sexta-feira, 25 de março de 2022

NOTÍCIA: BASQUETE DE RUA VENCENDO PRECONCEITOS - ANNA VIRGÍNIA CUNHA - COM GABARITO

 Notícia: Basquete de rua vencendo preconceitos

             Por Anna Virgínia Cunha

Anna Virgínia Cunha é aluna da Universidade católica de Brasília – UCB | 18/09/2006 11:29

        A juventude é um momento de grandes conflitos. Para muitos é hora de falar sério, de ter maturidade; em outros casos, são os últimos momentos de diversão antes de realmente se assumir uma postura de adulto.

        Entre os desejos mais íntimos dessa fase, está a liberdade, motivo de conflitos na família, tema de conversas entre amigos, assunto de livros direcionados à faixa etária, motivo de reflexões.

        O que é ser livre? Será que a liberdade existe?

        Esse talvez seja o principal motivo que desperta entre os jovens a vontade de conhecer uma nova modalidade do basquete: o streetball, capaz de conciliar a sensação de liberdade e entretenimento.

        "O movimento de basquete de rua" nasceu na década de quarenta, nos guetos nova-iorquinos com o objetivo de propiciar diversão e entretenimento aos bairros mais pobres. O Streetball, associado a outro movimento de expressão das classes sociais mais baixas, o Street dance, cresceu rapidamente nos países da Europa e América Latina.

        Para melhor compreensão do que seria o Streetball, é necessário explicar algumas expressões: Streetball, do inglês, bola de rua, basquete de rua; Streetballer, praticante do Streetball; firulas, acrobacias, palhaçadas; ringues, quadras ou espaços onde acontece o jogo.

        O "Street", como diz o nome, é evento de rua, com o objetivo de deixar para trás as regras das modalidades, libertando os jogadores para o espetáculo de acrobacias, o que faz com que esses logo esqueçam as faltas e bolas fora.

        O ambiente que se vive nos ringues é de muita euforia. O público reage ao espetáculo, fazendo cada vez mais barulho quando se tem a bola a dançar. Claro que não falta um ambiente musical bem ao estilo do rap e hip-hop para rechear as partidas.

        Segundo os Streetballers, antes, o Streetball era só bagunçar o time adversário. Contudo, descobriu-se que é importante fazer as firulas e palhaçadas, mas é muito importante também fazer tudo isso e ainda jogar na defesa, no ataque, contra-ataque...

        Para os jovens, jogar "Street" é sentir-se mais relaxado, mais à vontade, sem se preocupar com o que tem que fazer o certo ou o errado. É sentir-se mais livre, poder fazer todo tipo de coisa, porque não há regras... Tem mais jogo, mais emoção mais dribles e enterradas.

        Poder brincar, disputando e ao mesmo tempo curtindo uma música e dançando, dá satisfação aos jogadores, tornando a partida interessante e diferente; neste jogo é fácil perceber que mais importante é competir do que ganhar, pois muitas vezes a melhor jogada pode ser a do time que perde.

        Poder enganar o adversário fazendo-o até mesmo de bobo, sem ser motivo de agressões, discussões e sim motivo de alegria e diversão, torna o jogo uma nova mania. A liberdade de passes e acrobacias, a ausência das inúmeras regras existentes no basquete profissional são as razões dessa modalidade ser cada dia mais popular.

        O Streetball é um jogo para a juventude e além de ser importante pela prática esportiva, para a saúde do corpo, ajuda no comportamento social, dá noção de limites de regras, de valores como o respeito ao adversário.

        Porém, essa nova modalidade causa inúmeras discussões por parte da Federação Internacional de Basquete Amador (FIBA) ou da Federação Paulista de Basquete (FPB), porque o "Street" não segue as mesmas regras do basquete e esses regulamentos definem espaço na quadra, as cestas que valem pontos, os passes, quantidade de jogadores...

        Todavia, isso vai melhorar com o tempo. O mais importante de toda essa história é que o Street finalmente ganhou espaço merecido, na sociedade e tem conseguido muito destaque na mídia, o que pode favorecer ainda mais o esporte.

CUNHA, Ana Virgínia. Basquete de rua vencendo preconceitos, por Anna Virgínia Cunha. Portal Imprensa, 18 set. 2006. Disponível em:http://www.portalimprensa.com.br/noticias/carreira/1398/basquete+de+rua+vencendo+preconceitos+b+por+anna+virginia+cunha. Acesso em: 22 jan. 2019.

