quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

ARTIGO DE OPINIÃO: O CARIOQUÊS E PAULISTAS - FREDERICO BRANCO - COM GABARITO

Artigo de Opinião: O Carioquês e Paulistas
         Frederico Branco


 Quem quer ser imediatamente identificado no Rio como paulistano fala em semáforo. Ou farol, como vulgarmente se diz em São Paulo. Lá, a designação que prevalece é sinal luminoso.
        E as diferenças estão longe de ficar nisso.
        Aqui, um simples encanador é convocado quando se trata de reparar vazamento ou infiltração; já no Rio, o profissional chamado é nada menos que um grandiloquente bombeiro. Os zeladores de edifício, como cá os denominamos, lá são os porteiros. No Rio não há manobristas de automóvel, pois no balneário os que exercem essas funções às portas dos restaurantes, teatros, hotéis e afins são chamados de manobreiros. Pivete é a tradução carioca dos nossos trombadinhas. Já os nossos guardadores, lá são carinhosamente alcunhados de flanelinhas. E com relação ao próprio estacionamento na rua junto à calçada como se diz aqui, ou ao passeio, como se prefere no Rio – a manobra é feita da mesma maneira, mas lá se estaciona junto ao composto meio-fio, ao passo que aqui alinhamos o veículo a uma prosaica guia.
        E em caso de trombada, com danos à lataria? Em São Paulo, o jeito é procura um funileiro, ao passo que no balneário o procurado deve ser um lanterneiro, ainda que um e outro nada tenham a ver com a fabricação de funis ou de lanternas.
        A paulistana carta de motorista no balneário vira carteira. Já a carteira de cigarros, lá vendida, aqui é um simples maço.
        Também é inútil procurar no Rio presunto para o lanche – ou para a merenda, como lá se chama. Deve-se pedir fiambre. Presunto fica restrito no balneário aos que partem desta para melhor, abandonados na rua indevidamente.
BRANCO, Frederico. Carioquês e paulistas. Jornal da Tarde, Rio de Janeiro, p.4, 8 jan.1992.

Entendendo o texto:

01 – O Brasil é um país riquíssimo em sotaques. Uma grande parte da população não vê com “bons olhos” essas diferenças linguísticas. Preconceito à parte, até o momento foram enumerados cerca de 16 sotaques brasileiros. Onde são falados os:

·        Sotaque carioca: Toda a cidade do Rio de Janeiro.

·        Sotaque Paulistano: Cidade de São Paulo e regiões metropolitanas próximas.

02 – Por que existe esta variedade de sotaque em nosso país?
      Veio da colonização no país feita por diferentes povos em momentos diversos de nossa história.

03 – Segundo pesquisadores linguísticos que influência conseguiram identificar no Estado de São Paulo, e no Rio de Janeiro?
      No Estado de São Paulo influência dos italianos, já no Rio de Janeiro o sotaque tem influência ao original falado em Portugal.

04 – Carioquês, sotaque carioca, mas particularmente o s chiado ao final da sílaba, é uma herança direta de que língua?
      Do português de Lisboa, já que a corte portuguesa veio em grande contingente para o Rio de Janeiro, em 1808, e a cidade se torna Capital da República em 1889. O som do s ficou, então, prestigiado por ser o sotaque da realeza, e por isso muito difundido na então capital. Além do s, o fonema r mais sussurrado também é bem característico da forma de falar do 

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