MITO: EROS
E PSIQUE
Não havia criatura humana ou divina que
fosse mais bela que Psique. No entanto, ela era uma simples mortal.
Certo dia, ao descer do Olimpo, Eros se
apaixonou por Psique e quis se casar com ela. Ordenou a Zéfiro, o vento, que a
transportasse para os ares e a instalasse num palácio magnífico.
Psique foi
levada, conforme as ordens de Eros, e ficou extasiada com o esplendor de sua
nova morada.
Quando a noite caiu, a moça ouviu uma
voz misteriosa e doce:
--- Não se assuste, Psique, sou o dono
desse palácio. Ofereço-o a você como presente de nosso casamento, pois quero
ser seu esposo. Tudo o que você está vendo lhe pertence. Se tiver algum desejo,
bastará pronunciá-lo para que seja realizado. Zéfiro estará às suas ordens, ele
fará tudo o que você ordenar. Em troca de minha afeição, só lhe faço uma
exigência: não tente me ver. Só sob essa condição poderemos viver juntos e ser
felizes.
A aurora se aproximou e o ser
misterioso desapareceu, sem mostrar o rosto a Psique.
Mas, à medida que as noites iam
passando, a moça ia ficando mais curiosa para ver seu companheiro. Morria de
vontade de saber quem era ele. Certa noite, assim que o sol se pôs, ela pegou
uma lamparina, escondeu-a entre as flores e ficou à espera. O marido não
demorou a chegar. Falou-lhe com sua voz suave, enquanto ela aguardava ansiosa a
hora de dormir. Logo Eros se deitou e adormeceu. Psique ergueu a lamparina para
enxergar melhor e viu um belo jovem, de faces coradas e cabelos loiros. Com uma
respiração regular e tranquila, ele exalava um hálito doce e perfumado. Psique
não conseguia tirar os olhos do belo quadro. Sua mão tremeu de emoção, a
lamparina balançou e uma gota de óleo caiu no braço do rapaz, que acordou assustado.
Ao ver Psique, ele desapareceu. O encanto se rompeu. Foi-se o belo palácio,
acabaram-se os jardins mágicos, as flores perfumadas. Não havia mais nada nem
ninguém! Psique viu-se caminhando num lugar pedregoso e selvagem, corroída pelo
arrependimento e maldizendo sua curiosidade.
Desolado, Eros voltou para o Olimpo e
suplicou a Zeus que lhe devolvesse a esposa amada. O senhor dos deuses
respondeu:
--- O deus do amor não pode se unir a
uma mortal.
Mas Eros protestou. Será que Zeus, que
tinha tanto poder, não podia tornar Psique imortal?
O deus dos deuses sorriu, lisonjeado.
Além do mais, como poderia deixar de atender a um pedido de Eros, que lhe
trazia lembranças tão boas? O deus do amor o tinha ajudado muitas vezes, e talvez
algum dia Zeus precisasse recorrer de novo a seus favores. Seria mais prudente
não o contrariar.
Desta vez, Hermes substituiu Zéfiro. Zeus
ordenou que o mensageiro fosse buscar Psique e a trouxesse para o reino
celeste. Lá ele lhe ofereceria ambrosia e néctar, tornando-a imortal.
Nada mais se opôs aos amores de Eros e
Psique. Seu casamento foi celebrado com muito néctar, na presença de todos os
deuses. As Musas
e as Graças
aclamaram a nova deusa em meio a danças e cantos.
In: Émile Genest, José Féron e
Marguerite Desmurger.
As mais
belas lendas da mitologia. São Paulo:
Martins Fontes, 2005. p. 203-6.
AMBROSIA:
alimento dos deuses do Olimpo. Dizia-se que a ambrosia era deliciosa, muito
mais doce do que o mel e que tornava imortal quem a provasse.
GRAÇAS:
figuras da mitologia romana que simbolizam a beleza. Eram as companheiras de
Vênus. Correspondem às Cárites na mitologia grega.
HERMES: na
mitologia grega, corresponde a Mercúrio, deus mensageiro.
MUSAS: na
mitologia grega, nove jovens encantadoras, que acompanhavam Apolo, cantando.
Dançando e declamando poemas. Desde a Antiguidade, sempre foram o símbolo da
inspiração dos poetas e músicos.
NÉCTAR:
bebidas dos deuses do Olimpo. Tornou-se sinônimo de qualquer bebida deliciosa.
1 – Como você interpreta o
fato de Psique ter sido levada para um palácio nos ares? Com isso, o que parece
ter acontecido a essa mortal?
O fato conota a ascensão de Psique ao
universo dos deuses, seu desligamento do plano terreno, humano.
2 – Por que Psique não podia
ver Eros?
Porque segundo a mitologia aos humanos
não é permitido ver os deuses.
3 – Explique o seguinte
trecho: “O encanto se rompeu”.
Os poderes mágicos (encanto,
encantamento) que permitiram a Psique tornar-se esposa de um deus romperam-se
quando ela o desobedeceu.
4 – Qual seria a solução
para que Eros e Psique pudessem reatar o romance?
Seria transformá-la em uma deusa, uma
criatura imortal.
5 – Os mitos relatam
histórias fantásticas de “seres que encarnam, sob forma simbólica, as forças da
natureza e os aspectos gerais da condição humana” (Dicionário eletrônico
Houaiss da língua portuguesa). Em sua opinião, que aspecto da condição humana é
simbolizado pela união de Eros e Psique?
Resposta pessoal do aluno.
6 – Em sua opinião, para que
servem os mitos?
Resposta pessoal
do aluno. Compreendendo que os mitos são explicações formuladas pelo ser humano
para compreender questões fundamentais.
poucos exercicios
ResponderExcluirExelente exercicio. Poucas questões, mas me ajudaram muito
ResponderExcluirObrigado ajudou muito
ResponderExcluirFANTÁSTICA ESSA INTERPRETAÇÃO. OBRIGADO...
ResponderExcluirkkkkk, minha professora passou essa atividade para casa, e eu achei a resposta!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ExcluirObrigada
ResponderExcluirObrigado adorei fantástico
ResponderExcluirDe nada
ExcluirHá dois textos sobre Eros e Psiquê na sua prova – um em forma de foto da representação destes personagens mitológicos gregos e outro em forma de narrativa. Qual o tema que une esses dois textos, tornando-os intertextuais.
ResponderExcluire) No texto, encontramos a prosopopeia na seguinte passagem: “Eros e Psique, ou seja, o Amor e a Alma permaneceram juntos por toda a eternidade”. Explique.
Obrigada ☺️
ResponderExcluirObrigada
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