Fonte: Da escola para o mundo – Projetos Integradores – volume único – Ensino médio – 1ª Edição, São Paulo, 2020, editora Ática. p. 54-5.

Entendendo a notícia:

01 – De acordo com o texto, o basquete de rua, ou Streetball, surgiu na década de 1940, nos guetos de Nova York. Que outra manifestação das culturas juvenis estudada neste projeto também é originária de lá?

      A Street dance ou dança de rua.

02 – Segundo a autora do texto, a juventude é um momento de grandes conflitos cercado pelo desejo de liberdade. Você concorda com essa afirmação? Converse com seus colegas sobre o tema e proponham juntos uma definição para o que seria a juventude.

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Por que o Streetball estaria ligado à ideia de liberdade?

      Porque tem menos regras que o basquete convencional, libertando os jogadores para o espetáculo. Como não há pressão por resultado, há mais jogadas bonitas e menos cobranças.

04 – De que modo o fato de a modalidade ser disputada nas ruas torna o contexto mais relaxado e convidativo?

      Os jogos acontecem próximos à torcida; muitas vezes há música e dança como pano de fundo.

05 – Que aspectos educativos essa prática agregaria para o jovem?

      A prática do basquete de rua contribuiria para a saúde do corpo, ajudaria no comportamento social, daria noção de limites, regras e valores como o respeito ao adversário.

 

MÚSICA(ATIVIDADES): CAPOEIRA DE VERDADE - MESTRE FANHO - COM GABARITO

 Música(Atividades): Capoeira De Verdade

                                                                    Mestre Fanho

Se você faz um jogo ligeiro
dá um pulo pra lá e pra cá
não se julgue tão bom capoeira
Que a capoeira não é tão vulgar

Para ser um bom capoeirista
pra ter muita gente que lhe dè valor
você tem que ter muita humildade
Tocar instrumentos, ser um bom professor

O capoeira faz chula bonita
canta um lamento com muita emoção
quando vê seu mestre jogando
Sente alegria no seu coração

Ele joga angola miudinho
se a coisa esquenta não corre do pau
Tem amigos por todos os lados
um grande sorriso também não faz mal

Isso é coisa da gente
ginga pra lá e pra cá

mexe o corpo ligeiro a mandinga não pode acabar

isso é coisa da gente
ginga pra lá e pra cá

mexe o corpo ligeiro a mandinga não pode acabar

isso é coisa da gente,
ginga pra lá e pra cá.

CAPOEIRA de verdade. Compositor e intérprete: Mestre Fanho. In: Tem raiz de dendê. Intérprete: Mestre Fanho. [s. l.] blhlaser, 2006. 1 CD, faixa 1.

Fonte: Da escola para o mundo – Projetos Integradores – volume único – Ensino médio – 1ª Edição, São Paulo, 2020, editora Ática. p. 58.

Entendendo a música:

01 – Que valores um capoeirista deve possuir, de acordo com a letra da canção?

      Ser humilde, saber tocar instrumentos e ser um bom professor.

02 – Que ações de um capoeirista em uma roda de capoeira são citadas na canção? Troque ideias com um colega e, se necessário, pesquise sobre o tema antes de responder.

      A ginga, o cantar, o tocar instrumentos, a luta (“não corre do pau”) o estar cercado de amigos, o sorrir.

03 – Usando um buscador de internet, digite o título da canção e pesquise algum vídeo ou áudio em que ela seja executada. Que instrumentos é possível identificar ao ouvir a música?

      O berimbau e o pandeiro são os instrumentos mais presentes na música, além do som de palmas, que ajudam a marcar o ritmo.

04 – Muitos jovens praticam esportes. Converse com os colegas sobre suas práticas corporais: Vocês estão felizes com elas? Gostariam de ser mais ativos? Em que medida essas práticas podem beneficiar sua saúde?

      Resposta pessoal do aluno.

 

ANÚNCIO: BICHO DE ESTIMAÇÃO - COM GABARITO

 Anúncio: Bicho de estimação

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiutHMlmz-dBjMPGW9IrgwQFiveYmjnGWxw9H7dlfGtu3TboOo-5xkYKMHAot8KvBl8RFy67zfC11whFOb51VbmgpgOUcGXbEkF23UhSuIc6Sr9G4He1TRbO9mpEPF4_Ueh26h_bywJ_PnRW-RGCcMc5i9TWojnhf22e8B4TDjvSLvPeuJPMV7ibRzs/s269/BICHO.jpg

        Um bichinho de estimação não é um objeto que você usa e depois joga fora.

