TEXTO: TRECHO
DE ENTREVISTA FEITA POR DRAUZIO VARELA, EM 13/10/2011, À DRª JÚLIA GREVE,
MÉDICA E FISIATRA DO INSTITUTO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA DA USP
Drauzio- em países com leis rígidas em
relação ao álcool, nota-se que a população leva isso muito a sério. Numa festa,
os que vão dirigir na volta para casa não experimentam uma gota sequer de
bebida alcoólica. No Brasil, ao contrário, no que se refere ao uso do álcool,
as restrições existentes para as pessoas que vão pegar num volante são logo
desrespeitadas e elas voltam a dirigir embriagadas.
Julia Greve – O Código de Trânsito promulgado em 1997
prevê penas severas para o motorista que dirige embriagado. Ele perde a
carteira de motorista e responderá a processos se for apanhado dirigindo
bêbado. No entanto, como costuma acontecer em nosso país, não há fiscalização
efetiva sobre os transgressores. Parece não existir, ainda, por parte das
autoridades e dos cidadãos, a preocupação com o fato de que o álcool é a grande
causa de morte no trânsito, e isso impede a adoção de medidas efetivas para
resolver o problema.
Num primeiro momento, policiamento e repressão forte
é o que resolve. Claro que programas educativos são importantes. No Japão, se o
indivíduo for apanhado dirigindo embriagado, as sanções são pesadas. Ele perde
a carteira e vai preso. Mesmo nos Estados Unidos ou na Alemanha, país em que as
pessoas ingerem habitualmente mais álcool, nota-se um comportamento mais
responsável em quem bebe e pretende dirigir. É uma questão de postura social. O
brasileiro é mais permissivo e não demonstra estar preocupado o bastante quanto
à educação dos filhos no que se refere ao álcool.
Quem já não escutou – “Bebe um pouquinho. Tudo bem.
Um pouco só dá para dirigir”. Na verdade, não é bem assim. Mesmo bebendo pouco
e a coordenação motora não estando seriamente comprometida, a euforia provocada
pela bebida pode ser tão perigosa quanto não conseguir manobrar o volante com
destreza.
Entendendo
o texto:
01 – Na argumentação,
a médica se valeu da seguinte estratégia:
a) autoridade de conhecimento;
b) relato de fatos;
c)
exemplificação comparativa;
d) dados estatísticos.
e) relação de causa e efeito.
02 –
Marque a passagem em que a entrevistada não se atém apenas ao fato, mas à
avaliação dele:
a) “O Código de Trânsito promulgado em 1997 prevê penas severas para o
motorista que dirige embriagado.”
b) “No entanto, como costuma acontecer em nosso país, não há fiscalização
efetiva sobre os transgressores.”
c) “Num primeiro momento, policiamento e repressão forte é o que resolve.”
d) “Claro
que programas educativos são importantes.”
e) “O brasileiro é mais permissivo e não demonstra estar preocupado o bastante
quanto à educação dos filhos no que se refere ao álcool.”
03 – A palavra
“álcool”:
a) é acentuada pelo mesmo motivo que imóvel;
b) mantém-se acentuada no plural pelo mesmo motivo que no singular;
c) mantém-se acentuada no plural por se tornar oxítona;
d) não é acentuada no plural;
e) no
plural, sofre mudança na prosódia, sendo acentuado por outro motivo.
04 – A palavra
“problema” se refere:
a) à perda da carteira de motorista;
b) a dirigir embriagado;
c) à falta de fiscalização;
d) ao
álcool como grande causa de morte no trânsito;
e) à irresponsabilidade de muitos cidadãos.
05 – “Em países
com leis rígidas em relação ao álcool, nota-se que a população leva isso muito
a sério. Numa festa, os que vão dirigir na volta para casa não
experimentam uma gota sequer de bebida alcoólica.” A ausência de vírgulas
isolando a expressão em destaque:
a) deve-se ao fato de seu emprego ser facultativo;
b) faz-se
necessária em função da clareza do enunciado;
c) está correta, pois a expressão faz parte do sujeito da oração;
d) imprime celeridade ao texto;
e) não está correta, já que se trata de um adjunto adverbial deslocado.
06 – Na fala
de Drauzio, a palavra “que”:
a) é pronome relativo nas quatro ocorrências;
b) é conjunção integrante na primeira e terceira ocorrências;
c) só não é
pronome relativo na primeira ocorrência;
d) é pronome relativo apenas na última ocorrência;
e) é conjunção integrante na terceira ocorrência.
07 – “No
Japão, se o indivíduo for apanhado dirigindo embriagado, as sanções são
pesadas.” Marque a alternativa em que a reescrita do trecho não altera a sua
estrutura sintático-semântica;
a) Se apanharem o indivíduo no Japão, dirigindo embriagado, as sanções são
pesadas.
b) Se o indivíduo for apanhado dirigindo embriagado no Japão, as sanções são
pesadas.
c) Se o indivíduo for apanhado dirigindo embriagado, as sanções japonesas são
pesadas.
d) Se o indivíduo japonês for apanhado dirigindo embriagado, as sanções são
pesadas.
e) Se apanharem o indivíduo embriagado dirigindo no Japão, as sanções são
pesadas.
08 –
Marque o trecho em que as partes unidas pela conjunção “e” podem
ser invertidas sem prejuízo da lógica original:
a) “Ele perde a carteira e vai preso”
b) “...as restrições existentes para as pessoas que vão pegar num volante são
logo desrespeitadas e elas voltam a dirigir embriagadas.”
c) “Parece
não existir, ainda, por parte das autoridades e dos
cidadãos...”
d) “Mesmo bebendo pouco e a coordenação motora não
estando seriamente comprometida...”
e) “...nota-se um comportamento mais responsável em quem bebe e pretende
dirigir.”
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