Poema: Menino
Marinheiro
Elias José
marinheiro imaginário,
navega pelos mares
mais bravios
em seu barco azul.
O barco azul é cheio de luz,
cheio de flores e doces
e música que o vento traz.
Nos dias quentes, vem o sol
e amacia e aquece o balanço
do barco e dos corpos.
A noite fria traz gomos de céus,
com traços de lua e estrelas
pra enfeitar o barco do menino.
Muitas vezes, leve, livre e sereno,
sem pressa, sem rota, sem rumo,
lá vai o barco azul.
Outras vezes, o barco azul
enfrenta tempestades,
relâmpagos, raios e ventania.
Quase sempre, há piratas e perigos
e brigas e perdas e naufrágios.
Mas o barco azul vence tudo e todos
e segue sem pressa, sem rota e sem rumo.
Forte e sempre sereno, o barco segue.
O que leva de tão importante o barco?
Leva flores, doces e colares de estrelas
pra namoradinha imaginária
do imaginário marinheiro.
Elias José. Forrobodó no forró. São Paulo: Mercuryo Jovem. 2006. p. 37.
Entendendo o poema:
01 – Em poemas, a pontuação
nem sempre obedece às orientações que devem ser aplicadas aos textos em prosa.
No poema a seguir isso não ocorre, pois seu autor pontuou-o como se fosse um
texto em prosa. Mas, para fins de estudo, foram suprimidas propositalmente
todas as vírgulas. Leia-o e depois faça o que se pede.
a)
Empregue, no poema, vírgulas onde
convencionalmente elas deveriam ser utilizadas.
Estão marcadas no texto. (,)
b)
Troque ideias com os colegas e justifique o
emprego das vírgulas nestes versos:
Muitas vezes, leve, livre e sereno,
Sem pressa, sem rota, sem rumo,
Lá vai o barco azul.
As vírgulas
separam termos que exercem a mesma função sintática em “leve, livre e sereno”
(adjuntos adnominais de barco) e “sem pressa, sem rota” (adjuntos adverbiais de
vai); e indicam deslocamento de adjunto adverbial em “Muitas vezes”, e “Sem
rumo”.
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