quarta-feira, 2 de abril de 2025

REPORTAGEM: O HOMEM DE GELO - FRAGMENTO - EDUARDO OHATA - COM GABARITO

 Reportagem: O homem de gelo – Fragmento

                     EDUARDO OHATA – DA REPORTAGEM LOCAL

        Brasileiro afirma que sangue-frio e clima serão trunfos para completar a escalada do K2, no Paquistão, montanha mais perigosa do mundo, responsável pela morte de 54 pessoas

        A -30ºC, o sangue-frio será, em diversos sentidos, a principal arma de Waldemar Niclevicz, 33, em sua terceira tentativa de se tornar o primeiro brasileiro a escalar o K2, segunda maior montanha do mundo e a mais perigosa, localizada no norte do Paquistão, perto da fronteira com a China.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRskLF1JmpzikzDfKMXZeTH2N-U-ygOznaS1pPPDN8g5h42m2CtJiECe0Z6iiLmPNJvH4wIcLf7ivqIu3s_VVlS1vnVir6VR6sV7wqWlxwCCW6vyPcwUeVgWJit38oB7TPQuKcaHSn5cjlOrywczrfiUAB4tSdwtjzpPuY-ILStrQaoGUlqmIx1MtZRvU/s320/brasileiros-atingem-o-cume-do-k2-a-montanha-mais-perigosa-do-mundo.jpg


        O K2, com 8.611 m, por seu alto grau de dificuldade – 54 pessoas morreram ao tentar escalá-lo –, foi conquistado por só 164 alpinistas e também já provocou muitas mortes na descida. Embora seja o mais alto e famoso do mundo, o Everest, de 8.848 m, teve a escalada concluída por 1.200 pessoas.

        Niclevicz, primeiro brasileiro a escalar o Everest e que tentou e teve de desistir da escalada do K2 em 1998 e 1999, deixa o país nesta quarta, acreditando que estar frio será importante em dois aspectos: o climático e o psicológico.

        “Quanto mais frio, melhor. Isso significa que o clima está estável e há menos riscos de avalanches. Sinto-me mais seguro quando estamos a -30ºC ou temperaturas mais baixas. É quando a temperatura começa a oscilar que chega a hora de nos preocuparmos.”

        O alpinista brasileiro acredita que para ser bem-sucedido nesta nova tentativa também vai ser fundamental o sangue-frio que adquiriu com a experiência acumulada nas duas vezes em que tentou escalar o K2, por já conhecer bem a rota de escalada, chamada de Esporão dos Abruzzos.

        O K2 é considerado mais difícil de escalar – há três anos ninguém alcança seu topo –, pois tem um alto grau de inclinação, com contornos abruptos, além de ficar na parte mais inacessível da Cordilheira do Himalaia, onde não há estrutura ou vilas.

        Em sua primeira tentativa, em 1998, o brasileiro foi obrigado a desistir por causa de uma avalanche, após ter alcançado os 8.040 m. Na segunda, no ano passado, a morte de um colega romeno, atingido na cabeça por uma pedra, impressionou o grupo de alpinistas e levou Niclevicz a desistir.

        Hoje, ele acha que tem mais sangue-frio, ao se acostumar com ocorrências que antes o assustavam, como, além dos acidentes, as avalanches com pedaços de corpos de pessoas desaparecidas.

        “‘Respeito muito o K2, é realmente uma escalada perigosa. Mas hoje não fico mais impressionado com ele. Sabemos como chegar ao topo, depende de nós mesmos, é uma escalada interna’, filosofa. ‘Perguntam se gosto de adrenalina. Ao contrário, sou muito prudente, com os pés no chão. Esse é meu segredo.’”

        [...]

Folha de São Paulo, São Paulo, sábado, 27 maio 2000. Caderno Esporte, p. 8. (Fragmento).

Fonte: Português. Uma proposta para o letramento. Magda Soares – 8º ano – 1ª edição. Impressão revista – São Paulo, 2002. Moderna. p. 185-186.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual é o principal desafio que Waldemar Niclevicz enfrenta ao escalar o K2?

      O principal desafio é a extrema dificuldade da montanha, conhecida como a mais perigosa do mundo, com um alto índice de mortalidade entre os alpinistas.

02 – Por que Waldemar Niclevicz considera o "sangue-frio" tão importante para essa escalada?

      O "sangue-frio" é crucial tanto para lidar com as condições climáticas extremas quanto para manter a calma diante dos perigos e desafios psicológicos da escalada.

03 – Quais são os fatores que tornam o K2 mais difícil de escalar do que o Monte Everest?

      O K2 possui um alto grau de inclinação, contornos abruptos e está localizado em uma área remota do Himalaia, sem infraestrutura ou vilas próximas.

04 – Quais foram os principais obstáculos enfrentados por Niclevicz em suas tentativas anteriores de escalar o K2?

      Em 1998, ele foi forçado a desistir devido a uma avalanche. Em 1999, a morte de um colega alpinista o levou a abandonar a escalada.

05 – Como a experiência prévia de Niclevicz influenciou sua abordagem para a nova tentativa de escalada?

      Ele acredita que sua experiência o tornou mais acostumado aos perigos da montanha, como avalanches e a visão de corpos de alpinistas desaparecidos, permitindo que ele mantenha a calma.

06 – Qual a opinião de Waldemar Niclevicz sobre a adrenalina em suas escaladas?

      Ao contrário da crença popular, ele se considera uma pessoa prudente e com os pés no chão, enfatizando que a prudência é seu segredo para o sucesso.

07 – Qual a comparação entre o K2 e o Everest em relação ao número de escaladas bem-sucedidas?

      Enquanto o Everest já foi escalado por cerca de 1.200 pessoas, apenas 164 alpinistas conseguiram chegar ao topo do K2.

 

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