        Ele tem sentimentos e pode ser um grande companheiro.

        Só o que ele precisa é de um pouco de atenção.

        Não descarte o seu companheiro. Cuide bem de seu bichinho.

Fonte: Gramática Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição reformulada – São Paulo. 2008. p. 165-6.

Entendendo o anúncio:

01 – O que o anúncio acima promove?

      Promove uma ideia: a de que os bichos de estimação devem ser protegidos.

02 – A imagem principal do anúncio apresenta vários cestos de lixo reciclável. Contudo, há alguns elementos nessa imagem que chamam a atenção do leitor.

a)   Quais são esses elementos?

Em vez de os cestos serem destinados à coleta de metal, lixo orgânico, papel, plástico e vidro, como é comum, os desenhos indicam o tipo de animal que deve ser jogado em cada cesto.

b)   O enunciado verbal da parte superior do anúncio é coerente com a imagem dos cestos? Por quê?

Sim, pois reforça a ideia de que bicho de estimação não é descartável como o lixo.

03 – No texto da parte de baixo do anúncio, foram empregados vários pronomes.

a)   Identifique os pronomes empregados nesse texto.

Você, ele (duas vezes), seu (duas vezes).

b)   A que substantivo se refere o pronome empregado na segunda e na terceira frase desse texto?

Refere-se a bichinho, que é o núcleo da expressão bichinho de estimação.

04 – No trecho “Um bichinho de estimação não é um objeto que você usa e depois joga fora.”, o pronome você poderia ser substituído pelo pronome nós ou por outra palavra. Considerando a finalidade do anúncio, qual é a importância do emprego do pronome você, e não de outro?

      Como o objetivo do anúncio é atingir cada um dos seus leitores, o pronome você é mais direto e particulariza mais, ou seja, dá a entender que cada um dos leitores é responsável por seu bicho de estimação.

05 – No trecho “Não descarte o seu companheiro. Cuide bem de seu bichinho.”, o anunciante poderia ter substituído as expressões o seu companheiro e de seu bichinho por pronomes.

a)   Reescreva esse trecho, substituindo essas expressões por pronomes.

Não o descarte. Cuide bem dele.

b)   Compare a nova redação obtida com a redação original. Considerando a finalidade do anúncio, qual das redações é melhor e mais eficiente: a que emprega os substantivos ou a que emprega os pronomes? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Nesse caso, causa mais efeito empregar os substantivos, e não os pronomes, pois os substantivos companheiro e bichinho expressam uma ideia positiva e carinhosa sobre o bicho de estimação, ou seja, de que ele é amigo e gracioso.

06 – O que você acha da finalidade desse anúncio? Você conhece pessoas que têm descartado bichos de estimação? Troque ideias com os colegas.

      Resposta pessoal do aluno.

 

CARTUM: MORDILLOFOOTBALL - COM GABARITO

 Cartum: Mordillofootball

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLJOKTMSS4pLZVkHCOMJBeP2AJnZV2a7HvYYTIs4XM6fo5FajKbw5v_iMXMBTEi353jyUuSfoaIiLwdBKnfH2bwGdWoFyMyVyRJRPAG9qYjoRa8lgqB47UFrCzbzsDznvxCLVddNAbOwa29CIJ84aQVCE9VPYRMt4yI2TFLA7lwx05BHT0l-MIW4Xb/s225/fut.jpg




Mordillofootball. Grenoble: Glénat, 1981.

Fonte: Gramática Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição reformulada – São Paulo. 2008. p. 176-7.

Entendendo o cartum:

01 – O cartum mostra alguns momentos de uma partida de futebol. Na primeira cena, um jogador se aproxima de uma bandeira.

a)   Como é essa bandeira? Onde ela fica, no campo de futebol?

É uma bandeira lilás, que fica num dos cantos do campo.

b)   O que ela marca?

Ela marca o lugar onde devem ser cobrados os escanteios.

02 – Observe as ações do jogador nas três primeiras cenas.

a)   O que o jogador faz na primeira cena?

Ele põe a bola na marca de escanteio.

b)   E na segunda cena?

Ele toma distância para cobrar o escanteio.

c)   E na terceira cena?

Ele chuta a bola.

03 – Observe a cena final do cartum.

a)   O que os jogadores normalmente fazem à frente do gol, na situação retratada no cartum?

Aguardam a bola ser lançado pelo jogador que cobra o escanteio.

b)   Qual é a surpresa e o humor do cartum?

Em vez de chutar a bola, o jogador chuta à bandeira.

c)   O que esse fato permite supor sobre as qualidades técnicas desse jogador?

Permite supor que ele joga muito mal.

04 – Observe a expressão facial dos jogadores na última cena. Como eles ficaram ao ver o resultado da cobrança?

      Ficaram surpresos.

TEXTO: O QUE É PROJETO DE VIDA? - O MUSEU DOS MENINOS - COM GABARITO

 Texto: O que é Projeto de Vida?

      

 Fonte de imagem - https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.vozdascomunidades.com.br%2Fcomunidades%2Fmuseu-dos-meninos-a-narrativa-de-jovens-pretos-moradores-de-favela%2F&psig=AOvVaw3GkI28zgnCJP2VXyxwXBAM&ust=1648320771382000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCNCdmt-E4vYCFQAAAAAdAAAAABAD

  O Museu dos Meninos

          O Museu dos Meninos é um projeto artístico, transdisciplinar, de mapeamento e preservação de memória, que traz uma série de depoimentos em vídeos realizada com jovens, com idades entre 15 e 29 anos, moradores das favelas que compõem o Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro. Diferentes gerações refletem o passado, o presente e a possibilidade de futuro, evidenciando a poesia existente no cotidiano da vida em seu território. Além da construção do museu virtual, o projeto também propõe uma série de intervenções urbanas artísticas realizadas nas ruas do Complexo do Alemão.

O Museu dos Meninos. Disponível em: https://www.instagram.com/omuseudosmeninos/. Acesso em: 18 dez. 2019.

        A importância da memória coletiva nas periferias é valorizar a necessidade de recriar o mundo, as estéticas e afetos. O Museu dos Meninos cria uma espécie de acervo humano de memórias. O conjunto dessas narrativas serve para que possamos construir um panorama do que é ser jovem e negro na periferia de grandes cidades.

O Museu dos Meninos. Disponível em: https://www.instagram.com/omuseudosmeninos/. Acesso em: 18 dez. 2019.

        O processo de filmagem dos depoimentos do Museu dos Meninos durou duas semanas. Foram dias de muita intensidade. Encontrar o outro é encontrar um pouco de si. Através dos olhares, os silêncios, choros e risadas. Se reconhecer nos medos e desejos.

        [...] Quanto de ficção existe em cada um de nós? Como eu me vejo? Como eu vejo o outro? E como o outro me vê?

O Museu dos Meninos. Disponível em: https://www.instagram.com/omuseudosmeninos/. Acesso em: 18 dez. 2019.

Fonte: Vivências – Projeto de vida. Volume único – Ensino médio. Isabella & Sofia. 1ª ed. São Paulo, 2020. Editora Scipione. p.12.

Entendendo o texto:

01 – “Quanto de ficção existe em cada um de nós? Como eu me vejo? Como eu vejo o outro? E como o outro me vê?” Conversem sobre esses questionamentos de um dos trechos acima.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É esperado que os estudantes reflitam sobre as compatibilidades e discrepâncias entre a forma como se veem e como os outros os veem, assim como o olhar do outro auxilia a criar uma imagem de nós mesmos.

02 – Um dos trechos fala em “ser dono da nossa própria história”. Cada um de vocês se considera dono da própria história?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Provoque os alunos a refletir sobre quem toma as decisões em suas vidas e como eles enxergam as suas autonomias na construção de suas próprias histórias e das narrativas sobre suas histórias.

03 – Como podemos, no encontro com o outro, nos reconhecer nos medos e desejos?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Os alunos podem referir o quanto pode ser difícil reconhecer e/ou manifestar os seus medos nas relações com o outro, por receio de serem considerados fracos ou de demonstrar fragilidades, assim como seus desejos, por medo de não conseguir realiza-los.

04 – Na opinião de vocês, como os trechos acima se relacionam à noção de projeto de vida? O que vocês esperam desenvolver ao falar de “projeto de vida”?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Esta pergunta pode auxiliar o mapeamento de expectativas e receios dos estudantes sobre este componente curricular.

sexta-feira, 18 de março de 2022

POEMA: TÊNIS - GUILHERME DE ALMEIDA - COM GABARITO

          Poema:   Tênis

        Guilherme de Almeida

A titia

borda e espia

o gato branco, enroscado

no feltro verde da mesa

e acordado,

com certeza.

 

Um novelo

cai. E ao vê-lo

o gato bate na bola

e a bola, branca de neve,

pula e rola,

fofa e leve…

 

Silenciosa,

vagarosa,

— uma duas angolinhas…—

a bola solta uma lenta,

longa linha

que se aumenta.

