Crônica: Marcelo inventor de palavras
Ruth Rocha
Marcelo
entrou em casa correndo:
-- Papai,
papai, embrasou a moradeira do Latildo!
-- O quê,
menino? Não estou entendendo nada!
-- A
moradeira, papai, embrasou...
-- Eu não
sei o que é isso, Marcelo. Fala direito!
-- Embrasou
tudo, papai, está uma branqueira danada!
Seu João percebia a aflição do filho,
mas não entendia nada... Quando Seu João chegou a entender o que Marcelo estava
falando, já era tarde. A casinha estava toda queimada. Era um montão de brasas.
O Godofredo gania baixinho... E Marcelo, desapontadíssimo, disse para o pai:
-- Gente grande não entende nada de
nada, mesmo!
46. ed. Rio de
Janeiro: Salamandra, 1995. p. 20-1.
Fonte: Gramática
Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição
reformulada – São Paulo. 2008. p. 28.
Entendendo a crônica:
01 – O que Marcelo quis
dizer com as palavras:
·
Embrasou
–
queimou.
·
Latildo
–
cachorro.
·
Moradeira
–
casa de cachorro.
·
Branqueira
–
fumaça.
02 – Quais foram as
consequências do fato de Marcelo ter usado essas palavras?
O pai não conseguiu entender o que ele
queria dizer e, com isso, a casa do cachorro pegou fogo.
03 – Considerando que a
língua é uma convenção social, qual princípio linguístico a personagem
desrespeitou ao empregar essas palavras?
Marcelo
desrespeitou o princípio de que as coisas têm nomes, que foram construídos
social e historicamente e independem da nossa vontade.
04 – Quem são as personagens
do texto?
Marcelo, Seu João (o pai) e Godofredo (o
cachorro).
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