sábado, 27 de abril de 2019

SONETO: EU CANTAREI DE AMOR TÃO DOCEMENTE - LUÍS VAZ DE CAMÕES - COM GABARITO

Soneto: Eu cantarei de amor tão docemente
                         
        Luís Vaz de Camões

Eu cantarei de amor tão docemente,
por uns termos em si tão concertados,
que dois mil acidentes namorados
faça sentir ao peito que não sente.

Farei que amor a todos avivente,
pintando mil segredos delicados,
brandas iras, suspiros magoados,
temerosa ousadia e pena ausente.


Também, Senhora, do desprezo honesto
de vossa vista branda e rigorosa,
contentar me hei dizendo a menos parte.

Porém, para cantar de vosso gesto
a composição alta e milagrosa,
aqui falta saber, engenho e arte.

Luís de Camões. In: Rimas. Edição de A. J. da Costa Pimpão.
Coimbra, Atlântida Editora, 1973.
Entendendo o soneto:
01 – Na 1ª estrofe do soneto de Luís de Camões, o eu-lírico expressa um desejo. Que desejo é esse?
a) De que as pessoas não devem amar, porque o amor só traz sofrimento e amarguras.
b) De que as pessoas consertem os seus erros e possam amar verdadeiramente.
c) De decifrar o amor, porque, para ele, é um sentimento misterioso.
d) De conseguir nesta vida um amor que possa lhe fazer feliz.
e) De que as pessoas que não amam, possam desfrutar desse sentimento único, que é o amor.

02 – Ao dizer “Farei que o amor a todos avivente”, o eu-lírico quer que:
a) o amor preencha o vazio da vida das pessoas.
b) o amor dê vida, alegria e transforme as pessoas.
c) o amor conquiste os que têm medo de amar.
d) as pessoas vivam exclusivamente pelo amor.
e) as pessoas não queiram amar, porque ele faz sofrer.

03 – No poema de Luís de Camões, podemos verificar uma das características do Classicismo. Que característica é essa?
a) A referência à mitologia greco-latina.
b) A reverência ao passado glorioso de Portugal e ao povo português.
c) A preferência por temas universais, como o amor.
d) A preocupação com os desconsertos do mundo.
e) O uso da medida velha, com versos de 5 e 7 sílabas poéticas.

04 – O eu-lírico reconhece, na última estrofe, que:
a) ele ama incondicionalmente a sua musa e nada pode mudar isso.
b) ele não é capaz de amar a senhora na intensidade que ela merece.
c) em seu coração não cabe amor tão grande e sublime.
d) ele não tem força para resistir a este amor que o maltrata.
e) ele não tem competência para descrever poeticamente os gestos da amada.

05 – Ao analisar o gênero literário poesia, de Luís de Camões, podem ser considerados corretos os itens:
I – O poema, conforme a sua estrutura, pode ser classificado como soneto.
II – Os três últimos versos são decassílabos.
III – Em todos os versos do poema, verificam-se rimas ricas.
IV – A primeira e a segunda estrofes são denominadas de quarteto.
V – As rimas das duas primeiras estrofes são, quanto à sua posição na estrofe, classificadas como paralelas.
a) I, II e IV.
b) I, III e V.
c) II, IV e V.
d) I, II e V.
e) II, III e IV.

06 – Ao analisar a expressão, “temerosa ousadia”, percebe-se o uso da figura de linguagem:
a) Eufemismo.
b) Metáfora.
c) Ironia.
d) Paradoxo.
e) Prosopopeia.

07 – Ao dizer “aqui falta saber, engenho e arte”, a palavra “engenho”, neste verso, pode ser substituída por:
a) sabedoria.
b) orientação.
c) habilidade.
d) humildade.
e) esperteza.  

08 – Para facilitar o entendimento do soneto, copie a primeira e terceira estrofes, desfazendo os versos e reorganizando o período na ordem direta.
      Eu cantarei de amor tão docemente, por uns termos em si tão concertados, que dois mil acidentes namorados, faça sentir ao peito que não sente. Também, Senhora, contentar-me-ei dizendo a menos parte do desprezo honesto de vossa ira branda e rigorosa.

09 – Qual o número de sílabas métricas dos versos do soneto?
      Dez sílabas métricas.

10 – Utilizando letras, faça o esquema das rimas do soneto.
      ABBA – ABBA – CDE – CDE.

11 – O tema deste soneto é a própria poesia lírica amorosa.
a)   Primeira estrofe: Qual é o propósito anunciado pelo sujeito lírico?
É o propósito de fazer um canto de amor tão doce e tão harmonioso que até os corações insensíveis se emocionem.

b)   Segunda estrofe: Enumerando as características com que o amor será descrito em seu canto, o poeta utiliza dois paradoxos. Reconheça-os.
“Brandas iras” e “Temerosa ousadia”.

12 – Nos dois tercetos, o poeta diz como será, em seu canto, a descrição da mulher amada.
a)   Como ele vê a mulher: de modo realista ou idealizado?
De modo idealizado.

b)   Qual a principal característica da mulher?
O pudor, o recato.

c)   O poeta diz que conseguirá descrever apenas parcialmente o comportamento honesto e recatado de sua amada. No último terceto ele idealiza também a sua beleza física (o rosto). Ele se julga capaz de retratá-la? por quê?
Ele não se julga capaz de retratar a beleza física de sua amada porque, para isso, são insuficientes o seu saber, o seu talento e a sua eloquência.

                                  


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