 

Pouco a pouco,

no mais louco

desnorteante corrupio,

a bola desaparece.

Mas o fio

Cresce… cresce…

ALMEIDA, Guilherme de. Tênis. In: LISBOA, Henriqueta. Poemas para a infância. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, [s.d.].

Faraco, Carlos Emílio Língua portuguesa : linguagem e interação / Faraco, Moura, Maruxo Jr. -- 3. ed. -- São Paulo : Ática, 2016.p.10/11.

 Entendendo o texto

01.               Observando a forma desse texto, é possível identificar uma característica de sua organização. Que característica é essa?

Tratar-se de um texto verbal escrito em versos.

      02. Responda:

a)   Que sequência textual predomina nele?

A sequência narrativa.

b)   Qual é o tema central?

A brincadeira do gato.

c)   Quem seria o leitor suposto desse poema?

Trata-se de um poema para crianças.

d)   Tente explicar o título do poema.

A brincadeira do gato se assemelha ao jogo de tênis.

03. Releia o poema, agora em voz alta. Observe sua forma mais uma vez.

a) Quatro estrofes compõem o poema. Analise a estrutura interna de cada estrofe (métrica dos versos, ritmo, rima). O que você pode observar?

       Cada estrofe tem a mesma estrutura interna: 6 versos, sendo: 2 versos trissílabos, 2 versos redondilha maior, 2 versos trissílabos. O esquema de rimas é idêntico em todas as estrofes: AABCBC (rimas emparelhadas no início da estrofe e cruzadas no fim), a cesura também segue o mesmo esquema em todos os versos paralelos.

b) O ritmo de cada estrofe e o desenho que os versos formam no papel procuram imitar um dos elementos centrais que compõem a história. Explique que elemento é esse e a importância desse jogo de imitação que ocorre no poema, tendo em vista que se trata de um poema para crianças.

Resposta pessoal.

Possível resposta: Cada estrofe forma um desenho aproximadamente circular. As quatro estrofes em sequência podem representar as marcas que uma bola quicando deixaria no solo. O ritmo também traduz esse movimento: rápido e estacado nos versos trissílabos, e mais lento e melodioso nas redondilhas maiores. Essa alternância, por harmonia imitativa, pode mimetizar os movimentos do gatinho que “joga tênis” com o novelo de lã.

04. Uma história é contada no poema.

a) Quem é a personagem principal e que tipo de “brincadeira” ela faz?

A personagem central é um gato, que brinca com um novelo de lã.

b) Que relação essa brincadeira tem com o nome do esporte que nomeia o poema?

A relação é de similitude: o jogo do gato lembra o jogo de tênis.

c) Num dos versos do poema, cita-se o trecho de uma parlenda declamada durante um jogo infantil: “– uma duas angolinhas...,–” (verso 15). Mesmo que você não conheça a parlenda nem a brincadeira infantil em que ela é recitada, tente explicar a relação entre os possíveis sentidos do poema e as brincadeiras infantis.

Pela sua estrutura rítmica do poema, simula do ponto de vista sonoro o ritmo marcado de uma parlenda. A parlenda “Uma, duas angolinhas” remete a um jogo conhecido como “jogo do beliscão”, popular entre as crianças brasileiras nos séculos XVIII e XIX (segundo a explicação de Gilberto Freyre, no livro - FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. 28. ed. Rio de Janeiro: Record, 1992. p. 249.)

 

RECEITA/TEXTO INSTRUCIONAL: BOLO DE ACHOCOLATADO - COZINHA FÁCIL - COM GABARITO

 Receita: Bolo de Achocolatado


Preparo: 20 min.

Cozimento: 45 min.

Rendimento: 12 porções.

Ingredientes

Para a massa:

05 ovos.

200g de manteiga.

2 xícaras de açúcar.

2½ xícaras de farinha de trigo.

12 colheres de sopa de achocolatado.

1 colher de chá de bicarbonato de sódio.

1 pitada de sal.

½ colher de chá de essência de baunilha.

1 xícara de leite coalhado (esprema o suco de um limão no leite fervente).

Para a cobertura:

1 xícara de achocolatado.

100g de manteiga.

1 xícara de leite.

2 xícaras de açúcar.

1 pitada de sal.

Modo de fazer:

        Em uma tigela, bata os ovos até espumarem. Em outro recipiente, bata a manteiga e o açúcar, junte os ovos e reserve.

