Notícia: Basquete de rua vencendo preconceitos
Por Anna Virgínia Cunha
Anna Virgínia Cunha é
aluna da Universidade católica de Brasília – UCB | 18/09/2006 11:29
A juventude é um momento de grandes
conflitos. Para muitos é hora de falar sério, de ter maturidade; em outros
casos, são os últimos momentos de diversão antes de realmente se assumir uma
postura de adulto.
Entre os desejos mais íntimos dessa
fase, está a liberdade, motivo de conflitos na família, tema de conversas entre
amigos, assunto de livros direcionados à faixa etária, motivo de reflexões.
O que é ser livre? Será que a liberdade
existe?
Esse talvez seja o principal motivo que
desperta entre os jovens a vontade de conhecer uma nova modalidade do basquete:
o streetball, capaz de conciliar a sensação de liberdade e entretenimento.
"O movimento de basquete de
rua" nasceu na década de quarenta, nos guetos nova-iorquinos com o
objetivo de propiciar diversão e entretenimento aos bairros mais pobres.
O Streetball, associado a outro movimento de expressão das classes sociais
mais baixas, o Street dance, cresceu rapidamente nos países da Europa e
América Latina.
Para melhor compreensão do que seria
o Streetball, é necessário explicar algumas expressões: Streetball,
do inglês, bola de rua, basquete de rua; Streetballer, praticante do Streetball;
firulas, acrobacias, palhaçadas; ringues, quadras ou espaços onde acontece o
jogo.
O "Street", como diz o nome,
é evento de rua, com o objetivo de deixar para trás as regras das modalidades,
libertando os jogadores para o espetáculo de acrobacias, o que faz com que
esses logo esqueçam as faltas e bolas fora.
O ambiente que se vive nos ringues é de
muita euforia. O público reage ao espetáculo, fazendo cada vez mais barulho
quando se tem a bola a dançar. Claro que não falta um ambiente musical bem ao
estilo do rap e hip-hop para rechear as partidas.
Segundo os Streetballers, antes,
o Streetball era só bagunçar o time adversário. Contudo, descobriu-se
que é importante fazer as firulas e palhaçadas, mas é muito importante também
fazer tudo isso e ainda jogar na defesa, no ataque, contra-ataque...
Para os jovens, jogar "Street"
é sentir-se mais relaxado, mais à vontade, sem se preocupar com o que tem que
fazer o certo ou o errado. É sentir-se mais livre, poder fazer todo tipo de
coisa, porque não há regras... Tem mais jogo, mais emoção mais dribles e
enterradas.
Poder brincar, disputando e ao mesmo
tempo curtindo uma música e dançando, dá satisfação aos jogadores, tornando a
partida interessante e diferente; neste jogo é fácil perceber que mais
importante é competir do que ganhar, pois muitas vezes a melhor jogada pode ser
a do time que perde.
Poder enganar o adversário fazendo-o
até mesmo de bobo, sem ser motivo de agressões, discussões e sim motivo de
alegria e diversão, torna o jogo uma nova mania. A liberdade de passes e
acrobacias, a ausência das inúmeras regras existentes no basquete profissional são
as razões dessa modalidade ser cada dia mais popular.
O Streetball é um jogo para a
juventude e além de ser importante pela prática esportiva, para a saúde do
corpo, ajuda no comportamento social, dá noção de limites de regras, de valores
como o respeito ao adversário.
Porém, essa nova modalidade causa
inúmeras discussões por parte da Federação Internacional de Basquete Amador
(FIBA) ou da Federação Paulista de Basquete (FPB), porque o "Street"
não segue as mesmas regras do basquete e esses regulamentos definem espaço na
quadra, as cestas que valem pontos, os passes, quantidade de jogadores...
Todavia, isso vai melhorar com o tempo.
O mais importante de toda essa história é que o Street finalmente
ganhou espaço merecido, na sociedade e tem conseguido muito destaque na mídia,
o que pode favorecer ainda mais o esporte.
CUNHA, Ana Virgínia.
Basquete de rua vencendo preconceitos, por Anna Virgínia Cunha. Portal
Imprensa, 18 set. 2006. Disponível em:http://www.portalimprensa.com.br/noticias/carreira/1398/basquete+de+rua+vencendo+preconceitos+b+por+anna+virginia+cunha.
Acesso em: 22 jan. 2019.
Fonte: Da escola para
o mundo – Projetos Integradores – volume único – Ensino médio – 1ª Edição, São
Paulo, 2020, editora Ática. p. 54-5.
Entendendo a notícia:
01 – De acordo com o texto,
o basquete de rua, ou Streetball, surgiu na década de 1940, nos guetos de Nova
York. Que outra manifestação das culturas juvenis estudada neste projeto também
é originária de lá?
A Street dance ou dança de rua.
02 – Segundo a autora do
texto, a juventude é um momento de grandes conflitos cercado pelo desejo de
liberdade. Você concorda com essa afirmação? Converse com seus colegas sobre o
tema e proponham juntos uma definição para o que seria a juventude.
Resposta pessoal
do aluno.
03 – Por que o Streetball
estaria ligado à ideia de liberdade?
Porque tem menos
regras que o basquete convencional, libertando os jogadores para o espetáculo.
Como não há pressão por resultado, há mais jogadas bonitas e menos cobranças.
04 – De que modo o fato de a
modalidade ser disputada nas ruas torna o contexto mais relaxado e convidativo?
Os jogos
acontecem próximos à torcida; muitas vezes há música e dança como pano de
fundo.
05 – Que aspectos educativos
essa prática agregaria para o jovem?
A prática do
basquete de rua contribuiria para a saúde do corpo, ajudaria no comportamento
social, daria noção de limites, regras e valores como o respeito ao adversário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário