quarta-feira, 9 de abril de 2025

CRÔNICA: MAIS VALEM DOIS CARROS NA CONTRAMÃO DO QUE UMA MULHER NA MÃO - LEON ELIACHAR - COM GABARITO

CRÔNICA: Mais valem dois carros na contramão do que uma mulher na mão

           Leon Eliachar

        Mulher dirigindo é a coisa mais displicente do mundo. Mais displicente do que ela, só mesmo o examinador que lhe deu a carteira de motorista. E só porque tem carteira, a mulher passa a dirigir por auto-sugestão, isto é, se lhe deram carteira, é porque acharam que ela sabe dirigir. E ela se compenetra disso de tal maneira que sai por aí dirigindo, não o seu carro, mas o trânsito todo.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga_yLO8CFxkEwN-E-YEN_idD-HQTPhwzIGQ429WEcbBPkSzy-yeRVCI4HgZgiuzwp00JKq6Ga8oPqHluJlOntbJ2D3fVjquIwZYt5mhrGATYhDSeP49EPoucjXG2-4nzMTZdv1ZSLuQw88ezuLLOjtPHuihx7M4iVv-yC-sb0NNb72WIR_tJipiNUoWvw/s320/CARRO.jpg


        Por exemplo: mulher nunca sabe qual o sinal que dá passagem, se o verde, o vermelho ou o amarelo. Ela para e anda por simples intuição: alguma coisa no seu íntimo lhe diz que se o carro da frente parou ela também deve parar. Só que a maioria das vezes ela para em cima do outro.

        A gente nunca sabe por que mulher põe o braço pra fora do carro: se para secar as unhas, bater a cinza do cigarro, mostrar as joias, dar adeusinho para alguma conhecida, virar à esquerda, virar à direita, seguir em frente ou parar. Em verdade, ela mesma também não sabe, e só se convence que estava com o braço pra fora porque as testemunhas do desastre lhe garantem isso, depois.

        Mulher tem espírito prático, isso tem. De fato, deve ser inútil esse negócio de usar freio, ela usa mesmo é o para-choque do carro da frente.

        Preste atenção, toda vez que o trânsito para mais de meia hora, não pode ser outra coisa: tem mulher colocando carro na garagem. E toda vez que há um desastre, tem mulher metida no meio – se ela não estava dirigindo, estava atravessando a rua.

        Grande parte dos acidentes de tráfego verificados com mulher são devidos à sua vaidade: ela pensa que espelhinho é pra se ajeitar toda vez que o vento desmancha os seus cabelos.

        A mulher não tem problema de estacionamento, porque nunca procura vaga para estacionar: ela mesma faz a sua vaguinha entre dois carros.

        Mas numa coisa a mulher leva vantagem sobre os homens, quando dirige: é incapaz de correr a mais de 120 – e por isso mesmo, quando o ponteiro chega a 110, ela não tira mais os olhos do velocímetro.

Leon Eliachar. O homem ao quadrado. São Paulo: Círculo do Livro. p. 131.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 222.

Entendendo o texto:

01 – Qual a principal crítica do autor em relação às mulheres motoristas?

      O autor critica a suposta falta de habilidade e atenção das mulheres ao volante, alegando que elas dirigem de forma displicente e imprevisível, causando acidentes e congestionamentos.

02 – Como o autor descreve o comportamento das mulheres no trânsito?

      O autor descreve o comportamento das mulheres no trânsito como confuso e ilógico, onde elas não seguem as regras de trânsito, param e andam sem motivo aparente e usam os sinais de forma inadequada.

03 – Qual a visão do autor sobre a relação das mulheres com os espelhos retrovisores?

      O autor alega que as mulheres usam os espelhos retrovisores apenas para se maquiar e ajeitar o cabelo, em vez de prestar atenção ao trânsito, o que contribui para acidentes.

04 – Como o autor descreve a habilidade das mulheres em estacionar?

      O autor descreve a habilidade das mulheres em estacionar de forma irônica, alegando que elas não procuram vagas, mas sim criam suas próprias vagas, causando congestionamentos.

05 – Qual a única vantagem que o autor concede às mulheres ao volante?

      O autor admite que as mulheres são incapazes de dirigir em alta velocidade, o que seria uma vantagem em termos de segurança, mas ainda assim, as crítica por ficarem obcecadas com o velocímetro.

06 – Qual o tom geral do texto e qual o seu objetivo?

      O tom geral do texto é irônico, sarcástico e machista. O objetivo do autor é satirizar e ridicularizar as mulheres motoristas, reforçando estereótipos negativos e preconceituosos.

07 – Quais os estereótipos de gênero presentes no texto e como eles são utilizados?

      O texto reforça estereótipos de gênero negativos, como a ideia de que mulheres são naturalmente desatentas, ilógicas e vaidosas, e que essas características as tornam motoristas ruins. Esses estereótipos são utilizados para criar humor e ridicularizar as mulheres, perpetuando preconceitos e discriminação.

 

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