        Peneire a farinha, o achocolatado, o bicarbonato e o sal. Junte a baunilha, o creme de ovos e o leite coalhado. Misture.

        Unte uma forma de abrir de 20 cm de diâmetro e despeje a massa. Leve ao forno moderado (170°C) preaquecido, por 45 minutos ou até que espetando um palito ele saia limpo. Deixe amornar e desenforme.

        Misture os ingredientes da cobertura e leve ao fogo até atingir a consistência de mingau firme. Espalhe ainda quente sobre o bolo. Corte em fatias e sirva.

Cozinha fácil, n° 14.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 237-9.

Entendendo a receita:

01 – A receita é um tipo de texto usado em mais de uma área do conhecimento. Na medicina, por exemplo, pode ser uma fórmula para a preparação de um medicamento ou a indicação por escrito de remédios que o paciente deve tomar.

a)   A que área do conhecimento diz respeito a receita “Bolo de achocolatado”?

À da culinária.

b)   Qual é a finalidade dessa receita?

Ensinar a preparar um bolo com achocolatado.

02 – Essa receita tem duas partes bem-definidas: ingredientes e modo de fazer.  A primeira parte relaciona os ingredientes e indica as quantidades necessárias para fazer o bolo. Nessa receita, em que medidas as quantidades vêm indicadas?

      Em gramas, xícaras, colheres, pitadas.

03 – Uma receita indica minunciosamente a quantidade de ingredientes e ensina, passo a passo, como preparar um prato. No modo de fazer, observe o emprego dos verbos.

a)   O que eles expressam: uma ordem ou uma dúvida?

Uma ordem.

b)   Na sua opinião, por que na receita os verbos empregados expressam isso?

Porque, para alcançar o resultado esperado, a pessoa deve seguir à risca a receita.

04 – Observe a linguagem da receita. Que tipo de variedade linguística foi empregada: a variedade padrão da língua ou uma variedade não padrão?

      A variedade padrão.

05 – Além dos ingredientes e do modo de fazer, uma receita pode apresentar outras informações.

a)   Se quisermos servir esse bolo no lanche da tarde, às 15hs e 30 min. Até que hora deveremos começar a prepara-lo?

Até as 14h e 25 min. Pois são necessários 20 minutos para o preparo e 45 minutos para o cozimento.

b)   Se quisermos servir o bolo para quatro crianças, quantas fatias caberão a cada uma?

Três.

CRÔNICA: O PRECONCEITO RACIAL - VI - CRISTINA AKISINO - COM GABARITO

CRÔNICA: O preconceito racial VI

            Cristina Akisino

        Numa das aulas de um curso de pós-graduação, fui incumbida pela professora de observar a apresentação de alguns trabalhos de colegas da sala e fazer um comentário avaliativo.

        Depois de Concluída minha exposição, a professora comentou: "O debate foi tão intenso que a 'japoronga' até arregalou os olhos!". Nesse momento, me senti paralisada pela crueldade das palavras. Não consegui fazer nada, a não ser esboçar um sorriso sem graça e sentar-me quieta. Fui embora com um sentimento de tristeza tão grande, pensando que mesmo no meio universitário ainda teria que ouvir comentários pejorativos como esse.

        Entender que atitudes e palavras como essas, ainda que sutis, são expressões de preconceito foi um processo doloroso para mim, que me acompanhou por toda a vida e em todos os lugares.

Cristina Akisino, brasileira, neta de japoneses, pesquisadora iconográfica em São Paulo.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 116-7.

Entendendo o texto:

01 – Na situação vivida por Cristina Akisino em sala de aula.

a)   Você acha que a intenção da professora era magoar a aluna, debochando dela perante a classe?

Resposta pessoal do aluno.

b)   O comentário da professora revela preconceito racial ou não? Por quê?

Sim, porque, além de empregar “japoronga” – termo geralmente usado de forma pejorativa –, a professora se referiu a características raciais da aluna, sem que houvesse nenhuma necessidade naquela situação.

