Crônica: A cidadezinha
Raquel de Queiroz
Era uma vez uma cidadezinha, dessas muito
antigas. Pequena, mal tinha umas cinco ruas meio tortas e desencontradas. As
casas, nessas ruas, eram quase todas baixinhas. No meio delas uns dois
sobrados, o casarão da escola e o outro casarão muito feio, com janelas
gradeadas, onde ficava a cadeia.
Mas a graça daquela cidadezinha era a
igreja, que a gente até poderia chamar de igrejinha. Ficava no alto do morro,
toda branca, de portas azuis, parecia leve, muito linda. Talvez por causa da
igrejinha no morro, a cidadezinha ganhou o nome de Morro Lindo. A igrejinha é que
era linda, mas o morro ficou com a fama.
E não era dessas igrejas importantes, paredes de pedra, com as torres apontando
para o céu. Tinha as paredes muito simples, era quadradinha, com uma torre também
quadrada. E bem debaixo do telhado da torre, ficava o sino.
Raquel de Queiroz. Andira.
São Paulo: Siciliano, 1992. p. 3.
Fonte: Livro- PORTUGUÊS:
Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição -
Atual Editora – 2002 – p. 123-4.
Entendendo a crônica:
01 – O texto está organizado
em dois parágrafos. No 1°, há uma descrição da cidade; no 2°, uma descrição da igrejinha.
a) Como era a cidade, suas ruas e casas?
Era muito antiga e pequena. Suas ruas eram meio tortas e
desencontradas. Quase todas as casas eram baixinhas.
b) Como era a igrejinha?
Era branca, de portas azuis e parecia leve, muito linda.
02 – Para ressaltar ainda
mais as qualidades da igrejinha, o narrador cita alguns elementos das igrejas
importantes: as paredes e a torre.
a) Como são normalmente as paredes de uma igreja importante? E as da igrejinha, como eram?
As paredes de uma igreja importante são de pedra. As da igrejinha
eram caiadas.
b) Como são as torres de uma igreja importante? E a torre da igrejinha, como era?
As torres de uma igreja importante apontam para o céu. A torre da
igrejinha era quadrada.
c) O narrador afirma: “não era dessa igrejas importantes”. Que característica da igrejinha se contrapõe a importante?
Simples.
03 – No 2° parágrafo, o
narrador afirma que a igrejinha “parecia leve”.
Qual é o sentido desse adjetivo no contexto?
Delicada, simples, de formas suaves.
04 – O narrador manifesta descontentamento
em relação ao nome da cidade.
a) Por quê?
Porque a igrejinha era o que a cidade tinha de mais bonito, e não o
morro.
b) Imagine para essa cidade um nome que fosse mais adequado à descrição que lemos.
Resposta pessoal do aluno.
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