sábado, 29 de dezembro de 2018

POEMA: MENINO MARINHEIRO - ELIAS JOSÉ - COM GABARITO

 Poema: Menino Marinheiro
           Elias José
                         

 O menino,
 marinheiro imaginário,
 navega pelos mares
 mais bravios
 em seu barco azul.

 O barco azul é cheio de luz,
 cheio de flores e doces
 e música que o vento traz.

 Nos dias quentes, vem o sol
 e amacia e aquece o balanço
 do barco e dos corpos.
 A noite fria traz gomos de céus,
 com traços de lua e estrelas
 pra enfeitar o barco do menino.

 Muitas vezes, leve, livre e sereno,
 sem pressa, sem rota, sem rumo,
 lá vai o barco azul.

 Outras vezes, o barco azul
 enfrenta tempestades,
 relâmpagos, raios e ventania.

 Quase sempre, há piratas e perigos
 e brigas e perdas e naufrágios.
 Mas o barco azul vence tudo e todos
 e segue sem pressa, sem rota e sem rumo.
 Forte e sempre sereno, o barco segue.

 O que leva de tão importante o barco?
 Leva flores, doces e colares de estrelas
 pra namoradinha imaginária
 do imaginário marinheiro.


                 Elias José. Forrobodó no forró. São Paulo: Mercuryo Jovem. 2006. p. 37.

Entendendo o poema:
01 – Em poemas, a pontuação nem sempre obedece às orientações que devem ser aplicadas aos textos em prosa. No poema a seguir isso não ocorre, pois seu autor pontuou-o como se fosse um texto em prosa. Mas, para fins de estudo, foram suprimidas propositalmente todas as vírgulas. Leia-o e depois faça o que se pede.
a)   Empregue, no poema, vírgulas onde convencionalmente elas deveriam ser utilizadas.
Estão marcadas no texto. (,)

b)   Troque ideias com os colegas e justifique o emprego das vírgulas nestes versos:
Muitas vezes, leve, livre e sereno,
Sem pressa, sem rota, sem rumo,
Lá vai o barco azul.
      As vírgulas separam termos que exercem a mesma função sintática em “leve, livre e sereno” (adjuntos adnominais de barco) e “sem pressa, sem rota” (adjuntos adverbiais de vai); e indicam deslocamento de adjunto adverbial em “Muitas vezes”, e “Sem rumo”.

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