domingo, 27 de julho de 2025

MÚSICA (ATIVIDADES): LENÇO NO PESCOÇO - WILSON BATISTA - COM GABARITO

 Música (Atividades): Lenço no Pescoço

             Wilson Batista

Meu chapéu do lado
Tamanco arrastando
Lenço no pescoço
Navalha no bolso
Eu passo gingando
Provoco e desafio
Eu tenho orgulho
Em ser tão vadio

Fonte https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh8yRhSRfyIGc4k1CxoMAxu4U0E-t6HulrPRZ-AixVlr6r0fq43_6i_3B9G87JzTT2CYnOB8PhHqaBTn7RfnBnfFMa0bRUUmOcsypnkdtkzgeLf9EeXrnFUB_8XnFUSfuKcPa-CfNmVetmMyEsqEIq5hRuUhW_IzS3J3j-dVmSNNfJcDf9h0qxTnhMSM4/s320/sddefault.jpg


Sei que eles falam
Deste meu proceder
Eu vejo quem trabalha
Andar no miserê
Eu sou vadio
Porque tive inclinação
Eu me lembro, era criança
Tirava samba-canção
Comigo não
Eu quero ver quem tem razão

E eles tocam
E você canta
E eu não dou.

Composição: Wilson Batista.

Fonte: Arte em Interação – Hugo B. Bozzano; Perla Frenda; Tatiane Cristina Gusmão – volume único – Ensino médio – IBEP – 1ª edição – São Paulo, 2013. p. 377.

Entendendo a música:

01 – Qual é a principal característica do eu-lírico apresentada nos primeiros versos da música?

A – A canção é um lamento sobre as dificuldades da vida de um sambista.

B – A letra descreve a vestimenta e o comportamento de um trabalhador.

C – O personagem principal é um malandro orgulhoso de sua vida boêmia.

D – O foco da música é a crítica social à falta de oportunidades no Rio de Janeiro.

02 – Como o eu-lírico se posiciona em relação às pessoas que trabalham?

A – Ele se sente envergonhado por não seguir as normas sociais de trabalho.

B – Ele justifica sua escolha de vida pela liberdade e despreocupação que ela oferece.

C – Ele vê os trabalhadores como exemplos a serem seguidos para uma vida melhor.

D – Ele contrasta sua vida com a dos que trabalham, percebendo-os em dificuldades.

03 – Qual é a explicação que o eu-lírico dá para sua condição de "vadio"?

A – Ele herdou o estilo de vida de seus pais, que também eram vadios.

B – Ele foi forçado a ser vadio devido à falta de oportunidades de trabalho.

C – Ele aprendeu a sambar na infância, o que o tornou um sambista famoso.

D – Sua "inclinação" para ser vadio veio de uma experiência precoce com a música.

04 – O que a expressão "Comigo não / Eu quero ver quem tem razão" revela sobre a atitude do eu-lírico?

A – Pedir desculpas por sua conduta e buscar a aceitação da sociedade.

B – Expressar arrependimento por suas escolhas de vida e prometer mudança.

C – Reafirmar sua postura de desafio e questionar a moralidade alheia.

D – Descrever a rotina diária de um sambista que vive na boemia.

05 – No início da música, as descrições "Meu chapéu do lado / Tamanco arrastando / Lenço no pescoço / Navalha no bolso / Eu passo gingando / Provoco e desafio" servem para:

A – Simbolizam a busca por trabalho e uma vida mais digna.

B – Representam a submissão do personagem às regras sociais estabelecidas.

C – Descrevem um ambiente de conflito físico iminente entre o malandro e os outros.

D – Demonstram a indumentária típica do malandro carioca e sua atitude de confiança.

TEXTO: TEATRO DE MAMULENGOS - COM GABARITO

 Texto: Teatro de mamulengos

        O teatro de manipulação é um tipo de teatro em que bonecos, fantoches ou marionetes são animados. Na Região Nordeste, é chamado teatro de “mamulengos”. É uma manifestação artística da cultura popular, que trata de temas da região em que é encenado: costumes, tradições, lendas, crenças populares e meio ambiente. Como a literatura de cordel, as histórias do teatro de mamulengos são inspiradas no cotidiano, e possuem caráter cômico e satírico.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmtVlTq1WZuAtLDnS9CZ5yNuLJjHOP8VsNQrId8KliOrREIW3R5kRZ-3iPEgBINhBKh5GHpSSksx71QERCei1wm9c3Ptk-B4FtlNpNoWCeXvdE4x2FfJCD9mY2QlVBuL1x0xw0aP_AfLXnob8bj_UBCQc-aO4BuXuvE5ez0b2f56pMalPUCynIjCQri7c/s320/7e386c82-7fd1-46ba-8994-cb830836c5d6.png


        Acredita-se que a palavra “mamulengo” tenha origem na expressão “mão molenga” ou “brincadeira do molenga”, que se refere à forma como são manipulados os bonecos: o corpo dos personagens é vestido na mão de quem vai movimentar os bonecos. Os mamulengos costumam ser feitos de madeira, pintados à mão e revestidos com roupas de tecido. O artista que faz e manipula os bonecos é popularmente chamado “bonequeiro”, “mamulengueiro” ou “mestre”. Ele, geralmente, é o dono dos bonecos e idealizador de quase tudo o que envolve a apresentação. O mestre mamulengueiro é poeta, ator, cantor e artesão. Os bonecos nordestinos são entalhados em um tipo de madeira muito leve chamada mulungu, encontrada na região.

        O teatro de mamulengos nordestino tem muitas semelhanças com a commedia dell’arte, gênero teatral. Por esse motivo, acredita-se que tenha se originado dela. O teatro de mamulengos tem praticamente a mesma estrutura da commedia dell’arte: é totalmente improvisado; tem personagens fixos, que perpassam as histórias; baseia-se em roteiros não escritos; estabelece uma estreita relação com o público; e é sempre acompanhado por música ao vivo. As representações, também chamadas “brincadeiras”, são itinerantes, ou seja, perambulam de cidade em cidade, onde são montadas as barracas, também chamadas “toldas”, “empanadas” ou “tendas”. O mestre, o contramestre e os ajudantes manipulam os bonecos e fazem as vozes de dentro dessa barraca, deixando aparecer somente o fantoche. Do lado de fora da barraca, ficam os instrumentos, também chamados popularmente de “instrumenteiros”, “batuqueiros” ou “tocadores”, que tocam principalmente sanfona, triângulo, ganzá e zabumba; o Mateus, personagem que foi apropriado do Bumba meu boi, representa um interlocutor entre os bonecos e o público, que tem participação ativa durante todo o espetáculo.

        No teatro de mamulengos tradicional, existem passagens recorrentes, que são marcantes desse tipo de manifestação. O pernambucano Valdeck de Garanhuns (1952), mamulengueiro, poeta, compositor, ator e xilogravurista, explica algumas delas:

        Passagens-pretexto – onde aparece um boneco, cumprimenta o público, diz uns gracejos, canta alguma coisa e sai. Sua aparição é independente de qualquer explicação.

        Passagens-narrativas – feitas com versos, como os dos poetas repentistas. Um ou dois bonecos narram fatos, acontecimentos ou estórias imaginárias.

        Passagens de briga – geralmente são arbitrárias, onde os bonecos dão prova de verdadeira resistência artesanal, devido ao grande número das pancadarias e violentas contorções que são típicas dessas passagens. As brigas e a violência dessas passagens não chegam, porém, a chocar ou agredir o público, por se valerem do humor, do ridículo e do caricatural nas representações.

        Passagens de dança – servem como recurso para fazer ligação entre as outras passagens que compõem o brinquedo. São também totalmente arbitrárias e delas participam ativamente os tocadores e os bonecos dançarinos.

        Passagens de peças ou tramas – são comédias, dramas, farsas, autos religiosos, sátiras sociais etc., que seguindo a estrutura formal do espetáculo de teatro, podemos considera-las pequenas peças. Essas pequenas passagens, embora não sejam escritas, acontecem dentro do mamulengo, igualmente ao teatro de revista, onde se sucedem como esquetes com assuntos cômicos, sociais, morais, religiosos etc., incorporando elementos que pertencem ao gênero dos musicais e ao gênero do Circo.

Disponível em: http://www.valdeckdegaranhuns.art.br/mamulengos.html. Acesso em: fev. de 2013.

Fonte: Arte em Interação – Hugo B. Bozzano; Perla Frenda; Tatiane Cristina Gusmão – volume único – Ensino médio – IBEP – 1ª edição – São Paulo, 2013. p. 348-349.

Entendendo o texto:

01 – Como é chamado o teatro de manipulação de bonecos na Região Nordeste do Brasil, de acordo com o texto?

A – Teatro de Fantoches

B – Teatro de Marionetes

C – Teatro de Mamulengos

D – Teatro de Sombras

02 – Qual é a possível origem da palavra 'mamulengo', de acordo com o texto?

A – Devido à flexibilidade das roupas de tecido dos personagens.

B – Da expressão 'mão molenga' ou 'brincadeira do molenga', referindo-se à manipulação dos bonecos.

C – É uma palavra de origem indígena relacionada à madeira mulungu.

D – Porque os bonecos são feitos de massa 'molenga'.

03 – De acordo com o texto, quem é o 'mestre' no contexto do teatro de mamulengos?

A – O músico que acompanha as apresentações com sanfona e triângulo.

B – O artista que faz e manipula os bonecos, sendo poeta, ator, cantor e artesão.

C – Um escritor de cordel, responsável pelas lendas locais.

D – O personagem Mateus, que interage com o público.

04 – Quais são as semelhanças entre o teatro de mamulengos e a commedia dell’arte, segundo o texto?

A – É totalmente improvisado, tem personagens fixos, roteiros não escritos e é acompanhado por música ao vivo.

B – Apresenta roteiros escritos detalhados para cada 'brincadeira'.

C – Não estabelece relação com o público, mantendo a performance distante.

D – É uma adaptação de peças teatrais clássicas europeias.

05 – Quais são os cinco tipos de 'passagens recorrentes' no teatro de mamulengos tradicional, conforme explicado por Valdeck de Garanhuns no texto?

A – Passagens de cenários, onde o palco é transformado para cada cena.

B – Passagens de improviso, passagens de canto e passagens de encerramento.

C – Passagens-pretexto, passagens-narrativas, passagens de briga, passagens de dança e passagens de peças ou tramas.

D – Passagens de transição, passagens de interação e passagens cômicas.

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): RAPAZ FOLGADO - NOEL ROSA - COM GABARITO

 Música (Atividades): Rapaz Folgado

             Noel Rosa

Deixa de arrastar o teu tamanco
Pois tamanco nunca foi sandália
E tira do pescoço o lenço branco
Compra sapato e gravata
Joga fora esta navalha que te atrapalha

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj87_rpjzydIehb7USxIT2HMSxIAvSbLOyj-xMFipyG8o3YpPLrVJoWzCrfXFk4bCD9aJoNMJh0wSMabtB7lDxjfm1FTNPKEx0s8ZB-CvPZIDdHBjnw6UfBvRh8Uv6HbyGQXyG6h6qxNxQ2EBQAVr2FZXjjzTivqfnk9gnPNhg25spgRPc6zQ6LcKRhodw/s1600/ab67616d00001e02acccd802e4e9f7384dddef9e.jpg


Com chapéu do lado deste rata
Da polícia quero que escapes
Fazendo um samba-canção
Já te dei papel e lápis
Arranja um amor e um violão

Malandro é palavra derrotista
Que só serve pra tirar
Todo o valor do sambista
Proponho ao povo civilizado
Não te chamar de malandro
E sim de rapaz folgado.

Composição: Noel Rosa.

Fonte: Arte em Interação – Hugo B. Bozzano; Perla Frenda; Tatiane Cristina Gusmão – volume único – Ensino médio – IBEP – 1ª edição – São Paulo, 2013. p. 377.

Entendendo a música:

01 – Qual é o conselho principal que o eu lírico dá ao 'rapaz folgado' no início da música?

A – Fazer um samba-canção para escapar da polícia.

B – Comprar um violão e aprender a tocar.

C – Deixar de usar tamanco e lenço branco, e se vestir de forma mais social.

D – Arranjar um amor e deixar a navalha de lado.

02 – Por que o eu lírico sugere que o 'rapaz folgado' jogue fora a navalha?

A – Porque ele não precisa dela para fazer samba.

B – Porque ela o atrapalha e pode levá-lo a problemas com a polícia.

C – Porque a navalha pode machucar as pessoas.

D – Porque é um objeto antiquado para um sambista.

03 – Qual é a proposta do eu lírico em relação ao termo 'malandro'?

A – Que a palavra 'malandro' seja considerada um elogio ao sambista.

B – Que o povo civilizado continue usando o termo para se referir aos sambistas.

C – Que o povo civilizado não chame mais o rapaz de malandro, e sim de 'rapaz folgado'.

D – Que o termo 'malandro' seja substituído por 'sambista' para valorizar o artista.

04 – O que o eu lírico espera que o 'rapaz folgado' faça com papel e lápis?

A – Fazer anotações sobre como se tornar um malandro.

B – Escrever cartas de amor para o seu novo romance.

C – Fazer um samba-canção para fugir dos problemas.

D – Desenhar o seu novo visual com sapato e gravata.

05 – Qual a razão principal para o eu lírico considerar 'malandro' uma palavra derrotista?

A – Porque o malandro não arranja amor nem violão.

B – Porque a malandragem está fora de moda.

C – Porque só quem é da polícia usa essa palavra.

D – Porque ela tira todo o valor do sambista.

 

 

CRÔNICA: GRINGO VENDO FUTEBOL - FRAGMENTO - MARIO PRATA - COM GABARITO

 Crônica: GRINGO VENDO FUTEBOL – Fragmento

              Mario Prata

        Um americano [...], na semana passada estava assistindo a um jogo de futebol comigo, pela televisão. Entendia a língua portuguesa, não entendia muito de futebol. E me fazia perguntas que me faziam pensar. A mais intrigante, foi esta:

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhizR_CiZXB9ek-NZfRYGQlN4zpQmSz7BQlfQwiga079IMD9crwUzFVAor-bZXesiZ8ADgzPy5MFdvoX-Fsl3FPw5nrKVZ7kDFPwG4auG52pFWQM0GooJ_5MChlkKERQJ7jEG-21mCZ8Qxb7bsN323enwgM1ZvK3Y9HNrN9J6zSXi3pj2KGBJ1-xCX2p6I/s1600/images.jpg


        -- Por que aquele homem olha na chuteira do reserva, quando ele vai substituir o outro?

        [...]. Expliquei para ele que há muitos e muitos anos atrás que nos sapatos e nas chuteiras usavam-se pregos para grudar a sola. Isto há mais de quarenta anos. Portanto, um jogador (por maldade ou descuido) poderia entrar em campo com um prego meio solto e machucar o adversário.

        -- Mas, se há tanto tempo não tem mais prego, por que olham?

        Eu estava entretido com o meu time disse não sei. Mas percebi que ele estava intrigado com o negócio. E insistiu:

        -- Os outros onze, quando entram, no começo do jogo, eles também olham a chuteira para ver se têm pregos?

        -- Não.

        -- Então por que esta implicância com os reservas? Olha lá, outro reserva entrando e mostrando a sola da chuteira. Por quê? [...]

        [...] E mais: se não tem mais prego, por que mostrar? Será que ninguém ligado ao futebol ainda não pensou nisto? O americano estava certo.

        Mais um pouco e ele continuou com suas observações:

        -- Por que o locutor diz que o jogador caiu?

        -- Porque caiu, uai.

