terça-feira, 1 de março de 2022

ANEDOTA: PORTA DO CÉU - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 Anedota: Porta do céu

        Chega um homem, exultante:

        — Finalmente, o paraíso.

        Ele pergunta a São Pedro se há alguma formalidade para entrar. Se precisa assinar alguma coisa. Nada. Ele fica mais exultante ainda:

        — Eu sempre sonhei com este momento. Finalmente, estou livre de todas as formalidades. Adeus regulamentos. Adeus burocracia terrestre. Quer dizer que é só entrar e estou na vida eterna para sempre?

        — É só entrar — diz São Pedro.

        Ele começa a passar pelo portão, mas São Pedro o chama de volta e entrega um cartão plastificado.

        — Só não esquece o crachá. 

Luís Fernando Verissimo. Outras do analista de Bagé. 29. ed. Porto Alegre: L&PM, 1982. p. 88.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 60-1.

Entendendo a anedota:

01 – No texto, notamos a presença de três vozes, ou três discursos: a do narrador, a do homem que foi para o céu e a de São Pedro. Em algumas situações, as falas do homem e as de São Pedro são reproduzidas integralmente. Identifique essas falas e o sinal de pontuação utilizado para introduzi-las.

      Todas as falas são introduzidas pelo travessão.

02 – Observe este trecho:

        “— É só entrar — diz São Pedro.”

Nesse trecho, há duas vozes: a do personagem e a do narrador. De que modo elas são delimitadas?

      Pelo travessão, que serve tanto para introduzir a fala da personagem quanto para separá-la da voz do narrador.

03 – O narrador, para dar uma noção viva do diálogo, pode apresentar detalhes da situação: como era o local, como a personagem falou ou olhou, como se sentia, etc. Identifique no discurso do narrador expressões indicativas de como o homem se sentia;

      Exultante; mais exultante ainda.

04 – Observe este outro trecho:

        “Ele pergunta a São Pedro se há alguma formalidade para entrar. Se precisa assinar alguma coisa. Nada. Ele fica mais exultante ainda:”

Nesse trecho, a voz das personagens não aparece integralmente. O narrador é quem conta como foi o diálogo. Como você acha que foi o diálogo entre o homem e São Pedro? Escreva-o em seu caderno.

      “—Há / Existe alguma formalidade para entrar, São Pedro? Alguma coisa para assinar?”

      “—Não, não há nada.”

05 – A reprodução integral de diálogos no texto lido não ocorrer por acaso; ela tem uma função.

a)   Faça uma experiência: reconte essa história a um colega, mas passando aas falas das personagens para a forma indireta, isto é, de modo que você, fazendo o papel de narrador, conta ao colega o que as personagens disseram.

Resposta pessoal do aluno.

b)   Compare com o texto original o texto que você produziu. Qual deles é mais expressivo? Qual é mais divertido?

O texto original é mais expressivo e divertido.

c)   Conclua: Qual é a finalidade da reprodução integral dos diálogos no texto narrativo ficcional?

Ela torna a narrativa mais viva, permitindo ao leitor “viver” de forma mais intensa os fatos narrados.

 

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