Notícia: COMO REAGIR DIANTE DA TV – Fragmento
Ciro Marcondes Filho
O título acima e, sem dúvida, enganoso.
A questão não é "reagir" à TV como se ela fosse uma força estranha
que invade nossas casas e lá se instala para não mais sair. Sabemos que a TV é
um instrumento eletrônico, produto da história do homem e de sua evolução; é a
marca desta era. Não tem sentido destruir a televisão, porque não é ela a
culpada dos crimes que Ihe são imputados. É certo que não é de todo inocente no
processo de desumanização da vida social moderna, e por isso mesmo é necessário
medir quem na verdade provoca o que.

[...]
Vez por outra, instituições sociais
(geralmente a Igreja) criam campanhas de desligamento coletivo da TV em benefício
do diálogo ou "para as pessoas pensarem mais no ser humano e no seu mundo
outra vez". A supressão ou o desligamento em massa da TV, porém, é uma
falsa solução porque ataca o problema em sua manifestação externa e não na
causa dele.
O isolamento familiar, a falta de diálogo,
o desinteresse dos membros da família, a solidão no trabalho, as relações
superficiais com amigos, o desconhecimento em profundidade nos casais estão na
estrutura da vida moderna, de que a TV é apenas um dos componentes.
[...] A TV não se impõe simplesmente
aos homens, exercendo sobre eles um poder ditatorial. Essa questão deve ser
vista do lado inverso: a que necessidades reais e legítimas a TV está atendendo
quando alcança níveis fantásticos de audiência?
[...]
Ciro Marcondes Filho.
Televisão – A vida pelo vídeo. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1988. p. 109-110.
Fonte: Livro –
Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar
Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 142.
Entendendo a notícia:
01 – Qual é a principal
crítica do autor em relação à forma como as pessoas veem a televisão?
O autor critica a
visão de que a televisão é uma força externa e invasiva, culpada por problemas
sociais. Ele argumenta que a TV é um produto da evolução humana e que o
problema está no uso e nas necessidades que ela atende, não no aparelho em si.
02 – Por que o autor considera
que campanhas de desligamento coletivo da TV são uma "falsa solução"?
Porque essas
campanhas atacam apenas a manifestação externa do problema, ou seja, o aparelho
de televisão, e não as causas subjacentes, como o isolamento familiar e a falta
de diálogo.
03 – Quais são as causas
apontadas pelo autor para o "processo de desumanização da vida social
moderna"?
O autor aponta o isolamento familiar, a falta de diálogo, o
desinteresse entre os membros da família, a solidão no trabalho, as relações
superficiais com amigos e o desconhecimento profundo nos casais como parte da
estrutura da vida moderna, da qual a TV é apenas um componente.
04 – Qual é a visão do autor
sobre o poder da televisão sobre as pessoas?
O autor acredita
que a TV não exerce um poder ditatorial sobre as pessoas. Ele sugere que é
preciso analisar quais necessidades reais e legítimas a televisão atende quando
alcança altos níveis de audiência.
05 – Qual a solução que o
autor aponta para o problema da influência da TV na sociedade?
A solução não é
destruir ou desligar a televisão, mas sim medir quem realmente provoca os
problemas imputados a ela e entender as necessidades que ela satisfaz.
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