Soneto: Hino à Razão
Antero
de Quental
Razão, irmã do Amor e da Justiça,
Mais uma vez escuta a minha prece.
É a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre só a ti submissa.

Por ti é que a poeira movediça
De astros, sóis e mundos permanece;
E é por ti que a virtude prevalece,
E a flor do heroísmo medra e viça.
Por ti, na arena trágica, as nações
buscam a liberdade entre clarões;
e os que olham o futuro e cismam, mudos,
Por ti podem sofrer e não se abatem,
Mãe de filhos robustos que combatem
Tendo o teu nome escrito em seus escudos!
In: Maria Ema T.
Ferreira, org., op. cit. p. 173.
Fonte: Livro –
Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed.
– Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 265.
Entendendo o soneto:
01 – A quem o eu lírico se
dirige em sua prece no início do soneto e quais qualidades ele atribui a essa
entidade?
O eu lírico se
dirige à Razão, a quem ele chama de "irmã do Amor e da Justiça".
02 – De acordo com o eu
lírico, qual o papel da Razão na dinâmica do universo físico ("poeira
movediça")?
O eu lírico
afirma que é por meio da Razão que a "poeira movediça de astros, sóis e
mundos permanece", sugerindo que ela é fundamental para a ordem e a
estabilidade cósmica.
03 – Além de sustentar o
universo físico, que outros efeitos positivos são atribuídos à Razão nos versos
seguintes?
São atribuídos à Razão o prevalecer da
virtude e o crescimento vigoroso da "flor do heroísmo".
04 – Como a Razão se manifesta
na esfera social e política, de acordo com o soneto?
Na "arena
trágica", as nações buscam a liberdade "entre clarões" por
influência da Razão.
05 – Qual o papel da Razão
para aqueles que contemplam o futuro e enfrentam o sofrimento, segundo os
versos finais?
Para aqueles que olham o futuro e cismam, a Razão os capacita
a sofrer sem se abater, sendo a "Mãe de filhos robustos que combatem /
Tendo o teu nome escrito em seus escudos!", simbolizando a força e a
inspiração para a luta.
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