 

CRÔNICA: O PRECONCEITO RACIAL - V - JOSÉ DE PAULA NETO (NETINHO - NEGRITUDE JÚNIOR) - COM GABARITO

CRÔNICA: O preconceito racial V

                  José de Paula Neto

        Nossa raça ficou muito tempo no escuro, mas agora somos uma sensação. A revolução começou pela estética. O negro, hoje, se acha bonito, se veste melhor. Sou um modelo para os meninos que, como eu, foram criados na pobreza das periferias. Zelando pela minha imagem, me cuidando, sei que posso melhorar a autoestima dessa garotada e servir de exemplo para eles. Não bebo, não fumo, não curto drogas. [...] Precisamos crescer com consciência, seguir uma ideologia, promover ações solidárias. Nossos pais eram aplaudidos quando deixavam a escola para trabalhar. Nossos avós pensavam “que bom, meu filho não é vagabundo”. Resultado: ficaram burros. Não tínhamos cultura para nos relacionar com o branco, que por sua vez não sabia como tratar o negro. A minha geração também começou a trabalhar cedo, mas não largou os estudos. Meus pais sempre disseram que eu devia ser melhor que eles. Que eu tinha de trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Por isso, a luta contra o preconceito é mais eficiente.

José Paulo Neto, o Netinho, vocalista do Negritude Júnior.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 116-7.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o depoimento do cantor Netinho, a revolução entre os negros começou pela estética. Mas o texto acaba revelando outro tipo de revolução.

a)   O que o cantor quer dizer com a palavra estética?

Ele se refere ao reconhecimento da beleza do negro pelo próprio negro. Antes o negro se depreciava, hoje ele se acha bonito.

b)   Qual é o outro fator importante que acabou dando mais condições aos negos de se destacarem socialmente? Por que ele é importante?

Os estudos, pois, de acordo com o cantor, com cultura o negro fica mais preparado para se relacionar com o branco e combater o preconceito.

02- No depoimento do Netinho, o cantor emprega a palavra autoestima.

a)   O que significa essa palavra?

Significa estimar a si mesmo.

b)   Compare o sentido das palavras autoestima, autodidata e autocontrole. Conclua: O que significa a partícula auto-?

Significa “si mesmo”.

CRÔNICA: O PRECONCEITO RACIAL - IV - MARCELINHO CARIOCA - REVISTA VEJA - COM GABARITO

CRÔNICA: O preconceito racial - IV

Marcelo Pereira Surcin      

        Desde os 12 anos, coloquei na minha cabeça que eu poderia me dar bem no futebol. Era um sonho, eu sabia. Então, por segurança, estudava para ser torneiro mecânico. Enquanto eu vendia pastéis em feiras livres, meus dois irmãos capinavam o jardim dos vizinhos. Mamãe oferecia tapetes nas ruas e papai era gari da prefeitura. A vida era difícil. Refrigerante e frango, só aos domingos. Na escola, como eu não tinha dinheiro para comprar doces na hora da merenda, meus amigos diziam: “Também, teu pai é preto e lixeiro”. Até hoje me lembro de um garoto branco, o Marcos. Ele era muito rico para os nossos padrões, mas era o único que não se incomodava com a minha cor. Era meu melhor amigo. Trocávamos as roupas e ele deixava eu usar as dele, muito mais caras e bonitas do que as minhas. Eu nunca ia às festas boas do meu bairro. Tinha medo da discriminação. Sei que os grã-finos me olhavam de maneira diferente, então procurava o povão em bailes funk. Tudo isso era triste para mim, mas a pior decepção foi quando me apaixonei pela filha de um marinheiro. Ele não admitia vê-la ao lado de um negro com cabelo black power. E esse racista arruinou tudo.

Marcelo Pereira Surcin, o Marcelinho Carioca, jogador de futebol. (Veja, 24/06/1998.)

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 115-7.

Entendendo o texto:

01 – No depoimento do jogador Marcelinho Carioca, há exemplos de pessoas preconceituosas e exemplos de pessoas sem preconceito.

a)   Quais são os exemplos de pessoas sem preconceito?

O amigo Marcos e a namorada branca.

b)   De acordo com o texto, a ausência de preconceitos pode aproximar as pessoas? Justifique sua resposta.

Sim. A amizade entre Marcelinho e Marcos mostra justamente que, quando não há preconceito, podem acontecer relações verdadeiras entre as pessoas.

c)   Pelo que conta o jogador, o preconceito leva a vítima ao isolamento? Por quê?

Sim, porque a vítima fica com medo de se expor e sofrer novas agressões, conforme mostra o exemplo das festas de grã-finos do bairro.




