Lenda: A alma e o coração da baleia
Neil Philip
Era uma vez um corvo muito bobo e
convencido que voou para bem longe e foi parar no mar. Exatamente de tanto
bater as asas, procurou um lugar para descansar, mas não avistou nenhum pedaço
de terra no meio de toda aquela água.
-- Vou morrer afogado! – Suspirou, já
sem forças para continuar voando.
Nesse exato momento, uma enorme baleia
subiu à tona, e o corvo, sem pensar duas vezes, mergulhou naquela bocarra
aberta.
Foi parar na barriga da baleia, onde,
para seu espanto, deparou-se com uma casa muito limpa e confortável, bem
iluminada e quentinha.
Uma jovem estava sentada na cama,
segurando uma vela acesa.
-- Fique à vontade, – disse ela
amavelmente – mas, por favor, nunca toque em minha vela.
O corvo, feliz da vida, prometeu que
jamais faria tal coisa.
A moça parecia inquieta. A todo
instante se levantava, ia até a porta e voltava a sentar na cama.
-- Algum problema? O corvo perguntou.
-- Não...”, ela respondeu.
-- É só a vida... A vida e o ar que se
respira.
O corvo estava morrendo de curiosidade.
Assim quando a jovem foi até a porta, resolveu tocar na vela para ver o que
acontecia. E aconteceu que a moça caiu estatelada na sua frente e a luz se
apagou.
O mal estava feito. A casa ficou fria e
escura, o cheiro de gordura e sangue deixou o corvo enjoado. Inutilmente ele
procurou a porta par sair dali e, cada vez mais nervoso, começou a se coçar de
tal modo que arrancou todas as penas.
-- Agora é que vou morrer congelado, –
choramingou corvo, tremendo até os ossos.
A moça era a alma da baleia, que a
movimentava para a porta toda vez que enchia os pulmões de ar.
Seu coração era a vela acesa. Quando o
corvo a tocou, a chama se extinguiu. Agora a baleia estava morta e guardava em
seu interior o pássaro intrometido.
Depois de muito chorar e pensar, o
corvo finalmente conseguiu sair das escuras entranhas e sentou no dorso daquele
imenso defunto. Ensebado, sujo, depenado, era uma tristíssima figura.
A baleia morta ficou flutuando no mar
até que desabou uma tempestade e as ondas a empurraram para a praia. Quando a
chuva parou, alguns pescadores saíram para trabalhar e viram a baleia. O corvo
também os viu e se transformou num homenzinho feio e estropiado. Então, em vez
de confessar que se intrometera onde não fora chamado e destruíra algo de belo
que não conseguia compreender, pôs-se a gritar:
-- Eu matei a baleia! Matei a baleia!
E foi dessa forma se tornou um grande
homem.
Neil Philip. Volta ao mundo em 52 histórias. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000.
Entendendo a Lenda:
01 – Leia a frase abaixo: “Vou morrer afogado”, suspirou. Dê a
causa do fato acima.
O corvo já estava
cansado de tanto voar e não avistar um pedaço de terra para pousar.
02 – Diante de determinados
fatos, o personagem teve diferentes reações.
Complete o quadro abaixo, identificando
os fatos que provocaram cada uma destas reações. REAÇÕES/FATO:
·
Espanto: A barriga da baleia era um lugar limpo, iluminado,
confortável e quentinho.
·
Curiosidade: A jovem moça segurar uma vela acesa.
03 – Transcreva do texto, o
fato que ajudou o personagem a resolver o problema que estava enfrentando.
“Nesse exato
momento, uma enorme baleia subiu à terra, e o corvo, sem pensar duas vezes,
mergulhou naquela bocarra aberta.”
“O mal estava feito. A casa ficou fria e
escura.”
04 – Escreva a importância
da moça e da vela acesa na vida da baleia.
A moça era a alma
da baleia. Seu coração era a lanterna acesa. “Aspectos” vitais para a
sobrevivência de um ser.
05 – Leia o trecho abaixo:
CAÇAR PARA VIVER.
“A carne e outros produtos da baleia
são muito importantes para os esquimós, que admiram e respeitam qualquer pessoa
que consiga matar esse animal.”
O trecho acima justifica o final da
história? Por quê?
O trecho acima
justifica o término da história, mostrando porque o “homenzinho” passou a ser
um herói. Mesmo matando uma baleia.
Muito obg
ResponderExcluirBom
ResponderExcluirNosa me achudou muito
ResponderExcluirObrigado precisa muito dessas respostas 😃
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