domingo, 27 de abril de 2025

CRÔNICA: O HUMOR É VIRTUAL - LEANDRO SARMATZ - COM GABARITO

 Crônica: O humor é virtual

        Mas a risada é bem real em tempos de internet

por Leandro Sarmatz

        A televisão matou a janela (como dizia Nelson Rodrigues)? Pouco provável. São raras as ocasiões em que a chegada de um novo meio aniquila o anterior. Certamente o advento do cinema falado fez mal aos atores de cinema mudo que não tinham “voz” para a telona (episódio que é recuperado, em tom de comédia, no clássico Cantando na Chuva). 



Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2mqCYAofhC25h6TMmEqRJrM3Y0GYJaEGaRm76B6HxhYq-q3wGNK66MjD_nqUn2eoxnwIjlha3hCRlMj7z3jPuhutt3qCzFCjgJtIzUMixyTEXwgu1N9OFTTpStjJAIqmIKIqMp4cHesHb-dM8XkY2N7qXRFzQoZ25bEn1rbC6Fq2Q-RsgaTwonHxqW6g/s1600/CHUVA.jpg

E o humor em tempos de internet, que é dele? Há duas formas de ver a questão. Por um lado, a internet – em sites estilo Youtube – está dispensando a narrativa, uma vez que basta se conectar para ver determinada situação hilária. Esse, pois, foi o resultado de uma pesquisa feita recentemente na Inglaterra. Assim: aquela conversa de segunda-feira na firma, quando alguém narrava longamente, e com detalhes, que viu na TV como um sujeito acima do peso tropeçava na neve e era quase abocanhado por um urso branco, sumiu do mapa. Para que contar, se é possível ver? Aqui jaz a anedota, concluiu pesquisa. Por outro lado, nunca se conviveu com tanto humor. Ligue o computador e comprove: há cada vez mais sites e blogs experimentando um novo humor – muitas vezes absorvido pelas mídias tradicionais, como a TV e o cinema. São esquetes, montagens capciosas de imagens de celebridades em momentos constrangedores, paródias de notícias. Deboche correndo solto na rede. Pois o homem é o único animal que ri, dizia Aristóteles. Ri e se conecta.

Adaptado de: Leandro Sarmatz. Vida Simples, nº 63.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 340.

Entendendo a crônica:

01 – Qual é a principal questão levantada pelo autor em relação ao humor na era da internet?

      A principal questão é como o advento da internet e de plataformas como o YouTube impactaram a forma como o humor é criado, consumido e compartilhado, e se isso significa o fim de formas tradicionais de humor, como a anedota contada oralmente.

02 – Segundo a pesquisa mencionada na crônica, qual foi o impacto da internet nas narrativas humorísticas cotidianas?

      A pesquisa realizada na Inglaterra concluiu que a internet levou ao declínio da anedota contada oralmente, como a pessoa que narrava longamente um acontecimento engraçado visto na televisão. A facilidade de mostrar o vídeo online tornou a necessidade da narrativa detalhada obsoleta.

03 – Apesar do impacto mencionado na pergunta anterior, qual é a outra perspectiva apresentada pelo autor sobre o humor na internet?

      A outra perspectiva é que nunca se conviveu com tanto humor como na era da internet. Há um número crescente de sites e blogs experimentando novas formas de humor, como esquetes, montagens de imagens e paródias, que muitas vezes são absorvidas pelas mídias tradicionais.

04 – Que tipo de humor o autor observa proliferar na internet?

      O autor observa a proliferação de um humor caracterizado por deboche, esquetes, montagens capciosas de imagens de celebridades em situações constrangedoras e paródias de notícias.

05 – Qual a conexão que o autor estabelece entre o ser humano, o riso e a internet, citando Aristóteles?

      O autor, citando Aristóteles, lembra que o homem é o único animal que ri. Ele então conecta essa característica humana fundamental com a capacidade da internet de promover a conexão entre as pessoas através do humor, sugerindo que rir e se conectar são atividades intrinsecamente ligadas na era digital.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário