Crônica: O humor é virtual
Mas a risada é bem real em tempos de
internet
por Leandro Sarmatz
A televisão matou a janela (como dizia Nelson Rodrigues)? Pouco provável. São raras as ocasiões em que a chegada de um novo meio aniquila o anterior. Certamente o advento do cinema falado fez mal aos atores de cinema mudo que não tinham “voz” para a telona (episódio que é recuperado, em tom de comédia, no clássico Cantando na Chuva).
Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2mqCYAofhC25h6TMmEqRJrM3Y0GYJaEGaRm76B6HxhYq-q3wGNK66MjD_nqUn2eoxnwIjlha3hCRlMj7z3jPuhutt3qCzFCjgJtIzUMixyTEXwgu1N9OFTTpStjJAIqmIKIqMp4cHesHb-dM8XkY2N7qXRFzQoZ25bEn1rbC6Fq2Q-RsgaTwonHxqW6g/s1600/CHUVA.jpg
E o humor
em tempos de internet, que é dele? Há duas formas de ver a questão. Por um
lado, a internet – em sites estilo Youtube – está dispensando a narrativa, uma
vez que basta se conectar para ver determinada situação hilária. Esse, pois,
foi o resultado de uma pesquisa feita recentemente na Inglaterra. Assim: aquela
conversa de segunda-feira na firma, quando alguém narrava longamente, e com
detalhes, que viu na TV como um sujeito acima do peso tropeçava na neve e era
quase abocanhado por um urso branco, sumiu do mapa. Para que contar, se é
possível ver? Aqui jaz a anedota, concluiu pesquisa. Por outro lado, nunca se
conviveu com tanto humor. Ligue o computador e comprove: há cada vez mais sites
e blogs experimentando um novo humor – muitas vezes absorvido pelas mídias
tradicionais, como a TV e o cinema. São esquetes, montagens capciosas de
imagens de celebridades em momentos constrangedores, paródias de notícias.
Deboche correndo solto na rede. Pois o homem é o único animal que ri, dizia
Aristóteles. Ri e se conecta.
Adaptado de: Leandro Sarmatz. Vida Simples, nº 63.
Fonte: Livro –
Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed.
– Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 340.
Entendendo a crônica:
01 – Qual é a principal
questão levantada pelo autor em relação ao humor na era da internet?
A principal
questão é como o advento da internet e de plataformas como o YouTube impactaram
a forma como o humor é criado, consumido e compartilhado, e se isso significa o
fim de formas tradicionais de humor, como a anedota contada oralmente.
02 – Segundo a pesquisa
mencionada na crônica, qual foi o impacto da internet nas narrativas
humorísticas cotidianas?
A pesquisa
realizada na Inglaterra concluiu que a internet levou ao declínio da anedota
contada oralmente, como a pessoa que narrava longamente um acontecimento
engraçado visto na televisão. A facilidade de mostrar o vídeo online tornou a
necessidade da narrativa detalhada obsoleta.
03 – Apesar do impacto
mencionado na pergunta anterior, qual é a outra perspectiva apresentada pelo
autor sobre o humor na internet?
A outra
perspectiva é que nunca se conviveu com tanto humor como na era da internet. Há
um número crescente de sites e blogs experimentando novas formas de humor, como
esquetes, montagens de imagens e paródias, que muitas vezes são absorvidas
pelas mídias tradicionais.
04 – Que tipo de humor o autor
observa proliferar na internet?
O autor observa a
proliferação de um humor caracterizado por deboche, esquetes, montagens
capciosas de imagens de celebridades em situações constrangedoras e paródias de
notícias.
05 – Qual a conexão que o
autor estabelece entre o ser humano, o riso e a internet, citando Aristóteles?
O autor, citando
Aristóteles, lembra que o homem é o único animal que ri. Ele então conecta essa
característica humana fundamental com a capacidade da internet de promover a
conexão entre as pessoas através do humor, sugerindo que rir e se conectar são
atividades intrinsecamente ligadas na era digital.
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