Poema: A GAIOLA
Maria do
Carmo Barreto Campello
E era a gaiola e era a vida era a gaiola
e era o muro a cerca e o preconceito
e era o filho a família e a aliança
e era a grade a fila e era o conceito
e era o relógio o horário o apontamento
e era o estatuto a lei e o mandamento
e a tabuleta dizendo é proibido.
E era a vida era o mundo e era a gaiola
e era a casa o nome a vestimenta
e era o imposto o aluguel a ferramenta
e era o orgulho e o coração fechado
e o sentimento trancado a cadeado.
E era o amor e o desamor e o medo de magoar
e eram os laços e o sinal de não passar.
E era a vida era a vida o mundo e a gaiola
e era a vida e a vida era a gaiola.
Apud Alda Beraldo.
Trabalhando com poesia. São Paulo: Ática, 1990. v. 2. p. 17.
Fonte: Livro –
Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar
Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 105.
Entendendo o poema:
01 – Qual é o tema central do
poema?
O tema central do
poema é a sensação de aprisionamento e restrição que permeia a vida. Maria do
Carmo Barreto Campello utiliza a metáfora da "gaiola" para
representar as diversas formas de opressão social, emocional e pessoal que
limitam a liberdade individual.
02 – Como a repetição da
expressão "e era a gaiola" contribui para o significado do poema?
A repetição da expressão "e era a
gaiola" enfatiza a onipresença da sensação de aprisionamento. Essa
repetição cria um ritmo que imita a monotonia e a circularidade da vida sob
restrição, reforçando a ideia de que a "gaiola" é uma realidade
constante e inescapável.
03 – Quais são os diferentes
tipos de "gaiolas" mencionados no poema?
O poema menciona
diversos tipos de "gaiolas", incluindo:
Gaiolas
sociais: representadas por "o muro a cerca e o preconceito",
"o estatuto a lei e o mandamento" e "a tabuleta dizendo é
proibido".
Gaiolas
familiares: representadas por "o filho a família e a aliança".
Gaiolas
emocionais: representadas por "o orgulho e o coração fechado" e
"o sentimento trancado a cadeado".
Gaiolas
da vida cotidiana: representadas por "o relógio o horário o
apontamento", "o imposto o aluguel a ferramenta" e "a casa
o nome a vestimenta".
04 – Como o poema explora a
relação entre "vida" e "gaiola"?
O poema
estabelece uma relação de equivalência entre "vida" e
"gaiola". A repetição da frase "e era a vida e a vida era a
gaiola" sugere que a vida em si é uma forma de aprisionamento, onde as
restrições sociais e emocionais se tornam parte integrante da experiência
humana.
05 – Qual a mensagem principal
que Maria do Carmo Barreto Campello transmite com esse poema?
A mensagem principal do poema é uma
crítica à natureza restritiva da sociedade e da vida em geral. Maria do Carmo
Barreto Campello convida o leitor a refletir sobre as diversas formas de
aprisionamento que limitam a liberdade individual e a buscar formas de
transcender essas limitações.
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