        -- Sim, eu vi que ele caiu. É televisão. Ele não precisa me dizer. Olha lá, dizendo que o goleiro pegou a bola. Eu vi! Será que ele não pode me deixar assistir em paz? É televisão ou rádio?

        Penso:

        -- É que antes era rádio e eles acostumaram a narrar tudo.

        -- Mas então alguém precisa dizer para eles que a gente não é cego. Olha lá: dizendo que foi falta. Eu vi!!!

        O americano estava certo, os nossos locutores de televisão acham que estão transmitindo pelo rádio.

        -- Se o juiz já disse que vai ter mais três minutos de jogo, se o sujeito já levantou a placa mostrando, se lá em cima da televisão está dizendo que vamos ter três minutos de acréscimo, porque o locutor tem que avisar a gente que vamos ter mais três minutos de jogo? E precisa dizer que o jogo vai até os 48? Não é meio óbvio?

        O americano estava certo.

        -- Outra coisa – insistiu ele – você já notou que aquele jatinho de tinta branca que ele marca o campo na hora das falas, no final do jogo não sai mais quase nada lá de dentro? É porque foram muitas faltas, ou é o tubinho dele que não cabe mais spray? Olha lá, nem dá mais para ver a marquinha. Assim a barreira vai avançar.

        O americano, mais uma vez, estava certo.

        Quando acabou o jogo, ele que já havia assistido a outros jogos comigo, disse:

        -- Quer apostar como o repórter de campo vai perguntar o que foi que faltou ao time?

        O repórter perguntou.

        Mais tarde, no boteco, ele me perguntou:

        -- E por que todos os jogadores negros raspam a cabeça? É da regra?

Mário Prata. O Estado de São Paulo, p. D10, 2 jun. 2004.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 165.

Entendendo a crônica:

01 – Qual foi a pergunta mais intrigante feita pelo americano ao narrador da crônica?

      A pergunta mais intrigante feita pelo americano foi: "Por que aquele homem olha na chuteira do reserva, quando ele vai substituir o outro?"

02 – Qual é a explicação histórica para o hábito de olhar a chuteira dos jogadores, segundo o narrador?

      O narrador explica que, há muitos anos, usavam-se pregos nos sapatos e chuteiras para fixar as solas. Assim, um jogador poderia, por descuido ou maldade, entrar em campo com um prego solto e machucar o adversário.

03 – Quais são as críticas do americano em relação à narração dos jogos de futebol na televisão?

      O americano critica o fato de os locutores narrarem ações óbvias que podem ser vistas na televisão (como um jogador cair, o goleiro pegar a bola ou uma falta ser marcada). Ele sente que os locutores agem como se estivessem transmitindo pelo rádio e não permitindo que o espectador assista em paz.

04 – Que observações o americano faz sobre o spray de marcação de campo usado pelos juízes?

      O americano observa que o jatinho de tinta branca usado para marcar o campo nas faltas parece esvaziar ao longo do jogo, questionando se isso acontece por causa do grande número de faltas ou se o tubo não comporta mais spray. Ele nota que as marcações mal ficam visíveis, permitindo que a barreira avance.

05 – Além das questões sobre as chuteiras, a narração e o spray, qual outra observação final o americano faz sobre o futebol e os jogadores?

      Ao final, o americano faz duas observações: ele prevê, acertadamente, que o repórter de campo perguntaria o que "faltou ao time", e depois pergunta por que "todos os jogadores negros raspam a cabeça", questionando se é "da regra".

 

 

TEXTO: RESENHA DE FILMES - FRAGMENTO - JOÃO LUÍS DE ALMEIDA MACHADO - COM GABARITO

 Texto: Resenha de filmes – Fragmento

        Para entender um pouco mais sobre filme, apresentamos alguns elementos essenciais dessa arte, como: cenário, figurino, fotografia, roteiro e trilha sonora

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVhxNexluHejX-46SdZDqYEveB4xK3ZQBB4k0VzvhdlrkHGS9xYf7eNH-qOj49qD80hVfvvZ6vzyeK5QXqWuKdq1RmvMsD5M7G2rWTKQZzFD2g8DLRu9yXFerFsYxsiWjXFs4HAJilX5jpkwRtzHoZ86wARLWW5f3g1t0X5jyX3wc0cxnY9ESbMuCP8js/s320/92295_317485.jpg


        Cenografia: a arte de falar pelos objetos

        Cenografia é a arte [...] através da qual são criados, projetados e concebidos cenários que irão compor o pano de fundo de produções teatrais, televisivas e cinematográficas. [...] os elementos de cena ajudam a definir e detalhar aspectos marcantes como a época e o espaço onde acontecem as tramas. Além disso, os objetos e acessórios [...] auxiliam o ator a compor seu personagem e os espectadores entenderem melhor as ações dos protagonistas da história. Os cenários são compostos por elementos que vão desde cortinas, tapetes, móveis, eletrodomésticos, janelas ou portas até acessórios de pequeno porte, como relógios de parede, cinzeiros, porta-retratos, livros, CDs...

        Os figurinos e a definição de tempo e espaço nos filmes

        Os figurinos são as peças de vestuário que compõem o guarda-roupa de uma produção cinematográfica. [...] estamos falando das roupas, calçados e acessórios selecionados por um profissional especializado [...].

