Poema: MORTE DE CLARICE LISPECTOR
Ferreira Gullar
Enquanto te enterravam no
cemitério judeu
do Caju
(e o clarão de teu olhar
soterrado
resistindo ainda)
o táxi corria comigo à borda da
Lagoa
na direção de Botafogo
as pedras e as nuvens e as árvores
no vento
mostravam alegremente
que não dependem de nós.
Melhores poemas de Ferreira Gullar. 7. ed. Seleção de Alfredo Bosi. São
Paulo: Global, 2004. p. 153.
Fonte: Livro –
Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed.
– Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 285.
Entendendo o poema:
01 – Onde Clarice Lispector
foi enterrada, de acordo com o poema?
De acordo com o
poema, Clarice Lispector foi enterrada no cemitério judeu do Caju.
02 – Que imagem o poeta evoca
para descrever a persistência da presença de Clarice mesmo após sua morte?
O poeta evoca a
imagem do "clarão de teu olhar soterrado / resistindo ainda",
sugerindo que sua essência ou impacto ainda permanecia presente.
03 – Para onde o táxi levava o
eu lírico enquanto o enterro acontecia?
O táxi levava o
eu lírico à borda da Lagoa, na direção de Botafogo.
04 – O que os elementos da
natureza (pedras, nuvens, árvores) pareciam expressar para o eu lírico naquele
momento?
Os elementos da
natureza mostravam alegremente ao eu lírico que não dependem de nós, ou seja,
que a vida e o mundo seguem seu curso independentemente da presença ou ausência
de um indivíduo.
05 – Qual a possível reflexão
ou contraste que o poema estabelece entre o evento da morte e a observação da
natureza?
O poema
estabelece um contraste entre a solenidade e a perda da morte de Clarice e a
continuidade despreocupada e vibrante da natureza. Sugere uma reflexão sobre a
transitoriedade da vida humana em contraposição à perenidade do mundo natural.
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