POESIA: Ó meu bem, pois te partiste
Diogo Miranda
Este poema é um exemplo da poesia
palaciana apresentada nos serões do Paço Real Português no século XV.
Ó meu bem, pois te partiste
Dante meus olhos coitado,
Os ledos me farão triste,
Os tristes desesperado.
Triste vida sem prazer
Me deixas com grã cuidado,
Que por meu negro pecado
Me vejo vivo morrer;
Meu prazer me destruíste,
Meu nojo será dobrado,
Porque sou cativo, triste,
Do meu bem desesperado.
Miranda, Diogo de. In: SPINA, Segismundo.
Era medieval. 8. ed. São
Paulo: Difel, 1985. p. 139-140.
(Coleção
Presença da Literatura Portuguesa).
Dante: diante.
Ledos: alegres.
Grã: grande.
Nojo: sofrimento.
Interpretação
do texto:
1 –
Qual é o tema do poema?
O tema
desenvolvido é o do sofrimento amoroso.
a) Como
ele é desenvolvido?
O eu lírico fala de seu sofrimento após a
partida de sua amada. Ele diz que, sem a sua presença, as pessoas alegres o
deixarão triste e as tristes, desesperado. Ele sofre tanto que, mesmo vivo,
sente-se morrer sem esperanças por ser “cativo” de um sentimento tão forte.
b) Que
elemento formal permite reconhecer o poema como característico da poesia
palaciana?
O elemento formal que, claramente, associa o
poema ao Humanismo é o uso, na trova, de versos de sete sílabas métricas
(redondilhas maiores).
2 –
O que o vocativo “Ó meu bem” sugere a respeito da relação entre o eu lírico e a
mulher amada?
O uso do vocativo “Ó meu
bem” indica proximidade, intimidade do eu lírico com a mulher a quem se dirige.
--- Explique em que esse trabalho é
diferente daquele característico das cantigas trovadorescas.
Nas cantigas de amor, o
tratamento dispensado à amada era sempre respeitoso (minha senhora) e distante,
como convinha ao amor cortês e à vassalagem amorosa. A mulher a quem o trovador
se dirigia era idealizada e inatingível. No poema, o tema do sofrimento amoroso
é desenvolvido de modo bem mais real do que nas composições medievais. A mulher
é tratada pelo poeta com maior intimidade, atenuando o tom de veneração
absoluta e idealização assumido pelos trovadores.
3 –
Como o eu lírico está se sentindo?
O eu lírico está
sofrendo a perda de seu amor. Afirma que não tem mais prazer, que se sente
morrer. Caracteriza a si mesmo como “cativo”, “triste” e “desesperado”. Por
sentir um amor tão forte, sofrerá em dobro.
--- Que linguagem o eu lírico faz do amor
que sente? Justifique.
O eu lírico
afirma que o seu sentimento é um “negro pecado” e que o prazer de que desfrutou
o destruiu. Por isso, mesmo vivo, sente-se morrer. A imagem de amor aqui
presente é a de um sentimento arrebatado, mas também visto de forma negativa:
um pecado que é punido com o sofrimento do eu lírico e a morte em vida.
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