        Através dos figurinos o que se pretende é que o espectador perceba com clareza o tempo, o espaço e até mesmo as condições climáticas [as estações do ano] em que se desenvolve a história apresentada no filme. As roupas também são indicativos marcantes das características dos personagens e podem indicar, por exemplo, timidez, altivez, personalidade, caráter, originalidade...

        Quando falamos que os figurinos indicam o tempo, estamos nos referindo ao período histórico em que se passa a trama [passado, presente ou futuro], ao período do ano [estações, meses, festividades, feriados] e ainda ao período dos dias retratados [manhã, tarde, noite ou madrugada]. Os trajes dos personagens também servem para indicar origem social e local onde essas personagens desenvolvem suas atividades, vivem suas vidas [cidade, campo, praia, deserto, zona industrial, zona agrícola].

        [...]

        Fotografia: a alma dos filmes

        [...] A fotografia pode ser considerada a alma dos filmes.

        Este trabalho compete a um profissional identificado como diretor de fotografia ou, simplesmente, fotógrafo. [...]

        De acordo com o especialista Filipe Salles, o trabalho deste profissional pode ser assim explicado: “O fotógrafo é o responsável por todo o design da luz do filme, ou seja, ele concebe as características estéticas dos tipos de iluminação para cada plano, bem como eventuais efeitos de filtragem na luz (gelatinas nos refletores ou filtros na câmera), para obter colorações específicas na luz [...]. participa também ativamente da pós-produção do filme, [...] quando o filme está pronto e será feita a primeira cópia completa, ele vai ao laboratório e marca todos os planos com determinada filtragem, a fim de balancear todas as luzes e cores para que a cópia não saia desigual [...]. [Fonte: Mnemocine – http://www.mnemocine.com.br/cinema/odf.htm] [...]

        Roteiro: os filmes no papel

        Roteiros constituem os materiais escritos que servem como base para a produção de materiais audiovisuais de caráter artístico, informativo científico e / ou cultural. Os profissionais responsáveis pela elaboração dos roteiros são conhecidos como roteiristas [...].

        O trabalho dos roteiristas compreende uma clara descrição das cenas que serão visualizadas nas telas do cinema e da televisão ou em espetáculos teatrais. Através do roteiro se define a sequência da história, os diálogos dos personagens envolvidos, a narrativa em off [quando necessária], detalhes das locações em que as produções serão ou deverão ser filmadas e, de certa forma, até mesmo características dos personagens [...].

        [...]

        Os especialistas na produção de roteiros definem como fundamentos para um bom roteiro a existência de três eixos fundamentais: a definição dos personagens [que deve ocorrer ao longo da introdução e primeiros 20 a 40 minutos da trama], sucedido por um ponto de virada [um acontecimento que muda o rumo da história, altera a normalidade] que direciona a ação para os principais elementos estruturais [que norteiam a história e definem o enredo] e, finalmente, há o desfecho, quando as questões em foco são resolvidas e finaliza-se o filme.

João Luís de Almeida Machado. Planeta educação. Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1611. Acesso em: 220 jan. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 142-143.

Entendendo o texto:

01 – Quais são os cinco elementos essenciais do filme apresentados no texto para uma melhor compreensão dessa arte?

      Os cinco elementos essenciais do filme apresentados no texto são: cenografia, figurino, fotografia, roteiro e trilha sonora.

02 – De que forma a cenografia contribui para a compreensão da trama e dos personagens em uma produção cinematográfica?

      A cenografia contribui para a compreensão da trama e dos personagens ao definir e detalhar aspectos marcantes como a época e o espaço onde as histórias acontecem. Além disso, os objetos e acessórios auxiliam o ator a compor seu personagem e ajudam os espectadores a entenderem melhor as ações dos protagonistas.

03 – Quais informações os figurinos podem transmitir ao espectador sobre a história e os personagens de um filme?

      Os figurinos podem transmitir ao espectador o tempo (período histórico, período do ano, e período do dia) e o espaço (origem social e local onde as personagens vivem), as condições climáticas, e as características dos personagens, como timidez, altivez, personalidade, caráter e originalidade.

04 – Qual é a principal responsabilidade do diretor de fotografia em um filme, de acordo com o especialista Filipe Salles?

      De acordo com Filipe Salles, a principal responsabilidade do diretor de fotografia é todo o design da luz do filme. Ele concebe as características estéticas da iluminação para cada plano, lida com efeitos de filtragem de luz para obter colorações específicas e participa ativamente da pós-produção para balancear luzes e cores na cópia final.

05 – O que são roteiros e quem são os profissionais responsáveis por sua elaboração?

      Roteiros são os materiais escritos que servem como base para a produção de materiais audiovisuais de caráter artístico, informativo, científico e/ou cultural. Os profissionais responsáveis por sua elaboração são conhecidos como roteiristas.

06 – Quais elementos são definidos no roteiro de um filme?

      No roteiro de um filme, são definidos a sequência da história, os diálogos dos personagens, a narrativa em off (se necessária), detalhes das locações em que as produções serão filmadas e, de certa forma, até mesmo as características dos personagens.

07 – Quais são os três eixos fundamentais para um bom roteiro, segundo os especialistas citados no texto?

      Os três eixos fundamentais para um bom roteiro, segundo os especialistas, são: a definição dos personagens (na introdução e nos primeiros minutos da trama), um ponto de virada (um acontecimento que muda o rumo da história e altera a normalidade), e os principais elementos estruturais que norteiam a história, levando ao desfecho onde as questões são resolvidas.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: O SIENITO E A SOMBRA AMBIENTAL EM PEDRA LAVRADA - ROSSANA DIAS COSTA - COM GABARITO

 Artigo de opinião: O Sienito e a Sombra Ambiental em Pedra Lavrada

          Rossana Dias Costa

        No Brasil, a cada dia tornou-se comum a ocorrência de problemas ambientais de várias ordens. Na cidade de Pedra Lavrada, no interior da Paraíba, ultimamente não tem sido diferente. No momento, a maior preocupação dos habitantes é com relação à empresa mineradora “Elizabeth”, que há quase uma década vem explorando as riquezas minerais do município, principalmente o sienito, matéria-prima utilizada na fabricação da cerâmica e da porcelana.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiisVf0UMo6KPX9Vba9XaOIpUqkkm7xboGBuaiWOLpcTvxefFuysNMexmExEM2bdCO1HALzypIiclAfZvshNWXPuRzPCJXlKwjJlClrGwNwUJlrna04a2Hym2DFnLSMLoOzw5e7r7K7Dgh3wkbSvGEO5qQ38MBR7GJM9YDlauVjgob_C67Z1jZ89jjbYAk/s320/i208.jpg


        No período de implantação dessa mineradora aqui na cidade, governantes e empreendedores afirmavam que a empresa só traria desenvolvimento para o município, benefícios para a população, oportunidade de empregos para muitos jovens, aumentando assim a renda das famílias e, consequentemente, trazendo lucros para os cofres públicos.

        Entretanto, podemos afirmar que não tivemos apenas benefícios, as consequências desastrosas logo começaram a surgir com mais rapidez e intensidade do que se esperava. A instalação da fábrica para a extração das pedras brutas resultou numa série de problemas ao meio ambiente, como desmatamento de uma enorme área de vegetação nativa, fuga de animais e aves silvestres, poluição de açudes, do solo e do ar.

        Com o passar do tempo, essa trágica situação se agravou cada vez mais. Hoje, as casas do centro da cidade e as que ficam nas proximidades dessa fábrica encontram-se com a estrutura comprometida, devido aos abalos provocados pelas enormes explosões para a retirada das pedras. Isso sem falar na poeira que é lançada sobre a cidade, além dos produtos químicos provenientes do material explosivo.

        Um outro problema resultante desse empreendimento são as péssimas condições das estradas que servem de acesso para o transporte do material. Devido ao peso transportado pelas carretas, as estradas, que já não tinham manutenção, só pioraram. Embora a população se sinta prejudicada, ela se cala, pois as várias denúncias feitas à justiça não foram atendidas, e a empresa continua agindo da mesma forma.

        É certo que outras empresas mineradoras já se instalaram antes no nosso município, mas nenhuma delas com o porte da Elizabeth. Por isso não danificavam tanto o meio ambiente como a atual vem fazendo. A medida que ela vai se expandindo para outros pontos do município, vão também aumentando os problemas locais.

        Para essa empresa não continuar causando tantos impactos ambientais, os moradores esperam que ela invista em projetos ambientais, sociais e culturais, além de disponibilizar meios reparadores para as famílias prejudicadas e oferecer melhores condições de saúde e de segurança aos seus trabalhadores. Não é certo que a população se prejudique tanto para que uma grande empresa se beneficie, enriquecendo cada vez mais.

        Ao meu ver, não há necessidade de uma empresa destruir tanto nossas riquezas naturais, além da nossa história. Se não agirmos enquanto é tempo, a Serra dos Albinos e o Picoto, nossos patrimônios naturais mais belos, serão destruídos.

        Por outro lado, sei que a nossa população precisa de uma renda fixa e nosso município de desenvolvimento, mas é necessário, e urgente, a execução de projetos que visem à valorização de bens culturais, sociais e ambientais, equilibrando, assim, desenvolvimento e natureza.

        Resta-nos, portanto, esperar que as autoridades ajam, encontrando de fato soluções que preservem nossa história, e nossos bens naturais, uma vez que a população deseja, sim, o desenvolvimento do município, mas também melhor qualidade de vida.

Rossana Dias Costa. Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/imagens/stories/publico/noticias/20101201opiniao.pdf. Acesso em: 5 jan. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 85-86.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é o principal problema ambiental que a cidade de Pedra Lavrada enfrenta, de acordo com o artigo?

      O principal problema ambiental que a cidade de Pedra Lavrada enfrenta, segundo o artigo, é o impacto da empresa mineradora "Elizabeth", que vem explorando as riquezas minerais do município há quase uma década, resultando em diversos problemas ambientais.

02 – Que mineral é extraído pela mineradora Elizabeth e qual sua principal utilização?

      A mineradora Elizabeth extrai principalmente sienito, que é uma matéria-prima utilizada na fabricação de cerâmica e porcelana.

03 – Quais foram as promessas iniciais feitas pelos governantes e empreendedores na época da implantação da mineradora?

      Na época da implantação da mineradora, governantes e empreendedores afirmaram que a empresa traria desenvolvimento para o município, benefícios para a população, oportunidade de empregos para muitos jovens, aumento da renda das famílias e lucros para os cofres públicos.

04 – Quais são as consequências negativas concretas da atuação da mineradora Elizabeth que o artigo menciona?

      As consequências negativas mencionadas incluem desmatamento de uma enorme área de vegetação nativa, fuga de animais e aves silvestres, poluição de açudes, do solo e do ar. Além disso, as casas do centro da cidade e das proximidades da fábrica têm a estrutura comprometida devido aos abalos das explosões, há poeira e produtos químicos lançados sobre a cidade, e as estradas de acesso para o transporte do material estão em péssimas condições.

05 – Por que a população de Pedra Lavrada se cala diante dos problemas, apesar de se sentir prejudicada?

      A população se cala porque as várias denúncias feitas à justiça não foram atendidas, e a empresa continua agindo da mesma forma, o que gera um sentimento de impotência.

06 – O que os moradores de Pedra Lavrada esperam da empresa Elizabeth para mitigar os impactos ambientais?

      Os moradores esperam que a empresa invista em projetos ambientais, sociais e culturais, além de disponibilizar meios reparadores para as famílias prejudicadas e oferecer melhores condições de saúde e segurança aos seus trabalhadores.

07 – Quais são os dois patrimônios naturais de Pedra Lavrada que o autor teme que sejam destruídos pela expansão da mineradora?

      O autor teme que a Serra dos Albinos e o Picoto, que são os patrimônios naturais mais belos do município, sejam destruídos pela expansão da mineradora.

 

TEXTO: CREPÚSCULO - FRAGMENTO - CATHERINE HARDWICKE - COM GABARITO

 Texto: Crepúsculo – Fragmento

Dirigido por Catherine Hardwicke. 

Com: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Billy Burke, Nikki Reed, Ashley Greene, Jackson Rathsbone, Kellan Lutz, Peter Facinelli, Cam Gigandet, Elizabeth Reaser. 

        [...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9aEkiLIlLzNTS00wL4YN3vhkjJNfgDq9bU4otnVYIkg5bpxPWy1kdyX7yUOyUlTKwBkcbOXAip8W4WMaON7iqKNN0LrNN-YG5hUn3PsF4as0jbDVyB43lwcjp8ng5a6bQf0HtR1OSVr4LvoeyNVjGykHEAq9_n9h98rUNasMSY6Y-rk6wltHm7D7_ysw/s320/91BrwzLI3sL._UF1000,1000_QL80_.jpg


        Crepúsculo acompanha a adolescente Bella (Stewart), que, obrigada a mudar-se para a pequena cidade do pai, logo se torna bastante popular em sua nova escola – que, apesar de atender a uma cidade com apenas 3.120 habitantes, é imensa, conta com aparentemente centenas de alunos e, claro, é convenientemente diversificada em seu corpo estudantil, exibindo asiáticos, negros, latinos e qualquer outra minoria que faça os produtores se sentirem orgulhosos de si mesmos por sua visão globalizada. Sentindo-se pouco à vontade perto do pai (por motivos que o filme jamais procura esclarecer), Bella tem seu interesse despertado por Edward (Pattinson), um rapaz pálido e arredio que vive com os vários irmãos adotivos numa casa localizada nas montanhas. Contudo, ainda que obviamente encantado pela moça, Edward insiste que não devem se aproximar – algo que ele reforça de maneira curiosa ao procurá-la durante o almoço na cantina apenas para repetir, embora ela tivesse mantido a distância exigida. Esta dinâmica se repete dezenas de vezes ao longo da projeção até que, finalmente, Bella descobre por que Edward a teme tanto – o que, claro, não impede que ele continue a dizer que deveriam se afastar embora jamais o faça. Rapazinho confuso, este. 

        [...]

        Mais preocupado em se estabelecer como galã do que como ator, Robert Pattinson é auxiliado em sua tarefa pela diretora Catherine Hardwicke e pelo ótimo compositor Carter Burwell, que, não à toa, investe num crescendo romântico assim que Edward é visto pela primeira vez com sua pele pálida, as sobrancelhas cuidadosamente desenhadas, os lábios destacados por batom e o cabelo milimetricamente despenteado (ele deve passar horas diante do espelho, despenteando o cabelo. Ainda bem que, como imortal, tem todo o tempo do mundo.). Infelizmente, como ator, Pattinson se revela um belo adorno, já que, além de inexpressivo, suas tentativas de atuar soam embaraçosamente ruins [...]

        Por outro lado, Kristen Stewart, uma atriz interessante, faz o que pode para transformar Bella numa figura tridimensional, sendo constantemente sabotada pelo roteiro de Rosenberg (que se saiu muito melhor na série Dexter, diga-se de passagem): obrigada a atuar em cenas constrangedoramente expositivas – como na montagem em que “deduz” que Edward é um vampiro, repetindo várias “pistas” em voz alta –, Stewart ainda é levada a protagonizar um draminha artificial com o pai, magoando-o propositalmente apenas para “protegê-lo” (o problema, aqui, é ela não precisava realmente magoá-lo; esta é apenas uma estratégia barata do filme para tentar criar algum conflito dramático [...]).

