sábado, 14 de outubro de 2017

TEXTOS CURTOS COM DESCRITORES – ENEM – COM GABARITO

TEXTOS CURTOS COM DESCRITORES – ENEM – COM GABARITO

Leia o texto abaixo e responda às questões 01 e 02


Os índios descobertos pelo Google Earth

      Duas aldeias de índios que vivem isolados foram fotografadas pela primeira vez, na fronteira entre o Peru e o Acre. O sertanista José Carlos Meirelles, da Funai, havia encontrado ainda em terra vestígios de duas etnias desconhecidas e dos nômades maskos. Rieli Franciscato, outra sertanista da Funai, localizou as coordenadas exatas das malocas pelo Google Earth, programa que fornece mapas por satélite. Meirelles, que procurava os povos havia 20 anos, sobrevoou a área e avistou os roçados e as ocas. O avião assustou a tribo, que nunca teve contato com o homem branco. As mulheres e crianças correram, e os homens tentaram flechar o avião. A exploração de madeira no lado peruano pode ter estimulado a migração das etnias para o território brasileiro.

Época, n. 524, 02/06/2008, p.17.

01) De acordo com esse texto, o primeiro contato entre os índios descobertos e o homem civilizado despertou nos índios um sentimento de:
A) alegria.
B) dúvida.
C) raiva.
D) repulsa.
E) susto.

Descritor 1 - Localizar informações explícitas em um texto.

02) Esse texto aborda, prioritariamente, a:
A) migração de índios peruanos para o Brasil.
B) importância do Google Earth para a Funai.
C) exploração predatória de madeira no Peru.
D) diferença entre índios e homens brancos.
E) descoberta de novas tribos indígenas.

Descritor 9 - Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.

Leia o texto abaixo e responda às questões 03 e 04


Luciana

   Ouvindo rumor na porta da frente e os passos conhecidos de tio Severino, Luciana entregou a Maria Julia as bonecas de pano, ergueu-se estouvada, saiu do corredor, entrou na sala, parou indecisa, esperando que a chamassem. Ninguém reparou nela. Papai e mamãe, no sofá, embebiam-se na palavra lenta e fanhosa de tio Severino, homem considerável, senhor da poltrona. Luciana adivinha a consideração: os donos da casa escutavam, moviam a cabeça e aprovavam: na cozinha, resmungando, arreliando-se, a criada preparava café. Às vezes na família repetia-se uma frase que tinha peso de lei.
      — Foi tio Severino quem disse.
      — Ah!
      E não se acrescentava mais nada.
      Luciana quis aproximar-se das pessoas grandes, mas lembrou-se do que lhe tinha acontecido na véspera. Mergulhou numa longa meditação. Andara com mamãe pela cidade, percorrera diversas ruas, satisfeita. Num lugar feio e escorregadio, onde a água da chuva empoçava, resistira, acuara, exigindo que pusessem ali paralelepípedos. Agarrada por um braço, intimada a continuar o passeio, tivera um acesso de desespero, um choro convulso, e caíra no chão, sentara-se na lama, esperneando e berrando. Em casa, antes de tirar-lhe a camisa suja, mamãe lhe infligira três palmadas enérgicas. Por quê? Luciana passara o dia tentando reconciliar-se com o ser poderoso que lhe magoara as nádegas. Agora, na presença da visita, essa criatura forte não anunciava perigo.
RAMOS, Graciliano. Luciana In: Contos. 4ª serie literária.(Org. Maria Silvia Gonçalves).
São Paulo:Nacional,1979. p.17-21. Fragmento.

03) Nesse texto, Luciana entrega as bonecas a Maria Júlia porque:
A) o pai não percebera sua presença.
B) o Tio Severino havia chegado.
C) a mãe lhe infligia umas palmadas.
D) a mãe conversava com visitas.
E) a amiga não tinha brinquedos.

Descritor 11 – Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.

04) Esse texto é narrado por:
A) Tio Severino.
B) Maria Júlia.
C) Luciana.
D) alguém que testemunha os fatos.
E) alguém que está distante dos fatos.

Descritor 13 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.


05) Qual é a ironia contida nesse texto?
A) A presença de uma única mulher entre homens.
B) As pessoas gostarem de sua rotina diária.
C) A menção comparativa entre humanos e ovelhas.
D) Cada pessoa conversar com as outras presentes.
E) Cada pessoa presumir que é a única consciente.

Descritor 16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

O AVENTUREIRO ULISSES
           (Ulisses Serapião Rodrigues)

      Ainda tinha duzentos réis. E como eram sua única fortuna meteu a mão no bolso e segurou a moeda. Ficou com ela na mão fechada.
      Nesse instante estava na Avenida Celso Garcia. E sentia no peito todo o frio da manhã.
  Duzentão. Quer dizer: dois sorvetes de casquinha. Pouco.
      Ah! muito sofre quem padece. Muito sofre quem padece? É uma canção de Sorocaba. Não. Não é. Então que é? Mui-to so-fre quem pa-de-ce. Alguém dizia isto sempre. Etelvina? Seu Cosme? Com certeza Etelvina que vivia amando toda a gente. Até ele. Sujeitinha impossível. Só vendo o jeito de olhar dela.
      Bobagens. O melhor é ir andando.
      Foi.
      Pé no chão é bom só na roça. Na cidade é uma porcaria. Toda a gente estranha. É verdade. Agora é que ele reparava direito: ninguém andava descalço. Sentiu um mal-estar horrível. As mãos a gente ainda escondia nos bolsos. Mas os pés? Cousa horrorosa. Desafogou a cintura. Puxou as calças para baixo. Encolheu os artelhos. Deu dez passos assim. Pipocas. Não dava jeito mesmo. Pipocas. A gente da cidade que vá bugiar no inferno. Ajustou a cintura. Levantou as calças acima dos tornozelos. Acintosamente. E muito vermelho foi jogando os pés na calçada. Andando duro como se estivesse calçado.

MACHADO, Antônio de A. O aventureiro Ulisses. Contos reunidos.
São Paulo: Ática, 2002. p.122.

06) O enredo se desenvolve a partir da
A) elegância do personagem.
B) alegria do personagem.
C) fome do personagem.
D) cor do personagem.
E) penúria do personagem.

Descritor 7- Identificar a tese de um texto.


Coisas do mundo

      A juventude é realmente uma fase encantadora. Descobrir o mundo, experimentar, buscar novos horizontes, desvendar os mistérios da vida... Enfim, a primeira vez a gente nunca esquece! Seja lá qual for a novidade, é absolutamente inebriante esse momento da descoberta.
      As coisas que acontecem na adolescência ficam impressas na memória, na pele, na alma e, geralmente, nos remetem às melhores coisas do mundo.

PAULA, Maria. Crônica da revista. In: REVISTA DO CORREIO.
 2 mai. 2010, p, 37. Fragmento.

07) No trecho “os mistérios da vida...”, as reticências indicam uma:
A) comparação da vida com os mistérios.
B) definição do comportamento dos jovens.
C) definição dos encantos da vida.
D) referência aos mistérios da vida.
E) sugestão de continuidade da vida.

Descritor 17 - Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.


Patricinhas do skate

      De unhas pintadas e roupas da moda, elas enterram o estereótipo rebelde.
      Você já deve ter se deparado com uma delas. Estão sempre de unhas pintadas, cabelo arrumado, calça de cintura baixa e camiseta baby look. Nas mãos, o longboard – a versão mais comprida do skate tradicional. Sim, essas princesinhas estão se fazendo notar por aí. Por muito tempo, o visual das skatistas foi propositalmente desleixado. Usavam camisetas de bandas hardcore, bermudões no joelho e tênis rasgados, que misturavam o estilo grunge com um ar rebeldezinho. Agora, as novas skatistas têm cara de saudáveis, roupas limpinhas e pouca afinidade com as manobras radicais do skate. “Não é porque eu estou andando de skate que vou mudar meu estilo”, diz Mitzi Iannibelli, 18, que adora reggae e faz as unhas toda semana – “sempre quadradas e sem cutícula’’. Mitzi se diz adepta do estilo mulherzinha, que ela define como “short com a barriga de fora e camisa baby look’’. Recém-formada em estilismo, Amanda Assunção, 21, também critica o guarda roupa rebelde: “Aquelas roupas grunges não tem nada a ver. Não gosto de estar largadona’’, diz, ajeitando o colar de pedrinhas azuis no pescoço.
      O que se vê nas ruas já chama atenção das lojas especializadas. Na Kelly Connection, na Galeria River (Arpoador), de cada 10 skates vendidos, 7 são comprados por mulheres. “É impressionante como tem menina começando’’, diz Nathalia Despinoy, 29, dona da loja e skatista amadora. Segundo afirma, houve uma mudança notável no perfil das skatistas: “Elas têm um envolvimento menor com o esporte, não usam nada muito louco, nada grunge.’’
      As novas skatistas divergem de suas antecessoras até no gosto musical. Dead Kennedys e Pennywise já não têm mais lugar no porta-CDs, que guarda agora discos de Bob Marley, Billie Hollyday, Natiruts, Cássia Eller e Marisa Monte. Além do visual e da música, as longboarders têm uma relação menos profissional com o skate, em que a performance não é tão importante. Isabelle Valdes, 21, gosta de descer as Paineiras no seu long. Mas não faz pose e assume que só encara a versão light da descida. “Lá de cimão, eu ainda não tenho coragem’’, diz.
Jornal do Brasil. Disponível em:
<http://quest1.jb.com.br/jb/papel/cadernos/domingo/2001/07/07/jordom20010707005.html>
Acesso em: 08 jul. 2001.

08) No trecho “Usavam camisetas de bandas hardcore, bermudões no joelho e tênis rasgados, que misturavam o estilo grunge com um ar rebeldezinho.”, o diminutivo é utilizado com o intuito de:
A) demonstrar ternura e afeto pelas garotas que se vestem desse modo.
B) fazer uma crítica às garotas que se vestem como rebeldes, mas não são.
C) identificar as patricinhas skatistas como sendo mais saudáveis e limpas.
D) indicar uma progressão de alguém novato para outro mais experiente.
E) referir-se ao tamanho das garotas.

Descritor 19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.


Entrelinhas

      Os quinze anos de Carol.

    Carol é uma menina do Rio de Janeiro, tem 15 anos e problemas típicos de sua idade. O livro relata as dúvidas e descobertas da garota sobre sexo, amor, menstruação, amizade e muitas outras coisas, além do drama que ela sofre por nunca ter namorado ninguém. Da Editora RGB: (0xx21) 2628-7148. Preço médio: R$ 15,50.

09) A expressão “além do”, que aparece em “... além do drama que ela sofre por nunca ter namorado ninguém.” introduz uma informação:
A) nova.
B) contraditória.
C) errada.
D) negativa.
E) inútil.

Descritor 15 - Estabelecer relações lógico conjunções, advérbios etc.

Texto 1


Entrevista com gari na imundice da cidade.

  Entrevista de propósito com um gari de São Paulo J. S., 35, baiano de Jacobina, há três anos veio de lá, onde era ajudante de pedreiro, e trabalha na varreção da cidade. O lugar, perto do Mercado Municipal, no centro, recendia a mijo e resto de comida.
 Pergunta: É humilhante esse trabalho de varrer rua?
      Gari: Não, eu não acho. É um trabalho e é honra. O pior é tirar dos outros, né? Roubar o dos outros é que feio. (...)
      Pergunta: Você trabalha sem luvas?
      Gari: Luvas eles dão. Mas eu não botei hoje porque está muito quente. Mas não dão é bota de borracha. Só esse sapatinho aqui, e a gente nessa água podre, pegando frieira. (...)
      Pergunta: O que você acha que deve ser feito para as pessoas não sujarem as ruas?
      Gari: É aí, olha. Que as pessoas sujam demais as ruas e não têm respeito por nós. Eu acho assim, o pessoal, esse Brasil nosso, eles acham que nós somos obrigados a limpar. A gente acabou de barrer ali, eles vão e sujam. Eu fico olhando assim. Eu digo: dona, eu acabei de barrer aí e a senhora vai sujar de novo bem aí? Eles dizem que a obrigação da gente é limpar mesmo. Eu acho assim, a imundície já é da casa deles pra rua. Porque, que a gente é assim uma pessoa fraca, de pouco dinheiro, mas a gente quer um copo limpinho pra tomar água e tudo. Porque a limpeza é bonita em todo canto, não é?

Folha de S. Paulo, 26 de agosto de 1997, 3º caderno, p. 2.
  
Texto 2


Cuidando do lugar em que se vive.

      Damos o nome de lixo a qualquer resíduo sólido proveniente de trabalhos domésticos, industriais, etc. Dentre os materiais que o compõem, estão o papel, o alumínio, o plástico e o vidro, entre outros, que demoram muito para ser absorvidos pela natureza, causando danos ao meio ambiente.
      Veja, no quadro a seguir, o tempo de decomposição de certos materiais:
Material                                   Decomposição
Lata de conserva                          100 anos
Plástico                                         450 anos
Alumínio                                        200 a 500 anos
Náilon                                            30 anos
Fralda descartável                         600 anos
Pneus                                             indeterminado
Tampa de garrafa                          150 anos
Madeira pintada                             13 anos
Filtro de cigarro                              1 a 2 anos
Papel                                              3 meses
Pano                                               6 meses a 1 ano

www.ibge.gov.br/ibgeteen. Disponível em www.klickeducacao.com.br.

10) Os Textos 1 e 2 têm em comum o fato de
A) contarem a história de um trabalhador da limpeza pública.
B) compararem os problemas que envolvem o lixo nas grandes cidades.
C) denunciarem o problema da poluição ambiental.
D) retratarem os processos envolvidos na decomposição do lixo
E) falar do lixo como um problema atual.

Descritor 20 - Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.                                                                                                      Acesso em: 03/2002 Adaptado.



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