a
poeira, eu vou me levantar.
[...]
Pode me atirar palavras
afiadas,
Dilacerar-me com seu olhar,
Você pode me matar em nome
do ódio,
Mas ainda assim, como o ar,
eu vou me levantar.
[...]
Da favela, da humilhação
imposta pela cor
Eu me levanto
De um passado enraizado na
dor
Eu me levanto
Sou um oceano negro,
profundo na fé,
Crescendo e expandindo-se
como a maré.
Deixando para trás noites de
terror e atrocidade
Eu me levanto
Em direção a um novo dia de
intensa claridade
Eu me levanto
Trazendo comigo o dom de
meus antepassados,
Eu carrego o sonho e a
esperança do homem escravizado.
E assim, eu me levanto
Eu me levanto
Eu me levanto.
Angelou, Maya. Still I rise.
Tradução de Mauro Catopodis.
(Fragmento). Disponível em:
<http://www.palavrarte.com/Poesia_Mundo_Trad/poepelomun_eua_maya_poemas.htm>.
Acesso em: 22 set. 2009.
Interpretação do texto:
1 – Transcreva em seu
caderno os versos em que o tema do poema esteja explicitado. Como o eu lírico
aborda esse tema? Justifique com versos do poemas.
Os versos que,
explicitamente, tratam do preconceito racial são: “Da favela, da humilhação imposta
pela cor”; “Sou um oceano negro, profundo na fé”; “Trazendo comigo o dom de
meus antepassados, / Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado”.
O eu lírico manifesta, no poema, o seu
“canto” de resistência.
2 – Como o eu lírico reage
ao preconceito? Que qualidades podem ser identificadas em seu comportamento? Em
seu caderno, associe as qualidades que você identificou a alguma(s)
passagem(ns) do texto.
O eu lírico
enfrenta o preconceito sem jamais se deixar derrotar. Podemos associar o seu
comportamento a uma série de qualidades positivas: força, resistência,
perseverança. Na última estrofe, surgem duas outras marcas do seu
comportamento: o orgulho por pertencer à raça negra e a esperança de alcançar
“um novo dia de intensa claridade”. Resposta pessoal do aluno.
3 – É possível, a partir da
leitura do poema, construir uma imagem do eu lírico. Que experiências pode ter
tido alguém que diz coisas como essas? Explique como você formou tal imagem.
Possibilidade: alguém que faça as
afirmações e acusações que aparecem no poema deve ter sofrido discriminação
racial, ou seja, deve ser o negro que foi humilhado, que teve seus antepassados
escravizados e que carrega, hoje, o “sonho e a esperança” de sua raça. Resposta
pessoal do aluno.
4 – Explique os recursos de
linguagem presentes no poema que marcam a resistência do eu lírico diante de
seu interlocutor.
Podemos perceber,
no poema, um recurso mais evidente: a repetição da expressão “eu me levanto”
para marcar a resistência do eu lírico diante dos preconceitos. Além disso, é
importante perceber que essa expressão é utilizada depois de uma sequência de
ações desse interlocutor para “quebrar” a força do negro.
5 – Releia:
“Sou um oceano negro, profundo na fé,
Crescendo e expandindo-se como a maré.
Deixando para trás noites de
terror e atrocidade
Eu me levanto
Em direção a um novo dia de
intensa claridade”.
Explique por que esses
versos podem ser interpretados como um manifesto de orgulho pela própria raça e
de esperança no futuro.
As ideias de fé e de expansão que podem
ser reconhecidas em “Sou um oceano negro, profundo na fé, / Crescendo e
expandindo-se como a maré” reafirmam a crença do eu lírico na força de seu
povo. Essa ideia é ainda mais reforçada nos outros versos em que “dia de
intensa claridade” se opõe a “noites de terror e atrocidade”, revelando o
otimismo do eu lírico quanto a seu futuro pessoal e o de seu povo.
Incrivel , excelente, desse jeito vai lonje
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Muito bommmmmmm né ajudou muitoo
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