        Estes conflitos implausíveis, aliás, formam a base das tentativas do filme em criar algum tipo de tensão ou incerteza quanto ao final – e, como já dito, frequentemente Edward diz para Bella que não podem ficar juntos apenas para, na cena seguinte, voltar a procurá-la para repetir sua decisão. Isto atinge o auge da artificialidade numa cena ambientada num quarto de hospital, quando, depois de ouvir o amado falar pela milésima vez que devem se afastar, a moça protesta apenas para escutar, em resposta, que o outro realmente não consegue se manter distante – ignorando, assim, o que acabara de dizer. E o que posso falar do vilão, um vampiro caçador que só é apresentado ao espectador com 80 minutos de projeção (e, mesmo assim, surgindo como o menos interessante do trio ao qual pertence)? Possivelmente introduzido na trama depois que a roteirista (ou a autora do livro, que não li) se deu conta de não ter criado um único antagonista, o tal James (Gigandet) é um estereótipo de vampiro mau que passa a caçar a mocinha sem nenhuma razão aparente – e se a resposta para esta obsessão se encontra no livro, o erro permanece, já que o filme deveria se sustentar sozinho. 

        Abusando das câmeras lentas e de planos que beiram o ridículo em sua obviedade [...], Catherine Hardwicke ainda peca por não perceber a qualidade pedestre dos efeitos visuais que retratam a velocidade e a força dos vampiros e que seriam mais apropriados a uma produção de tevê da década de 70. E o que dizer de diálogos como “Então o leão se apaixonou pelo cordeiro”, que parecem ter saído de uma fotonovela? 

        Embora ganhe alguns pontos pelo conceito interessante da família de vampiros que tenta levar uma vida razoavelmente normal ainda que a simples visão de sangue humano pareça levar seus integrantes a um quase frenesi, Crepúsculo merece mesmo distinção por sua profunda incoerência: apesar de roteirizado e dirigido por mulheres a partir de um livro escrito por outra, o filme é surpreendentemente machista ao transformar em heroína uma garota disposta a abrir mão de tudo para seguir um homem, abandonando família, seus projetos pessoais e até mesmo a vida apenas para poder contar com o privilégio de ser a esposa de um macho-alfa. 

        [...]

Disponível em: http://200.170.174.159/critica_Detalhe.aspx?ID_CRITICA=7392&tipo=1&id_filmes=4566. Acesso em: 27 jan. 2015. (Adaptado).

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 134-135.

Entendendo o texto:

01 – Qual é a principal crítica do autor em relação à atuação de Robert Pattinson como Edward?

      O autor critica a atuação de Robert Pattinson, afirmando que ele está "mais preocupado em se estabelecer como galã do que como ator", sendo "inexpressivo" e tendo "tentativas de atuar [que] soam embaraçosamente ruins". O texto o descreve como um "belo adorno".

02 – Como o texto descreve a abordagem de Catherine Hardwicke em relação à direção do filme?

      O texto aponta que Catherine Hardwicke "peca por não perceber a qualidade pedestre dos efeitos visuais" e abusa de "câmeras lentas e de planos que beiram o ridículo em sua obviedade". Ela também é criticada por auxiliar Pattinson em sua tarefa de "se estabelecer como galã" em vez de focar na atuação.

03 – Que inconsistências o autor aponta na dinâmica entre Bella e Edward?

      O autor destaca que Edward "insiste que não devem se aproximar" e "reforça de maneira curiosa ao procurá-la durante o almoço na cantina apenas para repetir, embora ela tivesse mantido a distância exigida". Essa dinâmica se repete "dezenas de vezes", com Edward "continuando a dizer que deveriam se afastar embora jamais o faça", caracterizando-o como um "rapazinho confuso".

04 – Quais são as críticas do autor ao roteiro de Rosenberg, mesmo reconhecendo seu trabalho em "Dexter"?

      O autor critica o roteiro de Rosenberg por "sabotar" a atuação de Kristen Stewart, forçando-a a atuar em "cenas constrangedoramente expositivas" (como a da "dedução" de que Edward é um vampiro) e por criar um "draminha artificial com o pai" de Bella, que serve apenas como uma "estratégia barata do filme para tentar criar algum conflito dramático".

05 – Por que o autor considera o filme "surpreendentemente machista", apesar de ter sido roteirizado e dirigido por mulheres e baseado em um livro escrito por uma mulher?

      O autor considera o filme machista porque ele "transforma em heroína uma garota disposta a abrir mão de tudo para seguir um homem, abandonando família, seus projetos pessoais e até mesmo a vida apenas para poder contar com o privilégio de ser a esposa de um macho-alfa."

06 – Que crítica é feita à introdução do vilão, James (Cam Gigandet)?

      O autor critica a introdução tardia do vilão, James, que só é apresentado "com 80 minutos de projeção" e surge como "o menos interessante do trio ao qual pertence". Ele sugere que James foi "possivelmente introduzido na trama depois que a roteirista (ou a autora do livro) se deu conta de não ter criado um único antagonista", e que ele caça a mocinha "sem nenhuma razão aparente".

07 – Além das atuações e do roteiro, quais outros elementos técnicos do filme são criticados pelo autor?

      O autor critica os efeitos visuais, descrevendo-os como de "qualidade pedestre" e mais apropriados para uma "produção de tevê da década de 70". Ele também menciona a "obviedade" dos planos de câmera e a artificialidade de alguns diálogos, como "Então o leão se apaixonou pelo cordeiro", que parecem ter saído de uma "fotonovela".