Texto: A capoeira
A capoeira é, além de uma luta, uma
expressão cultural ligada à expressividade do corpo e à resistência.
As pessoas trazidas da África para
serem escravizadas no Brasil desenvolveram esse misto de dança e luta ao som de
cânticos tradicionais, do berimbau e de outros instrumentos de percussão. Por
ser uma luta criada entre os escravizados, foi vista como ameaça pelos
governantes, que, em 1821, tomaram medidas de repressão à capoeiragem, que
incluíam castigos físicos e até mesmo prisão.
Mestre Bimba (1899-1974) é considerado
o criador da chamada luta regional baiana, um estilo de capoeira criado na
década de 1920, com movimentos mais rápidos e acompanhado de música. Mais
tarde, quando a capoeira não era mais proibida, essa luta passou a ser chamada
de capoeira regional.
Na década de 1930, durante o governo de
Getúlio Vargas (1882-1954), com a ajuda fundamental de Mestre Bimba, a capoeira
passou a ser divulgada como esporte e desde então adquiriu mais e mais adeptos,
vinculando-se, assim como o samba, o futebol e o carnaval, à identidade
cultural do Brasil.
Formada por movimentos, como ginga,
rolê, rasteira, chicote e bananeira, a prática da capoeira está vinculada à
subjetividade de cada praticante, ou seja, embora exista um modelo a ser
seguido, cada roda de capoeira é única, uma vez que existem a concepção, a
lógica do movimento, a improvisação e a sequência de golpes de cada pessoa que
a joga.
PONTE
O
corpo na ponte
A ponte pode ser executada de dois
modos: o primeiro é o movimento de arquear o corpo para trás até apoiar as mãos
sobre o chão e, em seguida, lançar a pélvis e as pernas para retornar à posição
em pé; no segundo, executa-se a bananeira, arqueia-se o corpo até o apoio dos
pés sobre o chão e retorna-se à posição em pé.
Função
da ponte
A função dessa movimentação é,
inicialmente, desenvolver flexibilidade. A segunda é usar dessa flexibilidade
para esquivar ou livrar-se de golpes que procedam do nível alto. A terceira
função é ornamentar o jogo.
SILVA, Eusébio Lôbo da. O corpo na
capoeira. 2. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2012. v. 3. p. 102.
Fonte: Da escola para
o mundo – Projetos Integradores – volume único – Ensino médio – 1ª Edição, São
Paulo, 2020, editora Ática. p. 56-8.
Entendendo o texto:
01 – Você já jogou capoeira?
Conhece o movimento de ponte?
O importante é
que, independentemente de terem ou não praticado capoeira, os estudantes
comentem o movimento, que podem ter praticado em outro tipo de atividade
física.
02 – Segundo o autor, o
movimento da ponte possui três funções. Quais são elas? De que modo essas
funções confirmam que a capoeira, além de uma luta, pode ser considerada uma
forma de expressão artística?
As funções da
ponte são desenvolver a flexibilidade, usar essa flexibilidade na esquiva e
ornamentar o jogo. Essas funções não se restringem apenas à habilidade ou à
força para lutar, mas também se referem à ornamentação do jogo, o que confirma
a função estética ligada à capoeira.
03 – A ilustração a seguir
mostra como fazer a ponte descrita no texto. Observe-a:
a) Converse com os colegas: Vocês acham que a ilustração deixou mais claro como realizar o movimento da ponte?
Resposta pessoal do aluno.
b) Vocês teriam feito algo diferente sem a ilustração? O quê?
Resposta pessoal do aluno.
04 – Observe esta outra
ilustração, que mostra as etapas para a realização de outro movimento, chamado
escorão. Com base na imagem, descreva no caderno como esse movimento deve ser
executado, passo a passo.
· Compare sua descrição do movimento do escorão com a de seus colegas. Conversem sobre quais ficaram mais claras e como melhorar as demais. Após essa troca de ideias, se necessário, reformule sua descrição.
Para realizar o movimento do escorão, o lutador arqueia o corpo para
a frente e apoia as duas mãos no chão. Depois disso, deve levantar uma das
pernas e desferir um golpe com ela, esticando-a para cima.
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