TEXTO: O PRECONCEITO RACIAL III - ZEZÉ MOTA - COM GABARITO

 Texto: O preconceito racial III

               Zezé Mota

        Em 1968, [a atriz Zezé Mota], aos 25 anos, com o Teatro de Arena, estreou uma temporada no Harlem, reduto dos negros pobres de Nova York. O movimento black power ainda não havia eclodido com toda a sua força, mas os negros americanos já procuravam substituir o sentimento de humilhação por um tipo de orgulho barulhento da raça. Zezé apareceu usando uma peruca no estilo Chanel – cabelos lisos, escorridos. “Os americanos perguntaram a Boal (Augusto Boal, diretor do grupo) por que eu usava um cabelo que não era de negro se eu era negra”, lembra a atriz. Zezé arrancou a peruca. Mas seus cabelos de verdade continuavam a não ser os de uma negra. Estavam alisados. “Voltei para o hotel, lavei o cabelo e assumi meu lado negro”, conta. “Foi um batismo.”

Zezé Mota. Cantora e atriz.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 115-117.

Entendendo o texto:

01 – A atriz Zezé Mota conta que contato com os negros americanos, em 1968, foi para ela uma espécie de batismo. Que sentimento tem essa palavra nesse contexto?

        A atriz dá a entender que, a partir dessa experiência, ela se assumiu como negra, iniciou uma fase nova em sua vida, agora com uma identidade negra.

CRÔNICA: O PRECONCEITO RACIAL - II - AUGUSTO MODESTO - COM GABARITO

 CRÔNICA: O preconceito racial - II

           Augusto Modesto

        Moro num prédio de classe média. Aos nove anos, eu era o único negro. Três amigos meus viviam chamando meus pais de “Café” e “King Kong”. Eu me sentia humilhado. O síndico dizia que lugar de negro era na senzala. Aos onze anos, deixei de frequentar o playground. Ficava em casa. Nunca mais brinquei no prédio. Mas não tem jeito. Se saio na rua cinco vezes, em pelo menos uma sou insultado. No ano passado, ao voltar do colégio a pé, o motorista de uma Kombi jogou o carro em cima de mim e gritou: “Vai pra casa, macaco”. Na época em que me isolei dos garotos do prédio, todos os fins de semana meus pais arrumavam programas fora de casa para mim. Num deles fomos à Hípica e decidi aprender a montar. Comecei a competir. Em seis anos, ganhei 18 medalhas e 2 troféus. O hipismo me ajudou a superar o problema do preconceito.

Augusto Modesto, 16 anos, estudante em São Paulo.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 115-117.

Entendendo o texto:

01 – No texto, Augusto sentia-se humilhado por causa do preconceito que sofria. O hipismo, porém, mudou a vida dele. Por que você acha que isso aconteceu?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque o esporte melhorou a autoestima do garoto, isto é, fez com que visse que ele tinha valor. 

 

CRÔNICA: O PRECONCEITO RACIAL - I - CINTHYA RACHEL - REVISTA VEJA - COM GABARITO

 CRÔNICA : O preconceito racial - I- 

           Cinthya Rachel

        No ano passado, eu passeava num shopping de Curitiba com minha mãe, quando gostei de uma blusa.

        Entrei na loja. Vi o preço. Era Caríssima. Mesmo assim, quis experimentar.

        Mas ninguém me atendia. As vendedoras me olhavam de cima para baixo.

        Olhavam e faziam que não me viam. Fiquei nervosa e fui embora. Disse à minha mãe o que tinha acontecido. Decidi, então, voltar. Entrei e Contei até dez. Todos continuavam a me ignorar. Aí explodi. "Será que tenho de abrir minha bolsa e mostrar meu cartão de crédito?" Virei as costas e saí. A gerente então correu atrás de mim. Tentou me explicar que não podia adivinhar que eu tinha dinheiro para comprar a blusa. Não quis ouvi-la, não. Poxa, só porque sou negro não posso ter dinheiro? O preconceito existe, sim. [...]

Cynthia Rachel, 18 anos, a Biba do Castelo Rá-Tim-Bum. (Veja, 24/06/1998.).

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 114-7.

Entendendo o texto:

01 – Cinthya conta a experiência que teve ao querer comprar uma blusa. Releia a explicação que a gerente deu a Cinthya.

a)   Na sua opinião, os funcionários da loja agiriam da mesma forma com uma pessoa branca, mas vestida com roupas simples?

Provavelmente sim, pois pareceu que o procedimento normal é não atender quem supostamente não têm condições de comprar.

b)   O preconceito manifestado pelas pessoas dessa loja é social, racial ou dos dois tipos?

É primeiramente social: contudo, pode ser também racial, pois a vendedora, pelo fato de a cliente ser negra, achou que ela não tivesse dinheiro para comprar a blusa.