domingo, 27 de março de 2022

TEXTO: A CAPOEIRA - EUSÉBIO LÔBO SILVA - PROJETOS INTEGRADORES - COM GABARITO

 Texto: A capoeira   

    A capoeira é, além de uma luta, uma expressão cultural ligada à expressividade do corpo e à resistência.

        As pessoas trazidas da África para serem escravizadas no Brasil desenvolveram esse misto de dança e luta ao som de cânticos tradicionais, do berimbau e de outros instrumentos de percussão. Por ser uma luta criada entre os escravizados, foi vista como ameaça pelos governantes, que, em 1821, tomaram medidas de repressão à capoeiragem, que incluíam castigos físicos e até mesmo prisão.

        Mestre Bimba (1899-1974) é considerado o criador da chamada luta regional baiana, um estilo de capoeira criado na década de 1920, com movimentos mais rápidos e acompanhado de música. Mais tarde, quando a capoeira não era mais proibida, essa luta passou a ser chamada de capoeira regional.

        Na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas (1882-1954), com a ajuda fundamental de Mestre Bimba, a capoeira passou a ser divulgada como esporte e desde então adquiriu mais e mais adeptos, vinculando-se, assim como o samba, o futebol e o carnaval, à identidade cultural do Brasil.

        Formada por movimentos, como ginga, rolê, rasteira, chicote e bananeira, a prática da capoeira está vinculada à subjetividade de cada praticante, ou seja, embora exista um modelo a ser seguido, cada roda de capoeira é única, uma vez que existem a concepção, a lógica do movimento, a improvisação e a sequência de golpes de cada pessoa que a joga.

        PONTE

        O corpo na ponte

        A ponte pode ser executada de dois modos: o primeiro é o movimento de arquear o corpo para trás até apoiar as mãos sobre o chão e, em seguida, lançar a pélvis e as pernas para retornar à posição em pé; no segundo, executa-se a bananeira, arqueia-se o corpo até o apoio dos pés sobre o chão e retorna-se à posição em pé.

        Função da ponte

        A função dessa movimentação é, inicialmente, desenvolver flexibilidade. A segunda é usar dessa flexibilidade para esquivar ou livrar-se de golpes que procedam do nível alto. A terceira função é ornamentar o jogo.

             SILVA, Eusébio Lôbo da. O corpo na capoeira. 2. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2012. v. 3. p. 102.

Fonte: Da escola para o mundo – Projetos Integradores – volume único – Ensino médio – 1ª Edição, São Paulo, 2020, editora Ática. p. 56-8.

Entendendo o texto:

01 – Você já jogou capoeira? Conhece o movimento de ponte?

      O importante é que, independentemente de terem ou não praticado capoeira, os estudantes comentem o movimento, que podem ter praticado em outro tipo de atividade física.

02 – Segundo o autor, o movimento da ponte possui três funções. Quais são elas? De que modo essas funções confirmam que a capoeira, além de uma luta, pode ser considerada uma forma de expressão artística?

      As funções da ponte são desenvolver a flexibilidade, usar essa flexibilidade na esquiva e ornamentar o jogo. Essas funções não se restringem apenas à habilidade ou à força para lutar, mas também se referem à ornamentação do jogo, o que confirma a função estética ligada à capoeira.

03 – A ilustração a seguir mostra como fazer a ponte descrita no texto. Observe-a:

a)   Converse com os colegas: Vocês acham que a ilustração deixou mais claro como realizar o movimento da ponte?

Resposta pessoal do aluno.

b)   Vocês teriam feito algo diferente sem a ilustração? O quê?

Resposta pessoal do aluno.

04 – Observe esta outra ilustração, que mostra as etapas para a realização de outro movimento, chamado escorão. Com base na imagem, descreva no caderno como esse movimento deve ser executado, passo a passo.

·        Compare sua descrição do movimento do escorão com a de seus colegas. Conversem sobre quais ficaram mais claras e como melhorar as demais. Após essa troca de ideias, se necessário, reformule sua descrição.

Para realizar o movimento do escorão, o lutador arqueia o corpo para a frente e apoia as duas mãos no chão. Depois disso, deve levantar uma das pernas e desferir um golpe com ela, esticando-a para cima.

 

 

 

 

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